quinta-feira, 27 de maio de 2010

Timóteo, o jovem obreiro

          O nome Timóteo significa "honrando a Deus". Seu pai era gentio, mas sua mãe e sua avó judias, sempre o instruíram nas Escrituras (2ª Tm 1:5). Converteu-se ao cristianismo ainda bem jovem (At 16:1,2). A partir do seu encontro com o apóstolo Paulo, Timóteo foi comissionado para a Obra do Senhor, sendo companheiro fiel e leal. Ajudou Paulo na fundação das igrejas de Filipos e Tessalônica (At 17:14). Por causa do seu trabalho na Obra, o apóstolo Paulo lhe escreveu duas cartas, sendo a segunda, sua última carta (2ª Tm 4:7-9).
          Por causa do testemunho que deram os crentes acerca do jovem Timóteo, o apóstlo Paulo descobriu nele um vocacionado para a Obra de Deus (At 16:2). Timóteo foi encontrado por Paulo em Listra. Paulo, era um homem de visão espiritual e logo observou a disposição de Timóteo para realizar a Obra Missionária. Ainda hoje há lugar para todos os que desejam trabalhar na vinha do Senhor (Mt 20:6,7). Em sua carta a Timóteo, Paulo falou de sua família, destacando a fé que havia em sua avó Lóide e em sua mãe Eunice (2ª Tm 1:5). Em Atos, Lucas destacou que Eunice era crente (At 16:1), apesar do pai de Timóteo ser grego (Gentio). É muito importante a influência da família cristã na vida dos nossos jovens hoje. Timóteo foi ricamente abençoado pelo exemplo de sua família.
          Entre as muitas qualidades de Timóteo, ele tinha também bom testemunho perante a igreja: "Do qual davam bom testemunho os irmãos que estavam em Listra e Icônio" (At 16:2). Para o serviço divino é essencial o testemunho, principalmente dos que estão de fora (1ª Tm 3:7). Por causa do seu testemunho cristão, Timóteo foi louvado pelas igrejas de Listra e Icônio (Mt 5:16). Diante de tanta recomendação é natural que Paulo convidasse Timóteo para a obra missionária: "Paulo quis que fosse com ele..." (At 16:3). A chamada divina se dá por Deus e através de seus servos. É importante que quem receber o chamado, se prepare, principalmente na Palavra e na oração, elementos essenciais para um missionário.
          Quando Paulo escreveu sua primeira carta a Timóteo, lembrou-o acerca do ministério que recebeu profeticamente: "Não desprezes o dom que há em ti, o qual te foi dado por profecia..." (1ª Tm 4:14). Certamente o Senhor já havia falado a Timóteo sobre sua chamada missionária e o ministério que ele desempenharia na igreja. É maravilhoso quando temos a confirmação do Senhor para o ministério (2ª Co 1:21,22).
          É muito importante que a igreja busque obreiros jovens que certamente serão uma benção na Obra do Mestre. Estes obreiros deverão acompanhar os obreiros mais experimentados, a fim de adquirirem a experiência necessária. Os vocacionados devem também se preparar, a fim  de se apresentarem aptos (2ª Tm 2:15). Por fim, é necessário fidelidade no serviço divino, pois somente os fiéis alcançarão a incorruptível coroa de glória (1ª Pe 5:4).
          Em Cristo,

                          Tarcísio Costa de Lima

terça-feira, 25 de maio de 2010

Dorcas, uma vida consagrada

          Em apenas seis versículos, o livro de Atos cobre a vida de uma maravilhosa personagem do Novo Testamento, Dorcas. Sua vida tem sido um exemplo até hoje. Ela era como uma árvore florida em plena primavera, exalava um perfume de esperança. Sua vida de devoção a Deus, suas obras e sua fé, falam ainda hoje. Seus amigos gregos chamavam-na Dorcas, mas os amigos judeus lhe davam o nome de Tabita. Ambos os nomes significam "gazela".
          Distante 53km de Jerusalém, a cidade de Jope, que é um porto marítimo, tem uma história antiga. Desde os dias de Josué ela já era mencionada como termo na herança da tribo de Dã (Js 19:46). Por este porto fugiu o profeta Jonas da face do Senhor (Jn 1:3). A descrição bíblica acerca de Dorcas revela uma vida cheia de boas obras (At 9:36). Observamos que o texto a destaca como "discípula" primeiro, em seguida apresenta as boas obras que fazia. Sabemos, pela Palavra, que as obras devem seguir a fé (Tg 2:17). Infelizmente muitos creem que apenas as obras salvam, mas a Bíblia diz que a salvação "não vem das obras para que ninguém se glorie" (Ef 2:8).
          O exemplo de Dorcas foi registrado pelo Espírito Santo para mostrar a dedicação de uma mulher que se consagrou ao serviço divino. Já naqueles dias da igreja, o serviço social era de grande importância por causa dos mais pobres. Dorcas também soube trabalhar em grupo, não era uma crente isolada (At 9:39). è muito importante quando nossas irmãs trabalham unidas em prol da obra de Deus (Rm 16:12). A primeira manifestação das irmãs da igreja em Jope foi a de mostrar os trabalhos de Dorcas ao apóstolo Pedro: "... e todas as viúvas o rodearam, chorando e mostrando as túnicas e vestidos que Dorcas fizera quando estava com elas" (At 9:39). Como é importante nosso trabalho para o Senhor (1ª Co 15:58). Quando partimos para a eternidade nossas obras ficam como marcas de nossa dedicação (Ap 14:13).
          Vida cristã é um conjunto de realizações para Deus. Não se pode viver apenas de oração, de boas obras, ou ainda somente de fé. É necessário que tudo isto faça parte da vida do cristão. A fé deve ser demonstrada com obras, enquanto as obras revelam nossa fé (Tg 2:21,22). Por isto é importante a lição que nos deixou Dorcas; uma vida de fé, cheia de boas obras. O testemunho bíblico diz que: "E aconteceu naqueles dias que, enfermando ela, morreu..." (At 9:37). A morte de Dorcas não foi um mal súbito, mas passou por um período de enfermidade. Infelizmente muitos afirmam que, quando isso acontece com um crente, ele está em pecado (1ª Jo 5:16). Desconhecem tais pessoas que a morte é um veículo que nos leva a Deus (Sl 116:15). Jesus já conquistou nossa vitória sobre a morte (1ª Co 15:21,22) e tem em suas mãos as chaves do inferno e da morte (Ap 1:18).
          Quando Pedro chegou a Jope, no local onde puseram o corpo de Dorcas, encontrou um ambiente de tristeza: "...e todas as viúvas o rodearam, chorando..." (At 9:39). Era um choro pela separação e não de desespero: "...para que não vos entristeçais como os demais, que não têm esperança" (1ª Ts 4:13). Neste momento o crente não diz "adeus", mas sim "até breve", pois nossa esperança é de um dia estarmos todos juntos com o Senhor (1ª Ts 4:17). Mesmo num clima de tristeza, o amor por Dorcas foi demonstrado pelas viúvas que conviveram com ela: "...e, tendo-a lavado, a depositaram num quarto alto" (At 9:37). Tiveram o cuidado de preparar seu corpo para o sepultamento (Ec 6:3). Além disso, enviaram emissários para trazer o apóstolo Pedro, porque criam que Deus podia operar uma grande maravilha. A Bíblia diz: "Tudo é possível ao que crê" (Mc 9:23).
           Como nas outras ressurreições bíblicas, a Glória de Deus manifestou-se entre o povo de Jope: "E foi isto notório por toda a Jope, e muitos creram no Senhor" (At 9:42). Mais uma vez a morte aconteceu para que Deus manifestasse a vida. Isto aconteceu em Naim (Lc 7:16), em Betânia (Jo 11:43), em Troas (At 20:9,12) e acontece ainda hoje, para que a Glória de Deus seja manifestada entre os homens.
          Em Cristo,

