segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Uma vez salvo, salvo para sempre?

A salvação ocorre pela graça de Deus. Mas fomos salvos pela graça para as boas obras (Ef 2.8-10). Tiago, ao contrário do que muitos pensam, estava de acordo com Paulo quanto à necessidade de o cristão verdadeiramente salvo demonstrar que é salvo pelas suas boas obras.

É preciso observar que a nossa salvação envolve três tempos e três aspectos. No passado, fomos justificados, santificados e regenerados (aspecto posicional). No presente, devemos operar a nossa salvação com temor e tremor (Fp 2.12), seguindo a paz com todos e a santificação (aspecto progressivo), sem a qual ninguém verá o Senhor (Hb 12.14). No futuro, nossa salvação será a glorificação (aspecto perfectivo); seremos libertos da presença do pecado, e não apenas de seu domínio.
Portanto, quem é salvo, hoje, deve continuar, permanecer salvo, em Cristo (1 Co 15.1,2; Ap 3.11). É um erro pensar que não é preciso fazer mais nada, depois de salvo. O salvo que se preza é mais salvo, a cada dia, posto que está mais próximo de sua glorificação (Rm 13.11).
Indubitavelmente, a salvação é pela graça, segundo a Bíblia (cf. toda a Epístola de Romanos). Por outro lado, é simplismo pensar que uma vez salvo, ainda que pela graça, salvo para sempre. Pela sua graça, Deus dá o que não merecemos, mas Ele só me deu a salvação porque eu a quis receber. Deus mesmo me capacitou para aceitá-la; deu-me a fé (Ef 2.8,9) e a possibiliade de arrependimento (At 11.18; Rm 2.4), a fim de que eu receba livremente a salvação.

A graça de Deus não exclui a minha escolha. Se qualquer salvo escolher “naufragar na fé” (1 Tm 1.19,20), ou apostatar (1 Tm 4.1), ou desviar-se, como fez Judas (At 1.25; 2 Pe 2.1,20-22), com certeza abrirá mão da preciosa salvação pela graça. Ninguém resolverá negar a Cristo na eternidade, pois estaremos em outra dimensão, glorificados (Rm 13.11; Fp 3.13,14). Estaremos libertos da presença do pecado, e não apenas de seu poder.
Não devemos permitir que a lógica humana nos impeça de pensar biblicamente (1 Co 2.14,15) e de considerar todo o desdobramento da doutrina da salvação, que abrange passado, presente e futuro. O homem possui, sim, a livre-vontade e pode rejeitar a obra de Cristo realizada na cruz. Por isso, Deus amou o mundo de tal maneira, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna (Jo 3.16). Deus é poderoso para nos guardar de tropeçar, desde que permaneçamos em Cristo (Jo 10.27,28).
O que o irmão entende por apostasia? Trata-se do abandono consciente da salvação — ou seja, é mais que heresia. Somente o crente, salvo, pode apostatar! O ímpio não tem do que se desviar, conscientemente, mas o salvo tem (1 Tm 4.1). Pode ser um equívoco pensar que uma vez salvo posso fazer o que quiser, mas é exatamente isso que fazem alguns dos que se apegam à máxima “Uma vez salvo, salvo para sempre”.
Deus sempre quis que todos se salvassem (1 Tm 2.4) e não tiraria a salvação de ninguém, posto que é misericordioso. Reitero que Ele não tirou de Esaú o direito à primogenitura. Mas Esaú a perdeu! Por quê? Porque foi profano. O próprio Inferno foi preparado para o Diabo e seus anjos (Mt 25.41), numa prova de que Deus não deseja que os seres humanos vão para lá, porém muitos homens irão para o Lago de Fogo (Ap 20.21.8; 22.15). E não irão para lá por não terem sido alcançados pela graça de Deus, e sim porque serão “julgados cada um segundo as suas obras” (Ap 20.13).
Quem é salvo pela graça de Deus é participante da natureza divina quanto aos atributos comunicáveis da deidade (2 Pe 1.4-9), e essa natureza clama por santidade, e não por pecado (Gl 5.22; Cl 3.1-17). Sem dúvidas! Mas isso é apenas o aspecto posicional da nossa salvação.
Há uma luta dentro de nós: a natureza carnal se levanta contra a espiritual (Gl 5.16-21). Quem prevalecerá? Dependerá de quem a prevalecência do homem regenerado? É preciso levar-se em conta os aspectos progressivo (no presente) e perfectivo (no futuro). Fomos salvos, estamos salvos e devemos permanecer salvos! Isso à luz da Bíblia (1 Co 15.1,2; Ap 3.11 [aqui não se trata de galardão, pois o verbo “ter” está no presente]; Mt 24.13; Ap 3.5, etc.).
O salvo pela graça caminha para glorficação (Ef 4.11-15), e não para a corrupção do pecado. Mas o salvo não é um robô programado para progredir por conta própria, a cada dia! Ele precisa crescer na graça e conhecimento (2 Pe 3.18), e isso depende de sua cooperação (Fp 2.12). Paulo foi chamado desde o ventre de sua mãe, mas não foi desobediente à visão celestial (At 26.19). A Bíblia diz para nos achegar-nos a Deus (Tg 4.8; 1 Pe 2.4). Ele faz a sua parte, porém temos de fazer a nossa (Ez 24.13).
Deus nos concede graça para perseverarmos até aquele grande Dia. No entanto, o Senhor Jesus nos manda vigiarmos para continuarmos em pé (Lc 21.36). E a Palavra de Deus menciona pessoas que cairão e irão para o Inferno (Mt 7.21-23).
Portanto, a salvação é pela graça, sem dúvidas. Mas precisamos atentar para textos como 1 Coríntios 15.1,2: “Também vos notifico, irmãos, o evangelho que já vos tenho anunciado; o qual também recebestes, e no qual também permaneceis, pelo qual sois salvos se o retiverdes tal como vo-lo tenho anunciado; se não é que crestes em vão”.
Em Cristo,

                 Tarcísio Costa de Lima

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

O verdadeiro cristianismo!

Se fizermos uma análise versículo por versículo, frase por frase, palavra por palavra, de Hebreus 13, teremos, sem exagero, uma manancial, um tesouro, à nossa disposição. Arrisco-me a dizer que esse único capítulo é o suficiente para a preparação de um livro contendo, pelo menos, dez mensagens repletas de lições para a vida cristã com muitos pormenores.

