terça-feira, 31 de agosto de 2010

Combatendo minhas ansiedades!


Eu não conheço o futuro. Mas conheço quem conhece o futuro e quem o controla.
Eu não sei o que acontecerá nas próximas 24 horas, mas sei que Deus tem programado todos os acontecimentos, tanto de hoje, como de amanhã e também os acontecimentos que hão de ocorrer daqui a um milhão de anos.
Eu não sei como Deus resolverá os muitos problemas que nos afligem agora e nos afligirão amanhã, mas descanso firmemente em Suas promessas, que são fiéis, verdadeiras e generosas.
Eu não sei quantas pessoas ao meu redor me injuriarão, me provocarão ou me perseguirão, mas sei com absoluta certeza que Deus sempre tem pensamentos de paz a meu respeito, como está escrito em Jeremias 29.11.
Eu não sei como resolver os muitos problemas que permeiam a minha vida e a vida daqueles que me cercam, no entanto isto não me inquieta, porque todas as soluções já estão completamente disponíveis nas mãos do Salvador Jesus.
Em virtude das declarações que formulei linhas acima, posso crer no amanhã.
Creio no amanhã porque o meu futuro já é o PRESENTE para Deus.
Creio no amanhã, porque Deus é o Deus Eterno. O amanhã é uma infinitésima gota de água no esplendoroso oceano da eternidade.
O dias estão passando, mas estou tranqüilo. Posso crer no amanhã.
Enfrentarei o amanhã sem temores, nem ressentimentos, porque já distribuí perdão a todos os que me ofenderam.
E gratidão, a todos os que me amaram, me ajudaram e me abençoaram.
O amanhã descobrirá para mim segredos de Deus que estavam guardados e é chegada a hora de eu os conhecer.
O amanhã estará muito mais próximo da volta de Jesus do que o hoje que está prestes a terminar.
Prepare-se para as experiências maravilhosas que o próximo dia lhe permitirá desfrutar.
Eu declaro consciente e firmemente que o próximo dia será o dia das grandes surpresas de Deus.
Não se desespere diante dos problemas DO HOJE.
Você pode também crer NO AMANHÃ.
Porque Ele vive – posso crer no amanhã.
Porque Ele vive – temor não há.
Mas eu bem sei, eu sei que a minha vida.
Está nas mãos do meu Jesus - que vivo está.

Em Cristo,

                  Tarcísio Costa de Lima

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Amigos, amigos e amigos!


A Bíblia se refere cerca de cento e quatro vezes a amigos.
Ao longo de nossa vida colhemos diversas experiências: fazemos amigos, esquecemos amigos, sofremos com os amigos, perdemos amigos e somos abençoados por amigos.
Existem amigos de palavras, amigos de gestos e amigos de sentimento.
Os primeiros são amigos light. Precisamos deles em não poucas horas, porque o que nos dizem frequentemente nos serve de grande ajuda. Os amigos de gestos expressam caridade, misericórdia, bondade e benignidade. Ajudam-nos a sair de crises, reanimam-nos positivamente em meio às tempestades da vida, não raro funcionam como legítimos anjos da guarda.
Os amigos de sentimento não somente abrem os lábios ou nos dão as mãos, mas também – e principalmente, sofrem conosco, estando perto ou longe. A melhor maneira de identificar esses amigos acontece quando ouvimos o que disseram de nós, quando estavam a grande distância.
Ou quando sabemos que nos defenderam, sozinhos, diante de uma multidão que tentava nos destruir.
Ou que nos chamam para perto de si, quando todos já nos abandonaram.
Ao contrário dos amigos que nos lisonjeiam, dos amigos que nos enchem de afagos, e dos que não perdem oportunidade de nos explorar, os verdadeiros amigos têm a marca de Cristo em seus corações.
Não conhecemos os genuínos amigos nas reuniões convencionais, nos ambientes festivos, nas entregas de medalhas. Em tais ocasiões se aglomeram os profissionais de tapinhas nas costas e práticas afins.
Existem os amigos fotogênicos, ou seja, os que sempre querem uma foto conosco. Precisam promover-se à custa de tal expediente. Estes são parceiros dos amigos de conveniência. Que por sua vez lembram os amigos de plantão. Hoje sim, amanhã não. Depois destes, bastaria citar os amigos aproveitadores, um pouco mais soft do que os exploradores. Mas, tão inúteis quanto os bajuladores.
Falando francamente, não tenho muitos amigos. Talvez porque não tive habilidade de os produzir. Mas será que amigos são produzidos? Ou será que caem do céu?

Sempre é proveitoso, gratificante, sábio e salutar diferenciar amigos de colegas, colegas de companheiros, companheiros de bajuladores. Os verdadeiros amigos não nos têm em conta de competidores, senão de somadores no Reino.

Em Cristo,


                 Tarcísio Costa de Lima

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Alegrai-vos!


O Deus da Bíblia é um Deus feliz e alegre.
A ira que Ele derrama sobre as abominações e as ofensas que Lhe causam os nossos pecados não são suficientemente capazes de subtrair de Seu ser eternamente feliz as alegrias que permeiam toda a Sua soberana glória.
O Cristo dos Evangelhos é um Cristo alegre e feliz.
Os fariseus hipócritas e os herodianos aliados à Corte Inimiga jamais ofuscaram o fulgor de Sua majestosa alegria, interior e profunda, abundante e interminável.
O Espírito Santo é um Espírito alegre.
Em Sua esfusiante alegria Ele despeja amor e ternura, paz e gozo sobre aqueles que se deixam conduzir por Sua sapiente inteligência e Seu acurado conhecimento.
O Israel do Antigo Testamento era um povo alegre.
Povo que seguiu à risca as ordenanças para fazer as santas festas do Senhor, cantando, tocando, dançando, festejando sempre, quase sem nunca se cansar.
A Igreja do Novo Testamento era uma Igreja alegre.
Uma Igreja que cantava muito, adorava sempre, quer nas ruas, quer nas praças e até mesmo nas prisões. Discípulos alegres, diáconos que evangelizam cidades que ficavam alegres, apóstolos que oravam e cantavam até dentro de um cárcere.
Os crentes de hoje devem ser crentes alegres.
Nossa alegria resulta do perdão que alcançamos, da presença divina que desfrutamos, do banquete que o pai do filho pródigo oferece ("ë começaram a alegrar-se"), da certeza que habita em cada um de nós, da esperança de uma Vinda que se aproxima ("alegrai-vos na esperança").
Não permita que sua alegria seja roubada. Nem por satanás, nem pelos demônios, nem pelos inimigos, nem pelas circunstâncias.
Mantenha-se alegre. Esta é a receita para se manter forte porque "a alegria do Senhor é a nossa força".
Em Cristo,

                Tarcísio Costa de Lima

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Perseverando para vencer!


