sexta-feira, 30 de abril de 2010

A doutrina da Salvação - parte 13 (última)

Glorificação, a esperança do salvo

          A doutrina da glorificação mostra nossa participação na glória do Filho de Deus, no dia de sua manifestação. A oração de Jesus foi para que estivéssemos co Ele no momento de sua glorificação (Jo 17:24). Mas antes que chegue este grande dia, podemos hoje desfrutar, como filhos de Deus, da glória da igreja e manifestar ao mundo nossa posição espiritual em Cristo.
          Deus ao criar o homem o fez à sua imagem, conforme a sua semelhança (Gn 1:26), consequentemente, o homem foi criado com a glória de Deus (Ex 16:7). Mas o pecado trouxe a morte e a perda da glória divina no homem criado (Rm 5:12). Somente em Cristo podemos ser restaurados à imagem e à glória divina (2ª Co 3:18). O pecado e a morte, no aspecto espiritual, estão relacionados com a perda da glória de Deus na criatura humana (Jr 2:11). Entretanto, Cristo tornou-se a esperança da glória (Cl 1:27), pois através dele alcançamos o que Adão perdeu ao pecar (Dn 7:14). Somente Jesus tem glória para dar ao homem, e fazer dele uma nova criatura (2ª Co 5:17) e escrever seu nome no livro da vida (Lc 10:20).
          A palavra glória, em seu significado humano, quer dizer: honra, fama adquirida por grandes méritos, brilho e esplendor. Entretanto, a glória de Deus é algo inexplicável. Quando a glória do Senhor encheu o templo de Salomão (1º Rs 8:11), os sacerdotes não conseguiram ministrar. Diante dessa glória celestial nos convém analisar os três aspectos da glória.
          Um dos maiores exemplos deixados por Jesus sobre a glorificação foi no ato da transfiguração (Mt 17:1-13). Naquele momento Pedro, Tiago e João viram o Senhor glorificado: "E transfigurou-se diante deles, e o seu rosto resplandeceu como o sol, e os seus vestidos se tornaram brancos como a luz" (Mt 17:2). O local foi o grandioso Monte Hermon (Lc 9:28). Naquele lugar de glória estavam Deus, o eterno Pai; Jesus, o Filho Unigênito, redentor do mundo; Moisés, representando os crentes que morreram em Cristo; Elias, o representante dos crentes arrebatados; e Pedro, Tiago e João, que alí representavam Israel. Jesus mostrou aos discípulos, naquela ocasião, a glória do seu reino e nossa participação nele (Mt 16:28).
          A glorificação também se dará no corpo, e isso ocorrerá no momento da ressurreição (1ª Co 15:42-44), pois receberá o crente um corpo diferente do atual (Fp 3:21). Na explicação de Paulo, os crentes vivos seram transformados (1ª Co 15:51) e todos terão um corpo glorioso, espiritual, semelhante ao corpo de Jesus (1ª Jo 3:2).
          O corpo glorificado não mais estará sujeito a doenças, morte, deterioração, porque será um corpo espiritual. Nesta vida o cristão geme e sofre, porque ainda está incompleto, mas na vida futura essas coisas não mais existirão, seremos semelhantes a Ele.
          Em Cristo,

                          Tarcisio Costa de Lima

A doutrina da Salvação - parte 12

Perseverança, exigência básica para o cristão

          A perseverança é um dos mais belos assuntos doutrinários que temos na Palavra de Deus. A perseverança faz parte do conjunto das virtudes cristãs, e é através dela que alcançamos as promessas e as bençãos para nossa vida espiritual. Jesus nos advertiu acerca da importância da perseverança como um meio de alcançar a salvação.
          A salvação é um ato divino que, pelo amor de Deus, nos foi dado através de Cristo (jo 3:16). Entretanto, para se alcançar tal salvação é necessário perseverar (Mt 24:13). Jesus nos ensinou, dizendo: "Na vossa perseverança possuí as vossas almas" (Lc 21:19). Isso significa que a vitória na vida cristã é para aqueles que perseveram, como bem fazia a igreja primitiva (At 2:42). Jesus é o nosso maior exemplo de perseverança. Logo no início de seu ministério, Ele foi tentado a desistir, repreendeu o diabo e venceu (Mt 4:10,11). A partir daí, Ele não parou: perseverou na oração (Mc 1:35), na comunhão com o Pai (Jo 10:30), em seu ministério (Mt 4:23), de maneira que deixou o exemplo para seus discípulos (Mt 10:1,5,6). A exemplo de Jesus, devemos ser perseverantes em todo trabalho que fizermos para Deus (2º Cr 15:7).
          O crente em Cristo deve ser perseverante para não perder sua salvação (Mt 24:13). Muitos se baseiam na interpretação calvinista de 1ª Pe 1:3-5, e dizem que não podemos perder a salvação. Mas é de suma importância que compreendamos alguns pontos básicos: O verdadeiro cristão convertido, regenerado e santificado não quer perder sua salvação, pois ele sabe em quem tem crido (2ª Tm 1:12). Já o crente que vive com um pé na igreja e outro no mundo, este será induzido por Satanás (Mt 6:24).
          A perseverança é uma obra contínua do Espírito Santo de Deus em nossas vidas (Fp 1:6). Ele veio para manifestar a vontade de Deus em nossas vidas e nos firmar em Cristo (Jo 16:13). O próprio Jesus orou pela nossa firmeza e perseverança na fé (Jo 17:11). Esta operação divina tem como objetivo produzir no crente uma salvação sólida e racional, afim de que não perca o que tem ganho, antes receba o inteiro galardão (2ª Jo 8).
          E toda a Bíblia encontramos sérias advertências sobre a necessidade da perseverança. A mais clara foi a de Jesus, quando disse: "Mas aquele que perseverar até ao fim, será salvo (Mt 24:13). A vida cristã é cheia de tribulações (Jo 16:33), por isso o crente é advertido a permanecer firme e perseverante (Gl 5:1). Paulo escrevendo aos Colossenses os adverte a permanecerem perseverantes e que não se afastassem da esperança do evangelho (Cl 1:23).
          Em Cristo,

                          Tarcisio Costa de Lima

A doutrina da Salvação - parte 11

Santificação, a vontade de Deus

          A santificação é um fator espiritual importante na vida cristã. Por ele o crente vai crescendo até que chegue à estatura de varão perfeito. Santificação é um processo no qual Deus usa sua Palavra e seu Espírito para atuarem na vida do crente, formando nele um novo caráter e uma nova semelhança espiritual. A santificação é o caminho para vermos a Deus, e quem tem esta esperança, purifica-se a si mesmo.
          A santificação é a obra contínua de Deus na vida do crente, a qual tem por objetivo torná-lo santo (1ª Pe 1:16). A santificação significa a mudança do caráter e da maneira de viver. Uma coisa é tornar-se crente, outra é viver como crente santificado (1ª Pe 1:15). A santificação afasta o pecado da vida do crente e o fortalece contra as astutas ciladas do diabo (Ef 6:11). Santificar significa: tornar sagrado, separar, consagrar. A santidade divina (Sl 71:22) exige um homem santo (Is 6:3). Como poderia um Deus santo ter um povo diferente dele? Por isso Ele disse a Israel: "Porque és povo santo ao Senhor teu Deus, e o Senhor te escolheu, de todos os povos que há sobre a face da terra, para lhes seres o seu povo próprio" (Dt 14:2). Este mesmo Deus exige portanto a santificação da igreja como povo especial, zeloso e de boas obras (Tt 2:14).
          A santificação é um processo gradativo, sendo adquirido mediante nossa comunhão com Deus (2ª Co 7:1). O profeta Isaías teve esta grande experiência em sua vida ministerial, quando se aproximou mais do Senhor, recebendo maior carga de santificação (Is 6:6,7). Os discípulos, ao caminharem com Jesus, alcançaram a santificação desejada (Jo 15:3). Assim acontece também ao crente hoje, quanto mais perto do Senhor, mais santo ele se torna (1ª Co 6:11).
          Enquanto a justificação é um ato que ocorre instantâneamente, a santificação leva toda uma vida para se completar. Santificação é um processo sobrenatural de Deus na vida de seus filhos (1ª Ts 5:23). O propósito divino é fazer de seu povo algo especial, separados para seu serviço (Tt 2:14), para isso Deus nos aperfeiçoa a cada dia (Hb 13:20,21). Entretanto, precisamos fazer a nossa parte, andando no Espírito (Gl 5:25).
          A santificação não tem apenas um aspecto ou estágio a ser percorrido, mas ela existe dentro de três aspectos bíblicos: a santificação posicional, a experimental e a final. Estes aspectos são essenciais para a nossa vida espiritual e devemos conhecê-los para que possamos experimentar a plenitude da santificação. Jesus é nosso exemplo na participação pela santidade (Hb 7:26). Quando de sua missão terrena, como homem, Ele teve o cuidado de preservar-se em santidade, sem pecado: "Quem dentre vós me convence de pecado?" (Jo 8:46). Isto significa que, semelhantes a Jesus, temos que estar separados do pecado (Sl 1:1), levando uma vida de santificação (1ª Ts 4:3). Encontramos na Bíblia a participação da Trindade na santificação do homem. Deus, o Pai, santifica o crente, dando-lhe a santidade de Cristo (1ª Co 1:30), operando nele aquilo que lhe agrada. Jesus, o Senhor, santifica o crente por ter dado sua vida por nossos pecados (Hb 10:10). O Espírito Santo santifica o crente ao livrá-lo da natureza carnal (Rm 8:2), mortificando a velha natureza na medida que o crente vai entregando-a para ser crucificada com Cristo (Rm 8:13). A participação do homem nessa operação divina é através da fé em Cristo (At 26:18).
          Em Cristo,

