segunda-feira, 11 de abril de 2011

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                         Tarcísio Costa de Lima

sexta-feira, 4 de março de 2011

Cuidado com a INTERPRETAÇÃO BÍBLICA! parte 2

Se cada texto do Sagrado Livro possui apenas um único sentido, como descobrir se este é literal ou alegórico? E, o que fazer para não confundir interpretação com aplicação? Primeiramente, devemos saber que todo texto bíblico é literal, a menos que o contexto prove o contrário.

O que é contexto?
O contexto é formado pelos textos (versículos, capítulos ou livros) anteriores e posteriores à passagem em estudo, podendo ser imediato ou abrangente. Enquanto não ultrapassa o limite de um livro, o contexto é chamado de imediato.
No caso do texto áureo da Bíblia, João 3.16, o contexto imediato é formado por todos os versículos do capítulo ou, em uma análise mais ampla, por todos os capítulos do livro. Já o contexto abrangente pode ser remoto, englobando uma porção maior de passagens paralelas. Em resumo, o contexto da passagem em questão abarcaria: ou parte do capítulo, ou o capítulo todo, ou parte do livro, ou o livro todo, ou os quatro Evangelhos, ou todo o Novo Testamento, ou, em última análise, toda a Bíblia!

Os Dez Mandamentos

Um dos versículos mais citados pelos advogados da doutrina da maldição hereditária é Êxodo 20.5: “... sou Deus zeloso, que visito a maldade dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem”. Recorrendo ao contexto imediato, descobrimos que essas palavras foram dirigidas exclusivamente aos israelitas (vv.1,2). Conquanto os próprios versículos do capítulo sejam suficientes para refutar a tal falsa doutrina, poderíamos lançar mão, ainda, do contexto abrangente (Ez 18.4,17,20; 2 Co 5.17).
Baseando-se no mesmo capítulo 20 de Êxodo, alguns teólogos ensinam que devemos guardar o sábado (v.8). Como já vimos, o contexto imediato mostra que o texto aplica-se ao povo de Israel. Ademais, se fizermos uma análise contextual abrangente, encontraremos duas fortes razões para não guardar o sábado:
1) O Antigo Testamento confirma que a guarda do sábado devia ser observada somente pelos israelitas (Êx 31.16; Dt 5.15; Ez 20.12-20). E isso, para eles, implicava realizar todos os rituais reservados para o dia de sábado, inclusive os holocaustos (Nm 28.9,10). Eles sabiam também que a guarda do sábado era apenas um dos muitos mandamentos contidos na lei (Gl 3.10).
2) No Novo Testamento, vemos que Cristo pôs fim à dispensação da lei e inaugurou o Tempo da Graça (Lc 16.16; Rm 10.4; Jo 1.17). Hoje, temos domínio sobre o sábado (Mc 2.27) e não precisamos guardar dias, meses e anos (Gl 4.9,10; Cl 2.16). Na atual dispensação, somos justificados pela fé em Cristo (At 13.39; Rm 3.20; Gl 2.16).
Exige-se, por conseguinte, de um bom intérprete das sagradas letras que ele seja, antes de tudo, um assíduo leitor da Palavra de Deus. Afinal, como poderá recorrer ao contexto remoto, se não conhecer a Bíblia de forma global? A leitura constante e seqüencial (livro por livro) faz com que o estudioso grave em sua mente um panorama geral dos acontecimentos bíblicos, facilitando a análise contextual.

Cuidado com a INTERPRETAÇÃO BÍBLICA!

A Bíblia tem sido muito mal utilizada em nossos dias...


Basta surgir uma manifestação ou inovações, que logo aparecem “teólogos” e “hermeneutas” apresentando textos supostamente comprobatórios de tais modismos. Há pregadores usando Gênesis 18.12 para defender a chamada “unção do riso”; Isaías 5.29 para afirmar que o crente pode “rugir como leão”; Amós 4.6 para tornar bíblico o fenômeno dos “dentes de ouro”, etc.
Para compreender e interpretar corretamente a Palavra de Deus é necessário, antes de tudo, ser um verdadeiro servo de Jesus, espiritual (1 Co 2.14-16). Entretanto, a despeito de este fator ser primordial para o entendimento das revelações do Senhor (Mt 13.11), a falta de conhecimento das regras básicas da exegese bíblica tem levado muitos ensinadores da atualidade a interpretações equivocadas, desprovidas de bases contextual, teológica e histórica. Evidencia-se, a cada dia, que obreiros sinceros, mas despreparados ou mal-informados, usam a Escritura como uma mera comprovadora de ensinamentos.
A Palavra de Deus alerta: “Sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação” (2 Pe 1.20). Nesta passagem, o apóstolo Pedro deixa claro que cada texto sagrado possui um único significado dentro do contexto.