                          Tarcísio Costa de Lima

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Paulo, o apóstolo dos gentios

          Deus, em todo tempo, usou homens para seu serviço. Quando precisou de um valente obreiro, foi buscá-lo nas fileiras do inimigo, transformando Saulo num verdadeiro apóstolo dos gentios. O poder sobrenatural do Espírito lapidou esta pedra bruta e preparou-o para uma grande obra missionária. Mais uma vez o poder d Deus e a imensa graça do Senhor se manifestaram para transformar a vida de um homem comum em um baluarte do evangelho.
          O que se sabe de Paulo é que ele era um fariseu que odiava a igreja de Cristo. Paulo também era um homem de entrega total, independente do lado em que se encontrava, ele dava tudo o que tinha. Era um homem de notável inteligência, pois aprendera com o doutor Gamaliel (At 22:3). Deste homem destemido Deus fez um apóstolo (1ª Co 15:9).
          O Senhor precisava expandir seu reino, para isso contava apenas com os apóstolos que eram em sua maioria homens indoutos (At 4:13). Paulo seria um vaso especial para falar aos gentios, aos reis e aos filhos de Israel (At 9:15). Mesmo que isso importasse sofrer pelo nome de Jesus: "E eu lhe mostrarei quanto deve padece pelo meu nome" (At 9:16). Às vezes queremos ser tão especiais, mas não queremos sofrer pela obra de Deus (2ª Tm 2:3). Desde que se converteu Paulo ficou entre os discípulos falando de Jesus (At 9:19-22). Mas foi em Antioquia que ele recebeu, pelo Espírito Santo, uma chamada para a Obra Missionária: "E, servindo eles ao Senhor, e jejuando, disse o Espírito Santo: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado" (At 13:2). Paulo agora recebia do próprio Espírito a certeza de uma chamada para avançar na Obra do Senhor.
          Escrevendo aos Romanos Paulo declarou a confirmação da chamada de Deus em sua vida: "Paulo, servo de Jesus Cristo, chamado para apóstolo, separado para o evangelho de Deus" (Rm 1:1). Primeiro ele se colocou na posição de servo, depois de chamado e por último separado. Infelizmente, alguns invertem esta ordem divina e já querem ser "separados", quando nem ainda aprenderam a servir (Mc 10:45). O ministério de Paulo entre os gentios, suas viagens missionárias e suas epístolas escritas, o tornaram um baluarte do cristianismo. O exemplo deixado por Paulo como obreiro deve ser seguido por todos os que desejam fazer a obra do Senhor com ousadia, fé e amor (1ª Co 11:1).
          A preocupação de Paulo não era apenas começar o trabalho, mas também dar sustento pastoral, visitando e cuidando de cada um em especial: "Tornemos a visitar nossos irmãos por todas as cidades em que já anunciamos a Palavra do Senhor, para ver como estão" (At 15:36). Paulo conhecia de perto as palavras do sábio Salomão que dizia: "Procura conhecer o estado das tuas ovelhas: põe o teu coração sobre o gado" (Pv 27:23). Paulo, além de tudo, era um grande missionário, ele jamais desprezou esta visão, em que se apresentou um varão da Macedônia e lhe rogou, dizendo: "...Passa à Macedônia, e ajda-nos" (At 16:9). O amor as almas fazia com que Paulo viajasse a muitos lugares afim de ganhá-las para Jesus. Era o amor de Cristo que o constrangia a isso (2ª Co 5:14). Esse mesmo amor deve nos levar a viver hoje um verdadeiro ministério missionário (At 17:6). 
          No ministério de Paulo não faltou Palavra, Evangelismo, Missões, mas também não faltaram milagres: "E Deus pelas mãos de Paulo fazia maravilhas extraordinárias" (At 19:11). A autenticidade do ministério de Paulo era conferida também pelos milagres e maravilhas que Deus realizava por seu intermédio: "De sorte que até os lenços e aventais se levavam do seu corpo aos enfermos, e as enfermidades fugiam deles, e os espíritos malígnos saíam" (At 19:12). Esta foi a ordem de Jesus à igreja (Mc 16:17,18).
          Em Cristo,

                          Tarcisio Costa de Lima 

terça-feira, 18 de maio de 2010

Barnabé, um amigo.