Mas, neste artigo, gostaria apenas de apresentar uma reflexão a respeito de seis coisas que os seguidores do cristianismo verdadeiramente cristão não podem esquecer ou ignorar — e todas elas estão em Hebreus 13.
Hospitalidade (v.2). O autor de Hebreus assevera que não devemos nos esquecer da hospitalidade. E ele menciona uma razão para fazermos isso: “alguns, praticando-a, sem o saber acolheram anjos” (ARA). Pense no que significa ser hospitaleiro. Tratar bem os amigos é fácil. E, quando temos de ser hospitaleiros com quem não conhecemos? Sofremos, ao fazer isso. No entanto, Deus muitas vezes usa esse tipo de circunstância para nos abençoar. Não foi isso que aconteceu com a viúva que ajudou Elias? E o que dizer do personagem bíblico mais famoso do momento, Zaqueu? Já imaginou se ele dissesse a Jesus: “Na minha casa, não! Minha mulher não vai gostar de receber uma visita inesperada”?
Presos (v.3). Sejamos sinceros: Qual cristão, incluindo eu e você, caro leitor, costuma se lembrar dos presos, dos encarcerados? Alguém se lembra do maníaco do parque, que estuprou e matou inúmeras jovens? E daquela jovem paulistana que planejou e executou o assassinato dos pais? Posso ser sincero? Quando eu me lembro desses presos “famosos” (na verdade, afamados), não lhes desejo, no meu íntimo, boas coisas. Mas o texto bíblico de Hebreus 13 diz: “Lembrai-vos dos encarcerados, como se presos com eles” (ARA). Meu Deus, que difícil recomendação da sua Palavra! Como eu preciso melhorar!
Maltratados (v.3). A ARC diz “Lembrai-vos dos... maltratados”, e a ARA: “Lembrai-vos... dos que sofrem maus tratos”. E acrescenta: “como se, com efeito, vós mesmos em pessoa fôsseis os maltratados”. Gostamos de lembrar apenas de coisas boas, que nos trazem satisfação. Ninguém gosta de lembrar, por exemplo, de um morador de rua, maltratado pela vida ou pelas más escolhas que fez. Os espíritas dizem: “Ele está sofrendo, mas é o seu karma”. E alguns evangélicos, conquanto iluminados pelo Espírito, se dão ao luxo de afirmar, sem nenhuma compaixão: “Deus sabe por que esse homem está sofrendo; trata-se de um miserável pecador, um vaso da ira”. Ah, como o nosso cristianismo seria realmente cristão se aprendêssemos a ser “bons samaritanos”!
Pastores (v.7). Nunca os pastores foram tão desrespeitados. Hoje, ser pastor não significa muita coisa, sobretudo na blogosfera em parte cristã! É claro que há falsos obreiros, aos quais convém mesmo “tapar a boca” ou refutar segundo a Bíblia (Tt 1.10,11). Mas não são muitos os cristãos que atentam para a seguinte recomendação: “Lembrai-vos dos vossos pastores, que vos falaram a palavra de Deus, a fé dos quais imitai, atentando para a sua maneira de viver” (ARC). Esse respeito aos pastores (“guias”, ARA) não é por causa do título que eles possuem, e sim porque foram chamados e ungidos pelo Senhor. E quem se levanta contra eles — no caso dos verdadeiros, é claro — está se levantando contra quem?
Beneficência (v.16). O texto diz: “E não vos esqueçais da beneficência” (ARC). Beneficência é o amor em ação; é a prática do bem. Afinal, o amor só é amor quando em ação. Se alguém diz “Eu amo a Palavra”, mas nunca medita nela, que tipo de amor é esse? Por isso, o salmista, ao falar do seu amor para com a Lei do Senhor, afirmou que ela era a sua meditação em todo o dia (Sl 119.97). E o que dizer do amor a Deus e ao próximo? E o que dizer do amor aos inimigos? A Bíblia não diz que devemos fazer bem a todos? Essa última pergunta é retórica; traz em si mesma a resposta de que devemos amar e fazer o bem (amor em ação) até aos nossos inimigos (Rm 12.20). Estamos dispostos a isso? Ou queremos vê-los arrasados, prostrados, enquanto cantamos: “Tem sabor de mel, tem sabor de mel, a minha vitória hoje tem sabor de mel”?
Comunicação (v.16). “Não negligencieis igualmente... a mútua cooperação” (ARA), diz o autor de Hebreus. E acrescenta que Deus se compraz com esse tipo de sacrifício. Ser um cooperador, um ajudador, alguém que comunica alguma coisa a alguém, seja um dom espiritual, seja uma ajuda material, significa se sacrificar pelo próximo! Mas, quem hoje está disposto a sofrer, a se sacrificar, por alguém que não seja um parente, como filhos, netos, esposa, pais?
Enfim, correr atrás de trio elétrico dizendo que está evangelizando os foliões é fácil. Escrever belos textos para a blogosfera em parte cristã, pelos quais expomos o nosso pensamento e refutamos isso e aquilo, também não é tão difícil. Mas, e viver o cristianismo verdadeiro, o cristianismo realmente cristão, que não se esquece da hospitalidade, dos encarcerados, dos maltratados, dos pastores, da beneficência e da mútua cooperação?
Lamento, mas o cristianismo realmente cristão é para quem deseja ter a Bíblia como a sua regra de fé, de prática e de vida. E é isso que eu desejo, embora reconheça, humildemente, que ainda não o tenha alcançado...
Em cristo,

              Tarcísio Costa de Lima

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Daniel e o período interbíblico!

