quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Daniel e o período interbíblico!

Em Daniel 11, encontramos a síntese da história bíblica, abrangendo os 400 anos decorridos desde a profecia de Malaquias até à vinda de Cristo, que são conhecidos como Período Interbíblico. Vemos o futuro imediato e distante de Israel em relação às nações vizinhas, ligado principalmente ao "tempo de angústia de Jacó" (Jr 30:7). Os 45 versículos do capítulo 11 de Daniel cobrem quase 500 anos de história bíblica: de Ciro, o Persa, ao final da independência do reino de Israel sob os macabeus, em 63 a.C., quando Roma assumiu o controle dessa nação.
Em Daniel 11:21-35 encontramos a referência de "... um homem vil" (Dn 11:21). Este é Antíoco Epifânio. Este monarca foi, em sua geração, uma figura do verdadeiro anticristo, "... o homem do pecado, o filho da perdição" (2ª Ts 2:3).
Antíoco Epifânio foi o grande perseguidor dos judeus na Palestina. No seu governo houve a revolta dos macabeus. Este "homem vil", do texto em foco, foi o homem mais desprezível narrado nas profecias de Daniel. Dez versículos do capítulo 11 são reservados para a descrição dele. Saíram dele "uns braços" que profanaram o santuário, e tiraram o contínuo sacrifício estabelecido pela lei cerimonial (Dn 11:31). Este homem obteve a coroa por astúcia e por "engano". Ele é o pequeno chifre descrito em Daniel 8.
Com a ascensão de Antíoco Epifânio, teve início uma das mais sombrias épocas da história judáica. Onias exercia o sacerdócio em Jerusalém quando Epifânio começou a reinar. Epifânio vendeu o cargo de sumo sacerdote ao irmão de Onias, por 360 talentos. O usurpador colaborou com Antíoco em seu esforço de impor a cultura e religião grega aos judeus. Os velhos costumes hebreus e suas práticas religiosas foram desestimulados; judeus foram enviados a Tiro a fim de tomar parte nos jogos em homenagem ao deus pagão Hércules, e, em seu altar eram oferecidos sacrifícios. Antíoco Epifânio voltou à Jerusalém, sitiou e tomou a cidade, massacrando 40 mil judeus. Desprezando a tradição judáica, entrou no Santo dos Santos, sacrificou uma porca sobre o altar, e espargiu o sangue sobre o edifício. Por sua ordem o Templo passou a ser templo do Zeus Olímpio; proibiram-se culto e os sacrifícios judáicos foram substituídos pelos ritos pagãos. Proibiu-se a circuncisão, e a mera posse de uma cópia da Lei se tornou ofensa punível com a morte.
Antíoco Epifânio conquistou tudo o que desejava o seu coração (Dn 11:22). A única nação que sempre apresentava resistência era o Egito. Então, com astúcia, fingiu um "concerto" com o sobrinho de Ptolomeu Filoparter, e depois deste trabalho de paz (fingido), veio "caladamente como uma inundação" e tomou os "lugares mais férteis da província". Depois se revoltou também contra o "príncipe do concerto".
Antíoco fez uma aliança com o monarca egípcio, mas sem a mínima intenção de observá-la (Dn 11:23). Depois de ter ganhado a inteira confiança de Ptolomeu Filoparter, veio "caladamente" com pouca gente e traiu a Ptolomeu e sua gente. Nesta investida contra o reino do Sul (Egito), ele teve êxito total. O historiador judeu Flávio Josefo diz que ele teve plano, nesta sua investida, para tomar outras cidades. Porém, o Senhor Deus, a quem ele tanto tinha desafiado, interveio contra a sua obstinada tirania.
Em Cristo,

                Tarcísio Costa de Lima  

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