Quando Jesus contou a parábola do semeador, Ele declarou que uma das quatro sementes caiu em boa terra. Ele Se referia aos que ouvem a palavra e a conservam em um coração honesto e bom.
Mas há um detalhe que não pode nem deve ser esquecido. Jesus declarou ainda que essas pessoas dão fruto com perseverança, Lc 8.15.
Existem plantações que frutificam em pouco tempo. Mas há aquelas que demoram um longo tempo e para tanto o agricultor necessita de muita perseverança.
Existem evangelismos que produzem resultados imediatos. Outros, mediatos. Mas há muitos que dependem de superior perseverança.
Daí a necessidade de não desanimarmos em nosso trabalho.
Um dia, plantamos e colhemos alfaces. Outro dia, plantamos carvalhos. Para as gerações futuras.
A vida eterna é concedida aos que perseveram, Rm 2.7.
O apóstolo exerceu um ministério de oração e intercessão incomum e o ponto forte desse ministério foi sua perseverança, Ef 6.18. Daí a autoridade de que estava revestido para exortar os crentes a também serem perseverantes.
A esterilidade de Ana foi desfeita não apenas como resultado de sua fé. A Bíblia diz que ela perseverou em buscar ao Senhor. Tal perseverança lhe deu vitória, I Sm 1.12.
Nunca deixe de dar uma palavra de estímulo às pessoas que se inclinam a desistir da peleja. É preciso perseverar.
Os crentes da Igreja em Jerusalém perseveravam todos os dias, no templo e nas casas.
Você se considera um(a) crente perseverante?
Você vive a realidade do Salmo 40, verso1?
Você se lembra que a Bíblia declara em Hb 10 que Deus não tem prazer naqueles que recuam, mas sim nos que perseveram.
Que o Senhor nos conceda graça, entusiasmo, força e determinação para sermos perseverantes em nossa fé, em nossa assistência aos cultos, em nossas intercessões, enfim, em toda a nossa maneira de viver, nunca nos esquecendo do que afirma o Livro Sagrado: "Aquele que perseverar até o fim será salvo".
Em Cristo,

                  Tarcísio Costa de Lima

A importância da FÉ!


Tenho observado que muitos filhos de Deus estão neutralizando sua fé. Em consequência, estão sendo privados de uma vida plena da presença e do poder do Senhor.
Meu conselho é bastante simples: deixe sua fé trabalhar. Ponha sua fé em ação.
Não deixe sua fé inativa. Ela lhe foi concedida por Deus para produzir extraordinários resultados no seu viver diuturno.
Ofereça uma oportunidade para que sua fé se deixe dinamizar e atue decisivamente em todas as áreas do seu ser.
Deixe sua fé assegurar sua plena justificação: Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo. Rm 5.1.
Deixe sua fé produzir gozo: Ao qual, não o havendo visto, amais; no qual, não o vendo agora, mas crendo, vos alegrais com gozo inefável e glorioso. I Pe 1.8.
Deixe sua fé conduzir sua vida para uma plena e legítima edificação: Nem se dêem a fábulas ou a genealogias intermináveis, que mais produzem questões do que edificação de Deus, que consiste na fé; assim o faço agora. I Tm 1.4. Mas vós, amados, edificando-vos a vós mesmos sobre a vossa santíssima fé, orando no Espírito Santo, Judas 20.
Deixe a sua fé consolidar a linda obra de adoção, que lhe assegura a plenitude da filiação divina, garantida por Jesus Cristo: Porque todos sois filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus. Gl 3.26. Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que crêem no seu nome; Jo 1.12.
Deixe sua fé estreitar sua vida de comunhão com Deus, à medida que efetiva em seu viver a bênção da purificação: E não fez diferença alguma entre eles e nós, purificando os seus corações pela fé. At 15.9.
Deixe sua fé proporcionar a estabilidade espiritual tão útil e necessária à sua vida, produzindo uma perfeita paz interior: Ora o Deus de esperança vos encha de todo o gozo e paz em crença, para que abundeis em esperança pela virtude do Espírito Santo. Rm 15.13.
Deixe a fé esconder você no mais poderoso abrigo que existe no Universo, a virtude do próprio Deus: Que mediante a fé estais guardados na virtude de Deus para a salvação, já prestes para se revelar no último tempo.I Pe 1.5.
Deixe sua fé atuar com liberdade, de tal maneira que o (a) conduza a uma vida de campeão espiritual: Porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo, a nossa fé. I Jo 5.4.
Em Cristo,

                Tarcísio Costa de Lima

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Desculpem, mas preciso desabafar!



A Igreja do Senhor Jesus Cristo tem sido marcada, ao longo dos séculos, pelos seus pregadores.
Pregar é nobre, sublime e honroso.
Algumas vezes pregar é sacrificial.
Pregar exige renuncia, dedicação e conhecimento das Escrituras.
A determinação de pregar deve ser conseqüência do chamado para pregar.
O chamado para pregar exige preparação para pregar.
Pregadores sinceros, bíblicos, prudentes, piedosos e espirituais sempre terão um auditório preparado para ouvi-los. Geralmente, com os mesmos atributos.
Pregadores levianos e superficiais sempre serão aplaudidos por igual tipo de criaturas.
Existe a pregação que distrai. Tanto distrai como destrói.
Existe a pregação que apenas faz rir. Faz rir na hora e faz chorar depois.
Existe a pregação que faz chorar. Faz chorar no presente, enquanto assegura alegria e felicidade para sempre.
Existem os pregadores que animam os auditórios, assim como existem auditórios que animam os pregadores.
Os pregadores-arautos trabalham com as ferramentas que Deus usou para compor a Bíblia: inspiração, iluminação e revelação.
Os pregadores são chamados e levantados para falarem em nome de Deus. São porta-vozes da Divindade que abençoam a Humanidade.
É sublime sua tarefa e abrangente o seu ministério.
Precisamos, como Lutero, pensar na pregação como coisa grande.
Recordemos o que ele declarou: Essa coisa grande e maravilhosa é realizada inteiramente por meio do ofício da pregação do Evangelho. Visto superficialmente, parece algo insignificante, sem qualquer poder, como qualquer discurso ou palavra de um homem comum. Mas quando tal pregação é ouvida, seu poder invisível e divino está em ação no coração dos homens por meio do Espírito Santo.
O labor da pregação não pode ser subestimado à condição de sobremesa. Muito menos deve ser absorvido como um tira-gosto que antecede a refeição. Ela sempre deve ser o prato principal.
Que os nossos púlpitos se enriqueçam, cada vez mais, com pregações fervorosas, bíblicas, simplesmente profundas embora também profundamente simples.
Sabe-se facilmente se a pregação atingiu o objetivo de Deus.
Quando o pregador pronuncia o amém e o culto se encerra, as pessoas nunca dizem: que extraordinário pregador!. Elas comentam a uma só voz: "Que maravilhoso Jesus..."
Em Cristo,


                Tarcísio Costa de Lima











               

Por favor, leiam "pregadores"!