Em Daniel 11, encontramos a síntese da história bíblica, abrangendo os 400 anos decorridos desde a profecia de Malaquias até à vinda de Cristo, que são conhecidos como Período Interbíblico. Vemos o futuro imediato e distante de Israel em relação às nações vizinhas, ligado principalmente ao "tempo de angústia de Jacó" (Jr 30:7). Os 45 versículos do capítulo 11 de Daniel cobrem quase 500 anos de história bíblica: de Ciro, o Persa, ao final da independência do reino de Israel sob os macabeus, em 63 a.C., quando Roma assumiu o controle dessa nação.
Em Daniel 11:21-35 encontramos a referência de "... um homem vil" (Dn 11:21). Este é Antíoco Epifânio. Este monarca foi, em sua geração, uma figura do verdadeiro anticristo, "... o homem do pecado, o filho da perdição" (2ª Ts 2:3).
Antíoco Epifânio foi o grande perseguidor dos judeus na Palestina. No seu governo houve a revolta dos macabeus. Este "homem vil", do texto em foco, foi o homem mais desprezível narrado nas profecias de Daniel. Dez versículos do capítulo 11 são reservados para a descrição dele. Saíram dele "uns braços" que profanaram o santuário, e tiraram o contínuo sacrifício estabelecido pela lei cerimonial (Dn 11:31). Este homem obteve a coroa por astúcia e por "engano". Ele é o pequeno chifre descrito em Daniel 8.
Com a ascensão de Antíoco Epifânio, teve início uma das mais sombrias épocas da história judáica. Onias exercia o sacerdócio em Jerusalém quando Epifânio começou a reinar. Epifânio vendeu o cargo de sumo sacerdote ao irmão de Onias, por 360 talentos. O usurpador colaborou com Antíoco em seu esforço de impor a cultura e religião grega aos judeus. Os velhos costumes hebreus e suas práticas religiosas foram desestimulados; judeus foram enviados a Tiro a fim de tomar parte nos jogos em homenagem ao deus pagão Hércules, e, em seu altar eram oferecidos sacrifícios. Antíoco Epifânio voltou à Jerusalém, sitiou e tomou a cidade, massacrando 40 mil judeus. Desprezando a tradição judáica, entrou no Santo dos Santos, sacrificou uma porca sobre o altar, e espargiu o sangue sobre o edifício. Por sua ordem o Templo passou a ser templo do Zeus Olímpio; proibiram-se culto e os sacrifícios judáicos foram substituídos pelos ritos pagãos. Proibiu-se a circuncisão, e a mera posse de uma cópia da Lei se tornou ofensa punível com a morte.
Antíoco Epifânio conquistou tudo o que desejava o seu coração (Dn 11:22). A única nação que sempre apresentava resistência era o Egito. Então, com astúcia, fingiu um "concerto" com o sobrinho de Ptolomeu Filoparter, e depois deste trabalho de paz (fingido), veio "caladamente como uma inundação" e tomou os "lugares mais férteis da província". Depois se revoltou também contra o "príncipe do concerto".
Antíoco fez uma aliança com o monarca egípcio, mas sem a mínima intenção de observá-la (Dn 11:23). Depois de ter ganhado a inteira confiança de Ptolomeu Filoparter, veio "caladamente" com pouca gente e traiu a Ptolomeu e sua gente. Nesta investida contra o reino do Sul (Egito), ele teve êxito total. O historiador judeu Flávio Josefo diz que ele teve plano, nesta sua investida, para tomar outras cidades. Porém, o Senhor Deus, a quem ele tanto tinha desafiado, interveio contra a sua obstinada tirania.
Em Cristo,

                Tarcísio Costa de Lima  

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Daniel e sua intimidade com Deus!

Daniel 10 faz parte da última visão que Deus deu ao profeta, cobrindo os capítulos 10, 11 e 12. A visão foi dada dois anos após o retorno dos judeus à Palestina. Os três capítulos finais de Daniel revelão a culminância da crescente experiência do profeta e sua vida de intimidade com Deus. O profeta Daniel teve experiências espirituais sempre crescentes. Assim deve ser a nossa vida espiritual, sempre abundante, sempre em franco crescimento: "Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor" (1ª Co 15:58).
Há um Deus no céu que pode revelar o futuro, bem como qualquer assunto que for da Sua vontade. Uma palavra revelada do céu é sempre algo maravilhoso, certo e infalível. Deus revelou para Daniel o que haveria de acontecer nos "últimos dias" (Dn 10:1).
A razão do lamento e retraimento acompanhado de jejum, é que Daniel, como patriota e membro da nação eleita, preocupava-se com o futuro do seu povo. Por volta do terceiro ano de Ciro, a obra iniciada, de reconstrução do templo, fora embargada (Ed 1-3 ; 4:4,5). A perseverança de Daniel na oração e no jejum por 21 dias ocasionou a resposta divina (Dn 10:12). Assim, vemos que nossas orações também são ouvidas no céu (Jr 33:3).
A visão profética descreve os acontecimentos que levariam Antíoco Epifânio à ascensão. Tal governante, mais tarde, profanaria o templo do Senhor (Mt 24:15). A Pérsia teria mais três reis: (530-522 a.C.), Pseudo-Esmérides ou Gaumata (522 a.C.) e Dario (522-486 a.C.). Ainda vemos o quarto rei, que iria guerrear contra a Grécia. Daí, se observa que não se vê mais citação histórica da Pérsia, apesar de ainda continuar, à época, como uma potência mundial. "O que os pecadores mais temem não é a morte, e, sim, a presença revelada de Deus" - quem afirma é o teólogo Swete. Em toda a extensão das Escrituras Sagradas, vemos pessoas que foram possídas de temor diante de grandes visões: Abraão (Gn 15:1-12); Moisés (Ex 3:1-6); Zacarias (Lc 1:11,12), entre outros.
Quando o anjo tocou (Dn 10:18), Daniel sentiu conforto, paz e ânimo. Deixe Deus te tocar hoje, agora, e, sinta Seu poder restaurador. Imediatamente Daniel ouviu a voz do mensageiro do Senhor, e respondeu: "Fala, meu Senhor, porque me confortaste" (Dn 10:19). Ainda hoje, a Palavra de Deus nos conforta e fortalece (Ne 6:9 ; Sl 119:28).
Em Cristo,