                          Tarcísio Costa de Lima

quinta-feira, 29 de abril de 2010

A doutrina da Salvação - parte 10

Adoção, garantia da filiação a Deus

          Ao aceitarmos Jesus, passamos pelo processo de adoção. Nesse momento, somos tirados da condição de criaturas e passamos a ser chamados filhos de Deus. Com essa mudança, legalmente, passamos a ter direitos, sendo o principal, a herança destinada aos salvos, através de Cristo. Entretanto, devemos examinar as Escrituras, pois elas nos mostram todo o plano divino para alcançarmos todas as bênçãos dessa nova posição espiritual.
          Todo ser humano regenerado é levado à condição de união com Cristo (1ª Co 15:22). Essa união traz resultados positivos: o perdão de nossos pecados. Um dos maiores exemplos dessa união está figurado na videira e seus ramos (Jo 15:1-5). Para uma união perfeita com Cristo é preciso estar ligado nele (Jo 14:20), e essa união promove a morte para o pecado (Rm 6:11) e nos torna novas criaturas (2ª Co 5:17). Pelas Escrituras conhecemos a natureza da união do crente com Cristo (Jo 17:9). Sendo Cristo, a cabeça da igreja, o crente está ligado a Ele para seu crescimento espiritual (Ef 4:15). Se isto não ocorrer, estaremos fadados à morte espiritual e, por consequência, eterna (Jo 15:6). Somente ligados em Cristo podemos crescer (Cl 2:19) em uma vida de serviço espiritual, glorificando a Deus através de nossas boas obras (Mt 5:16). Em seu propósito para a adoção,  o Senhor trabalhou desde o princípio (Jo 5:17), e continuava trabalhando, pois Jesus Cristo não mudou (Hb 13:8). É interessante notar que Deus agiu de diversas maneiras no decorrer dos tempos (Hb 1:1), isto se prende ao fato do homem sempre necessitar de ajuda divina em sua existência na terra.
          A adoção no tempo presente faz parte de nossa experiência de salvação, diz o apóstolo João: "Amados, agora somos filhos de Deus..." (1ª Jo 3:2a). Isto tudo aconteceu quando da manifestação do Filho de Deus (Gl 4:4), revelando-nos o Pai (Jo 14:9) e manifestando seu propósito glorioso (Jo 14:23). Esta nova posição em Cristo nos coloca em condições de nos aproximarmos de Deus e do trono de sua graça (Hb 4:16).
          Quando examinamos os benefícios da adoção, observamos que ela traz um novo relacionamento para avida do cristão (1ª Jo 1:3). Um dos grandes benefícios é o perdão (Ef 4:32), através dele podemos iniciar um novo relacionamento com Deus e perdoar nossos irmãos. A adoção proporciona confiança em Deus, pois agora somos seus filhos (Jo 1:12). A realização plena de Deus como Pai dos salvos, encontramos no Novo Testamento. São raros os tetos que mencionam a Deus em tal condição no Antigo Testamento. A razão é esta: o Espírito Santo não havia sido derramado, o que somente ocorreu no dia do Pentecostes. Desde então, um dos ministérios da adoção do Espírito é efetuar a adoção dos salvos como filhos de Deus.
          A vida de adoção necessita de disciplina: "Porque o Senhor repreende aquele a quem ama, assim como o pai ao filho a quem quer bem" (Pv 3:12). Somente o filho bastardo não é disciplinado (Hb 12:8), por isso a correção tem que ser aceita pelos verdadeiros filhos de Deus. A correção visa trazer arrependimento aos nossos corações (Jr 5:3).
          A grande bênção da adoção foi nos libertar da lei que nos condenava (Gl 4:4,5). A lei durou até João (Mt 11:13), a graça e a verdade vieram por Jesus, trazendo-nos a adoção de filhos. A igreja, o Israel espiritual de Deus, vive agora uma vida guiada pelo Espírito Santo (Gl 5:18) e esse Espírito de poder nos traz a verdadeira liberdade (Gl 5:1).
          Em Cristo,

                          Tarcísio Costa de Lima

A doutrina da Salvação - parte 9

Salvação, um dom de Deus

          A salvação da alma não é obra humana, pois a salvação é de Deus. Isto significa que o homem em nada pode contribuir, a não ser através do arrependimento dos seus pecados diante de Deus e pela fé em Jesus Cristo. A salvação se dá pela regeneração e pela renovação do Espírito Santo de Deus, assim o homem é justificado pela graça, mediante a fé, tornando-se herdeiro de Deus e alcançando a vida eterna.
          Seria difícil explicar o significado da salvação sem o Antigo Testamento (Sl 39:8), quando descobrimos, nas ações (Jz 3:9) e nas palavras divinas (Is 43:11,12), a natureza redentora de Deus (Jr 17:14-18). Através das palavras proféticas, as predições, sobre aquele que estava para vir, era demonstrado o plano divino para salvar e redimir o homem dos seus pecados. Deus é Santo, mas o homem é pecador (Rm 3:4). A santidade de Deus exigia uma ação contra o pecado, e isto foi demonstrado através do seu amor (Rm 5:8). Devido sua natureza santa, Deus entregou seu Filho por nossos pecados (Rm 4:25) e sua santidade abrange tanto o Antigo, quanto o Novo Testamento (Js 24:19 ; Lc 1:49). Por sua natureza santa, Deus não justifica o ímpio (Ex 23:7), pois Ele é imparcial em sua justificação (Pv 17:15). Em sua compaixão pela raça humana, Ele quer que todos se arrependam (At 17: 29,30).
          Somente podemos entender os planos e os métodos de Deus para a salvação (Rm13:11), através das Escrituras (2ª Tm 3:15). A salvação é a grande obra espiritual de Deus com relação ao homem (Fp 1:19), pois através de sua oniciência, Deus tinha plena consciência de que o homem haveria de cair em pecado, e isto Ele já sabia mesmo antes da criação (Is 43:10). Mesmo assim Deus não mudou seus propósitos, fez o homem e deu-lhe responsabilidades e deveres (Ef 1:4).
          O propósito de Deus para a salvação do homem está estabelecido desde os dias do Antigo Testamento (2ª Tm 3:15,16). Através das Escrituras, o Senhor manifestou seu plano para a salvação da raça humana (Gn 7:1). Para alcançar o mundo do Antigo Testamento, o Senhor Deus enviou os profetas (Jr 7:25); para alcançar o mundo do Novo Testamento, Ele enviou seu Filho (Is 9:6). Em todo o Antigo Testamento há inumeras referências quanto a salvação de Deus para o seu povo (Is 12).
          Deus tem um só plano de salvação, mas para executá-lo Ele emprega diversos métodos (Hb 1:1). Jesus nos deu vários exemplos no seu ministério terreno. Diante de Nicodemos, Ele falou do novo nascimento (Jo 3:3,5); para a samaritana, Ele revelou o viver dela (Jo 4:17,18); para alcançar Levi, Ele apenas chamou (Mc 2:14); e para salvar Saulo, Ele apareceu como um resplendor no caminho de Damasco (At 9:3-5). Para o futuro Deus tem prometido uma melhor mudança para o período do reino, isto porque Cristo reinará em todas as áreas nas quais o pecado entrou (Zc 14:9). Em sua primeira vinda, Ele não foi aceito pelos judeus (Jo 1:11), mas Jesus virá novamente, e desta vez, assumirá o controle de tudo (Ap 11:15) e Jerusalém será o centro desse reino.
          A obra de Cristo é a coluna central do plano de Deus para a salvação (Lc 21:38). Cristo é o eixo central no qual gira todo o sistema salvífico (Lc 2:28-30). A obra de Cristo não se restringe apenas a uma oferta sacrificial, mas a um plano especial de Deus para salvar os homens (Mt 1:21). Jesus veio e falou de sua obra de redenção que é buscar e salvar o que se havia perdido (Lc 19:10).
          Em Cristo,