A beleza do Evangelho é algo sem comparação.
A santidade da Palavra é perfeita e está além do nosso entendimento.
Quem maneja as Escrituras deve estar cônscio de que lida com tesouros insondáveis, visto sermos "despenseiros dos mistérios de Deus", I Co 4.2.
Pregadores devem tomar tempo com a Palavra. Primeiramente para si; depois, para seus ouvintes.
O imediatismo rouba a elegância espiritual do ministério. A garimpagem não pode ser obra de minutos, senão de uma vida.
O púlpito sagrado foi instituído para projetar o bom cheiro de Cristo, bem como a excelência das raras jóias escondidas no coração do Amado.
Pregar a Palavra de Deus aleatoriamente resulta em apresentar ao público ouvinte meras bijuterias, incapazes de adornar com precisão a alma regenerada pelo Senhor.
Alguém costuma chamar as preciosidades descobertas na Bíblia de "pérolas".
Vez por outra ouve-se falar de pessoas que transformam a pregação da Palavra em um amontoado de declarações inconseqüentes, que não agradam, não edificam e não permanecem.
Falar a Palavra do Rei equivale a expor jóias do mais precioso valor.
É preciso descobrir o sentido exato das palavras, a mensagem inserida no contexto, o propósito com que o texto foi escrito e a aplicação sugerida pelo próprio Espírito de Deus.
Os escritores do Cânon Sagrado precisaram de iluminação, inspiração e revelação.
Ao exporem a Palavra, os pregadores carecem, sempre, dos mesmos divinos elementos.
E os ouvintes, por sua vez, não poderão jamais assimilar com precisão a Santa Mensagem se não alcançarem revelação, se não forem iluminados e se não estiverem inspirados.
As jóias do Evangelho são mais do que meras palavras. Muito mais do que conceitos horizontais.
São revelações do coração do Pai, verticalmente outorgadas à mente do pregador, que as transmite ao coração dos que comparecem ao templo sagrado, não à procura de bijuterias religiosas, senão de jóias teológicas de raro preço.
Bem-aventuradas são as igrejas alimentadas com o mel puro da Palavra, que jamais se confunde com os adoçantes dietéticos das doutrinas e filosofias humanas.
Sejamos como Eliezer, que não presenteou Rebeca com bijuterias de liquidação. Como está escrito em Gn 24, "aconteceu que, acabando os camelos de beber, tomou o homem um pendente de ouro de meio siclo de peso, e duas pulseiras para as suas mãos, do peso de dez siclos de ouro."
Não levemos latão para o púlpito da Casa de Deus. Deus nos levantou para oferecermos ouro puro, prata refinada, diamante de qualidade, jóias de raro valor.
Escolha a frase que melhor lhe convier: Bijuterias, jamais. Ou: bijuterias, nunca mais.
Em Cristo,


                Tarcísio Costa de Lima

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Ai dos hipócritas!

  
Jesus é surpriendente!
Ofereceu perdão para a mulher adúltera, retratou a compaixão que merecia o filho pródigo, jantou com o descriminado Mateus, fez de uma ex-endemoninhada a pioneira de Missões, conversou longamente com a  mulher de Samaria que possuia um caráter duvidoso, chamou um caloteiro de Jericó de filho de Abraão e entrou em sua casa, convocou dois jovens arruaceiros para estarem entre Seus discípulos e abençoou um malfeitor na hora da morte, tornando-o um convidado especial para a inauguração do Paraiso.
No entanto, quando contemplava os hipócritas, não poupou palavras de dura repreensão e severo juízo.
Todo mundo sabe que os hipócritas continuam a existir.
Mas nem todos na Casa de Deus estão combatendo a sua hipocrisia, como Jesus fez.
Quem concorda com um hipócrita, mais cedo ou mais tarde será hipócrita também.Quem defende um hipócrita é tão hipócrita quanto ele.Quem bajula um hipócrita é mais hipócrita que ele.
Os hipócritas usam simultaneamente as duas mãos. Com uma afagam. Com a outra, apunhalam. Como morcegos, assopram uma suave brisa enquanto chupam e sugam o sangue de suas vítimas.
Os hipócritas apoiam uma decisão pastoral e quando chegam na calçada dizem que apoiaram mas estão totalmente contra.
Todo hipócrita é conhecido pela facilidade com que dá um tapinha nas costas do seu líder. É com essa mesma mão que cumprimentam outros hipócritas e planejam a derrota do líder.
Todo hipócrita é manhoso. Todo hipócrita é cínico. Todo hipócrita é crítico e zombador sem piedade (Sl 35.16). Todo hipócrita é desleal. Todo hipócrita é falante. Todo hipócrita é destruidor de vidas, Pv 11.9. Todo hipócrita é mentiroso. Todo hipócrita é falso. Vários hipócritas têm o hábito de beijar o líder. Alguns melosamente o chamam de meu pastor.
Todo hipócrita tem duplicidade de palavras e de atos. Diz uma coisa, enquanto está pensando noutra. Respondeu-lhes: Bem profetizou Isaías acerca de vós, hipócritas, como está escrito: Este povo honra-me com os lábios; o seu coração, porém, está longe de mim. Mc 7.6.
Se a hipocrisia é enfermidade entre os membros da Igreja, entre os ministros é veneno letal.
Como identificar os hipócritas?
Jesus declarou (Mt 6.2) que eles gostam de tocar trombetas em função das esmolas que dão, quer nas sinagogas, quer nas ruas. São loucos por aplausos humanos, visto serem famintos inveterados. Têm uma insaciável fome de glória.
Os hipócritas amam os holofotes. Não podem viver fora das manchetes. É isto que entendemos quando lemos Mt 6.4. Para eles, orar baixo não vale a pena, porque os gravadores não registram a beleza de seus discursos para o Infinito. As esquinas das ruas são o local preferido para a montagem de seus palcos, pois a multidão que passa precisa, depois, fazer seus adocicados comentários.
Como não jejuam para Deus, precisam do reconhecimento da congregação. Isto posto, são caprichosos na apresentação visual de um rosto entristecido, adornado pela maquiagem de uma falsa piedade. Parece, às vezes, que perderam filhos na guerra, ou irmãos no incêndio, de tão tristes que se mostram. Na verdade, apenas perderam a si mesmos.
Os hipócritas não gostam de aprender. Ao contrário, tentam especializar-se em poucos temas, e fazem deles os ícones da sua vida. E vão a todos os lugares, fazendo perguntas unicamente sobre aquilo que julgam saber, a fim de parecerem sábios, enquanto humilham aqueles aos quais interrogam. Uma plataforma ideal para eles: classes da Escola Bíblica Dominical. Mas, também em outras reuniões, como cultos nos lares, etc., etc.
Foi assim desde os tempos de Jesus, como se lê em Mt 22.18.
Jesus não os chamou de irmãos, nem de discípulos, nem de coitados, nem de servos. Chamou-os de hipócritas. Essa é sua verdadeira identidade.
Jesus nos ensina que os hipócritas, em qualquer igreja, chegam a tornar-se o maior obstáculo para a Evangelização dos perdidos. Mas ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque fechais aos homens o reino dos céus; pois nem vós entrais, nem aos que entrariam permitis entrar, Mt 23.13. Vale acrescentar que eles anulam o evangelismo, mas defendem o proselitismo: Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque percorreis o mar e a terra para fazer um prosélito; e, depois de o terdes feito, o tornais duas vezes mais filho do inferno do que vós. Mt 23.15.
Os hipócritas a ninguém poupam. Mas, existem alguns alvos favoritos, como as viúvas. Novamente, é Jesus quem declara: Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque devorais as casas das viúvas e sob pretexto fazeis longas orações; por isso recebereis maior condenação. Mt 23.14.
Apesar de serem meticulosos na entrega dos dízimos de hortaliças (e do dinheiro?) Jesus declarou que a balança dos hipócritas está desequilibrada. Pensando nas antigas balanças de dois pratos, os hipócritas somente usam um: Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho, e tendes omitido o que há de mais importante na lei, a saber, a justiça, a misericórdia e a fé; estas coisas, porém, devíeis fazer, sem omitir aquelas. Mt 23.23.
O cuidado que os hipócritas manifestam pela aparência das coisas aproxima-se do fanatismo. Para eles o melhor do culto é a liturgia, são escravos da formalidade e críticos do sobrenatural. Todo hipócrita abomina o sobrenatural. Essa voraz paixão pelo exterior anulou toda a visão do interior, do realmente sagrado, do profundamente espiritual. Recordemos as palavras do Mestre: Ai de vós, escribas e fariseus,hipócritas! porque limpais o exterior do copo e do prato, mas por dentro estão cheios de rapina e de intemperança. Mt 23.25.
Existe uma grande aproximação entre hipócritas e cemitérios. Hipócritas estão espiritualmente mortos. Cemitério é lugar de mortos. Cemitério é lugar de sepulcros. Hipócritas, declarou Jesus, são semelhantes a sepulcros. Existem cemitérios que encantam pelo visual exterior. Mas todos sabemos o que existe lá por dentro. Exatamente assim são os hipócritas.
Mais uma vez o Mestre fala: Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas por dentro estão cheios de ossos e de toda imundícia. Mt 23.27.
Ainda é tempo de colocar as coisas no lugar.
Deixemos os hipócritas onde devem ficar. Por que introduzi-los no sagrado Ministério? Por que lhes oferecer cargos e posições, como se isto pudesse transformar suas vidas ocas? Como fazer de um hipócrita um pastor, se Jesus afirmou que eles não entrarão no Céu (Mt 24.50,51)?
Sem eles, a igreja marchará muito melhor!
Em Cristo,

                  Tarcísio Costa de Lima

Qual o perfil da sua Igreja?