                Tarcísio Costa de Lima

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

As setenta semanas de Daniel! 2ª parte

Um exame cuidadoso da passagem de Daniel 9:24-27 mostra que as semanas estão divididas em três grupos. Esses são: 7 semanas = 49 anos; 62 semanas = 434 anos; 1 semana = 7 anos. Comparando-se Apocalípse 12:6 com 13:5 se vê que o ano bíblico ou profético é de 360 dias, pois 1.260 dias (Ap 12:6) dá 31/2 anos de 360 dias, ou 42 meses de 30 dias cada (Ap 13:5).
O primeiro grupo de semanas: 7 semanas é igual a 49 anos (Dn 9:25). Este período começou com a expedição do decreto da reconstrução de Jerusalém, baixado em 445 a.C. por Artaxerxes, conforme Neemias 2. Neemias foi comissionado pelo rei para executar esse ato. Esta parte da profecia cumpriu-se com a restauração de Jerusalém no fim dos 49 anos correspondentes às 7 "semanas". Com isso chega-se ao ano 397 a. C.
O segundo grupo: 62 semanas corresponde a 434 anos (Dn 9:25,26). Aquí está incluído o período interbíblico entre Malaquias e Mateus. Nele também o Messias vem ao mundo e é morto. Pouco depois a cidade de Jerusalém é destruída e há guerras "até o fim". Esse "fim" refere-se ao final do tempo das 70 semanas, a saber, a última delas que tratarei em seguida.
O terceiro grupo: 1 semana é igual a 7 anos (Dn 9:27). Esta última semana não segue imediatamente às 69. Com a rejeição do Messias pelos judeus e a expulsão da sua terra, um intervalo de acontecimentos é destacado no tempo. A Igreja é formada, edificada e arrebatada antes que comece esta última semana de 7 anos. Após as 69ª semana o tempo profético ficou suspenso para Israel até que ocorra a "plenitude dos gentios" (Rm 11:25). Trata-se da igreja. Após o arrebatamento desta, terá início a 70ª semana - os 7 anos em que terá lugar a tribulação, descrita em detalhes em Apocalípse capítulos 6 a 18. Após o arrebatamento da igreja terá lugar esta última "semana", a qual abrangerá o surgimento do Anticristo no cenário mundial, a Grande Tribulação, e por fim, a volta pessoal do Senhor Jesus sobre o Monte das Oliveiras, quando então os judeus, em grande aflição, o reconhecerão como seu verdadeiro Messias (Zc 12:8-10 ; 14:1-5 ; Mt 23:39).
Para que compreendamos melhor as 70 semanas, estudaremos cinco temas que terão lugar na última semana (Dn 9:27). Trata-se dos 7 anos de ascendência do Anticristo.
O Anticristo fará uma aliança com Israel por 7 anos ("por uma semana"). É a última das 70 semanas proféticas, que terá lugar após o arrebatamento da igreja. O anticristo romperá a aliança feita, decorridos três anos e meio ("na metade da semana fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares"). Isso demonstra que o templo de Jerusalém estará reconstruído (Mt 24:15).
O anticristo se voltará contra os judeus e começará a prseguí-los com furor ("sobre a asa das abominações virá o assolador"). O termo "abominação" é empregado na Bíblia para designar ídolos e idolatria (Dn 11:31 ; 12:11 ; Mt 24:15). Trata-se de um ídolo que será colocado no Lugar Santo do templo. O "assolador" é uma referência ao anticristo, prevalecendo contra Israel "até a consumação", isto é, até que seja destruído.
Jesus Cristo aparecerá para destruir o anticristo e suas hostes, livrando Israel da destruição total. Isto se refere à derrota total do anticristo, ao descer Jesus em glória (At 1:11 ; Mt 24:30) para julgar as nações rebeladas contra Deus sob a liderança do anticristo. Então, estabelecerá o milênio de paz e justiça na terra, o que será uma preparação ao qual se seguirá o Juízo Final e o Perfeito Eterno Estado do mundo, descrito em Apocalípse 21 e 22. É com o Milênio que terá início o cumprimento das seis bençãos de Deus sobre Israel, preditas em Daniel 9:24.
Em Cristo,

                 Tarcísio Costa de Lima 

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

As setenta semanas de Daniel! 1ª parte

Deus concedeu ao profeta Daniel uma visão profética de muito maior alcance e amplitude em relação ao futuro de Israel, o povo eleito. Este será o assunto deste artigo: a segunda profecia mais importante do livro de Daniel (Jr 30:3-11 ; Ez 20:33-44).
Estava chegando ao fim os setenta anos do cativeiro babilônico que fora predito pelo profeta Jeremias (Jr 25:11,12 ; 20:10).Agora, os 70 anos estavam findando e o povo de Israel continuava no exílio em Babilônia.
Pode-se perceber em todo o livro de Daniel a razão porque este profeta alcançou muitas vitórias (Dn 9:3). Primeiro, Daniel procurou através das Escrituras o que Deus dissera sobre o assunto. Ele possuía uma biblioteca onde estudava. Ele disse: "Entendi pelos livros". Em seguida, orou, jejuou e rogou humilhado, vestido em pano de saco e com cinza. Muitos cristãos ao alcançarem um lugar de destaque em seus empregos se esquecem da Igreja, dos irmãos e até do Senhor.
"Estando eu falando, orando e confessando o meu pecado" (Dn 9:20-23). Deus mobilizou um dos anjos mais importantes, Gabriel. Os anjos santos são liderados por Miguel, o arcanjo (este é, o chefe dos anjos). "Tocou-me na hora do sacrifício" (Dn 9:21). Os judeus tinham por costume dois sacrifícios diários contínuos: pela manhã e à tarde. O da tarde era oferecido no crepúsculo (Ex 29:38-42 ; Nm 28:4,8). Era uma boa maneira para encerrar o dia, com oração. Daniel orou e chegou a resposta divina. Pecado confessado, oração atendida. "Se eu atender à iniquidade no meu coração, o Senhor não me ouvirá" (Sl 66:18).
Como é bom ser amado de Deus (Dn 9:23). De que adianta ter muitos amigos, receber o carinho de todos se não tivermos o amor de Deus. "Toma, pois, bem sentido na palavra, e entende a visão". A compreensão dependia de ele entender "o sentido da palavra e a visão". Deus fala para quem possa entender. Daniel entendeu a mensagem de Deus pela oração e pelos livros.
O anjo não falou a Daniel usando a expressão "setenta semanas". O original do livro fala de "setenta setes", que, pelo contexto da profecia e por outras indicações proféticas, mostra tratar-se de semanas de sete anos, isto é, 70 x 7anos = 490anos bíblicos. Duas evidências de que não são semanas comuns é que os seis felizes eventos preditos a respeito de Israel, em Daniel 9:24 ainda não se cumpriram. Portanto, são futuros. Em Mateus 24:15, o Senhor Jesus deixa claro que a última das 70 semanas é ainda futura, uma vez que o fato ali citado por Ele, enquadra-se na 70ª semana, conforme Daniel 9:27, a qual ainda não teve cumprimento.
As setenta semanas tratam das provações e sofrimentos pelos quais Israel terá que passar antes que venha o seu Libertador para que tenham fim os pecados de Israel, e experimentem justiça eterna. Elas concernem a Israel e não à Igreja. Deus domina sobre o tempo. Domina sobre as épocas (Dn 2:21).
Por que setenta anos de cativeiro? Os setenta anos eram um meio de disciplinar Israel. Eles seriam corrigidos por quebrarem deliberadamente os preceitos divinos (Lv 25:3-5 ; 26:14,33-35 ; 2º Cr 36:21). Ora, durante os quase 500 anos que vão da monarquia de Israel ao seu cativeiro, eles não cumpriram o preceito de observar o ano sabático. Deus mesmo fez a terra repousar, mantendo seus maus "inquilinos" fora por 70 anos. Ora, setenta anos são o total de anos sabáticos ocorridos no espaço de 490 anos.
Em Cristo,

                Tarcísio Costa de Lima

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Os reinos do mundo são transitórios!