                          Tarcísio Costa de Lima

A doutrina da Salvação - parte 8

Regeneração, nascendo para viver em Cristo

          A regeneração é o ato divino pelo qual o ser humano experimenta uma radical mudança interior, é uma experiência profunda em conjunto com o arrependimento. Através da regeneração somos introduzidos na família de Deus pela ação poderosa do Espírito Santo, na qual Ele cria de novo a natureza interior.
          Jesus foi enfático ao falar para Nicodemos acerca do novo nascimento (Jo 3:3), ele, entretanto, não entendeu por ser isto um ato divino, no qual somos gerados de novo (1ª Pe 1:3). A regeneração é uma obra de Deus em nossas vidas, significando uma transformação radical em nossa maneira de ser, provocando uma mudança de vida. A regeneração autentica a conversão e nos aproxima de Deus (Jo 3:5). A obra de Deus em nossas vidas é a transformação à sua semelhança, até que atinjamos a estatura de varões perfeitos (Ef 4:13). A obra de regeneração começa quando estamos espiritualmente mortos (Ez 18:20 ; Rm 3:9,10), trazendo-nos uma nova vida (Jo 3:3), uma verdadeira metamorfose espiritual na vida do ser humano (Ez 11: 19,20). O crente precisa ser gerado pela Palavra e pelo Espírito, alcançando com isso a vontade de Deus.
          O homem, que no início foi criado imagem e semelhança de Deus (Gn 1:26), estava agora simplesmente morto no que concerne à parte espiritual (Rm 8:8). A regeneração tem o poder de fazer este homem nascer de novo, ser nova criatura (2ª Co 5:17). O apóstolo Pedro declarou isto, dizendo: "... segundo a sua grande misericórdia, nos gerou de novo para uma viva esperança ..." (1ª Pe 1:3). Isto significa que a regeneração nos faz acreditar no futuro e nos enche de esperança (Tt 1:2).
          A natureza humana não pode ser mudada por reformas sociais ou apenas educacionais, isto porque o que é nascido da carne é carne (Jo 3:6). A Bíblia afirma que sem o novo nascimento somos filhos da desobediência (Ef 2:2); filhos da ira (Ef 2:3); filhos do mundo (Lc 16:8) e até filhos do diabo (Mt 13:38), tudo isto é para mostrar a importância do homem nascer de novo e ser transformado em verdadeiro filho de Deus (Jo 1:12). Nascidos do Espírito são todos os gerados por Deus (1ª Pe 1:23). Isto significa que passamos a ter uma consciência espiritual, uma mente espiritual (1ª Co 2:15). Este novo nascimento gera uma fé especial e uma nova espiritualidade, levando o crente a uma profunda consciência da presença de Deus em sua vida (Rm 8:16). O agente desse processo espiritual é o Espírito Santo de Deus (Jo 20:22).
          A regeneração é o processo divino pelo qual o princípio de uma nova vida é implantado no homem: "...se não vos converterdes e não vos fizerdes como meninos, de modo algum entrareis no reino dos céus" (Mt 18:3). Este processo tem a finalidade de transformar o nosso ser (1ª Co 14:20) e nos fazer mudar de vida (Rm 6:4). Sem esta nova vida, não podemos receber as bençãos do Senhor (Lc 5:37).
          A regeneração traz para o cristão privilégios gloriosos, os quais devemos usufruir ainda nesta vida. Por exemplo: o homem regenerado tem paz com Deus (Rm 5:1), se despojou do velho homem (Ef 4:22), não mente mais, porque seu Pai agora é Deus (Jo 8:44 ; Ef 4:25), vive uma vida de vitória diante do mundo (1ª Jo 5:4) e tem uma esperança contagiante na volta de Jesus (2ª Pe 3:11-14).
          Em Cristo,

                           Tarcísio Costa de Lima

terça-feira, 27 de abril de 2010

A doutrina da Salvação - parte 7

Conversão, evidência de salvação

          A palavra arrepender significa: "ficar triste de novo". Arrependimento não é somente a confissão dos pecados, nem simplesmente uma satisfação dada a Deus, mas é algo que vem do íntimo do coração. A conversão marca o início, não só do despojamento do velho homem da fulga do pecado, como também do revestimento do novo homem e da sua luta pela santidade no seu viver espiritual.
          No Antigo Testamento, vamos encontrar os profetas pregando o arrependimento, dentre eles destacamos: Moisés (Dt 30:10), Jeremias (Jr 8:6), Ezequiel (Ez 14:6). Jesus, durante seu ministério terreno, ensinou a importância do arrependimento (Mt 4:17). Seu precursor, João Batista, também pregava a mensagem do arrependimento (Mt 3:1,2). O apóstolo paulo, dentre os demais, foi um grande pregador da mensagem do arrependimento (At 20:21). A fé é importante para o arrependimento (Hb 11:6). Através da fé alcançamos a salvação (Ef 2:8), somente crendo de todo o coração (At 16:31). A Bíblia declara que a fé, vem pelo ouvir a Palavra de Deus (Rm 10:17). A mensagem de João Batista, no deserto, produziu fé nos seus ouvintes de tal maneira que, confessando seus pecados, eram batizados no Jordão (Mt 3:2-6).
          Existem dois termos fundamentais para o arrependimento no Antigo Testamento, as palavras: "shuv" (virar para trás, voltar) e "nicham" (arrepender-se, consolar), conforme Jeremias 3:7. Arrepender-se significa que o mal tem que ser desviado (Pv 16:17). No Novo Testamento é usada a palavra "epistrepho", que significa: voltar-se para Deus (At 15:19).
          A vida do crente tem agora uma natureza espiritual, pois agora ele vive em nividade de vida (Rm 6:4). Esta vida é bem diferente da antiga, vivida pelo homem velho (Gl 6:8), pois agora o crente está morto para o mundo (Rm 6:13). A conversão, portanto, é o princípio desta nova vida com Cristo, ainda que a conversão aconteça no fim de nossas vidas (Lc 23:42), o que aconteceu com o ladrão da cruz. O Senhor exige que voltemos as costas ao pecado (Ez 18:30-32), isto é conversão. A conversão é algo real da parte de Deus no coração daqueles que dão lugar à obra redentora através de Cristo Jesus (At 15:3). Infelizmente, em alguns, a conversão não acontece totalmente, isto porque ainda estão com o coração fechado, não permitindo um total senhorio de Cristo (2ª Co 4:5). A genuína conversão traz consigo frutos que evidenciam a obra do Espírito na vida do homem (Gl 5:22).
          Em Cristo,