          Barnabé significa "filho da consolação". Ele surgiu no cenário do Novo Testamento como um exemplo digno de ser seguido por todos os crentes hoje. Homem simples, desprendido, deu provas de sua conversão quando vendeu sua herança para colocá-la aos pés dos apóstolos. Mais tarde conduziu Saulo aos apóstolos e o apresentou à igreja. Natural de Chipre, Barnabé permaneceu em Jerusalém envolvido na Obra de Deus, sendo mais tarde chamado pelo Espírito Santo para a Obra Missionária. Que o Senhor levante muitos "Barnabés" hoje, nestes dias finais da igreja na terra.
          O livro de Atos diz que no princípio da igreja não havia necessitado algum, pois os que tinham alguma coisa vendiam e depositavam a quantia aos pés dos apóstolos (At 4:34). Barnabé, como um homem convertido, não ficou de fora desta maneira de cooperar com a obra de Deus (At 4:37). Ainda hoje Deus usa os recursos que deu ao seu povo para beneficiar sua Obra na terra.
          Não se sabe na verdade como Barnabé chegou a Jerusalém. Entendem alguns comentaristas que ele foi para as festas judáicas, pois era levita, e por alí ficou, atraído pela Igreja de Cristo. Logo foi chamado pelos apóstolos de Barnabé certamente por sua maneira sincera e desprendida para ajudar (At 4:36). Segundo o dicionário, herdade significa: "uma grande propriedade rural, composta em geral de terras de semeadura e casas de habitação". Foi algo assim que Barnabé vendeu para ajudar a Obra de Deus naqueles dias. Uma lição de desprendimento das coisas materiais. O mesmo Espírito que testificou a Barnabé, falou a Paulo e ele escreveu a Timóteo dizendo: "Porque nada trouxemos para este mundo, e manifesto é que nada podemos levar dele" (1ª Tm 6:7).
          A fidelidade de Barnabé é inquestionável, pois a própria Bíblia diz: "Possuíndo uma herdade, vendeu-a, e trouxe o preço, e o depositou aos pés dos apóstolos" (At 4:37). Note a expressão "trouxe o preço", Barnabé não agiu como Ananias e Safira que trouxeram apenas "uma parte" (At 5:1,2), ele trouxe tudo. Nossa fidelidade é medida diante de Deus de acordo com a entrega que fazemos.
          A partir do encontro com Saulo (Paulo), Barnabé se uniu a ele e tornaram-se grandes amigos: "Então Barnabé tomou-o consigo..." (At 9:27). Isto era tudo o que Saulo precisava naquele momento de sua vida espiritual. Como é confortante saber que quando chegamos à Casa de Deus somos bem recebidos, que haverá sempre alguém para nos acompanhar e nos ajudar. Barnabé influenciou a vida ministerial de Paulo através da união cristã (Sl 133).
          Antioquia tornou-se o centro do cristianismo gentílico e, diante disso, o Concílio de Jerusalém resolveu, com a direção do Espírito Santo, aconselhar àqueles novos crentes a continuarem a desfrutar da Graça de Deus (At 15:28). E para consolidar esta palavra lá estava o incansável Barnabá: "E Paulo e Barnabé ficaram em Antioquia, ensinando e pregando com muitos outros, a Palavra do Senhor" (At 15:35). Como é maravilhoso ter em pontos estratégicos da Obra homens de grande dedicação espiritual.
          As qualidades de Barnabé espalhadas no livro de Atos são louvadas por muitos até hoje. Barnabé destacou-se essencialmente como um homem de exortação e reconciliação, qualidades que jamais podm ser desprezadas. A lição de generosidade nos deixada por ele, ainda fala aos corações duros e fechados para contribuir para a Obra de Deus. Barnabé se foi, mas deixou-nos um exemplo a ser seguido.
          Em Cristo,

                          Tarcísio Costa de Lima

São João, festa pagã!

          Hoje pouca gente sabe que essas festas "cristãs" vêm de muito tempo atrás de nossa época.
          Tudo fazia parte dos rituais agrários das primeiras civilizações européias, festas essas que faziam os Celtas (povo pagão de raça indo-européia). O dia 24 de junho que hoje é dedicado a São João Batista, era o dia do solstício de verão (época em que o sol passa por sua maior declinação boreal ou astral, e durante a qual cessa de afastar-se do equador). Para os povos pagãos do hemisfério norte, fenômeno astronômico que significava o momento da viagem do sol quando, depois de ir subindo dia a dia cada vez mais alto no céu, ele para e faz o caminho de volta, e a vida daquelas comunidades pagãs era regida por esse fenômeno astronômico.
          Eles acreditavam que nesses momentos abriam-se as portas em que se comunicavam o reino da terra com o reino do céu, e assim, que as almas dos mortos podiam visitar seus lares para se aquecerem junto à fogueira, e que elas (as almas) se reconfortariam com as homenagens de seus amigos e parentes. Eles dançavam, cantavam, comiam e bebiam ao redor da fogueira para todas as almas amigas que acreditavam estarem ao seu redor.
          Estas festas tinham uma importância tão grande e tão forte entre os pagãos, que foi aí então que o Catolicismo Romano resolveu criar um significado "cristão", surgindo assim que a fogueira do dia 24 de junho seria em homenagem ao nascimento de João Batista, como suposto sinal de Izabel para Maria, informando-lhe o nascimento de seu filho, como algo acertado anteriormente numa visita de Maria a Izabel.
          Quando os portugueses vieram para o Brasil em 1500, os jesuítas acendiam fogueiras e tochas em junho, chamando a atenção dos indígenas que faziam danças, cantos e rezas para expulsar supostos espíritos malígnos atraídos pelas fogueiras e tochas pois poderiam (os espíritos) impedir a fertilidade.
          Segue também alguns símbolos e seus significados supersticiosos:

1. Fogueira:  representa proteção contra maus espíritos;
2. Fogos de artifício: levam para longe maus espíritos;
3. Quadrilha: agradecimento aos "santos" juninos pelas interseções. Só existe um mediador entre Deus e os homens, Jesus (1ª Tm 2:5);
4. Casamento junino: homenagem a uma jovem francesa que engravidou e foi obrigada a casar-se;
5. Lavagem do "santo": é feita antes da meia noite, a imagem é molhada num lago ou riacho com uma bacia d`agua, logo após banha-se as mãos, pés ou outra parte do corpo para buscar proteção divina;

          Diante do exposto, como atribuir esses festejos à fé cristã, sendo os mesmos de origem pagã, supersticiosa e idólatra?
          Em Cristo,