O livro de Daniel é um extraordinário tratado de escatologia. No capítulo 8, Daniel situa também sua visão "no terceiro ano do reinado do rei Belsazar" (Dn 8:1,2). A dinastia fundada por Nabucodonosor estava chegando ao fim. O ano terceiro de belsazar era o último de sua existência.
Daniel registrou detalhes sobre como seriam o segundo e o terceiro império que iriam aparecer no cenário mundial. O profeta declara que sua visão ocorreu quando estava em Susã, na província do Elão, uma das capitais persas, que ficava a 300 km da Babilônia (Dn 8:2).
Daniel encontra-se às margens do canal de Ulai, cujo rio de igual nome fluía de um ponto cerca de 220 km ao norte de Susã até o rio Tigre, ao sul (Dn 8:2). A localização da visão é importante. Ela situa o contexto das relações com a Medo-Pérsia e a Grécia (Dn 8:3,4). Mais adiante, Daniel soube o significado da visão: "Aquele carneiro com dois chifres, que viste, são os reis da Média e da Pérsia" (Dn 8:20).
O carneiro e seus dois chifres correspondem claramente ao Império Persa (Dn 8:3,4,20 ; 7:5). Os dois chifres falam da dualidade do império: Média e Pérsia. Ochifre mais alto é a Pérsia, que, apesar de ser mais recente que a Média, se tornou proeminente. "O mais alto subiu por último" (Dn 8:3). Em 550 a.C. Ciro, um persa, rebelou-se contra os medos, que até então detinham o poder e tornou-se cabeça dos demais reinos. "E assim se engrandecia" (Dn 8:4). O profeta estava se referindo à Grécia. Esse império se tornou grande nas suas conquistas, com seus feitos e proezas nesse sentido estudados e admirados até os dias atuais.
O Império Grego é representado na visão do profeta pelo bode (Dn 8:21 ; 7:6). O "chifre notável" do bode (Dn 8:5) é Alexandre, o Grande, um dos guerreiros mais brilhantes dos tempos antigos: rei da Macedônia, fundador do helenismo, gênio militar e propagador da cultura grega. Foi ele o grande imperador grego. Em doze anos de reinado Alexandre tinha o mundo a seus pés. Morreu em 323 a.C., em Babilônia, aos 33 anos de idade. O império de Alexandre foi dividido entre seus quatro generais (Dn 8:8): em parte, à Grecia, à Turquia, à Síria e ao Egito (Dn 8:22).
Em Cristo,

              Tarcísio Costa de Lima 

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

A visão do estabelecimento do reino eterno!

O capítulo 7 do livro de Daniel vem antes do capítulo 5. No capítulo 2 aprendemos que os impérios mundiais foram representados através de uma estátua. No capítulo em apresso (7), esses mesmos impérios são representados por um leão, um urso, um leopardo e um animal anônimo e terrivelmente espantoso (Dn 7:13,14,25,27).
Belsazar é identificado como o rei que governava quando Daniel teve as visões durante o seu sonho. O profeta procurou fazer o registro das mesmas por ter compreendido que se tratava de uma revelação séria da parte de Deus e que precisava ser publicada. Quando esse sonho e revelação foram dados, Daniel tinha, aproximadamente, 68 anos de idade. Ele foi para o cativeiro com cerca de 16 anos, 52 anos antes. A revelação lhe foi dada através de um sonho e visões (Dn 2:28 ; 4:5,10).
Daniel fala como se estivesse na praia do mar Mediterrâneo (Dn 7:2). Ele alí contempla, em sua visão, "os quatro ventos do céu combatendo o mar grande". O profeta Zacarias viu também algo semelhante ao que neste versículo é presenciado (Zc 6:5). O mar agitado visualizado por Daniel são as nações inquietas (Ap 17:15). A inquietação e a perplexidade das nações é uma característica dos tempos dos gentios, isso pelas crises, cada vez maiores, que surgem interna e externamente nas nações. Os ventos representam os poderes do mal que incitam e afligem as nações. Durante o reinado cruel da Besta, estas águas representam o estado de depressão e confusão pelo qual passarão os habitantes da terra (Lc 21:25).
O primeiro animal corresponde à cabeça de ouro da estátua descrita por Daniel no capítulo 2, isto é, Babilônia (Dn 2:32,37,38). O leão tinha duas asas, o que fala da rapidez nas suas conquistas, como bem revela a história. O segundo animal era semelhante ao urso (Dn 7:7). Isto corresponde ao peito de prata do capítulo 2, ou seja, o império Medo-Persa (Dn 2:32,39). No capítulo 8:20 o império Medo-Persa volta a ser representado por um carneiro. O urso se levanta sobre um dos lados, e tinha na boca três costelas. O lado que se levantou foi a Pérsia, que passou a ter ascendência sobre a Média. As três costelas na boca referem-se à conquista (pela Pérsia) de Babilônia, Lídia e Egito. O terceiro animal é o leopardo (Dn 7:6). Este correspondendo ao ventre de bronze do capítulo 2, à Grécia (Dn 2:32,39). No capítulo 8:5,21 a Grécia volta a aparecer sob a figura de um bode. O leopardo tinha 4 asas e 4 cabeças. As asas indicam rapidez e as cabeças falam da quádrupla divisão do Império Grego após a morte de Alexandre, a saber: Egito, Macedônia, Síria e Ásia Menor.
O quarto animal corresponde às pernas e pés da estátua do capítulo 2; ou seja, o Império Romano, e ainda à sua última forma de expressão, por ocasião da vinda de Jesus (Dn 7:7,8,11,19-24). Tinha dez chifres, e, dentre esses dez surgiu um pequeno. Três dos outros derrubados pelo chifre pequeno (Dn 8:24). O quarto animal seria um rei ou reino, como os demais animais (Dn 7:17,23). Esse animal tinha dentes de ferro. Seria o reino da força, ferocidade e do esmagamento, como foi o Império Romano. A visão do quarto animal com seus muitos detalhes é tão impressionante, que Daniel concentrou sua atenção sobre ele, querendo saber a que se referia (Dn 7:19,20).
Os dez chifres do versículo 7 correspondem a dez futuros reis (vs. 24). Esses futuros reis ou reinos correspondem aos dez dedos dos pés da estátua do capítulo 2:41,44, e aos dez chifres da besta do Apocalípse 13:1 e 17:12, a saber, ao anticristo e suas nações confederadas durante a grande tribulação. O chifre pequeno (Dn 7:8) representa o futuro anticristo. Ele, ao emergir entre dez reinos, abaterá três reis. O versículo 8 revela também que o anticristo será muito inteligente ("olhos" - vs. 8,20), e também um bom orador, comunicador que atrairá as massas ("boca que fala insolência" - vs 8,20 ; Ap 13:5,6).
Em Cristo,

                Tarcísio Costa de Lima

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Deus livra a Daniel dos leões!