                          Tarcísio Costa de Lima

A doutrina da Salvação - parte 6

Justificação, o triunfo da Graça

          A justificação é um ato judicial de Deus, no qual Ele declara, com base na justiça divina, que todas as reinvidicações são satisfeitas com vistas ao pecador. Nenhum juiz tem o direito de condenar o inocente ou de inocentar o culpado, pois, para que a justiça seja exercida, o julgamento deve ser baseado nos princípios da lei. Deus, para nos justificar, usou os princípios da lei através de Cristo Jesus.
          O homem, por causa do pecado, tornou-se um transgressor (Rm 5:12), daí a necessidade da justificação (Rm 5:1). Essa necessidade veio por causa da natureza pecaminosa do homem (Tt 3:3), portanto era necessário uma reversão da sentença divina. A justificação veio juntamente com a graça de Deus (Tt 2:11), declarando justo aquele que crer em Jesus Cristo (Mc 16:16). A justificação é uma obra divina em favor do homem pecador que não tinha condições de justificar-se diante de Deus (Is 64:6). Ela se processa através da fé em Jesus (Rm 3:26), produzindo no homem paz e reconciliação com Deus (Lc 15:24). A única fonte de justificação é o próprio Deus, porque só Ele é justo (Sl 129:4).
          A justificação produz no crente em Jesus Cristo resultados e benefícios desse ato justo de Deus através do sacrifício de Cristo (Rm 8:30). Este ato divino nos trás a paz, tão necessária ao ser humano (Fp 4:7), nos liberta de nosso passado, projetando-nos um futuro glorioso e cheio de esperança (Rm 8:24) e nos levará a desfrutar das delícias do novo céu e da nova terra, onde habita a paz e a justiça para sempre (Ap 21:27). Quando o homem pecou, perdeu o direito a árvore da vida (Gn 3:22-24). A expulsão do Éden fez o homem perder o acesso à árvore da vida, agora encontrado em Cristo (Jo 14:6). A justificação trouxe de volta os direitos perdidos, e consequentemente, o direito à vida eterna (Jo 10:28). Este direito nos foi dado por Deus, através da nossa justificação em Cristo (1ª Jo 5:11).
          Somente o sangue de Jesus teria poder para nos salvar e nos justificar diante de Deus: "... sendo justificados pelo seu sangue, seremos por Ele salvos da ira" (Rm 5:9). Isto fala do juizo futuro de Deus, o qual o justo não precisa temer (Jo 5:24), pois sua dívida para com Deus foi paga por Jesus Cristo, através de sua obra redentora no Calvário. Toda justiça de Cristo fica creditada em nosso favor quando somos justificados pelo seu sangue. Por isso nenhum outro tipo de sangue poderia oferecer uma purificação completa, somente o sangue de Jesus (Hb 9:22). As exigências de Deus para com o pecador foram cumpridas em Jesus, através de sua morte e ressurreição (Rm 4:25).
          A justificação é um ato distinto da soberania de Deus: "... É Deus quem os justifica" (Rm 8:33). Entretanto, atuaram de maneira gloriosa, o Pai, o Filho e o Espírito Santo (1ª Jo 5:7,8). O pecador, sem condições, apenas aceita o plano divino para sua justificação e redenção (Lc 18:13). Ao homem perdido restava apenas a morte: "Porque o salário do pecado é a morte..." (Rm 6:23). Nesta situação, ele precisa reconhecer a sberania do Pai e o sacrifício do Filho (Hb 2:17,18). Por isso Jesus convida, dizendo: "Vinde a mim..." (Mt 11:28), pois só Ele tem o poder de nos justificar diante de Deus (Rm 4:5). Para nos justificar diante de Deus, Jesus aniquilou o pecado (Hb 9:26) e nos mostrou o caminho (Jo 14:6).
          Em Cristo,

                          Tarcísio Costa de Lima

A doutrina da Salvação - parte 5

Redenção, uma ação Divina

          Com a entrada do pecado no mundo, se tornou necessário, da parte de Dues, dá uma nova oportunidade para o homem, pois desse modo sua criação não ficaria escrava para sempre. Para isso Deus providenciou para que o homem fosse resgatado, isto é, comprado por um preço. Esse preço foi pago por Jesus, através de seu próprio sangue na cruz do calvário.
          Ao criar o homem, Deus o fez perfeito e com ele conversava cara a cara (Gn 3:8). Com a queda o homem perdeu a comunhão com Deus (Gn 3:24) e tornou-se vendido ao pecado. Foi necessário, portanto, uma ação divina para resgatar o homem do seu estado (Os 14:1) e levá-lo à condição de servo de Deus. O pecado definitivamente separou o homem de Deus (Is 59:2). Nessa situação Deus não podia contemplar o homem (Hc 1:13), mas também não podia passar por cima dessa situação, pois Ele é santo (Is 6:3). O pecado precisava ser julgado e o homem resgatado dessa triste situação (1ª Pe 3:18), para ser apresentado a Deus um novo Adão (1ª Co 15:45-47), em verdadeira novidade de vida.
          Através de Jesus, o Filho de Deus, foi realizada uma melhor e mais perfeita redenção (Hb 9:12). Ele é o Cordeiro de Deus que veio para tirar o pecado do mundo (Jo 1:29). Através de sua morte na cruz, Ele pagou o nosso preço (!ª Pe 1:18,19) e cravou no madeiro a cédula que nos era contrária (Cl 2:14), venceu Satanás e a morte (Ap 1:18), dando-nos o direito de uma vida eterna (Jo 10:28).
          Quando o homem pecou, perdeu o estado de pureza e toda a capacidade de encontrar-se com Deus (Gn 3:9-11). Sua condição de pecador lhe impediu de continuar desfrutando do Éden (Gn 3:23,24), pois passou a conhecer o bem e o mal. Afastado de Deus, o homem voltou-se para o pecado (Gn 6:5), perdendo cada vez mais sua condição espiritual diante do Senhor (Gn 8:21). Enfim, o homem não tinha condições de redimir-se, por isso foi necessária uma intervenção divina para salvar o homem (Rm 5:17). A promessa de redenção foi manifestada desde o princípio (2ª Ts 2:13), estabelecendo-se a seguinte ordem para a execução do plano: O Pai, o planejador; o Filho, como executor; e o Espírito Santo, como conservador desta grande obra pela salvação do homem (Sl 104:30). Dentro deste aspecto divino, o apóstlo Paulo mostra-nos a atuação da Trindade: "Um só Deus,e Pai de todos, o qual é sobre todos, e por todos e em todos" (Ef 4:6).
          Em sua obra redentora, Jesus nos livrou da ira divina, por isso já não estamos mais debaixo de maldição (Gl 3:10-13). O propósito de Cristo em sua obra foi redimir e purificar para si um povo especial (Tt 2:14). Nós fomos resgatados da nossa vã maneira de viver (1ª Pe 1:18) pelo precioso sangue de Cristo, o Cordeiro imaculado de Deus (1ª Pe 1:19). Esta obra gloriosa nos foi confirmada pelo apóstolo João em sua visão na ilha de Patmos (Ap 5:9).
          Jesus manifestou-se como homem, para tirar os pecados dos homens. Isto Ele fez para realizar a grande obra de redenção, planejada antes dos tempos dos séculos. O propósito divino incluia o pagamento do resgate, o que Jesus fez de maneira gloriosa, dando seu próprio sangue na cruz. Hoje podemos nos alegrar por tão grande salvação e triunfar sobre o pecado, o mundo e Satanás, pois não estamos mais como escravos, mas somos livres no Senhor.
          Em Cristo,