Interpretação e aplicação

Antes de prosseguir, é importante diferençar interpretação de aplicação. A primeira visa a descobrir o único e verdadeiro significado de uma passagem bíblica, revelando o que o autor desejou transmitir. Já a aplicação é uma ênfase dada pelo pregador ou ensinador no momento da exposição bíblica. Segue-se que a aplicação não deve ser utilizada para a criação de doutrinas, pois não incorpora o verdadeiro significado de uma passagem.
O trecho de Lucas 10.25-37 nos oferece um bom exemplo. Na parábola em questão, Jesus enfatiza o amor para com o próximo, deixando claro o significado do texto: assim como o samaritano ajudou o homem atacado por salteadores, o cristão deve ter compaixão do próximo. Alguns pregadores, porém, dão a essa passagem outra denotação. Apresentam a parábola como uma representação da obra redentora de Jesus (o “Bom Samaritano”), fazendo, assim, uma aplicação diferente.
Ninguém está proibido de fazer aplicações bíblicas. Todavia, ao se valer dessa prática, o pregador precisa ter alguns cuidados. Em primeiro lugar, deve estar ciente de que está aplicando e não interpretando, pois muitos não sabem diferençar uma coisa da outra. Além disso, a aplicação deve ser feita de um modo que o público não a assimile como sendo a interpretação real da passagem.
Expoentes renomados costumam confundir aplicação com interpretação. Uma prática comum é a “espiritualização” de parábolas e de promessas ou mandamentos de ordem física dados exclusivamente ao povo de Israel, aplicando-os às situações de nossos dias. Tal recurso, conquanto seja válido na pregação, se torna perigoso por violar a intenção do autor, abrindo precedentes negativos no âmbito exegético.
Certo pregador, ao discorrer sobre o texto de João 15.1, usou uma aplicação no mínimo desastrosa. Segundo ele, uma vez que Cristo é a videira, e as videiras são parte da criação de Deus, segue-se que Cristo foi criado! Outro expositor, ao relatar a parábola dos dois filhos (Lc 15.11-32), concluiu que, como o filho mais novo se arrependeu e retornou à casa do pai sem o auxílio de um mediador, o homem não precisa de Jesus para se chegar a Deus!
Esses exemplos de aplicações infelizes nos levam a entender o quanto é importante saber que qualquer texto bíblico possui apenas uma significação. Se admitirmos que um trecho da Escritura Sagrada pode ter mais de um significado, franquearemos o caminho para todo o tipo de interpretação errônea. O objetivo do estudioso da Bíblia é entender a mensagem que o autor do livro, na época, quis transmitir àqueles a quem escreveu.

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Uma vez salvo, salvo para sempre?

A salvação ocorre pela graça de Deus. Mas fomos salvos pela graça para as boas obras (Ef 2.8-10). Tiago, ao contrário do que muitos pensam, estava de acordo com Paulo quanto à necessidade de o cristão verdadeiramente salvo demonstrar que é salvo pelas suas boas obras.

É preciso observar que a nossa salvação envolve três tempos e três aspectos. No passado, fomos justificados, santificados e regenerados (aspecto posicional). No presente, devemos operar a nossa salvação com temor e tremor (Fp 2.12), seguindo a paz com todos e a santificação (aspecto progressivo), sem a qual ninguém verá o Senhor (Hb 12.14). No futuro, nossa salvação será a glorificação (aspecto perfectivo); seremos libertos da presença do pecado, e não apenas de seu domínio.
Portanto, quem é salvo, hoje, deve continuar, permanecer salvo, em Cristo (1 Co 15.1,2; Ap 3.11). É um erro pensar que não é preciso fazer mais nada, depois de salvo. O salvo que se preza é mais salvo, a cada dia, posto que está mais próximo de sua glorificação (Rm 13.11).
Indubitavelmente, a salvação é pela graça, segundo a Bíblia (cf. toda a Epístola de Romanos). Por outro lado, é simplismo pensar que uma vez salvo, ainda que pela graça, salvo para sempre. Pela sua graça, Deus dá o que não merecemos, mas Ele só me deu a salvação porque eu a quis receber. Deus mesmo me capacitou para aceitá-la; deu-me a fé (Ef 2.8,9) e a possibiliade de arrependimento (At 11.18; Rm 2.4), a fim de que eu receba livremente a salvação.