                          Tarcísio Costa de Lima

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Tomé, o crente duvidoso

          Geralmente se fala de Tomé como um grande "incrédulo". Entretanto, quando analisamos sua vida descobrimos que por trás das dúvidas havia também muita sinceridade. Em geral, queremos ser um crente igual a Pedro, Tiago ou João, mas não como Tomé, por julgarmos ser ele um duvidoso, incrédulo e superficial. Por suas dúvidas, Jesus apareceu e se dirigiu a Tomé pessoalmente. Nenhum outro discípulo teve a honra de Tomé: a de tocar nas feridas de Jesus e atestar a realidade de sua ressurreição.
          Na relação dos discípulos em Lucas 6:15 aparece Tomé entre eles. Isto prova que Tomé foi escolhido pelo Senhor após uma noite de oração (Lc 6:13). Jesus sabia o que estava fazendo ao escolher Tomé, certamente ele nos deixaria uma grande lição espiritual. Tomé passou a fazer parte do grupo de apóstolos que estava andando com Jesus. Ele também havia deixado tudo (Lc 18:28), estava com Jesus além do Jordão (Jo 11:16) e agora, naquele momento após a Ceia, quando Jesus instruía seus discípulos, lá estava Tomé perguntando: "Senhor, não sabemos para onde vais, como saber o caminho?" (Jo 14:5). Muitos não caminham com Jesus porque têm medo das situações, incompreesões ou por causa de seus questionamentos.
          Tomé não abandonou o grupo apostólico após seu encontro com Jesus, mas permaneceu em Jerusalém esperando o revestimento de poder (Lc 24:49). Ele consta da relação dos discípulos que aguardavam o Pentecostes (At 1:13). Sua presença alí atestava sua sinceridade em permanecer firme ao lado de Jesus. O evangelho de João nos apresenta a naturza corajosa de Tomé. Ele se destaca por sua palavra corajosa, diante das palavras dos discípulos: "Disse Tomé, chamado Dídimo, aos discípulos: Vamos nós também para morrermos com Ele" (Jo 11:16). Jesus havia se retirado da Judéia por causa da perseguição. Mas, diante da morte de Lázaro ele precisava regressar. Quando todos reprovam sua atitude, Tomé corajosamente diz: "Vamos nós também...". Em outras palavras ele dizia: "Vamos enfrentar a situação".
          Diante da notícia da ressurreição e do aparecimento do Senhor, Tomé duvidou (Jo 20:25). Tomé manifestou o outro lado se sua natureza: a incredulidade, que mais tarde foi tratada pelo próprio Jesus, quando disse-lhe: "... e não sejas incrédulo, mas crente" (Jo 20:27). Toda nossa incredulidade deve ser colocada diante do Senhor, como fez o pai do possesso (Mc 9:24).
          A confissão de Tomé foi profunda, ele não disse apenas uma palavra de cortesia, mas definiu sua declaração, dizendo: "Senhor meu..." (Jo 20:28). Era uma declaração de entrega total a Jesus. Quantos ainda hoje não fizeram esta declaração, alguns crentes nunca declararam o senhorio de Cristo em suas vidas. A confissão de Tomé vai mais além. Ele viu Deus em Jesus, compreendeu o que Jesus havia dito em João 14:9: "...quem vê a mim vê o Pai...". Há muitas "doutrinas" por aí ensinando erros grosseiros acerca da divindade de Jesus. O crente não conhece apenas o Filho, mas também o Pai e com ele se identifica (Rm 8:15). Por isso Tomé confessou: "...e Deus meu" (Jo 20:28). Quando confessamos Deus em nossa vida alcançamos o testemunho do Espírito Santo (Rm 8:16).
          Em Cristo,

                          Tarcísio Costa de Lima

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Nicodemos, o discípulo oculto

          O encontro de Jesus com Nicodemos nos ensina sobre a importância do novo nascimento como doutrina básica do cristianismo, sem nascer de novo ninguém pode entrar no reino de Deus. Este encontro é notável pelo fato de Nicodemos, mestre de Israel, tipificar o povo judeu envolvido pela ignorância espiritual e incapaz de entender a mensagem de vida eterna trazida por Jesus.
          O evangelho de João registra de forma singular o encontro do fariseu Nicodemos com Jesus, enfatizando sua necessidade espiritual (Jo 3:2). Nicodemos, mesmo sendo um discípulo oculto, revelou-se no momento de humilhação do Mestre, quando até os doze discípulos procuravam esconder-se, arriscando a própria vida naquele último serviço de amor (Jo 19:39). Os fariseus eram a seita religiosa mais numerosa, poderosa e influente dos dias de Jesus. Eles defendiam a rígida observância da letra e das formas da Lei, como também das tradições. Em geral eram conhecidos por sua cobiça e justiça própria (Mt 23:13). Nicodemos se destacava entre os demais por seu grande interesse em conhecer o Mestre vindo de Deus (Jo 3:2). Ele desejava convencer-se acerca do que ouvia falar de Jesus.
          A Bíblia destaca Nicodemos como um príncipe dos judeus (Jo 3:1). Ele era do partido mais ortodoxo dos judeus - os fariseus. Era membro do Sinédrio, o supremo conselho composto de setenta membros mais o sumo sacerdote. Não obstante tudo isto, Nicodemos estava preocupado com sua situação espiritual, por isso foi ter com Jesus (Jo 3:2). Mais tarde, Nicodemos saiu da sombra e defendeu Jesus diante deste Conselho (Jo 7:50-52).
          Jesus encerra seu discurso para Nicodemos dizendo: "Mas quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que as suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus (Jo 3:21). Nicodemos deu prova de que entendeu os ensinos de Jesus, pois após este encontro manifestou-se publicamente em defesa daquele que o ensinou o segredo para ser uma nova criatura (2ª Co 5:17).
          A morte de Jesus trouxe grande abatimento sobre os discípulos (Jo 16:20). Neste momento surgiram dois discípulos ocultos (Jo 19:38,39) que tomaram o corpo de Jesus, prepararam-o e em seguida o sepultaram. Nicodemos era um deles, levando uma grande quantidade de mirra e aloés para perfumar o corpo de Jesus. Nicodemos foi usado por Deus para que se cumprisse as Escrituras acerca de Jesus em Isaías 53:9. Deus tem sempre alguém para usar e cumprir seus propósitos em nossa vida.
          Nicodemos nos deixa um grande exemplo de que nossos conhecimentos acerca de Deus não representam nada quando nos encontramos com Jesus. Somente Cristo tem as palavras de vida eterna de que tanto precisamos para mudar nossa natureza má e perversa. Nicodemos teve esta grande oportunidade, ir encontrar-se com Jesus, o Filho de Deus, e ouvir dos seus lábios verdades espirituais jamais conhecidas pela religião. Nascer de novo foi e continua sendo a ordem imperativa do Senhor para todos que desejam entrar no reino de Deus (Jo 3:5).
          Em Cristo,