                          Tarcísio Costa de Lima

segunda-feira, 26 de abril de 2010

A doutrina da Salvação - parte 4

Imputação, Deus agindo em favor do homem

          Imputar significa atribuir a alguém a responsabilidade de alguma coisa. Foi isto que fez Paulo quando assumiu a responsabilidade pela dívida de Onésimo. Ao tomar tal atitude, ele escreveu a Filemom, a pessoa prejudicada, solicitando a imputação dos erros daquele ex-escravo. O mesmo aconteceu conosco, Deus estava ofendido com o pecado do homem e jesus tornou-se pecado por nós, assumindo nossa dívida para com Deus.
          Deus se sentiu ofendido com sua criação, pois ela tomou um rumo diferente daquele traçado por seu Criador (Rm 1:21). Paulo, ao nos dizer: "... agora temos paz com Deus" (Rm 5:1), mostra-nos claramente que antes estávamos "em guerra" contra Deus. Isto significa o grau de desentendimento que havia entre o homem e Deus (Is 59:2).
          O pecado levou a humanidade ao maior estado de degradação. Com ele veio a sentença divina, a morte: "... porquanto és pó, e em pó te tornarás" (Gn 3:19). Dessa forma, o homem perdeu o direito a árvore da vida (Gn 3:22), e foi lançado fora do jardim. Infelizmente, o pecado trouxe muitos problemas para o homem, inclusive o direito de viver eternamente (Rm 1:32). Mas, Jesus veio para cumprir com a sentença divina e triunfar sobre a morte (Hb 2:14).
          Deus via nossa dívida como um mal que precisava ser extirpado, um câncer espiritual (Gn 12:20). Este não foi o propósito divino ao criar o homem (Gn 1:26), mas que ele fosse perfeito em seus caminhos (Ec 7:29). Infelizmente a situação de pecado trouxe ao homem uma vida finita e cheia de imprevistos, levando-o, finalmente à morte (Hb 9:27). A partir do pecado do Éden, o homem passou a viver separado de Deus (Rm 5:12). O ato da primeira desobediência contaminou a todos (Rm 5:19). Todos passaram a serem vistos por Deus como pecadores (Sl 51:5), por isso Paulo escreveu: "Não há um justo, nem um sequer" (Rm 3:10). Somente os salvos em Cristo poderão alcançar a benção do perdão e da reconciliação (Rm 5:10).
          Não adiantaria o homem sacrificar-se a si mesmo ou até pagar penitência, Deus jamais aceitaria o sacrifício humano para pagamento de sua dívida (Sl 40:6). Ao homem foi proibido, pelo Senhor, oferecer qualquer tipo de sacrifício humano (Lv 18:21). Enfim, a situação de pecado deixou o homem sem condições de apresentar-se a Deus, ao mesmo de oferecer sacrifícios. Para aplacar a ira divina contra o pecado, nasceu Jesus (Mt 1:21).O propósito divino era que nEle se executasse toda justiça de Deus (Mt 3:15). Para isto, Ele se tornou pecado por nós (2ª Co 5:21), imputando em si mesmo as nossas transgressões. O sacrifício de Cristo resolveu para sempre o problema do pecado entre o homem e Deus (Ef 2:15-17), pois Ele realizou uma perfeita redenção.
          Sendo a imputação o ato de atribuir responsabilidade a alguém, somente Jesus poderia tirar essa carga de nossos ombros, atribuída por Deus aos homens por causa do pecado. Era necessário alguém imaculado para apagar essa mácula (2ª Co 5:21). Portanto, se Jesus tivesse pecado, Ele não poderia ser o substituto para o pecador. Pedro afirma que Cristo se fez pecado por nós (1ª Pe 2:24,25), para nos remir de toda a injustiça. A morte de Cristo foi necessária para pagar os nossos pecados: "Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores" (Rm 5:8). Sua morte fez parte do plano de Deus para a salvação do homem. A cruz foi o lugar escolhido para o pagamento (Cl 2:14), pois alí Jesus levou nossas maldições e nos libertou de todos os pecados (Gl 3:13). Alí foi reatada a amizade que havia entre o homem e Deus (Ef 2:16).
          Em Cristo,

                          Tarcísio Costa de Lima

sexta-feira, 23 de abril de 2010

A doutrina da Salvação - parte 3

Substituição, a marca do amor divino

          A partir da queda do homem, Deus estabeleceu o propósito de enviar seu Filho para que o mesmo pudesse demonstrar sua infinita graça através de sua morte (Gn 3:15). Era a substituição necessária ao homem pecador, que agora esperava a vinda do Redentor.
          O fato de Deus não ter enviado seu Filho imediatamente após o pecado, não significa que Ele tenha abandonado o homem. Para salvação do seu povo, Israel, Deus providenciou o escape da morte através da substituição (Lv 4:27-29). Quando o homem pecava involuntariamente tinha que oferecer o holocausto (Lv 1:6-13), para isto eram utilizados pombos, bois, carneiros, etc. Através do sacrifício de animais, o sacerdote fazia aexpiação pelo pecado e assim a sentença divina era adiada (Sl 32:1,2).
          O livro de Levítico é o manual dos holocaustos e sacrifícios ao Senhor (Lv 1:2), através dele podemos conhecer como era possível aplacar a ira divina (Lv 4:21). Todos esses rituais, os quais Deus havia determinado, deveriam ser recebidos como cheiro suave (Lv 1:17). As ofertas eram de diversos tipos (Lv 2:1-16) e em tudo tinha que haver algo sacrificial para se chegar a Deus. Hoje podemos oferecer o nosso corpo como o verdadeiro sacrifício a Deus, lhe entregando nosso viver (Rm 12:1,2).
          Os animais e as aves que substituiam o homem foram pré-estabelecidos pelo Senhor (Lv1:2), pois em cada um deles havia um tipo de Cristo estabelecido. Por exemplo: o holocausto simbolizava Cristo sem mácula (Hb 9:14); o novilho apontava para um servo paciente (Hb 12: 2,3); a ovelha era um tipo do Cristo submisso (Is 53:7); as rolas ou pombinhos mostravam a inocência de Jesus (Is 38:14). Todos os tipos mostravam o símbolo perfeito para nossa substituição.
          Através dos elementos da ceia, deixados por Jesus, podemos entender o sacrifício da substituição: "Isto é o meu corpo, que por vós é dado ..." (Lc 22:19), isto mostra que Jesus entregou seu corpo por nós, em demonstração de amor (Jo 3:16). Quando Jesus disse: "Este cálice é o novo testamento no meu sangue, que é derramado por vós" (Lc 22:20), Ele estava derramando sua alma na morte (Is 53:12), em substituição a toda humanidade e fazendo um novo pacto com o homem.
          Um dos pontos mais importantes da doutrina da salvação é a substituição, isto porque Deus condenou o pecado com a morte (Rm 6:23). Isto significa que cada um seria responsável pelo seu próprio pecado. Para que o homem não morresse, Cristo tornou-se o seu substituto (1ª Co 15:3), a fim de que agora o homem possa viver através de Cristo (Ef 2:1).
          Deus é justo e justificador, por causa disso Ele providenciou a salvação para o homem (Gl 4:4), pois viu que não havia um justo, nem um se quer (Rm 3:10). Por causa da situação do homem houve a necessidade de uma salvação substitutiva (Jo 1:29). Alguém precisava salvar o homem e o escolhido foi o Filho de Deus (Hb 2:9), pois o homem por se só jamais teria condições de salvar-se (Sl 49:8), pois o seu preço seria muito alto.
          A doutrina da substituição foi confirmada através da vinda de Jesus que, sendo Deus, veio para que se cumprisse toda a justiça (Mt 3:15). Ele nasceu de uma virgem (Is 7:14) ; Mt 1:23); foi ungido pelo Espírito Santo (Mt 3:16); teve um tríplice ministério (Mt 4:23); e foi a cruz (Mt 27:35). Tudo isso aconteceu para que a Escritura fosse cumprida no Filho de Deus (At 3:18). Jesus cumpriu todos os requisitos de um substituto para o pecador através de sua vida e ministério.
          Em Cristo,

                          Tarcísio Costa de Lima
        

A doutrina da Salvação - parte 2

Graça, favor imerecido

          A graça, um dos maravilhosos atributos divino, manifestou-se para salvar-nos da condenação da lei e trazer aos nossos corações a verdade acerca do Reino de Deus. Jesus é a manifestação plena dessa graça gloriosa, pois veio buscar e salvar o que se havia perdido. Em sua missão terrena, Ele pôde demonstrar claramente a importância da graça de Deus e levar homens e mulheres a uma nova experiência de vida.
          Em toda a Bíblia encontramos referências acerca da graça de Deus (Is 12:3). Esta graça resulta em benefícios da parte de Deus para suas criaturas, salvando-as, curando-as e libertando-as do poder do pecado (Sl 107:20). Esta ação divina, em favor do homem perdido, revela o Deus de toda a graça, benevolente com o transgressor da sua lei (Lc 18:13). O salmista expressou: "O Senhor dará graça e glória ..." (Sl 84:11). Este fato acerca de Deus é uma verdade incontestável, pois Ele é o doador da graça. A vida de José nos dá um exemplo da graça de Deus: "O Senhor porém estava com José ...e deu-lhe graça aos olhos do carcereiro-mor" (Gn 39:21). A graça que havia na vida de José vinha do Senhor, o Deus de toda a graça (1ª Pe 5:10). A igreja hoje necessita dessa graça gloriosa para vencer diante do mundo.
          O trono de Deus não é apenas justiça e juizo (Sl 89:14), mas também graça e misericórdia: "Cheguemos pois com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar graça ..." (Hb 4:16). Por isso pobres e miseráveis pecadores podem de Deus se aproximar e alcançar a reconciliação através da mediação do nosso sumo sacerdote Jesus (Hb 4:15). A igreja se aproxima do trono de Deus coberta pelo sangue de Jesus.
          A graça é abundante, suficiente e soberana. O testemunho no livro de Atos mostra-nos a abundância da graça de Deus no dia a dia dos apóstolos: "E os apóstolos davam com grande poder, testemunho da ressurreição do Senhor Jesus, e em todos eles havia abundante graça" (At 4:33). Isto significa que a graça de Deus, hoje, é sem medida na vida daqueles que se santificam para uso do Senhor (2ª Tm 2:21). A abundância da graça, na vida da igreja, redunda em salvação de almas para o Senhor (At 2:47). Ao responder a Paulo acerca de suas aflições, o Senhor lhe falou da suficiência de sua graça, dizendo: "A minha graça de basta ..." (2ª Co 12:9). Em outras palavras, o Senhor estava dizendo: A minha graça é suficiente para suprir as tuas necessidades espirituais. Ainda hoje, a graça é a resposta de Deus às necessidades do homem que dele se aproxima pela fé (Ef 2:8). Paulo afirma que a suficiência da graça é maior do que o pecado do homem (Rm 5:20), isto significa que não existe pecado que Deus não possa perdoar. A graça nos é apresentada pelo apóstolo Paulo como soberana, isto é, ela reina hoje sobrepujando o pecado e a morte (Rm 5:21). Desde a queda no Éden, o pecado e a morte fizeram parceria, atuando livres sobre a situação do homem, entretanto, vindo a graça (Tt 2:11), ela passou a reinar sobre tudo, elevando o homem a uma nova posição perante Deus (Ef 2:6), pois as chaves da morte e do inferno se encontram nas mãos de Jesus (Ap 1:18).
          Quando recebemos a graça de Deus (JESUS), alcançamos as bençãos provenientes de sua ação em nossas vidas (Lc 15:22,23). Só a graça pode explicar a ação do pai ao abençoar o filho pródigo com tantas riquezas, perdoando-lhe o passado. Somente em Cristo podemos receber as bençãos advindas da graça, pois através delas nos enriquecemos espiritualmente (Ef 1:3).
          Em Cristo,