A graça de Deus não exclui a minha escolha. Se qualquer salvo escolher “naufragar na fé” (1 Tm 1.19,20), ou apostatar (1 Tm 4.1), ou desviar-se, como fez Judas (At 1.25; 2 Pe 2.1,20-22), com certeza abrirá mão da preciosa salvação pela graça. Ninguém resolverá negar a Cristo na eternidade, pois estaremos em outra dimensão, glorificados (Rm 13.11; Fp 3.13,14). Estaremos libertos da presença do pecado, e não apenas de seu poder.
Não devemos permitir que a lógica humana nos impeça de pensar biblicamente (1 Co 2.14,15) e de considerar todo o desdobramento da doutrina da salvação, que abrange passado, presente e futuro. O homem possui, sim, a livre-vontade e pode rejeitar a obra de Cristo realizada na cruz. Por isso, Deus amou o mundo de tal maneira, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna (Jo 3.16). Deus é poderoso para nos guardar de tropeçar, desde que permaneçamos em Cristo (Jo 10.27,28).
O que o irmão entende por apostasia? Trata-se do abandono consciente da salvação — ou seja, é mais que heresia. Somente o crente, salvo, pode apostatar! O ímpio não tem do que se desviar, conscientemente, mas o salvo tem (1 Tm 4.1). Pode ser um equívoco pensar que uma vez salvo posso fazer o que quiser, mas é exatamente isso que fazem alguns dos que se apegam à máxima “Uma vez salvo, salvo para sempre”.
Deus sempre quis que todos se salvassem (1 Tm 2.4) e não tiraria a salvação de ninguém, posto que é misericordioso. Reitero que Ele não tirou de Esaú o direito à primogenitura. Mas Esaú a perdeu! Por quê? Porque foi profano. O próprio Inferno foi preparado para o Diabo e seus anjos (Mt 25.41), numa prova de que Deus não deseja que os seres humanos vão para lá, porém muitos homens irão para o Lago de Fogo (Ap 20.21.8; 22.15). E não irão para lá por não terem sido alcançados pela graça de Deus, e sim porque serão “julgados cada um segundo as suas obras” (Ap 20.13).
Quem é salvo pela graça de Deus é participante da natureza divina quanto aos atributos comunicáveis da deidade (2 Pe 1.4-9), e essa natureza clama por santidade, e não por pecado (Gl 5.22; Cl 3.1-17). Sem dúvidas! Mas isso é apenas o aspecto posicional da nossa salvação.
Há uma luta dentro de nós: a natureza carnal se levanta contra a espiritual (Gl 5.16-21). Quem prevalecerá? Dependerá de quem a prevalecência do homem regenerado? É preciso levar-se em conta os aspectos progressivo (no presente) e perfectivo (no futuro). Fomos salvos, estamos salvos e devemos permanecer salvos! Isso à luz da Bíblia (1 Co 15.1,2; Ap 3.11 [aqui não se trata de galardão, pois o verbo “ter” está no presente]; Mt 24.13; Ap 3.5, etc.).
O salvo pela graça caminha para glorficação (Ef 4.11-15), e não para a corrupção do pecado. Mas o salvo não é um robô programado para progredir por conta própria, a cada dia! Ele precisa crescer na graça e conhecimento (2 Pe 3.18), e isso depende de sua cooperação (Fp 2.12). Paulo foi chamado desde o ventre de sua mãe, mas não foi desobediente à visão celestial (At 26.19). A Bíblia diz para nos achegar-nos a Deus (Tg 4.8; 1 Pe 2.4). Ele faz a sua parte, porém temos de fazer a nossa (Ez 24.13).
Deus nos concede graça para perseverarmos até aquele grande Dia. No entanto, o Senhor Jesus nos manda vigiarmos para continuarmos em pé (Lc 21.36). E a Palavra de Deus menciona pessoas que cairão e irão para o Inferno (Mt 7.21-23).
Portanto, a salvação é pela graça, sem dúvidas. Mas precisamos atentar para textos como 1 Coríntios 15.1,2: “Também vos notifico, irmãos, o evangelho que já vos tenho anunciado; o qual também recebestes, e no qual também permaneceis, pelo qual sois salvos se o retiverdes tal como vo-lo tenho anunciado; se não é que crestes em vão”.
Em Cristo,

                 Tarcísio Costa de Lima

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

O verdadeiro cristianismo!