Escrito por Pr. Geziel Gomes:

Que se saiba, antes de Mateus 16.16-18 ninguém pensou em estabelecer uma Igreja.
Após o Dia de Pentecoste, muitos têm fundado a sua. Alguns têm, inclusive, tentado afundar a de Cristo.
Hoje existem igrejas e igrejas. Igrejas de todos os matizes. Igrejas de todos os sabores, para todos os apetites.
Igrejas que não se envergonham de Cristo e Igrejas que O envergonham.
Igrejas com nomes sagrados, outras com títulos exóticos.
Muitíssimas igrejas que fazem rir, poucas que fazem chorar. Destas, algumas, porque são dignas de compaixão. Outras, pela grande paixão que nutrem por Cristo e Seu Evangelho.
  1. IGREJA-PARLAMENTO.
    Trata-se da igreja cujos líderes quem vê-la politizada. A igreja de heranças gregas. A igreja das elites governantes, que dominam as massas ignaras. Esta é a igreja que faz eleições para auxiliar de porteiro, suplente de diácono, segundo secretário da EBD, etc. E vai até os mais altos escalões.
    Mas isto é apenas um trampolim. Ela está, de fato, treinando desde cedo seus futuros obreiros para as grandes pugnas. As eleições presidenciais.
    Todo mundo sabe que uma igreja que faz campanha nacional para eleger o presidente de sua diretiva, e o faz no mesmo estilo político brasileiro, não tem mais o direito de se dizer detentora de um poderoso Avivamento.
    No Avivamento a Igreja é conduzida pelos seus apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres, Ef 4.11.
    Com a falta destes, especialmente os primeiros e os últimos, os presidentes são embalados pela visão democrática, atropelando e anulando o modelo teocrático do Novo Testamento.
    É fácil encontrar alguém da Igreja-parlamento. Veja dois de seus obreiros conversando em uma esquina qualquer. Chegue de mansinho. O assunto é único: "em quem você vai votar?" "Desta vez, quem leva"? "E agora, teremos um novo tempo"? "Que tal, chegou mesmo o tempo da renovação?".
    Permitam-me, leitores amigos, dizer-lhes que me cansei de ouvir isto. Eu me cansei, como você também se cansou.
    Nem o paciente Jó agüentaria.
    E o Dono da Igreja, como se sente? Só que Ele não fundou a Igreja-parlamento.
  2. IGREJA CLUBE
    Igreja-clube é a igreja da carteirinha.
    Carteirinha quando aceita a Jesus, carteirinha para fazer o discipulado, carteirinha para ser batizado, carteirinha depois de ser batizado, carteirinha para entrar no Círculo de Oração, e principalmente carteirinha para participar de cultos de membros.
    E, o mais importante, carteirinha para os eventos eleitorais de magnitude, os grandes clássicos. Você sabe a que me refiro.
    A igreja-clube está modernizada. Totalmente informatizada. Ela se apaixona pelas estatísticas. Ela tem um site de alto quilate. Quase todos os seus administradores possuem curso superior.
    Pena que alguns não podem assistir os cultos da semana porque estão discutindo um projeto na Câmara, talvez para conceder o título de cidadão benemérito a um excelentíssimo feiticeiro ou a um por todos sabido ser corrupto.
    Pode ser também que não possam estar na próxima Ceia porque vão prestar exame na Faculdade, onde estão aprendendo com os santos da mitologia grega e os venerandos pais romanos, as regras e os cânones ideais do Reino das Trevas, para serem devidamente adequados e aplicados na Comunidade dos Redimidos pelo Sangue de Cristo.
    Tão bem se saem, que certas reuniões da Igreja já se confundem com famosas sessões de jurado, nos muitos tribunais da Nação.
    Em consequência de tal descalabro, a Igreja-clube se vê hoje atada por regras que a torturam, sem esperança de uma nova liberdade.
    Finalmente, se conhece a igreja-clube porque, à semelhança destes, frequentemente ela consegue fartas doações de patrocinadores que injetam milhões para sanear suas finanças.
    Daí surgem lindas construções físicas, apesar das anêmicas e feias construções espirituais.
  3. IGREJA-TEATRO
    A sociedade está se surpreendendo de ver o rápido e progressivo surgimento de muitas igrejas-teatro.
    São as igrejas dos espetáculos.
    As igrejas dos jogos de luzes, clonados fielmente dos piores shows que o diabo oferece para seus fregueses.
    Somente um alerta: quando os piores pecadores se sentem muito à vontade na Casa de Deus é porque ela deixou de ser Casa de Deus, lugar de quebrantamento e contrição.
    Não foram necessários muitos anos para se proceder à substituição de palavras do Evangelho por termos da mídia.
    O vocabulário profano acaba de decretar a falência do sagrado.
    Canta-se alguma coisa que nem fala de Deus e se rotula de adoração.
    Cantora agora é estrela.
    Homem de Deus é astro.
    Pregadores viraram artistas. (Alguns na verdade o são. E, diga-se de passagem, muito bons como artistas).
    Evangelho é gospel (viramos todos americanos, para não termos que nos expor ao ridículo de popularizar essa estranha palavra, Evangelho).
    O público que os apóstolos chamavam respeitosamente de varões irmãos, agora tem um novo nome: galera. Exatamente como nos arraiais de Faraó.
    Esse é o público dos autógrafos, das mil-fotos-dos-celulares, dos gritos ensaiados, da ausência mortal de reverência.
    As diferenças entre ontem e hoje estão caindo, como avalanche.
    Que pena, o muro de separação está ruindo. Malaquias 3.18 está começando definitivamente a perder o sentido.
    Quando se responde ao pregador com assovios, e ele os aceita, é porque esse cidadão foi despojado de toda sua autoridade espiritual.
    Quanto tempo durará o espetáculo da igreja-teatro?
  4. IGREJA-SHOPPING
    Você sabe do que estou falando.
    Estou falando dos Congressos que são feitos para vender mercadorias. Estou falando dos grandes eventos que são realizados para "alavancar a obra social da igreja" com a venda de pipocas, camisetas, quibes, biquínis, ternos, canetas, bicicletas, toucinho, óculos, pentes, carne de porco, carros, abóboras e motos,
    Mas não estou falando apenas dos Congressos. Estou me referindo ás igrejas que já fizeram do seu dia-a-dia um grande mercado.
    Esta nova geração de líderes parece nunca ter lido o livro O PEREGRINO.
    Caso contrário, teriam mais temor antes de instalar, dentro dos sagrados átrios, tão monumentais feiras da vaidade.
    Daqui a pouco o povo de Deus não precisará mais de ir aos shoppings
    Bastar-lhe-á ir à Casa de Deus. O grande shopping da fé já o espera.
    Só não gaste o dinheiro do dízimo, por favor.
  5. IGREJA-BOLSA DE VALORES.
    Esta é a igreja do quem-dá-mais.
    Mais ofertas, mais graças. Maiores valores, maior poder.
    Lutero conhecia esse tipo de igreja. Em seu tempo já se vendiam "bênçãos". Aliás, isto remonta a Simão de Samaria. Felipe que o diga.
    A grande meta dessa igreja é amealhar valores, a qualquer custo. Ela tem projetos políticos, apesar de eventuais revezes.
    Ela não pretende derrotar o diabo diretamente. Basta-lhe superar as audiências da mídia concorrente.
    Ela promove por suas novelas o mesmo pecado condenado pela Bíblia que prega.
    Essa Igreja é financeiramente poderosa. Mas, está ela destruindo as fortalezas espirituais que assolam nossa querida Pátria?
  6. IGREJA-EXÉRCITO.
    Bom, meu espaço terminou.
    Não dá para falar muito da verdadeira Igreja.
    Mas incluo umas poucas reflexões.
    Na Igreja-Exército os crentes não são protagonistas de um filme. São soldados de um exército.
    Não são atores de uma novela. São ovelhas de um grande rebanho.
    Nela o Comandante não faz campanha política. Ele é o Grande Eleito de Deus, Is 42.1.
    Na igreja-exército os crentes não estão fazendo shows. Estão fazendo guerra.
    Eles não usam jogos de luzes. São a própria luz do mundo.
    Eles não são artistas. São testemunhas.
    Eles não vivem de comprar ações na Bolsa.
    Eles põem suas bolsas nas ações de Deus, a fim de haver evangelismo e missões.
    Eles não estão sendo distraídos por animadores de auditório.
    Estão fazendo exercícios de guerra e sabem que vão vencer.
    Eles não sobrevivem à custa do marketing. São maravilhosamente sustentados por Deus.
    Em Cristo,