Os príncipes ciumentos armaram uma cilada para Daniel. Eles sabiam que Daniel orava três vezes ao dia. Embora fosse um empregado do rei, conseguia encontrar tempo para se dedicar à oração da tarde, manhã e ao meio-dia, de acordo com o costume hebreu (Sl 55:17). Que possamos seguir o exemplo de Daniel, pois através do poder da oração, os leões são vencidos.
Nada na vida de Daniel era oculto aos homens e principalmente ao rei Dario. O rei caiu em contradição, pois assinou uma lei contra seu mais fiel servo, não podendo voltar atrás. Mas, ainda assim, tentou salvar a Daniel (Dn 6:14). Pressionado, o rei se viu obrigado a cumprir a lei, mandando Daniel à cova dos leões, dizendo-lhe: "O teu Deus, a quem continuamente serves, Ele te livrará" (Dn 6:16).
O vaidoso rei ordenou que Daniel fosse levado e depois lançado na cova cheia de leões famintos, tal como os três amigos do profeta tinham sido lançados na fornalha ardente (Dn 3:11,21). Quando Daniel estava sendo lançado na cova dos leões, o rei expressou o desejo de que Deus o protegesse, pois Daniel confiava Nele (Dn 6:16). Você já parou para pensar nesta bela cena? O rei Dario sendo usado por Deus e profetizando o livramento de Daniel?
Para que a entrada da cova não fosse violada, o rei, à semelhança do que fez Pilatos, mandou que trouxessem o selo real (o anel) e o selo de seus grandes, selando assim a pedra. Era esse o costume daqueles dias: selar a entrada duma cova, quando havia nela alguém vivo ou morto (Js 10:16 ; Dn 6:17 ; Mt 27:66). O selo real dizia às pessoas que se mantivessem afastadas sob pena de morte. O monarca não dormiu aquela noite. Aqueles que conhecem e são fiéis a Deus, jamais serão abalados em sua confiança (Sl 91:10 ; Rm 5:3). Em meio às aflições, a graça de Deus nos capacita a buscar mais diligentemente sua face, produzindo um espírito e caráter perseverante, nos fazendo triunfar sobre tudo.
O rei Dario ficou desanimado, chegando a perder o apetite (Dn 6:18). Naquela noite não permitiu que houvesse som de música. Dario não conhecia o Deus Verdadeiro, por isso, diante da dificuldade não dormiu, não comeu... Ele foi vencido pelo desânimo. Todavia, aqueles que têm Deus como Pai, mesmo diante da adversidade conseguem seguir em frente. Não ficam parados, prostrados diante das dificuldades e circunstâncias desfavoráveis. Daniel foi vitorioso por causa da fidelidade que tinha para com o seu Deus, mas, seus opositores tiveram um fim trágico (Dn 6:24).
Em Cristo,

                Tarcísio Costa de Lima

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

A profanação de Belsazar!

Para que possamos ter uma melhor compreensão ao estudar o capítulo 5 de Daniel é preciso estudá-lo em paralelo com Isaías 21:1-9, onde encontramos a profecia a respeito da queda da Babilônia, feita 150 anos antes do ocorrido. Encontramos mais detalhes dessa queda nos capítulos 13 e 14 de Isaías. Daniel, a essa altura, era um senhor de mais de 80 anos de idade.
O nome do rei Belsazar foi encontrado nas inscrições achadas nas ruínas da Babilônia, por isso, acredita-se que reinou conjuntamente com seu pai, e após a morte deste ficou no poder para defender a Babilônia. Portanto, era neto de Nabucodonosor.
Daniel 5:1 tem seu paralelo no primeiro capítulo do livro de Ester. Este livro também marca um período do cativeiro. Alí há um banquete semelhante a este, em que alguém também perdeu a sua coroa. Belsazar era um príncipe caldeu, e, como tal não devia beber, pois a Bíblia adverte a este respeito (Pv 31:4). O monarca, em sua orgia e devassidão, viu o fim de seu reino e de seus grandes naquela mesma noite. Sabemos que as Escrituras Sagradas nunca falham (Jr 1:11,12 ; At 12:23), pois "...qualquer que a si mesmo se exaltar será humilhado".
As taças de vinho utilizadas por Belsazar eram os vasos de ouro e prata que Nabucodonosor tinha tirado do templo de Jerusalém, no primeiro ataque ao cativeiro (Ed 1:9-11). Belsazar, não teve nenhum respeito por aquilo que era "santo". Como consequência do seu erro, caiu sobre ele a ira divina. A Bíblia adverte, dizendo: "Não erreis: Deus não se deixa escarnecer!" (Gl 6:7). O Senhor é Santo, e em Sua santidade detém a pureza moral (1ª Pe 1:16).
Segundo os historiadores, nos banquetes oficiais, era costume oferecer libação aos deuses locais. Esse fato aumenta a culpa do monarca. Os deuses da Babilônia eram festivamente reverenciados com presentes em ouro, prata, bronze e ferro. A perda da reverência ao sagrado é sempre um sinal de decadência moral. A medida da iniquidade estava cheia e o juízo não tardaria. Ele seria repentino. Quando pensamos no juízo de Deus isto nos assusta? Hoje é tempo de se preparar para o dia do juízo. Agora é o momento da salvação, da graça. Deus é o justo Juíz! É Ele quem perdoa as nossas iniquidades e nos livra da ira futura (Sl 103:3,4).
Em Cristo,

                Tarcísio Costa de Lima

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

A loucura de Nabucodonosor!