Se fizermos uma análise versículo por versículo, frase por frase, palavra por palavra, de Hebreus 13, teremos, sem exagero, uma manancial, um tesouro, à nossa disposição. Arrisco-me a dizer que esse único capítulo é o suficiente para a preparação de um livro contendo, pelo menos, dez mensagens repletas de lições para a vida cristã com muitos pormenores.

Mas, neste artigo, gostaria apenas de apresentar uma reflexão a respeito de seis coisas que os seguidores do cristianismo verdadeiramente cristão não podem esquecer ou ignorar — e todas elas estão em Hebreus 13.
Hospitalidade (v.2). O autor de Hebreus assevera que não devemos nos esquecer da hospitalidade. E ele menciona uma razão para fazermos isso: “alguns, praticando-a, sem o saber acolheram anjos” (ARA). Pense no que significa ser hospitaleiro. Tratar bem os amigos é fácil. E, quando temos de ser hospitaleiros com quem não conhecemos? Sofremos, ao fazer isso. No entanto, Deus muitas vezes usa esse tipo de circunstância para nos abençoar. Não foi isso que aconteceu com a viúva que ajudou Elias? E o que dizer do personagem bíblico mais famoso do momento, Zaqueu? Já imaginou se ele dissesse a Jesus: “Na minha casa, não! Minha mulher não vai gostar de receber uma visita inesperada”?
Presos (v.3). Sejamos sinceros: Qual cristão, incluindo eu e você, caro leitor, costuma se lembrar dos presos, dos encarcerados? Alguém se lembra do maníaco do parque, que estuprou e matou inúmeras jovens? E daquela jovem paulistana que planejou e executou o assassinato dos pais? Posso ser sincero? Quando eu me lembro desses presos “famosos” (na verdade, afamados), não lhes desejo, no meu íntimo, boas coisas. Mas o texto bíblico de Hebreus 13 diz: “Lembrai-vos dos encarcerados, como se presos com eles” (ARA). Meu Deus, que difícil recomendação da sua Palavra! Como eu preciso melhorar!
Maltratados (v.3). A ARC diz “Lembrai-vos dos... maltratados”, e a ARA: “Lembrai-vos... dos que sofrem maus tratos”. E acrescenta: “como se, com efeito, vós mesmos em pessoa fôsseis os maltratados”. Gostamos de lembrar apenas de coisas boas, que nos trazem satisfação. Ninguém gosta de lembrar, por exemplo, de um morador de rua, maltratado pela vida ou pelas más escolhas que fez. Os espíritas dizem: “Ele está sofrendo, mas é o seu karma”. E alguns evangélicos, conquanto iluminados pelo Espírito, se dão ao luxo de afirmar, sem nenhuma compaixão: “Deus sabe por que esse homem está sofrendo; trata-se de um miserável pecador, um vaso da ira”. Ah, como o nosso cristianismo seria realmente cristão se aprendêssemos a ser “bons samaritanos”!
Pastores (v.7). Nunca os pastores foram tão desrespeitados. Hoje, ser pastor não significa muita coisa, sobretudo na blogosfera em parte cristã! É claro que há falsos obreiros, aos quais convém mesmo “tapar a boca” ou refutar segundo a Bíblia (Tt 1.10,11). Mas não são muitos os cristãos que atentam para a seguinte recomendação: “Lembrai-vos dos vossos pastores, que vos falaram a palavra de Deus, a fé dos quais imitai, atentando para a sua maneira de viver” (ARC). Esse respeito aos pastores (“guias”, ARA) não é por causa do título que eles possuem, e sim porque foram chamados e ungidos pelo Senhor. E quem se levanta contra eles — no caso dos verdadeiros, é claro — está se levantando contra quem?
Beneficência (v.16). O texto diz: “E não vos esqueçais da beneficência” (ARC). Beneficência é o amor em ação; é a prática do bem. Afinal, o amor só é amor quando em ação. Se alguém diz “Eu amo a Palavra”, mas nunca medita nela, que tipo de amor é esse? Por isso, o salmista, ao falar do seu amor para com a Lei do Senhor, afirmou que ela era a sua meditação em todo o dia (Sl 119.97). E o que dizer do amor a Deus e ao próximo? E o que dizer do amor aos inimigos? A Bíblia não diz que devemos fazer bem a todos? Essa última pergunta é retórica; traz em si mesma a resposta de que devemos amar e fazer o bem (amor em ação) até aos nossos inimigos (Rm 12.20). Estamos dispostos a isso? Ou queremos vê-los arrasados, prostrados, enquanto cantamos: “Tem sabor de mel, tem sabor de mel, a minha vitória hoje tem sabor de mel”?
Comunicação (v.16). “Não negligencieis igualmente... a mútua cooperação” (ARA), diz o autor de Hebreus. E acrescenta que Deus se compraz com esse tipo de sacrifício. Ser um cooperador, um ajudador, alguém que comunica alguma coisa a alguém, seja um dom espiritual, seja uma ajuda material, significa se sacrificar pelo próximo! Mas, quem hoje está disposto a sofrer, a se sacrificar, por alguém que não seja um parente, como filhos, netos, esposa, pais?
Enfim, correr atrás de trio elétrico dizendo que está evangelizando os foliões é fácil. Escrever belos textos para a blogosfera em parte cristã, pelos quais expomos o nosso pensamento e refutamos isso e aquilo, também não é tão difícil. Mas, e viver o cristianismo verdadeiro, o cristianismo realmente cristão, que não se esquece da hospitalidade, dos encarcerados, dos maltratados, dos pastores, da beneficência e da mútua cooperação?
Lamento, mas o cristianismo realmente cristão é para quem deseja ter a Bíblia como a sua regra de fé, de prática e de vida. E é isso que eu desejo, embora reconheça, humildemente, que ainda não o tenha alcançado...
Em cristo,