                        Tarcísio Costa de Lima

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

O Islã e a descendência de Abraão

TEXTO DO EV. MARCELO TEIXEIRA PEREIRA
Todos os muçulmanos, independente de serem Árabes ou não, ostentam seu vínculo com Abraão e conseqüentemente vem o desejo de se igualarem ao seu pai espiritual Ismael. Hoje em dia, já passa da casa de um bilhão os adeptos do Islã (submissão). Já crêem os estatísticos que para cada cinco pessoas hoje no mundo, uma já é muçulmana. São milhões e milhões participando, por exemplo, da Aid El-Kebir (A Grande Festa) na tradição islâmica. Cada família mata um cordeiro em memória ao sacrifício que Abraão teve que fazer com Ismael (segundo os muçulmanos) até que Deus interveio. Mas algo que nos intriga, é o fato de que quando olhamos para o Oriente Médio, encontramos Israel na Palestina. Um país tão pequeno, com apenas seis milhões de Judeus , e ao redor de Israel encontramos uma infinidade de países e povos, que ao contrário de Israel que descendem e têm sua identidade marcada por Isaque, buscam a todo custo achar sua descendência e identidade com Ismael. Mas por que os muçulmanos tornaram-se tão numerosos? Crescem tanto devido a que? Biblicamente é o veremos nesta edição.

ABRAÃO – O PAI DE REIS

"E te farei frutificar grandi-ssimamente e de ti farei nações, e reis sairão de ti. E estabelecerei o meu concerto entre mim e ti e a tua semente depois de ti em suas gerações". Gn. 17.6-7

Primeiro filho da circuncisão, a menina dos olhos do pai, Ismael era o virtual herdeiro de Abraão. Mas isso não haveria de acontecer. Sara deu à luz a Isaque, e o que considerava certo logo lhe foi tirado. As raízes desta história nos levam quatro mil anos para o passado, para uma tragédia doméstica de Abraão, "o amigo de Deus". Mães rivais e filhos rivais, o filho da carne e o filho da fé não podiam coexistir no mesmo conjunto de tendas. Agar e Ismael tiveram que ir. Mas as chamas desta rivalidade antiga nunca se apagaram e ardem no peito da descendência amargurada de Abraão até o dia de hoje. Pairando sobre o conflito crescente no Oriente Médio está a sombra enorme de um homem poderoso: Ismael, o príncipe do deserto foi adotado pelo próprio Deus. Ele cresceu na amplitude do deserto, e não era um homem comum, pois reis do deserto saíram dele.



ISMAEL – A GRANDE BENÇÃO

"então tomou Abraão a seu filho Ismael, (...) e circuncidou a carne do seu prepúcio" Gn. 17. 23.

A circuncisão seria um sinal do concerto que Deus fez com Abraão e seus descendentes. Era um sinal ou marca que denotava terem aceitado o concerto com Deus e de terem o próprio Deus como Senhor deles. Ismael assim, logo quando garoto, estava sendo marcado com a benção de Deus através de seu pai Abraão para sempre. Mas quando Deus falou a Abraão para enviar Ismael ao deserto, seu coração paterno se desesperou, mas logo se lembrou da resposta que Deus lhe deu, por sua oração em favor de Ismael: "E disse Abraão a Deus: tomara viva Ismael diante de teu rosto! E disse Deus: Quanto a Ismael, também te tenho ouvido: eis aqui o tenho abençoado, e fa-lo-ei frutificar, e fa-lo-ei multiplicar grandissimamente; doze príncipes gerará, e dele farei uma grande nação" (Gn. 17. 18, 20). Ficamos assustados pelo numero crescente daqueles que professam serem seguidores e descendentes de Ismael. Será este crescimento do islamismo no mundo, um meio de Satanás apenas cegar a visão espiritual das pessoas, ou uma carência do ser humano de receber de alguma forma a benção de Deus?

Nós sempre olhamos para o mundo, para as almas perdidas, e para os muçulmanos mais especificamente com o pior tipo de visão que podemos ter. Como podemos não amar os descendentes e aqueles que buscam sua identidade com Ismael? Povos que por mais de mil anos depois, são preservados, anotados com cuidado nas genealogias do texto sagrado (I Cr. 1. 29-31). Os profetas se lembraram do poderoso Nebaiote e de Quedar, ainda maior, os primeiros filhos de Ismael. Que Deus mude o nosso tipo de visão. Que possamos olhar para a multidão de povos muçulmanos, ainda que perdidos, mas que buscam desesperadamente encontrar a verdadeira benção prometida a Ismael, mas que sabemos, está em Jesus de Nazaré.
Em Cristo,
                 Tarcísio Costa de Lima