Nabucodonosor estava no auge da fama e do poder, suas guerras tinham terminado, a prosperidade estava garantida; porém, ele atribuía tudo à sua própria sabedoria e habilidade. Em nenhum momento pensou em Deus, que o reguera e lhe dera tudo. Ele teria de ser humilhado para saber que o Altíssimo domina sobre o reino dos homens e dá a quem lhe aprouver (Dn 4:17).
A sentença já havia sido decretada e era terrível (Dn 4:16). A destruição da árvore não significava sua erradicação; pois o tronco, amarrado com cadeias de ferro e de bronze, deveria ficar na terra para ainda voltar a frutificar depois de "sete tempos".
Em sua insanidade temporária (que o deixaria completamente arrasado pelo golpe divino), o rei Nabucodonosor correria para a floresta e viveria como um animal. Comeria relva como um boi e viveria exposto à chuva e aos elementos da natureza em geral. Ele viveria em tal estado por sete anos. E assim veio reconhecer quem é o Rei Verdadeiro (Dn 3:26).
Podemos observar, através do texto de Daniel 4:27, a coragem do profeta Daniel. Ele, após revelar o sonho, aconselhou o que deveria ser feito. Se o monarca tivesse tido um verdadeiro arrependimento de seus pecados, a sentença seria mudada (Jr 3:5-10), porém isto não aconteceu.
Daniel insistiu com o monarca, para que se arrependesse. Mas, isso não aconteceu. "Ao cabo de doze meses, andando a passear sobre o palácio real de Babilônia" o Senhor deu ao rei o castigo profetizado. Foi dado ao monarca um tempo para que se arrependesse. Mas não houve mudança. Então, veio o julgamento. Nabucodonosor foi afetado por uma doença conhecida como zoantropia, uma desordem mental, segundo a qual a pessoa se imagina um animal e passa a agir como um ser irracional. O rei foi expulso dentre os homens, passou a comer grama e a ter como companheiras as feras. Mas, no tempo de Deus, o terrível castigo chegou ao fim. De repente o rei voltou à razão. Elevou os olhos ao céu e reconheceu ser o Senhor o grande Rei, e não ele próprio.
Em Cristo,

                Tarcísio Costa de Lima

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

O livramento dos justos!

"Não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou o teu Deus; eu te esforço, e te ajudo e te sustento com a destra da minha justiça" (Is 41:10).
O livro de Daniel é composto por seis histórias e quatro visões. As histórias podem ser encontradas nos capítulos 1 a 6, e as visões nos capítulos 7 a 12. Tratarei, um pouco, sobre a terceira história. A experiência dos três jovens fiéis que foram parar na fornalha ardente.
Os oficiais da corte de Nabucodonosor, movidos pela inveja e maldade, certificaram-se de que o monarca ouvisse sobre a infração que tinham descoberto contra os amigos de Daniel. Demonstraram ser homens invejosos e bajuladores.
"...Com ira e furor" (Dn 3:13). O rei, ao saber que os amigos de Daniel não se prostraram ante a estátua reagiu com muita ira. Sua cólera desconheceu limites. Ele ordenou que os acusados fossem trazidos imediatamente à sua presença. A ira impede que você raciocine com clareza. A ira acaba por antecipar o pecado (Sl 4:4). Para muitos, é apenas uma forma de defesa. Para outros, consequência do temperamento. Porém, muitos não aceitam que seja uma coisa ruim, muito menos um pecado. Segundo Billy Graham "a ira é pecado odioso porque revela a natureza animal do homem. Muitos aparentam ser pessoas bem tranquilas até o momento em que ficam possuídas pela indignação, e então se transformam". Todo e qualquer acesso de ódio, nos leva a posturas extravagantes e destruidoras.
Os três amigos responderam que não tinham necessidade de defender-se, pois a defesa deles era o próprio Deus. Se ser leal ao Senhor era crime, então eles seriam os piores criminosos. Por todo o livro de Daniel podemos ver como a lealdade e adoração para com Deus são continuamente tratadas. Os governantes podem tentar criar leis que inibam ou proíbam a adoração ao Todo-Poderoso. Porém, aqueles que permanecerem fiéis não temerão (Ap 2:10). As profecias de Daniel apontam que nos últimos dias haverá uma tentativa de inibir ou proibir a adoração verdadeira, sendo imposta uma falsa adoração. Mas, o livro de Daniel nos mostra claramente que Deus terá um povo vitorioso, que resistirá a todas as tentativas de desobedecer ou perverter a adoração (Jo 4:23). Quão importante é permanecermos fiéis ao Senhor.
Em Cristo,

                Tarcísio Costa de Lima

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Daniel e o sonho do rei!

Não se trata apenas da interpretação do sonho de um rei, mas o futuro predito do mundo gentílico no tempo dos "últimos dias" (Dn 2:28). Isto alcança os tempos da vinda de Jesus e o estabelecimento do milênio (Dn 2:44). É tão importante a palavra profética deste capítulo, que a mesma vem repetida no capítulo 7. A única diferença é que no capítulo 2, a revelação divina veio por meio de um sonho profético de Nabucodonosor; no capítulo 7, por meio de uma visão concedida ao profeta Daniel.
Daniel, diante do rei, mostrou-se humilde, não querendo honra para si, nem se apresentando como o mais capaz dentre os sábios caldeus. O cristão autêntico considera os outros superiores a si mesmo; o que disso passa é altivez (Pv 16:18 ; Fl 2:3).
O sonho de Nabucodonosor foi uma revelação de Deus. Deus tem o controle de tudo (Jó 12:10). O Senhor abate aqueles que são altivos, porém os humildes são salvos (Sl 18:27), pois a vontade de Deus é soberana.
Na estátua vista pelo rei está predita a história das nações dos "tempos dos gentios", começando pelo próprio Nabucodonosor até a vinda de Jesus (Dn 2:36-43). Alí estavam representados os quatro últimos impérios mundiais até a segunda vinda de Jesus. A cabeça de ouro da estátua representava a Babilônia (Dn 2:32). O peito e os braços de prata, o império Medo-Persa (Dn 2:32). O ventre e os quadris de bronze, a Grécia (Dn 2:32). As pernas de ferro e os pés em parte de ferro e em parte de barro, representavam Roma (Dn 2:33). Os dez dedos dos pés, o futuro reino do Anticristo (Dn 2:22).
Ouro, prata, bronze e ferro com barro (Dn 2:32,33). A inferioridade dos metais revela que o mundo não vai melhorar nem moral, nem politicamente, mas agravará cada vez mais. A figura de Nabucodonosor é uma descrição bíblica da degeneração da raça humana diante de Deus (Rm 1:18). Tudo que fora predito no sonho do rei foi realmente comprovado pela história universal. O nome do Senhor foi exaltado através da vida de Daniel (Dn 2:47), e Daniel foi exaltado pelo Senhor (Dn 2:49), sendo constituído governador da província de Babilônia e chefe supremo dos sábios, no mais alto escalão do governo em dois dos maiores impérios mundiais: o babilônico e o medo-persa. Porém, permaneceu humilde. Não esqueceu dos amigos. Não se transformou numa celebridade. Lidar com benção não é tão fácil. Certo escritor declarou: "Para testar o caráter de um homem dá-lhe poder".
Em Cristo,

                Tarcísio Costa de Lima

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Mantendo a fidelidade a Deus!