              Tarcísio Costa de Lima

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Daniel e o período interbíblico!

Em Daniel 11, encontramos a síntese da história bíblica, abrangendo os 400 anos decorridos desde a profecia de Malaquias até à vinda de Cristo, que são conhecidos como Período Interbíblico. Vemos o futuro imediato e distante de Israel em relação às nações vizinhas, ligado principalmente ao "tempo de angústia de Jacó" (Jr 30:7). Os 45 versículos do capítulo 11 de Daniel cobrem quase 500 anos de história bíblica: de Ciro, o Persa, ao final da independência do reino de Israel sob os macabeus, em 63 a.C., quando Roma assumiu o controle dessa nação.
Em Daniel 11:21-35 encontramos a referência de "... um homem vil" (Dn 11:21). Este é Antíoco Epifânio. Este monarca foi, em sua geração, uma figura do verdadeiro anticristo, "... o homem do pecado, o filho da perdição" (2ª Ts 2:3).
Antíoco Epifânio foi o grande perseguidor dos judeus na Palestina. No seu governo houve a revolta dos macabeus. Este "homem vil", do texto em foco, foi o homem mais desprezível narrado nas profecias de Daniel. Dez versículos do capítulo 11 são reservados para a descrição dele. Saíram dele "uns braços" que profanaram o santuário, e tiraram o contínuo sacrifício estabelecido pela lei cerimonial (Dn 11:31). Este homem obteve a coroa por astúcia e por "engano". Ele é o pequeno chifre descrito em Daniel 8.
Com a ascensão de Antíoco Epifânio, teve início uma das mais sombrias épocas da história judáica. Onias exercia o sacerdócio em Jerusalém quando Epifânio começou a reinar. Epifânio vendeu o cargo de sumo sacerdote ao irmão de Onias, por 360 talentos. O usurpador colaborou com Antíoco em seu esforço de impor a cultura e religião grega aos judeus. Os velhos costumes hebreus e suas práticas religiosas foram desestimulados; judeus foram enviados a Tiro a fim de tomar parte nos jogos em homenagem ao deus pagão Hércules, e, em seu altar eram oferecidos sacrifícios. Antíoco Epifânio voltou à Jerusalém, sitiou e tomou a cidade, massacrando 40 mil judeus. Desprezando a tradição judáica, entrou no Santo dos Santos, sacrificou uma porca sobre o altar, e espargiu o sangue sobre o edifício. Por sua ordem o Templo passou a ser templo do Zeus Olímpio; proibiram-se culto e os sacrifícios judáicos foram substituídos pelos ritos pagãos. Proibiu-se a circuncisão, e a mera posse de uma cópia da Lei se tornou ofensa punível com a morte.
Antíoco Epifânio conquistou tudo o que desejava o seu coração (Dn 11:22). A única nação que sempre apresentava resistência era o Egito. Então, com astúcia, fingiu um "concerto" com o sobrinho de Ptolomeu Filoparter, e depois deste trabalho de paz (fingido), veio "caladamente como uma inundação" e tomou os "lugares mais férteis da província". Depois se revoltou também contra o "príncipe do concerto".
Antíoco fez uma aliança com o monarca egípcio, mas sem a mínima intenção de observá-la (Dn 11:23). Depois de ter ganhado a inteira confiança de Ptolomeu Filoparter, veio "caladamente" com pouca gente e traiu a Ptolomeu e sua gente. Nesta investida contra o reino do Sul (Egito), ele teve êxito total. O historiador judeu Flávio Josefo diz que ele teve plano, nesta sua investida, para tomar outras cidades. Porém, o Senhor Deus, a quem ele tanto tinha desafiado, interveio contra a sua obstinada tirania.
Em Cristo,