                          Tarcísio Costa de Lima

A doutrina da Salvação - parte 1

O pecado e a queda do homem

          Quando Deus deu ao homem o livre arbítrio, ele, ainda no seu estado natural, escolheu dar ouvidos a serpente, desprezando a obediência a Deus. Por este motivo, ele caiu no pecado, vindo após isto todas as consequências nefastas em razão da sua queda. Ainda hoje sentimos as consequências desta tão infeliz decisão nas ações e na qualidade de vida dos homens.
          O pecado teve sua origem ainda no céu com a queda de Lúcifer (Is 14:12-14). Quando Lúcifer pecou, ele simplesmente perdeu tudo o que Deus lhe havia dado. Foi o seu fim (Ez 28:19). A desobediência foi literalmente iniciada no céu, morada de Deus. Jesus atestou sua queda, quando falou: "E disse-lhes: Eu via Satanás, como raio, cair do céu" (Lc 10:18).
          Pecar significa errar o alvo, ou seja, não atingir os padrões divinos (Pv 8:36). Quando Adão e Eva deram ouvidos à serpente, ou seja, a Satanás, comendo da árvore do jardim do Éden, quebraram os padrões ditados por Deus em Gênesis 2:17. Em 1ª Jo 3:4, pecado é iniquidade, o homem deixa de obedecer a Deus para dar ouvidos a Satanás, mudando o rumo das ordens divinas. Paulo fala que por um homem (Adão) entrou o pecado no mundo (Rm 5:12), e por causa deste fato, todos nascemos debaixo deste fardo.
          Ao criar o homem, Deus lhe deu liberdade e o domínio sobre sua criação (Gn 1:28). Isto significa que quando Deus criou o homem lhe deu também atribuições. Tudo isto demonstrava a confiança do Criador em sua criatura. Mas infelizmente, o homem não soube preservar a ordenança divina (Gn 2:17). Ao comer, transgrediu, desobedeceu e pecou. O pecado de Adão não somente o tornou um pecador, como também um escravo do seu próprio mal (Rm 6:16).
          Como sabemos, o pecado não se originou na terra, mas no céu (Ez 28:17). Quando Adão e Eva deram lugar ao pecado no coração, o mesmo já era uma realidade no mundo espiritual. O homem contaminado por este virus, espalhou-o por toda a humanidade (Rm 5:12). O profeta Isaías quando fala sobre Lúcifer, mostra-nos uma pessoa que quis se exaltar (Is 14:14), mas felizmente foi derrubado pelo poder de Deus (Is 14:15)
          Quando o homem foi contaminado pelo pecado, as consequências atingiram toda a humanidade (Rm 3:23). A contaminação do homem somente pode ser comparada a picada de uma serpente, pois ela pica e espera que sua vítima seja infectada através da circulação saguínea, que leva o veneno por todo o corpo. O homem quando foi contaminado pelo pecado (2ª Co 11:3), sentiu as consequências, e, a partir desse momento, começou a se deteriorar (Rm 5:12).
          A profecia de Isaías diz: "Mas as vossas iniquidades fazem divisão entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, de modo que não vos ouça" (Is 59:2). Quando Deus afirma que nossos pecados fazem divisão entre Ele e nós, mostra-nos o profundo abismo provocado pela desobediência ao Criador. Em consequência disto, a primeira atitude do homem após o pecado foi esconder-se de Deus (Gn 3:10). Deus é santo e o pecado não pode se misturar com a santidade (1ª Co 3:17).
          Uma das consequências do pecado é a perda da comunhão com Deus (Js 7:11). Por isso o apóstolo João afirma: "E agora, filhinhos, permanecei nEle; para que, quando Ele se manifestar, tenhamos confiança e não sejamos confudidos por Ele na sua vinda" (1ª Jo 2:28). Este versículo de João nos ensina que devemos permanecer fiéis ao Senhor, para não ficarmos confudidos em hipótese alguma.
          Em Gênesis, lemos: "Mas da árvore da ciência do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás" (Gn 2:17). Deus aqui falou para o homem acerca da morte espiritual. Quando a serpente falou para Eva: "... se comeres não morrereis...", ela simplesmente inverteu a Palavra de Deus. O ser infinito, criado por Deus, agora sob o domínio do pecado, tornou-se finito, começou a se dilacerar até chegar ao estado da morte (Rm 3:23). A morte espiritual é vista, biblicamente, por vários aspectos. O apóstolo Paulo ao escrever aos Efésios nos mostra claramente esta triste situação: "Estando nós ainda mortos em nossas ofensas ..." (Ef 2:5). Desta maneira, o homem andava segundo o curso deste mundo (Ef 2:1), tendo como seu guia, Satanás, e fazendo a vontade da carne, não do espírito, se tornando herdeiro de um pecado gerado no passado através de Adão e Eva (Rm 5:12).
          O pecado tem produzido terríveis efeitos. O pior deles é o de nos apartar de Cristo (2ª Co 11:3). Os efeitos do pecado são sentidos em toda criação (Rm 8:22) e também naqueles que têm o Espírito de Deus (Rm 8:23). Infelizmente, para muitos, o pecado é um mito, mas para o crente que conhece a Palavra de Deus é uma realidade que só Jesus pode perdoar (1ª Jo 1:9).
          Em Cristo,

                          Tarcísio Costa de Lima

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Pentecostal sim, místico jamais!