Neste artigo comentarei sobre a vida de um jovem hebreu que foi levado cativo à Babilônia por Nabucodonosor. Porém, ele manteve-se puro, humilde e fiel ao seu Deus. Daniel foi um jovem que obteve influência na corte babilônica, através da interpretação que deu ao sonho do rei. Não resta dúvida de que ele foi escolhido e preparado pelo Senhor para exercer uma tarefa espiritual de suma importância.
Daniel e seus amigos Hananias, Misael e Azarias eram príncipes da casa real de Judá. Foram deportados para Babilônia em 605 a.C., no terceiro ano do reinado de Jeoaquim, filho de Josias. Sendo jovens de instrução e inteligência, Nabucodonosor ordenou que fossem devidamente preparados na cultura caldéia a fim de prestarem serviços à corte babilônica.
O processo de aculturação exigia a troca de nomes dos exilados. Os nomes judáicos deveriam ser substituídos por nomes caldáicos (Dn 1:7). Daniel e seus amigos deveriam aprender a literatura, ou seja, assimilar toda a cultura (Dn 1:4); também deveriam adaptar-se ao regime alimentar da corte (Dn 1:5). Para serem aceitos em funções oficiais, precisavam também passar por uma sabatina executada pelo próprio rei (Dn 1:20). E, para culminar, deviam estar dispostos a assumir publicamente a religião do Estado, que passava pela adoração dos deuses nacionais (Dn 3:12,14,18) e do próprio monarca (Dn 6:7).
Daniel 1:5 nos mostra que os jovens cativos foram provados quanto a não se contaminar com os manjares do rei. Eles eram obrigados a participar da "porção do manjar do rei, do vinho que ele bebia...". Mas Daniel, assim como seus amigos, cheios do Espírito Santo, não desejou o manjar daquele que tinha os olhos malígnos (Pv 23:3,6). O vinho servido ao rei e oferecido a Daniel e seus companheiros, era dedicado a ídolos, por isso, comer tal alimento e beber tal bebida era desobedecer à Lei de Deus. Brindar com o vinho oferecido pelo rei significava entorpecer suas mentes. Deus nos adverte em Sua Palavra: "...não toqueis coisa imunda; sai do meio dela, purificai-vos..." (Is 52:11).
O jovem Daniel, embora distante de sua terra natal e de seus familiares, não abriu mão de suas convicções. Mesmo que viesse a ter que pagar com a própria vida (Dn 6:7). Porém, aqueles que fazem pequenas concessões, não permanecendo fiéis, jamais resistirão ao pecado, sendo tragados pelos prazeres deste mundo. Humildemente, Daniel pediu que fosse isento dos alimentos oferecidos, e Aspenaz, o porta-voz de Daniel, foi capaz de dar-lhe essa licença (Dn 1:16). Daniel agia com sabedoria e disciplina. Demonstrava loganimidade em todos os momentos. A disciplina é a característica principal do homem sábio (Pv 19:11).
Em Cristo,

                Tarcísio Costa de Lima

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Daniel e a justiça Divina!

O livro de Daniel é escatológico. Jesus, o Mestre dos mestres, fez citação deste livro revelando sua importância e autenticidade: "Quando, pois, virdes que a abominação da desolação, de que falou o profeta Daniel ..." (Mt 24:15). As profecias de caráter escatológico são consolidadas e interpretadas no livro do Apocalípse, no Novo Testamento. Por isso, sua leitura deve ser feita de modo cuidadoso. O estudo deste livro é de suma importância para todos os que esperam seu Senhor, uma vez que estamos nos "tempos dos fins".
Deus tinha um propósito específico ao criar o homem e o Universo. Então, qual seria o propósito de Deus ao usar o profeta Daniel para que Sua mensagem fosse registrada num livro? (1) Declarar a Sua soberania sobre todas as nações, conforme demonstrado por intermédio de Daniel e seus amigos a dois monarcas da Babilônia e a dois da Pérsia. (2) Encorajar os judeus fiéis em seu conflito com o monarca Antíoco Epifânio, um dos sucessores de Alexandre Magno.
Daniel não é somente o personagem principal, mas é o autor do livro que recebeu o seu nome. Não existem dúvidas quanto à autoria de Daniel, pois está explicito no capítulo 12:4: "E tu, Daniel, fecha estas palavras e sela este livro, até o fim do tempo...". Para encerrar, ou melhor, dissipar qualquer dúvida quanto a autoria, o próprio Jesus atribuiu o livro ao profeta Daniel em Mateus 24:15.
Você vai encontrar no livro, vários eventos que ocorrem a partir da primeira invasão de Jerusalém por Nabucodonosor, no ano de 605 a. C. até o terceiro ano de Ciro 536 a. C. Todo o contexto tem como pano de fundo a Babilônia, durante o cativeiro babilônico de Judá que durou 70 anos. O cativeiro já havia sido profetizado por Jeremias. Isto nos mostra que Deus não faz nada sem avisar antes o Seu povo. A nação tinha sido advertida durante muitos anos, mas não ouviram a Deus (Jr 25:11).
A literatura apocalíptica, que no Antigo Testamento tem no livro de Daniel seu único representante, embora haja traços do gênero em passagens de Isaías, Ezequiel, Amós, Joel e Zacarias, floresceu no chamado período intertestamentário, a partir do ano 200 a. C. Em sua primeira parte, até o capítulo 6, o livro de Daniel combina características da literatura profética e de sabedoria. A partir do capítulo 7 até o final, é tipicamente apocalíptico, levando vários pesquisadores a pensar no volume inteiro como tendo sido escrito no segundo século antes de Cristo. O que precisa ficar claro, é que Deus é capaz de revelar aos seus mensageiros fatos que ocorrerão no futuro (Am 3:7).
Para infundir coragem e fé, Daniel esmera-se em registrar uma vida pura, com estudo bíblico e persistente oração. Ele mostra que Deus é o manancial de onde recebeu as visões (Dn 1:8,9 ; 9:2-20). Aprendemos que Daniel que o verdadeiro profeta não ameniza a dureza da mensagem divina a fim de adequá-la aos interesses e conveniências dos ouvintes. Que o Senhor possa usar a igreja com uma mensagem profética no meio desta geração tão carente da Sua Palavra.
Em Cristo,

                Tarcísio Costa de Lima