                           Tarcísio Costa de Lima

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Mateus o publicano

          Durante suas caminhadas pela Palestina, Jesus não ensinou apenas as multidões. Ele viu também pessoas que necessitavam de uma oportunidade de Deus em suas vidas. Isto aconteceu com Mateus que, sendo chamado por Jesus, resolveu seguí-lo, tornando-se um grande evangelista. Acusado por muitos e compreendido por poucos, Jesus amou os publicanos e chamou os pecadores ao arrependimento. A graça do Mestre alcançou Mateus que se tornou apóstolo e também o vaso que o Espírito Santo usou para nos trazer o Evangelho do Rei.
          Governada pelos romanos, a Palestina pagava altas somas de impostos, que eram cobrados pelos judeus que serviam aos interesses do invasor. Mateus era um desses cobradores. Tornou-se um publicano, um coletor de impostos para o governo romano, e por consequência foi afastado da sociedade judáica. A profissão de publicano entre os judeus era algo odioso, principalmente se fosse exercida por um judeu. Isto se devia ao fato de que os publicanos cobravam impostos dos judeus para o governo romano, um governo extrangeiro que dominava pela força. Mateus fazia parte deste grupo de coletores de impostos (Mt 9:9).
          Qualquer judeu que aceitasse o cargo de coletor de impostos, tornando-se um publicano, ficava proibido de entrar no templo e nas sinagogas, não sendo permitido exercer cargos nem ser aceito como testemunha nos tribunais de justiça. Tornava-se um pária, isto é, um excluido da sociedade. Os evangelhos mostram a maneira como os publicanos eram tratados pelos religiosos, pelo fato de sempre indagarem como Jesus podia aceitá-los e até comer com eles (Mt 9:11). Entretanto, o Filho de Deus explicava: "Não necessitam de médico os sãos, mas sim os doentes" (Mt 9:12). A religião os excluia, mas a graça de Deus os aceitava (Mt 9:13).
          A profecia de Isaías estava se cumprindo diante dos fariseus: "Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si..." (Is 53:4). Na casa de Mateus estava aquele que tinha poder sobre as enfermidades físicas e espirituais. Sua compaixão e seu amor não conheciam as barreiras sociais impostas pelos homens (Mt 4:23). Diante dos religiosos incrédulos e preconceituosos, Jesus disse: "Ide, porém, e aprendei o que significa: Misericórdia quero e não sacrifício..." (Mt 9:13). Ele estava ensinando uma grande lição de misericórdia, que era o que faltava aos fariseus. Jesus exerceu misericórdia com Mateus e com todos aqueles que se aproximaram dele pela fé (Mt 20:30-34).
          A salvação de Mateus, sua chamada para o apostolado, seu evangelho e sua vida nos animam a crer cada vez mais no poder salvador de Jesus Cristo. Jesus dirigiu-se a um homem rico, desprezado pelos de sua nação, mas precioso aos olhos de Deus. Mateus, apesar de publicano, foi encontrado pela Graça maravilhosa do Senhor e restaurado à condição de nova criatura. Creiamos pois nesta infinita Graça do Senhor e comuniquemos esta salvação a todos os perdidos (Rm 1:16).
          Em Cristo,

                          Tarcísio Costa de Lima

João, o apóstolo do amor

          Se quisermos aprender a essência da teologia, teremos que ler as cartas de Paulo. Se quisermos saber ética cristã precisaremos estudar o livro de Tiago, mas se quisermos aprender tudo sobre o amor, que é o âmago do cristianismo, temos que ler as Epístolas de João. Três dos doze apóstolos formaram o círculo íntimo de Jesus: Tiago, Pedro e João. Destes três ainda houve um que se aproximou mais do Senhor: João, o discípulo amado. Dessa comunhão íntima, dessa grande amizade, desse relacionamento de coração para coração, resultou uma belíssima vivência, um espírito sensível, um apóstolo do amor.
          Devido ao temperamento forte de João, Jesus o chamou de Boanerges, que significa: filho do trovão (Mc 3:17). Às vezes pensamos que Jesus salva somente as pessoas de temperamento manso. Nos enganamos, pois para se conquistar o Reino de Deus é preciso empregar força (Mt 11:12). Jesus sabe trabalhar e moldar qualquer tipo de temperamento (Jr 18:6). Jesus caminhava com seus discípulos pela Galiléia (Mc 9:30), quando João lhe disse: "Mestre, vimos um que em teu nome expulsava demônios o qual não nos segue; e nós lho proibimos, porque não nos segue" (Mc 9:38). Era a manifestação do entusiasmo exagerado de João que o levava a ser sectário, a ponto de proibir tal ação. Esqueceu-se porém que Deus não é limitado e que o Espírito Santo é soberano para usar àqueles que em nome de Jesus repreendem Satanás (Mc 16:17).
          O apóstolo João revelou suas características andando com Jesus. Numa aldeia de samaritanos, João disse: "Senhor queres que digamos que desça fogo do céu e os consuma, como Elias também fez?" (Lc 9:54). Ele disse isso porque os samaritanos não os receberam (Lc 9:53). Seu temperamento impulsivo o fez dizer tais palavras, que logo foram repreendidas por Jesus: "Vós não sabeis de que espírito sois" (Lc 9:55). A cada ação de João, Jesus tinha a oportunidade de trabalhar seu caráter e sua personalidade. Somente o Espírito Santo pode dominar nosso "eu", de forma a nos moldar para seu serviço.
          Jesus ensinou lições preciosas a cada discípulo, mas foi  João que se destacou no amor. O evangelho de João está repleto de fatos que demonstram o grande amor de Deus (Jo 3:16 ; 15:9 ; 17:26). João ouviu bem quando Jesus disse: "...e aprendei de mim..." (Mt 11:29), a partir daí ele se aproximou do Senhor para receber do seu amor e transmití-lo às gerações futuras (1ª Jo 3:16). João foi o discípulo de Jesus que teve a experiência de ir ao céu (Ap 4:1). Quando desterrado em Patmos, João teve a visão do Senhor (Ap 1:13-17). O Jesus que o amou e ensinou a amar, lhe disse: "Não temas; Eu sou o primeiro e o último" (Ap 1:17). Em seguida lhe revelou os mistérios de Deus através de um arrebatamento de espírito (Ap 4:2). Somente através do amor chegaremos às mansões celestiais. É necessário amar a Deus, ao próximo e aos nossos inimigos.
          Todo o ensino de João versou sobre o amor, o caminho mais excelente (1ª Co 12:31). Ele destacou o amor como o caminho para se conhecer a Deus (1ª Jo 4:8), e demonstrá-lo aos irmãos: "Amados, se Deus assim nos amou, também nós devemos amar uns aos outros" (1ª Jo 4:11). João diz que a razão de nosso amor a Deus é porque Ele nos amou primeiro (1ª Jo 4:19). O ensino do apóstolo do amor permanece como um farol iluminando nossos corações.
          Em Cristo,