                Tarcísio Costa de Lima  

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Daniel e sua intimidade com Deus!

Daniel 10 faz parte da última visão que Deus deu ao profeta, cobrindo os capítulos 10, 11 e 12. A visão foi dada dois anos após o retorno dos judeus à Palestina. Os três capítulos finais de Daniel revelão a culminância da crescente experiência do profeta e sua vida de intimidade com Deus. O profeta Daniel teve experiências espirituais sempre crescentes. Assim deve ser a nossa vida espiritual, sempre abundante, sempre em franco crescimento: "Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor" (1ª Co 15:58).
Há um Deus no céu que pode revelar o futuro, bem como qualquer assunto que for da Sua vontade. Uma palavra revelada do céu é sempre algo maravilhoso, certo e infalível. Deus revelou para Daniel o que haveria de acontecer nos "últimos dias" (Dn 10:1).
A razão do lamento e retraimento acompanhado de jejum, é que Daniel, como patriota e membro da nação eleita, preocupava-se com o futuro do seu povo. Por volta do terceiro ano de Ciro, a obra iniciada, de reconstrução do templo, fora embargada (Ed 1-3 ; 4:4,5). A perseverança de Daniel na oração e no jejum por 21 dias ocasionou a resposta divina (Dn 10:12). Assim, vemos que nossas orações também são ouvidas no céu (Jr 33:3).
A visão profética descreve os acontecimentos que levariam Antíoco Epifânio à ascensão. Tal governante, mais tarde, profanaria o templo do Senhor (Mt 24:15). A Pérsia teria mais três reis: (530-522 a.C.), Pseudo-Esmérides ou Gaumata (522 a.C.) e Dario (522-486 a.C.). Ainda vemos o quarto rei, que iria guerrear contra a Grécia. Daí, se observa que não se vê mais citação histórica da Pérsia, apesar de ainda continuar, à época, como uma potência mundial. "O que os pecadores mais temem não é a morte, e, sim, a presença revelada de Deus" - quem afirma é o teólogo Swete. Em toda a extensão das Escrituras Sagradas, vemos pessoas que foram possídas de temor diante de grandes visões: Abraão (Gn 15:1-12); Moisés (Ex 3:1-6); Zacarias (Lc 1:11,12), entre outros.
Quando o anjo tocou (Dn 10:18), Daniel sentiu conforto, paz e ânimo. Deixe Deus te tocar hoje, agora, e, sinta Seu poder restaurador. Imediatamente Daniel ouviu a voz do mensageiro do Senhor, e respondeu: "Fala, meu Senhor, porque me confortaste" (Dn 10:19). Ainda hoje, a Palavra de Deus nos conforta e fortalece (Ne 6:9 ; Sl 119:28).
Em Cristo,