          Pois é! Sou assembleiano, batizado com o Espírito Santo, creio em milagres e tenho visto muitos milagres. Só que não concordo com esse negócio de "cair no poder", "unção do riso", "unção do leão", "unção da lagartixa" e outras aberrações que estão acontecendo no meio dito pentecostal.
          Creio na obra do Espírito Santo mediante a diversidade de dons, ministérios e operações (1ª Co 12:4-11). Enfim, sou pentecostal, mas não sou místico. Sou assembleiano, graças a Deus, desde 1995. Sei o que são cultos nos montes; conheço vigílias do reteté. Fui pastor de Igrejas em Xique-xique/Ba., Simões Filho/Ba., Conceição do Jacuipe/Ba.. Já preguei em Congressos, Convenções, Escolas de Obreiros. Já fui membro de Mesa Diretora de Convenção Estadual, já fiz parte de Comissão Disciplinar, Conselho Doutrinário. Já preguei em muitas Igrejas, em várias cidades, inclusive fora do Estado da Bahia. Conheci todo tipo de crente, dos mais frios aos mais fervorosos; desde os mais céticos até os mais fanáticos.
          Não sou um teórico, frio, gelado. Tenho plena convicção bíblica e experiencial de que o "cair no espírito" e outras manifestações que estão acontecendo em nosso meio não têm aprovação divina.
          Não consigo identificar na Bíblia Sagrada base para golpes de paletó, sopro "ungido", empurrões, uivos, rugidos, latidos, pessoas rastejando pelo chão, etc.. O "cair no poder" e outras manifestações não se coadunam com os princípios e mandamentos contidos em 1ª Co 14. Essas manifestações não edificam (1ª Co 14:12); contrapõem-se ao uso da razão, necessário num culto genuinamente pentecostal ( 1ª Co 14:15,20,32); levam os incrédulos a pensarem que os crentes estão loucos (1ª Co 14:23) e promovem desordem generalizada (1ª Co 14:26-28, 40).
          Muitos defensores dessas manifestações dizem que estão na liberdade do Espírito, porém o texto de 1ª Co 14 também não avaliza toda e qualquer manifestação. No culto genuinamente pentecostal deve haver julgamento, discernimento, análise, exame (1 Co 14:29,33). Por isso, no versículo 37, está escrito: "Se alguém cuida ser profeta ou espiritual, reconheça que essas coisas que vos escrevo são mandamentos do Senhor".
          Tenho observado que os ensinadores e seguidores dessas manifestações exóticas, em sua maioria, são pessoas indóceis, dispostas a humilhar e ridicularizar quem pensa diferente, ainda que tenha fundamento bíblico. Não tenho dúvidas de que o Senhor opera milagres extraordinários em nosso meio. Ele é o mesmo (Hb 13:8). Mas o que temos visto hoje são práticas viciosas e repetitivas. Jesus curou um cego com lodo que fez com a sua própria saliva, porém Ele não metodizou esse modo de dar vista aos cegos. A obra de Deus surpreende, impreciona, positivamente; deixa todos maravilhados (Lc 5:26). As falsificações são viciosas, premeditadas, propagandeadas, afim de que o milagreiro receba a glória que é exclusivamente de Deus (Is 42:8).
          Eles citam textos como 2 Cr 5:14 ; 1 Rs 8:10,11 e dizem , com a boca cheia: " os sacerdotes não resistiram a glória de Deus e caíram no poder". Que engano! Veja o que a Bíblia realmente diz: "E sucedeu que SAINDO os sacerdotes do santuário, uma nuvem encheu a Casa do Senhor. E NÃO PODIAM TER-SE EM PÉ OS SACERDOTES PARA MINISTRAR, por causa da nuvem, porque a glória do Senhor enchera a Casa do Senhor" (1 Rs 8:10,11).
          Infelizmente, a frase "não podiam ter-se em pé" tem sido entendida com o "cairam no poder". Mas ela, na verdade, denota que os sacerdotes "não puderam permanecer alí". Eles não suportaram permanecer no local ministrando! Não tinham como resistir a glória de Deus presente alí. Por isso, não permaneceram no local. Onde está escrito que eles "caíram no poder"?
          Considero importantes os milagres, mas, na hierarquização feira por Deus, a exposição da Palavra tem prioridade (1ª Co 12:28 ; Jo 10:41). Os sinais, prodígios e maravilhas devem ocorrer naturalmente. E Deus precisa estar no controle. Mas hoje há muita imitação, falsificação, misticismo no meio dito pentecostal. Cuidado! Cuidado! Cuidado!
          Em Cristo,

                          Tarcísio Costa de Lima

Tenho poder de vida ou morte nas palavras?

          Não se deve minimizar o que está escrito na Palavra de Deus utilizando-se de versículos isolados. Entendamos que a Bíblia é análoga. Portanto, devemos examinar seus contextos geral, imediato, remoto, referencial, histórico-cultural e literário. Apenas um versículo isolado não possue autoridade em si mesmo, pois, se assim fosse, como entenderíamos 1ª Co 15:18? ( "E também os que dormiram em Cristo estão perdidos"). Porém o contexto ensina que os mortos em Cristo estariam perdidosse Ele não tivesse ressuscitado (vv:17-19). Só que Ele ressuscitou (v.20)!
          Igual situação encontramos em Provérbios 18:21. Ao lermos todo o capítulo com atenção, perceberemos que a pretensa CONFISSÃO POSITIVA é mentirosa. Lógico que não devemos ser negativistas e melancólicos, embora isso não seja fator determinante para o fracasso de uma pessoa, pois é verdade que Deus usa de misericórdia e nos ajuda mesmo quando passamos por momentos de fraqueza espiritual (1 Rs 19:18). Haja o que houver devemos sempre bendizer ao Senhor (1 Ts 5:18; Jó 1:20-22).
          Essa história de CONFISSÃO POSITIVA é, na verdade, uma falácia. O termo confissão está diretamente ligado, na Bíblia Sagrada, às palavras que expressam arrependimento e desejo de afastar-se do pecado (Pv 28:13 ; 1ª Jo 1:9), ao entendimento que Jesus é o Senhor (Rm 10:9) e à pregação do evangelho (Mt 10:32).
          Muitos de nós estão convencidos de que existe poder de vida e morte em nossas palavras. Já é comum ouvirmos: " Esta cidade é do Senhor Jesus ". Porém, se não houver compromisso com o verdadeiro evangelho, tais CONFISSÕES POSITIVAS em nada mudarão a situação da cidade.
          Ainda que, em certo sentido, as nações, o planeta e todo o Universosejam do Senhor Jesus (Sl 24:11 ; Hb 11:3), o mundo está precisando ouvir as boas novas de salvação (Mc 16:15 ; Mt 28:19), e não "palavras mágicas". Precisamos conquistar o Brasil pela pregação do evangelho, visto que o Reino de Cristo é espiritual (Jo 18:36 ; Rm 14:17). Precisamos orar por nossa nação e anunciar a Cristo. Deus pode mudar a situação de países e governos por intercessão e influência do seu povo, e não mediante CONFISSÕES POSITIVAS ( 1ª Tm 2: 1-3 ; 2 Cr 7:14,15).
          Se CONFISSÕES POSITIVAS funcionassem mesmo o mundo seria maravilhoso!
          Vamos examinar o contexto de Pv 18:21. Nos versículos anteriores o autor sagrado não se refere ao suposto poder de vida ou morte das palavras humanas: " O irmão ofendido é mais difícil de conquistar do que uma cidade forte; e as contendas são como ferrolhos de um palácio. Do fruto da boca de cada um se fartará o seu ventre; dos renovos dos seus lábios se fartará" (Pv 18:19,20).
          Outro texto utilizado pelos defensores da CONFISSÃO POSITIVA é Tg 3:10. Juntamente com os textos isolados de Tg 3:10 e Pv 18:21, eles citam: a visão do vale de ossos secos, em que Ezequiel profetizou, e os ossos reviveram (Ez 37: 1-10); e também que o profeta Elias "determinou" que não choveria durante 3 anos e 6 meses (1Rs 17:1). Quanto a Ezequiel, ele profetizou conforme se lhe deu ordem: "Ossos secos, ouvi a palavra do SENHOR" - o poder na estava na sua palavra mas na ordem dada por Deus (Ez 37:4-7 ; Hb 4:12).
          No caso do profeta Elias, de fato não choveu durante 3 anos e 6 meses segundo a sua palavra. Entretanto ele, que "era homem sujeito às mesmas paixões que nós e, orando, pediu que não chovesse" (Tg 5:17). Ou seja, ele só fez o que fez diante do rei Acabe porque Deus atendeu, de antemão o seu pedido.
          Portanto, o crente fiél deve aprender a pedir em vez de "determinar" (Mt 7:7,8 ; Jo 14:13,14).
          Diante do exposto, não se deve tomar o texto de Provérbios 18:21 como uma verdade geral, aplicável para toda e qualquer circunstância. O autor falou do poder de vida e de morte da lingua em relação a bendizer e maldizer o próximo (falar bem ou mau).
          Em Cristo,

                          Tarcísio Costa de Lima

terça-feira, 20 de abril de 2010

E haja poder ...!