                           Tarcísio Costa de Lima 

Pedro e a mudança de caráter

          Pedro tem sido um dos mais falados discípulos de Jesus por causa de suas muitas experiências ao lado do Mestre amado. Seu encontro com Cristo deu-se através de seu irmão André, que achando-o, levou-o a Jesus. A partir daí, Pedro, com seu caráter forte, imprimiu sua marca entre os demais apóstolos de Cristo. Estudar um pouco de sua vida nos influencia a viver os ensinos exarados em suas duas epístolas universais.
          Através de João Batista, André ouviu falar de Jesus e resolveu seguí-lo (Jo 1:40). O encontro com Cristo trouxe-lhe tanta alegria que ele ao encontrar-se com Pedro falou-lhe de forma gloriosa: "Achamos o Messias" (Jo 1:41). André não se calou diante de sua descoberta, mas comunicou a Pedro seu encontro pessoal com o Cristo. Todos nós, como André, devemos falar de Jesus, pois só Ele pode nos transformar (At 4:20).
          Ao encontrar-se com Jesus, Pedro recebeu muito do Senhor. Seu nome "Simão", que revela sua natureza impulsiva, foi trocado por Pedro: "Tu és Simão filho de Jonas, tu serás chamado Cefas (que quer dizer Pedro)" (Jo 1:42). Este novo nome prometia uma mudança de caráter, uma firme estabilidade, como uma pedra. A mudança de nome na Bíblia sempre está relacionada à transformação da natureza humana (Ap 2:17). Após o precioso encontro com Cristo, Pedro tornou-se seu discípulo, certamente acolhendo Jesus em sua casa (Lc 4:38). A experiência de Pedro com Jesus foi maravilhosa, pois viu a cura de sua sogra e de tantos outros enfermos, através das mãos do Senhor (Lc 4:39,40). A partir daí ele não tem mais dúvidas, está diante do Filho de Deus (Jo 6:69).
          É diante de Jesus e reconhecendo nosso estado que somos alcançados por sua graça, e isto aconteceu com Pedro. Naquele momento de espanto e temor, Jesus disse: "Não temas; de agora em diante serás pescador de homens" (Lc 5:10b). A mesma chamada aconteceu com Isaías (Is 6:5-8) e com Saulo, a caminho de Damasco (At 9:6). Se nos colocarmos diante do Senhor com temor (Sl 2:11), certamente receberemos dEle uma chamada especial para sua Obra (Lc 10:2).
          Após tantas experiências ao lado de Jesus, vendo-o crucificado e posteriormente ressuscitado, Pedro resolveu voltar a sua antiga profissão (Jo 21:3). Quando Deus tem uma obra conosco, o que fizermos fora de sua vontade será em vão, assim aconteceu com Pedro (Jo 21:3), com Jonas (Jn 1:7) e ainda acontece com todos que saem fora da vontade do Senhor (At 16:6,7). Pedro encontrou-se com Jesus de maneira inoportuna: "E, quando Simão Pedro ouviu que era o Senhor, cingiu-se com a túnica (porque estava nu) e lançou-se ao mar (Jo 21:7). Para um discípulo, separado para o apostolado, não era nada aceitável sua conduta. Pedro precisava de uma renovação espiritual, pois dias antes havia negado ao Senhor (Jo 18:17) e agora, abatido e triste, encontra-se com Jesus. O Senhor não lança em rosto sua negação, mas desafiá-o a amá-lo até o fim (Jo 21:18).
          Após o Pentecostes Pedro levanta-se como um verdadeiro líder (At 2:14). Ele não era mais o mesmo, pois fora transformado pelo poder do Espírito Santo (At 2:4). Diante do Sinédrio Pedro faz uma exposição: "Porque não podemos deixar de falar do que temos visto e ouvido" (At 4:20). A partir daí, Pedro torna-se grandemente usado pelo Senhor (At 5:15). Este mesmo poder transforma ainda hoje àqueles que o buscam em um verdadeiro e poderoso servo de Deus.
          Em Cristo,

                          Tarcisio Costa de Lima

terça-feira, 11 de maio de 2010

Simeão, homem temente a Deus

          Simeão tem sido até hoje um exemplo de homem de esperança. Israel já não esperava mais seu Messias prometido, certamente abatido pelas centenas de anos, pelas lutas e pelo silêncio da voz profética. Mas a Simeão foi revelado pelo Espírito que não morreria sem que seus olhos vissem a Redenção de Israel. Diante desta realidade espiritual, Simeão nunca se afastou do templo onde certamente se concretizaria a promessa divina.
          Ao lermos a Bíblia encontramos alguns personagens que foram declarados justos diante de Deus (Ez 14:14). Dentre tantos, encontramos Simeão: "...e este homem era justo..." (Lc 2:25). Por sua vida de santidade e consagração, Deus o via justo diante de si. O apóstolo Paulo escreveu aos Filipenses: "Seja a vossa justiça notória a todos os homens. Perto está o Senhor" (Fp 4:5). Que na sua vinda o Senhor nos encontre justos diante Dele (Rm 5:1).
          A Bíblia declara: "O temor do Senhor é o princípio da sabedoria..." (Pv 9:10). Simeão destacou-se por seu temor a Deus (Lc 2:25). Em sua simplicidade, Simeão era mais sábio que os eruditos de Israel, pois seu temor o fez esperar a cada dia no templo, lugar onde Jesus seria trazido para proceder conforme o uso da lei (Lc 2:23,24). A declaração bíblica a cerca de Simeão é enfática: "...e o Espírito Santo estava sobre ele" (Lc 2:25). Isto nos mostra a atuação do Espírito Santo antes do Pentecostes, ele se manifestava a alguns para uma missão especial. Hoje, o Espírito Santo está em nós, conforme a promessa de Jesus em João 14:17. Simeão era um homem com direção divina, não andava sem rumo: "E pelo Espírito foi ao templo" (Lc 2:27). O apóstolo Paulo escreveu: "Se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito" (Gl 5:25). Simeão teve esta gloriosa experiência: ser guiado pelo Espírito ao templo. Ainda hoje o Espírito Santo realiza esta tarefa, conduzir ao templo vidas que precisam de um encontro pessoal com Jesus.
          Foi um dia memorável para Simeão, ir ao templo movido pelo Espírito e encontrar-se com José e Maria (Lc 2:27). Estava diante de Simeão aquela que era bendita entre as mulheres (Lc 1:28). Nem por isso Simeão a adorou ou a reverenciou, mas olhou para Jesus, autor e consumador da fé (Hb 12:2). O mais importante não são os pais de Jesus, mas sim Jesus, o Filho de Deus (Jo 2:5). Antes do procedimento da lei (Lv 12:6-8), Simeão teve a honra de tomar Jesus em seus braços (Lc 2:28). Estava alí diante dele a Redenção de Israel, o prometido de Jeová (Is 9:6). Que dia feliz para Simeão, abraçar Jesus, recebê-lo e poder exaltar o precioso nome do Senhor (Sl 99:5). Nada há mais precioso nessa terra do que receber Jesus e sentí-lo junto a nós (Sl 73:28).
          Quem ao encontrar-se com Jesus não louvaria a Deus? Os anjos louvaram (Lc 2:13), os pastores de Belém louvaram (Lc 2:20), e Simeão também louvou ao Senhor: "Ele então o tomou em seus braços e louvou a Deus..." (Lc 2:28). O momento do encontro com Jesus levou Simeão a exaltar ao Senhor pelas profecias cumpridas (Gl 4:4) e a adorar a Deus pelo cumprimento da promessa de que ele viveria até ver o Messias (Lc 2:26).
          As profecias do Antigo Testamento já prediziam os sofrimentos do Messias (Sl 21:1,7,8,11-13,18-20). Diante de Maria, Simeão declarou: "E uma espada traspassará atua própria alma" (Lc 2:35). Ele falava acerca do sofrimento de Jesus no Calvário, quando Maria estaria participando de sua dor (Jo 19:25). Tudo isto se cumpriu para a veracidade das Escrituras (Jo 19:36). Mas , nem a morte e nem o inferno puderam resistir ao Filho de Deus; Jesus saiu triunfante (Ap 1:18). Simeão é o exemplo de uma pessoa humilde que soube esperar nas promessas de Deus. Seja assim!
          Em Cristo,