                Tarcísio Costa de Lima

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

As setenta semanas de Daniel! 2ª parte

Um exame cuidadoso da passagem de Daniel 9:24-27 mostra que as semanas estão divididas em três grupos. Esses são: 7 semanas = 49 anos; 62 semanas = 434 anos; 1 semana = 7 anos. Comparando-se Apocalípse 12:6 com 13:5 se vê que o ano bíblico ou profético é de 360 dias, pois 1.260 dias (Ap 12:6) dá 31/2 anos de 360 dias, ou 42 meses de 30 dias cada (Ap 13:5).
O primeiro grupo de semanas: 7 semanas é igual a 49 anos (Dn 9:25). Este período começou com a expedição do decreto da reconstrução de Jerusalém, baixado em 445 a.C. por Artaxerxes, conforme Neemias 2. Neemias foi comissionado pelo rei para executar esse ato. Esta parte da profecia cumpriu-se com a restauração de Jerusalém no fim dos 49 anos correspondentes às 7 "semanas". Com isso chega-se ao ano 397 a. C.
O segundo grupo: 62 semanas corresponde a 434 anos (Dn 9:25,26). Aquí está incluído o período interbíblico entre Malaquias e Mateus. Nele também o Messias vem ao mundo e é morto. Pouco depois a cidade de Jerusalém é destruída e há guerras "até o fim". Esse "fim" refere-se ao final do tempo das 70 semanas, a saber, a última delas que tratarei em seguida.
O terceiro grupo: 1 semana é igual a 7 anos (Dn 9:27). Esta última semana não segue imediatamente às 69. Com a rejeição do Messias pelos judeus e a expulsão da sua terra, um intervalo de acontecimentos é destacado no tempo. A Igreja é formada, edificada e arrebatada antes que comece esta última semana de 7 anos. Após as 69ª semana o tempo profético ficou suspenso para Israel até que ocorra a "plenitude dos gentios" (Rm 11:25). Trata-se da igreja. Após o arrebatamento desta, terá início a 70ª semana - os 7 anos em que terá lugar a tribulação, descrita em detalhes em Apocalípse capítulos 6 a 18. Após o arrebatamento da igreja terá lugar esta última "semana", a qual abrangerá o surgimento do Anticristo no cenário mundial, a Grande Tribulação, e por fim, a volta pessoal do Senhor Jesus sobre o Monte das Oliveiras, quando então os judeus, em grande aflição, o reconhecerão como seu verdadeiro Messias (Zc 12:8-10 ; 14:1-5 ; Mt 23:39).
Para que compreendamos melhor as 70 semanas, estudaremos cinco temas que terão lugar na última semana (Dn 9:27). Trata-se dos 7 anos de ascendência do Anticristo.
O Anticristo fará uma aliança com Israel por 7 anos ("por uma semana"). É a última das 70 semanas proféticas, que terá lugar após o arrebatamento da igreja. O anticristo romperá a aliança feita, decorridos três anos e meio ("na metade da semana fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares"). Isso demonstra que o templo de Jerusalém estará reconstruído (Mt 24:15).
O anticristo se voltará contra os judeus e começará a prseguí-los com furor ("sobre a asa das abominações virá o assolador"). O termo "abominação" é empregado na Bíblia para designar ídolos e idolatria (Dn 11:31 ; 12:11 ; Mt 24:15). Trata-se de um ídolo que será colocado no Lugar Santo do templo. O "assolador" é uma referência ao anticristo, prevalecendo contra Israel "até a consumação", isto é, até que seja destruído.
Jesus Cristo aparecerá para destruir o anticristo e suas hostes, livrando Israel da destruição total. Isto se refere à derrota total do anticristo, ao descer Jesus em glória (At 1:11 ; Mt 24:30) para julgar as nações rebeladas contra Deus sob a liderança do anticristo. Então, estabelecerá o milênio de paz e justiça na terra, o que será uma preparação ao qual se seguirá o Juízo Final e o Perfeito Eterno Estado do mundo, descrito em Apocalípse 21 e 22. É com o Milênio que terá início o cumprimento das seis bençãos de Deus sobre Israel, preditas em Daniel 9:24.
Em Cristo,

                 Tarcísio Costa de Lima