          Já virou praxe a muito, muuuuuuuuuuuuito tempo. A febre do ser pastor (e pastora),tem contaminado muita gente. E haja poder, haja chamada, haja visão (visagem), haja revelação (revelamento), haja profecia (profetada). O que caracteriza esse pessoal geralmente é o inconformismo e a super capacidade.
          Dizem eles: " Não me conformo, pois sou mais capaz do que esse pastor e estou no banco enquanto ele preside". Passam então a abordar alguns irmãos com comentários depreciativos no intuito de persuadí-los a tomarem partido na sua causa criando desta forma um clima ruim e a fraguimentação da comunhão do povo de Deus. Começam as reuniões nos lares, os cultos nos montes, sob a alegação de que na Igreja o ministério não crer no movimento e precisam crescer no poder e mergulhar nos mistérios.
          Surgem então as revelações (revelamentos): " Meu servo não te quero aqui pois te escolhi para fazeres a minha obra". Mais uma: " Levanta-te e faze a obra, porque eu sou contigo e te darei vitória". Mais outra: " Até quando resistirás ao meu chamado?". Pronto. Sai da Igreja, abre um movimento e agora precisa ser diferente. Que fazer? A saída é apresentar suas novidades: batismo em nome de Jesus, sabonete ungido, a doutrina do unge tudo, unção do riso, cai-cai no poder, transe espiritual, etc., etc., etc..
          Mas o problema é que muitos crentes afirmam: " É melhor uma Igreja em cada esquina do que um bar em cada esquina". Outro problema é que esses movimentos, por não apresentarem doutrinas coesas e confiáveis, acabam embebedando espiritualmente os crentes que se tornam fanáticos.
          Não devemos apoiar tais situações, antes, devemos ser firmes contra essas questões.
          Em Cristo,

                         Tarcísio Costa de Lima

Jesus é a "rosa de Sarom"?


O titulo citado em Cantares 2:1, não diz respeito a Jesus Cristo! Afirmo com certeza de coração e segue explicação do contexto em apreço.

Muitos leem o versículo de forma isolada e terminam por entender, de forma incorreta, que o titulo é dado ao Senhor Jesus Cristo.

O livro de Cantares expõe um diálogo, conduzido de forma alternada, entre a sulamita e seu amado, e, por isso, se faz necessária a leitura de cada versículo com atenção para identificar quem está falando. Ao final do Capitulo 1, o noivo diz: " Eis que és formosa, ó amiga minha, eis que és formosa; os teus olhos são como os das pombas" (v.15). E a sulamita responde: " Eis que és gentil e agradável, ó amado meu; o nosso leito é viçoso. As traves da nossa casa são de cedro, as nossas varandas, de cipreste" (vv.16,17).

Em Cantares 2:1, a sulamita, que terminou falando no Capitulo 1, diz: " Eu sou a rosa de Sarom, o lírio dos vales". No versículo 2, o noivo responde: " Qual o lírio entre os espinhos, tal é a minha amiga entre as filhas ", esclarecendo que "rosa de Sarom" e "lírio dos vales" são referências à noiva e não ao noivo.

É a sulamita quem diz: " Eu sou a rosa de Sarom, o lírio dos vales " (Ct 2:1). O noivo responde: " Qual lírio ... tal é a minha amiga" ( Ct 2:2). Ela se compara às flores simples do campo. Sarom é a planície litorânea situada ao sul do Monte Carmelo. Há um hino muito conhecido que diz: " Jesus é o lirio dos vales, rosa de Sarom ...", mas apesar de ser bonito trás, infelizmente, um erro interpretativo da passagem bíblica.
Em Cristo,

Tarcísio Costa de Lima

Todo pregador é profeta?


Esclareça-se que o dom de profecia está à disposição da Igreja do Senhor Jesus Cristo, porém, para que haja manifestação deste, faz-se necessária uma correta compreensão da doutrina dos dons espirituais e, como acontecia nas igrejas do início, pessoas aptas a serem usadas pelo Espírito Santo (1ª Co 1:7 ; At 13:1-3). Este dom é para todos os servos de Jesus Cristo (1ª Co 14:1).

Mas, e o ministério profético? Todo pregador é profeta? Claro que não! À luz da Bíblia, em certo sentido, todos os crentes devem pregar o evangelho (Mc 16:15-18). Porém, existe o pregador chamado por Deus, para servir de proclamador, arauto, como o apóstolo Paulo que exerceu um tríplice ministério: " Para o que ( digo a verdade em Cristo, não minto) fui constituido PREGADOR, e APÓSTOLO, e DOUTOR dos gentios, na fé e na verdade (1ª Tm 2:7).

Nem todos os pregadores com chamadas específicas são profetas? Correto! Uns são evangelistas. Exemplificando: " E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para EVANGELISTAS, e outros para pastores e doutores (Ef 4:11). Os pregadores-evangelistas pregam a Palavra com autoridade e têm poder de convenser seus ouvintes, porém, não são pregadores-profetas. Estes (pregadores-profetas), ao anunciarem a Palavra de Deus, transmitem mensagens proféticas específicas da parte do Senhor.

É só profeta quem prega? Bem, com exceção àqueles que são usados com o dom de profecia, que se chamam profetas no Novo Testamento (1ª Co 14:29), o segundo tipo de profeta é, na verdade, um pregador, um ministro do evangelho dado à Igreja por Deus "... para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo, até que todos cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo" (Ef 4:12,13).

O que Paulo diz em 1ª Co 14:32, quando fala que os espíritos dos profetas estão sujeitos aos profetas? Ele fala sobre autocontrole. O Espírito Santo produz os dons sobrenaturalmente, mas não perdemos a razão nem ficamos inconscientes no momento da profecia. Por mais poderosa que seja uma mensagem profética, podemos transmití-la de maneira sóbria, pois deve haver ordem no culto coletivo (1ª Co 14:37-40).

Esses atos proféticos, intercessão profética, adoração profética, unção profética, dança profética, mover profético, não passam de modismos. Precisamos estar voltados à "simplicidade do evangelho" (2ª Co 11:3).
Em Cristo,

Tarcísio Costa de Lima

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Profeta, profecia e ministério profético

Há grande banalização da profecia em nossos dias. Tudo é profético. Aí surgem os "atos proféticos", como o ocorrido no Rio de Janeiro, quando um grupo "evangélico" escalou, na Região Serrana, o monte Dedo de Deus, para ungí-lo e declarar "profeticamente" que o Estado do Rio de Janeiro é do Senhor Jesus! Vejamos o que ensinam as Sagradas Escrituras:
No Novo Testamento aparecem dois tipos de profetas (Ef 4:11 ; 1ª Co 12:29); e o que é usado com o dom de profecia (1ª Co 14:29-32).
O dom de profecia é uma capacitação sobrenatural do Espírito Santo, outorgada ao crente, geralmente durante o culto coletivo (1ª Co 14:26-30) com o fito de transmissão de uma mensagem para edificação, consolação ou exortação à Igreja local (1ª Co 14:3), e está, à disposição de todos os servos de Deus (1ª Co 14:31).
O ofício de profeta aponta para um ministro, um pregador dado por Deus à Igreja (At 15:32 ; Ef 4:11-15).
Existe, portanto, dois tipos de profeta e duas modalidades de profecia. O pregador chamado por Deus, é usado pelo Espírito Santo ao pregar a Palavra. Mas o dom de profecia não requer chamada específica. Qualquer crente, cheio do Espírito Santo, sendo "vaso preparado" (2ª Tm 2:20,21) pode transmitir uma mensagem profética.
Em relação ao ministério profético, o Senhor jesus, quando ensina que os profetas e a lei profetizaram até João Batista (Mt 11:13), refere-se ao ministério profético dos tempos do Velho Testamento. Portanto, não obstante João Batista aparecer no Novo testamento, ele teve um ministério similar ao exercido pelos profetas da Antiga Aliança.
Aqueles que, nos nossos dias, consultam "profetas" em relação a viagens, casamentos, sexo de bebês, etc., ainda não aprenderam que existe diferença entre os profetas das duas dispensações. Hoje, não existe mais a necessidade de se consultar profetas, como anteriormente (1º Rs 22:15-28), pois temos a Bíblia completa (Sl 119:105 ; Rm 15:4). Ademais, em nossos dias, o Espírito Santo fala como e quando quer, e não quando queremos que Ele fale (1ª Co 12:11).
Diante do exposto, aconselho que tenhamos bastante cautela com relação ao assunto apresentado.
Em Cristo,

Tarcisio Costa de lima

Apresentação

Hoje inicio uma etapa de minha vida através da qual me lançarei à tarefa de proclamar o Evangelho do meu Senhor Jesus Cristo por meio deste veículo de alcance mundial. Minha meta, além da já anunciada, é contribuir para o desenvolvimento sadio da igreja, tão alvejada nestes últimos tempos por heresias e más interpretações dos textos bíblicos. Publicarei artigos de cunho evangelístico, teológico, informativo e outros. Estarei aberto às discussões (responsáveis e sadias), que possam vir a acontecer. Lhe convido a fazer parte deste meu projeto, sabendo que precisarei de um pouco de tempo para aperfeiçoar o uso deste serviço.
Em Cristo,

Tarcísio Costa de lima