                          Tarcísio Costa de Lima

segunda-feira, 10 de maio de 2010

João Batista, o precursor de Jesus

          Em meio a sequidão espiritual, Deus enviou um homem para o deserto da Judéia, a fim de proclamar seu Reino com uma mensagem de arrependimento. Este homem era João Batista, o precursor de Jesus. Nascido de uma promessa, João Batista desempenhou um importante papel, despertou as multidões para a vinda do Messias, e ele mesmo o apontou dizendo: "Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo...". Ainda hoje Deus utiliza seus arautos para proclamar suas verdades divinas e despertar a igreja para a vinda gloriosa do Filho de Deus.
          O evangelista Lucas destacou de maneira sublime, e com detalhes, o nascimento de João Batista (Lc 1:13). E Deus, fiel à sua Palavra, a cumpriu no tempo determinado: "E completou-se para Isabel o tempo de dar à luz e teve um filho" (Lc 1:57). Vemos aqui, mais uma vez, a grande fidelidade de Deus para com seu povo e suas promessas (Sl 119:90).
          Por vezes, encontramos na Bíblia Deus agindo com os limites físicos do ser humano. Foi assim com Sara (Gn18:13), com Ana (1º Sm 1:20), com a Sunamita (2º Rs 4:14) e agora com Isabel (Lc1:7). Mas eis a palavra do anjo: "Porque para Deus nada é impossível" (Lc 1:37). Deus atua como quer, para engrandecer seu nome e manifestar sua glória entre os homens (Is 42:8). Através do profeta Isaías, Deus já havia falado acerca de João Batista: "Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor; endiretai no ermo vereda ao nosso Deus" (Is 40:3). Após quatro séculos, Deus cumpriu sua promessa (Lc 1:13,14). Não duvidemos jamais do poder de Deus, pois Ele vela por sua Palavra para a cumprir (Jr 1:12).
         Através de Moisés, Deus instituiu o nazireado (Nm 6:1-3), dando assim oportunidade aos homens e as mulheres de servirem ao Senhor (Nm 6:8). João Batista, um profeta de Deus, foi assim separado como nazireu (Lc 1:14). Para que possamos realizar a obra de Deus, precisamos também nos abster das obras da carne, a fim de agradar ao Senhor (Rm 8:8). A mensagem de João Batista consistia em arrependimento: "Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento..." (Lc 3:8). Ele era contundente com os hipócritas e pecadores de corações endurecidos. A mesma mensagem também foi pregada por Pedro no Pentecoste (At 2:38) e deve ser pregada pela igreja hoje.  Arrependimento é a parte do homem no plano da salvação, para isto Deus usa seu Espírito, que convence o homem do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16:8).
          João Batista teve o cuidado de esclarecer às multidões acerca de si mesmo, dizendo: "Eu não sou o Cristo" (Jo 1:20), e disse mais: "...aquele que vem após mim é mais poderoso do que eu..." (Mt 3:11). Com isto ele declarou sua humildade em ser apenas o precursor. Mais tarde, João viu a Jesus e declarou: "Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo" (Jo 1:29). Não temos que apresentar religião, nem denominação, mas Jesus, o Filho do Deus vivo (1ª Co 1:23).
          João Batista deixou-nos um grande exemplo: pregou todo o conselho de Deus, não se importando com a posição social de seus ouvintes, o povo, publicanos, militares, governantes e quem mais pudesse ouvir sua voz. A todos, dizia: "Arrependei-vos!". Que esta seja a mensagem da igreja hoje. O mundo precisa arrepender-se, antes que venha o grande e terrível Dia do Senhor (Ml 4:5). 
          Em Cristo,

                           Tarcísio Costa de Lima

O verdadeiro avivamento!