A Bíblia, o vinho e a bebida alcoólica

 Leia com atenção essa benção de estudo bíblico.
Leia as perguntas e responda:
Qual foi a bebida que Jesus usou ao instituir a Ceia do Senhor?
No capítulo 2 do Evangelho segundo João, vemos que Jesus transformou água em vinho nas bodas de Caná. Que tipo de vinho era esse?
O suco de uva não-fermentado pode ser chamado de vinho?
Antes de compreendermos o que Bíblia Sagrada nos ensina sobre o vinho, convém conhecer um pouco sobre o processo de fermentação, que no nosso caso, usaremos como exemplo o suco da uva.
Pois bem, vinho é o nome que se dá ao suco extraído do sumo de uvas frescas. Esse processo de extração faz-se em grandes vasilhas de madeira semelhante a uma enorme bacia, chamada cuba - na Bíblia, também aparece denominado "lagar", - onde é realizada a espremedura da uva, ou pisa. Atualmente, esse trabalho humano e artesanal é substituído por máquinas que realizam a mesma tarefa. O resultado obtido é um caldo espumoso, de forte coloração vermelha escuro, ligeiramente adocicado, de agradável odor e paladar. Este caldo nada mais é do que o puro suco de uva fresco, livre de qualquer processo de fermentação - ou seja, vinho não-fermentado. A fermentação se dá quando enzimas produzidas por bactérias ou fungos, em contato com o produto, entram em ação. No caso do sumo da uva, essas bactérias, alimentando-se do açúcar natural proveniente da fruta, produzem enzimas que convertem esse açúcar em gás carbônico e álcool. O gás se desprende, permanecendo apenas o álcool. Podemos dizer então que isto é suco de uva fermentado. A fermentação desse vinho (chamada de fermentação acética), por sua vez, produz o vinagre.
A massa do pão é outro exemplo típico de fermentação. O amido da farinha de trigo é transformado em açúcar, que por sua vez converte-se em álcool e gás carbônico pela ação desses microorganismos. O gás forma bolhas no interior da massa, fazendo-a crescer. Quando é assada, os microorganismos morrem e o álcool evapora, de modo que a massa não apresenta o gosto de álcool e nem o típico paladar azedo de produto que sofreu fermentação. No caso das bebidas alcoólicas, existem aquelas que são adicionadas álcool e as que são o resultado da fermentação direta. Nesse último caso, o açúcar da uva, da cana, do malte ou de outra matéria-prima usada é transformada em álcool e gás carbônico; o gás se desprende, ficando o álcool na bebida.
No Antigo Testamento, há duas palavras hebraicas traduzidas por "vinho". A primeira palavra, a mais comum, é yayin, usada 141 vezes no Antigo Testamento para indicar vários tipos de vinho, seja fermentado ou não-fermentado. Observe por exemplo, o texto de Neemias 5:18, que fala "vinho de todas as espécies" (yayin).
Isto significa que a palavra hebraica yayin aplica-se (também) a todos os tipos de suco de uva fermentado (Gênesis 9:20,21; 19:32,33; 1 Samuel 25:36,37 ; Provérbios 23:30,31). As consequências trágicas de tomar vinho fermentado aparecem em vários trechos do Antigo Testamento, notadamente em Provérbios 23:29-35. Por outro lado, yayin também se usa com referência ao suco doce, não-fermentado, da uva. Pode referir-se ao suco fresco da uva espremida, conforme aparece em Isaías 16:10; Jeremias 40:10-12; 48:33. Estes versículos dão o respaldo bíblico de que o sumo de uva não-fermentado pode perfeitamente ser chamado de "vinho", sem que isso indique qualquer disparidade. Em Jeremias 40:10-12, o  profeta chama de vinho (yayin), ao suco ainda dentro da uva (ver também Lamentações 2:12).
A outra palavra hebraica traduzida por "vinho" é tirosh, que significa "vinho novo" ou "vinho da vindima". Tirosh ocorre 38 vezes no Antigo Testamento; essa palavra nunca se refere à bebida fermentada, mas sempre ao produto não-fermentado da videira, tal como o suco ainda no cacho de uvas (Isaías 65:8), ou o suco doce de uvas recém-colhidas (Deuteronômio 11:14; Provérbios 3:10; Joel 2:24).
Há ainda a palavra hebraica shekar, geralmente traduzida por "bebida forte". Aparece 23 vezes no Antigo Testamento. Esta palavra refere-se, mais comumente, a outras bebidas fermentadas, talvez feita de suco de fruta de palmeira, de romã, maçã, ou de tâmara.
Seja qual for a natureza da bebida, é importante verificarmos que em vários lugares o Antigo Testamento condena o uso de bedidas fermentadas, seja da uva ou de outra fruta qualquer (Levítico 10:9-11; Provérbios 20:1; 23:29-35; 31:4-7).

O VINHO NO NOVO TESTAMENTO

A linguagem do Novo Testamento emprega a palavra grega "oinos" para referir-se ao vinho. Esta palavra pode referir-se a dois tipos bem diferentes do suco de uva: o suco não-fermentado e o suco fermentado. Equivale à mesma maneira da palavra hebraica yayin, do Antigo Testamento.

O uso do vinho na Ceia do Senhor

Qual bebida Jesus usou ao instituir a Ceia do Senhor? (Mateus 26:26-29; Marcos 14:22-25; Lucas 22:17-20; 1 Coríntios 11:23-26)
As referências abaixo levam a conclusão bíblica de que Jesus e seus discípulos beberam, durante a instituição da Ceia, o suco de uva não-fermentado.
  • Nem Lucas, nem qualquer outro escritor bíblico emprega a palavra grega "oinos" (vinho) no tocante à Ceia do Senhor. Os escritores dos três primeiros Evangelhos empregam a expressão "fruto da vide" (Mateus 26:2924; Marcos 14:25; Lucas 22:18). O vinho não-fermentado é o único "fruto da vide" natural, contendo aproximadamente 20% de açúcar e nenhum álcool. A fermentação destrói boa parte do açúcar e altera aquilo que a videira produz. Vinho fermentado não é fruto da vide; não é produzido pela videira.
  • Jesus instituiu a Ceia do Senhor quando ele e seus discípulos celebravam a Páscoa. A lei da Páscoa em Êxodo 12:14-20 proibia, durante a semana daquele evento, a presença de fermento (hebraico seor) ou qualquer agente fermentador. No mundo antigo, o fermento era obtido da espuma da superfície do vinho quando em fermentação. Além disso, qualquer coisa fermentada era proibido (Êxodo 12:19; 13:7). Deus dera estas leis porque a fermentação simboliza a corrupção e o pecado (Mateus 16:6-12; 1 Coríntios 5:7,8). Jesus, o Filho de Deus, cumpriu a lei em todas as suas exigências (Mateus 5:17). Logo, teria cumprido a lei de Deus para a Páscoa e não teria usado vinho fermentado.
  • No Antigo Testamento, bebidas fermentadas nunca deviam ser usadas na casa de Deus, e um sacerdote não podia chegar-se a Deus em adoração se tomasse qualquer líquido embriagante (Levítico 10:9). Jesus Cristo foi Sumo Sacerdote de Deus do novo concerto, e chegou-se a Deus em favor do seu povo (Hebreus 3:1; 5:1-10).
  • O sangue puro de Cristo (Salmos 16:10; Atos 2:27; 13:37) jamais poderia ser representado por algo corrompido e fermentado. O fruto da vide, simbolizando o sangue incorruptível de Cristo é melhor representado por suco de uva não-fermentado (1 Pedro 1:18,19). Indiscutível!
  • Paulo determinou que os coríntios tirassem dentre eles o fermento espiritual; o agente fermentador da maldade e a malícia, porque Cristo é a nossa Páscoa (1 Coríntios 5:6-8).
  • Seria contraditório usar na Ceia do Senhor um símbolo da maldade; algo contendo levedura ou fermento, se considerarmos os objetivos dessa ordenança bíblica, bem como as exigências para dela participar.

Não tem vinho

Alguns acreditam que o vinho fornecido nas bodas de Canã (João 2) bem como o vinho feito por Jesus, era fermentado e, portanto, embriagante se consumidos em grande quantidade. Se aceita esta opinião, as implicações disto, dadas a seguir, também devem ser reconhecidas e aceitas:
  • Primeiro, os convidados do casamento provavelmente estariam bêbados, haja vista que consumiram todo o vinho disponível.
  • Segundo, Maria, mãe de Jesus, estaria lamentando a falta de bebida embriagante e estaria pedindo a Jesus que fornecesse aos convidados, já embriagados, mais vinho fermentado.
  • Terceiro, Jesus teria produzido, a fim de atender a vontade de sua mãe (v.3), de 600 a 900 litros de vinho embriagante (vv.6-9), mais do que suficiente para manter os convidados totalmente bêbados.
  • Quarto, Jesus estaria produzindo esse vinho embriagante como seu primeiríssimo "milagre", a fim de manifestar a sua glória (v.11) e de levar as pessoas a crerem n'Ele como o filho justo e santo de Deus.
Fica claro que, à luz da natureza de Deus, da justiça de Cristo e do bom caráter de Maria, as implicações da suposição de que o vinho de Canã estava fermentado são blasfêmias. Contraria a revelação bíblica contra a perfeita obediência de Cristo a seu Pai celestial, supor que Ele desobedeceu ao mandamento do Pai: "Não olheis para o vinho, quando se mostra vermelho... e se escoa suavemente", isto é, fermentado (Provérbios 23:31). Leia também Provérbios 20:1; Hc 2:15; Levítico 10:8-11; Provérbios 31:4-7; Isaías 28:7; Romanos 14:21).

O conselho de Paulo a Timóteo

As palavras do apóstolo Paulo, aconselhando Timóteo a usar de um pouco de vinho é, sem dúvida, o texto áureo dos evangélicos chegados a um gole. O referido texto encontra-se em 1 Timóteo 5:23 e nos diz da seguinte forma: "Não bebas mais água só, mas usa de um pouco de vinho, por causa do teu estômago e das tuas freqüentes enfermidades."
É interessante observar que o apóstolo Paulo traz severas exortações em várias de suas epístolas aos usuários de bebidas embriagantes. Entre os mais claros podemos destacar 1 Coríntios 5:11: "Mas agora vos escrevi que não vos associeis com aquele que, dizendo-se irmão, for devasso, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador; com o tal nem ainda comais"; e ainda o texto de Gálatas 5:21, que diz: "Invejas, homicídios, bebedices, glutonarias, e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o reino de Deus."
Alguns interpretam as palavras de Paulo no sentido de que os cristãos não deveriam é embebedar-se, e que assim ele tolerava o uso de bebidas alcoólicas desde que fosse moderação. Essa interpretação ridícula cai em descrédito quando verificamos o contexto bíblico, até mesmo se compararmos com outros textos das cartas de Paulo. Observe: no Antigo Testamento, a abstinência total de vinho fermentado era uma regra para todos que buscavam o mais alto nível de consagração a Deus (Levítico 10:8-11; Números 6:1-5; Juízes 13:4-7; 1 Samuel 1:14,15; Jeremias 35:2-6). No Novo Testamento, todos os crentes são conclamados viver à altura do mais alto padrão de Deus (João 2:3; Efésios 5:18; 1 Tessalonicenses 5:6; Tito 2:2). Além do mais, Paulo faz questão de citar a embriaguez, como sendo uma conduta grave o suficiente para excluir a pessoa do reino dos céus (1 Coríntios 6:10). Nesta passagem, Paulo relaciona dez classes de pessoas que não herdarão o reino dos céus: devassos, idólatras, adúlteros, efeminados, sodomitas, ladrões, avarentos, bêbados, maldizentes e roubadores. O versículo em apreço não dá margens a meio termo. Seria estranho afirmar que o apóstolo em sua carta abriu mão de dar uma golada de bebida embriagante desde que fosse moderadamente, já que as conseqüências eternas no caso de se "ultrapassar um certo limite", são tão graves. Tal afirmação implicaria em dizer também que roubar moderadamente não teria problema e que o grave seria roubar excessivamente.  
Citar conselho de Paulo a Timóteo para justificar o uso de vinho embriagante, em apoio a bebedores de vinho, é distorcer totalmente o significado do texto de 1 Timóteo 5:23. Observe primeiramente que o conselho foi dado com propósitos exclusivamente medicinais. Segundo, o uso do vinho seria apenas "um pouco". Esse "pouco" indica claramente uma dose medicinal, quando necessário. Terceiro, o texto deixa transparecer que Timóteo deveria beber essa dose mínima de vinho, ainda misturado à água ('não bebas mais água só'). Tal fato entra em conformidade com os antigos escritos gregos sobre medicina, que costumava citar o vinho não-embriagante como remédio para estômago. Estes escritos também propunham a drenagem do vinho caso este fosse fermentado. Esta drenagem se procedia através do aquecimento do vinho, que provocava a evaporação do álcool, restando somente o vinho doce. Havia o hábito também de se usar uma pequena mistura diluída na água. Portanto, nem com camisa de força o conselho medicinal de 1 Timóteo 5:23 sugere qualquer apoio ao uso de vinho fermentado como bebida habitual ou mesmo bebida de reuniões sociais.                 

Testemunho da medicina moderna

  1. Os maiores médicos e especialistas atuais em defeitos congênitos citam evidências comprovadas de que o consumo de álcool danifica o sistema reprodutivo das mulheres jovens, podendo provocar abortos e nascimentos de bebês com deficiências mentais e físicas incuráveis. Autoridades mundialmente conhecidas em embriologia precoce afirmam que as mulheres que bebem até mesmo quantidades moderadas de álcool, próximo do tempo da concepção (48 horas), podem lesar os cromossomos de um óvulo em fase de liberação, e daí causar sérios distúrbios no desenvolvimento mental e físico do bebê.
  2. Seria absurdo afirmar que Jesus haja servido bebidas alcoólicas ou contribuído de alguma forma para o seu uso. Afirmar que Ele não sabia dos terríveis efeitos em potencial que as bebidas inebriantes têm sobre as pessoas e crianças nascituros é questionar sua divindade, sabedoria e discernimento do bem e do mal.
Alcoolismo não é doença. Ele transforma é a pessoa num doente. Alcoolismo é fruto do pecado. Doença não se compra em garrafas e nem se oferece em festas. Do mesmo modo, doença nenhuma impede qualquer pessoa de entrar no céu, mas o álcool sim. Impede porque destrói o corpo; transforma homens em animais irracionais; jovens sadios em parasitas imprestáveis; mulheres em trapos inúteis. Sozinho, ele já matou e inutilizou mais pessoas do que todas as guerras juntas. Destrói famílias; desfaz casamentos. E tudo começa com um pequeno gole socialmente. Esquecem-se que é de gole em gole que esvazia-se a garrafa, exatamente nas rodinhas sociais. O álcool provoca destruição irreversível nas células cerebrais. Quando se fere um dedo, por exemplo, depois de certo tempo ele cicatriza-se - as células se regeneram. No cérebro isso não ocorre. Cada célula, uma vez danificada, não será jamais substituída - o estrago fica para sempre.
Tudo o que Deus criou é bom. E como é natural do diabo corromper as coisas boas, ele denegriu as frutas e os cereais que deveriam ser usados na alimentação, mas que são usados às toneladas para se transformarem em bebidas que escravizam e destroem.
O mesmo acontece com as uvas que possuem uma bênção biblicamente proferida (Isaías 65:8), pois contém glicose pura, que passa diretamente para o sangue e vai a todas as células do corpo, contribuindo para o crescimento, desenvolvimento e restabelecimento das energias. Não poderia haver melhor símbolo para representar o puro sangue de Cristo, tendo deixado o céu para dá-lo em resgate pela humanidade.
Em Cristo,
                Tarcísio Costa de Lima

URGENTE! Leia e medite.