         Li e achei bastante interessante, por isso, postei:
 A Bíblia Sagrada é um livro de princípios, e estes devem ser considerados antes de qualquer análise de manifestações, independentemente das pessoas nelas envolvidas. E há vários princípios relacionados com o culto genuinamente pentecostal em 1ª Co 14.
          O propósito principal da manifestação multiforme do Espírito em um culto coletivo é a edificação do povo de Deus (1ª Co 14:4,5,12). Risos intermináveis e supostas quedas de poder edificam em quê? A faculdade do intelecto não pode ser desprezada no culto em que o Espírito Santo age (1ª Co 14:15,20). Ninguém genuinamente usado pelo Espírito deixa de raciocinar normalmente, em um culto coletivo a Deus. Isso, claro, segundo a Palavra do Senhor.
          Um culto a Deus não deve levar os incrédulos a pensarem que os crentes estão loucos (1ª Co 14:23). O que pensam os não-crentes que assistem a "cultos" disponíveis no YouTube, nos quais vemos pessoas caindo no chão, rindo sem parar, rosnando e rolando umas sobre as outras?
          O culto coletivo deve ter ordem e descência; tudo deve ocorrer a seu tempo: louvor, exposição da Palavra, manifestações do Espírito (1ª Co 14:26-28,40). Um culto que não tem ordem nem descência é dirigido pelo Espírito? Num culto genuinamente pentecostal deve haver julgamento, discernimento, a fim de se evitar falsificações (1ª Co 14:29). Leia também 1ª Co 2:15 e 1ª Jo 4:1.
          Haja vista o espírito do profeta estar sujeito ao próprio profeta, é inadmissível que aconteçam manifestações consideradas do Espírito Santo em que pessoas fiquem fora de si (1ª Co 14:32). O Deus que se manifesta no culto coletivo não é Deus de confusão, senão de paz (1ª Co 14:33). Quando um show-man derruba pessoas carentes de uma benção ou os seus supostos opositores com golpes de seu "paletó mágico", além da confusão que se instala no "culto", tal atitude não é nada pacificadora. E quem recebe a glória, indutivamente, é o próprio show-man.
          Se alguém cuida ser profeta ou espiritual, deve reconhecer os mandamentos do Senhor (1ª Co 14:37). O leitor está disposto a submeter-se aos mandamentos do Senhor? Ou é daqueles que, irresponsavelmente, dizem: "Não podemos limitar Deus. Ele sempre faz coisas novas". Mas, então, para que serve a Bíblia, para nada? Não é ela a nossa fonte máxima de autoridade? Perderam as Escrituras a primazia? Não são mais a nossa regra de fé, de prática e de vida? Galatas 1:8 perdeu a validade?
          Diante desses princípios, não há como considerar o "cair no Espírito" e a "unção do riso" como manifestações genuinamente do Espírito Santo!
          Não nos enganemos. O verdadeiro avivamento só ocorre quando há submissão à Palavra de Deus e ao Deus da Palavra.
          Em Cristo,

                          Tarcísio Costa de Lima

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Pastora: existe apoio bíblico?

          Estava trabalhando quando minha irmã em Cristo, Marise, ao longo de uma agradável conversa sobre o evangelho, me preguntou: "Pastor, a mulher pode ser ungida a pastora? Tem apoio bíblico?". Resolvi, então, escrever este artigo para minha amiga e irmã Marise e para todos aqueles que se interessarem, tendo a preocupação de expor uma exegese bíblica responsável.
          Nesses dias atuais, está em foco um tipo de exegese que procura a todo custo apresentar apoio bíblico para o que já está em uso. Exemplo: há danças em várias igrejas e "pastoras" em várias denominações, então procuram referências bíblicas que as autorizem. Este artigo é uma exegese (interpretação) bíblica, imparcial, para quem deseja andar conforme o estabelecido por Deus, e não através do que homens e mulheres convencionam.
          Comecemos pela submissão: muitos homens devem reconsiderar sua opinião acerca das mulheres, pois no meio religioso sempre sofrem descriminação. Muitas mulheres cristãs têm dificuldade com o ensino bíblico da submissão porque seus maridos são autoritários e se consideram superiores a elas, não respeitando a sua sensibilidade. No verdadeiro cristianismo, não existe espaço para machismo e tão pouco para feminismo, movimentos extremados que não reconhecem a verdadeira posição do homem e da mulher na sociedade. O machismo considera a mulher inferior, já o feminismo trata o homem como um demônio. Mas, no Corpo de Cristo, há lugar para homens e mulheres, desde que reconheçam, à Luz das Escrituras, a sua posição.
          Paulo compara a submissão da mulher à sujeição de Jesus a Deus Pai (1ª Co 11:3). Tanto o Deus Filho quanto o Deus Pai pertecem à Trindade, sendo iguais em poder (Mt 28:19 ; Jo 10:30). Todavia, Cristo, submete-se voluntariamente recebendo do Pai toda honra (Fp 2:5-11). Então Paulo ensina: "...assim como a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo sujeitas as seus maridos" (Ef 5:24). E Cristo não obriga ninguém a obedecê-lo (Lc 9:23 ; Tg 4:8).
          Segundo a Bíblia, a relação entre homem e mulher deve ser, antes de tudo, de respeito mútuo (1ª Co 7:3-5). Deus formou Eva a partir de uma das costelas de Adão (Gn 2:18-22) para demonstrar que a mulher não deve estar nem à frente nem atrás, mas ao lado do homem, como ajudadora. E ser ajudadora não é ser inferior, pois o próprio Deus é o nosso Ajudador (Hb 13:5,6).
          Na Palavra de Deus não há espaço para o igualitarismo feminista, porém a Bíblia também não diz que a mulher é inferior ao homem. Ela é o "vaso mais fraco" (1ª Pe 3:7). Quer dizer, mais frágil, mais sensível, por isso, deve ser amada e honrada pelo marido (Ef 5:25-29). O princípio que deve prevalecer é o da prioridade, e não o da superioridade (1 Tm 2:13).
          Na Bíblia a única pastora mencionada é Raquel, uma pastora de ovelhas, rebanho de seu pai (Gn 29:9), nada tendo haver com ministério pastoral. Os defensores da ordenação feminina citam como exemplo a valorosa cooperadora de Paulo e esposa de Áquila, chamada Priscila (At 18:26). Mas tudo não passa de conjectura, haja vista não haver nenhuma referência que confirme seu apostolado.
          Na igreja primitiva, as mulheres se ocupavam da oração (At 1:14) e do serviço assistencial (At 9:36-42 ; Rm 16:1,2). E algumas se notabilizaram como fiéis cooperadoras de Paulo, como Febe, Trifena, Trifosa, etc. (Rm 16). Não há nenhuma referência às mulheres exercendo atividades pastorais. Na escolha dos primeiros diáconos, que poderiam vir a ser ministros, caso tivessem chamada de Deus para tal e servissem bem ao ministério (Hb 5:4 ; 1ª Tm 3:13), os apóstolos disseram: "Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete varões..." (At 6:3). No primeiro Concílio, em 52 d.C., os rumos da igreja foram traçados por homens (At 15). Em Apocalípse 2 e 3, são mencionados os pastores das igrejas da Ásia.
          Como se vê, apesar de toda a polêmica em torno desse assunto, a Bíblia é clara. Embora as mulheres tenham importante papel ao longo das páginas do Novo Testamento (Mt 1:3,5,6,16 ; Lc 8:1-3), Deus conferiu aos homens, em regra geral, o exercício da liderança eclesiástica (Ef 4:8-11).
          Em Cristo,

                           Tarcísio Costa de Lima