 Este artigo foi escrito pelo pastor batista WAGNER ANTONIO DE ARAÚJO.

Ainda sou do tempo em que ser crente era motivo de críticas e perseguições. Nós não éramos muitos, e geralmente éramos considerados ignorantes, analfabetos, massa de manobra ou gente de segunda categoria. Os colegas da escola nos marginalizavam. Os patrões zombavam de nós. A sociedade criticava um povo que cria num Deus moral, ético, decente, que fazia de seus seguidores pessoas diferentes, amorosas, verdadeiras e puras. Não era fácil. Mas nós sobrevivemos e vencemos. Sinto falta daquela perseguição, pois ela denunciava que a nossa luz era de qualidade, e ofuscava a visão conturbada de quem não era liberto. E, por causa dessa luz, muitos incrédulos foram conduzidos ao arrependimento e à salvação. Mas hoje é diferente.

Ainda sou do tempo em que os crentes não tinham imagens em suas casas, em seus carros ou como adereços de seus corpos. Nós não tatuávamos os nossos corpos e nem colocávamos "piercings" em nossa pele. Críamos que os nossos corpos eram sacrifícios ao Senhor, e que não nos era lícito maculá-los com os sinais de um mundo decadente, um deus mundano e uma cultura corrompida. Dizíamos que tatuar o corpo era pecado. Não tínhamos objetos de culto em nossas igrejas. Aliás, esse era um de nossos diferenciais: nós éramos aqueles que não admitiam imagens em lugar algum. Mas hoje é diferente.

Ainda sou do tempo em que pornografia era pecado. Nós não considerávamos fotos eróticas ou filmes pornô um "trabalho profissional", mas uma prostituição do próprio corpo e uma corrupção moral. Ao nos convertermos, convertíamos também os nossos olhos, e abandonávamos as revistas pornográficas, os cinemas de prostituição e os teatros corrompidos. Os que eram adúlteros se arrependiam e pagavam o preço do que fizeram, e começavam vida nova. Os promíscuos mudavam seu comportamento e tornavam-se santos em todo o seu procedimento. Nós, os adolescentes, deixávamos os namoros e os relacionamentos orientados pelos filmes mundanos, e primávamos por ser como José do Egito, que foi puro, ou o apóstolo Paulo, que foi decente. Mas hoje é diferente.

Ainda sou do tempo em que nos vestíamos adequadamente para o culto. Aliás, além do nosso testemunho moral, nós nos identificávamos pelas roupas. Se pentecostais, usávamos roupas sociais bastante formais, e éramos conhecidos aonde quer que íamos, pois ninguém mais se vestia tão formalmente assim em pleno domingo à tarde. Se de outras denominações, como eu, não chegávamos a esse extremo, mas nos trajávamos socialmente, com o melhor que tínhamos, dentro de nossas possibilidades, porque críamos que, se íamos prestar um culto a Deus, a ocasião nos exigia o melhor, e buscávamos dar o melhor para Deus. Era a famosa "roupa de missa", "roupa de igreja". Mesmo pobres, tínhamos o melhor para Deus. E sempre algo decente: camisas sociais, calças bem passadas, um sapato melhor conservado, um blaizer ou uma blusa bem alinhada. As mulheres usavam seus melhores vestidos, suas melhores saias e seus conjuntos mais femininos. Mas hoje é diferente.

Ainda sou do tempo em que nossos hinos falavam de Cristo e da salvação. Cantávamos muito, e nossas músicas não eram tão complexas como as de hoje. Mas todos acabávamos por decorá-las. Suas mensagens eram simples e evangelísticas: "foi na cruz, foi na cruz", "andam procurando a razão de viver"; "Porque Ele vive, posso crer no amanhã", "Feliz serás, jamais verás tua vida em pranto se findar", "O Senhor da ceifa está chamando"; "Jesus, Senhor, me achego a ti", "Santo Espírito, enche a minha vida", "Foi Cristo quem me salvou, quebrou as cadeias e me libertou", etc. Não copiávamos os "hits" estrangeiros, ou as danças mundanas, mas buscávamos algo clássico, alegre, porém, solene. E dançar o louvor? Jamais! Não ousávamos, nem queríamos; nunca soubéramos que o louvor era "dançante"; as danças deixamos em nossas velhas vidas mundanas. Porém, mesmo não as tendo, éramos alegres e motivados. Mas hoje é diferente.

Ainda sou do tempo em que as denominações e igrejas tinham personalidade. As denominações eram poucas e bastante homogêneas. Sabíamos que a Assembléia de Deus era pentecostal e usava indumentária formal; os presbiterianos eram os melhores coristas que existiam; os adventistas tinham uma fé estranha, numa profetisa semi-contemporânea, mas tinham os melhores quartetos masculinos; os melhores solistas eram batistas, etc. Nossas liturgias eram bastante diferentes: os conservadores eram formais, seus cultos silenciosos, enquanto um orava, os outros diziam amém. Já os pentecostais oravam todos ao mesmo tempo e cantavam a Harpa Cristã. Nós nos considerávamos irmãos, não há dúvida. Mas tínhamos personalidade. Hoje tudo é diferente.

E eu não sou velho! Isso tudo não tem 26 anos ainda! Na década de 80 ser crente era ser assim! Meu Deus, como o mundo mudou! Como a chamada Igreja Evangélica se deteriorou! Hoje eu sinto vergonha de ser considerado evangélico!

Hoje é moda ser crente, ou melhor, "gospel". Você é artista pornô, mas é crente. Você é do forró pé-de-serra, mas é crente. Você é ladrão, mas é crente. Você é homossexual assumido, mas é crente. Não importa a profissão, o comportamento, a moral, a índole, ser crente é apenas um detalhe. Aliás, dá cartaz ser crente: hoje muitos cantores "viram crentes" pra vender seus CD's encalhados, pois o "povo de Deus" compra qualquer coisa. Não há diferença entre o santo e o profano, o consagrado e o amaldiçoado, o lícito e o proibido, o justo e o injusto. Qualquer coisa serve. O púlpito pode ser uma prancha de surf, uma cama de motel ou um palanque eleitoral; a forma não importa. Ser crente é apenas um detalhe, uma simples nomencalatura religiosa.

Hoje os crentes tatuam as suas peles, mesmo sabendo que a Bíblia condena o uso de símbolos e marcas no corpo de quem se consagra a Deus. Criamos nossos próprios símbolos, nossos próprios estigmas e nossas próprias tribos. Hoje há denominações que dão opções de símbolos para que seus jovens se tatuem. O "piercing" deixou de ser pecado, e passou a ser "fashion", e está pendurado na pele flácida de roqueiros evangélicos e "levitas" das igrejas, maculando a pureza de um corpo dedicado ao Deus libertador. Mulheres há que enchem seus umbigos e outras partes de pequenas ferragens, repletas de vaidade e erotismo mundano, destruindo, assim, qualquer padrão cristão de consagração corporal. Meninos tingem seus cabelos de laranja, e mocinhas destróem seus rostos com produtos, pois agora todo mundo faz, e "Deus não olha a aparência". (Ainda bem, pois se olhasse, teria ânsia de vômito...)

Hoje ir à igreja é como ir ao mercado ou às barracas de feira e de artesanato: um evento efêmero, informal, meramente turístico. Não há mais cuidado algum no trajo cultuante. Rapazes vão de bermudas, calções (e, pasmem os senhores, de sungas!), até sem camisa, porque Deus não é "bitolado, babaca ou retrógrado". Garotas usam suas mini-saias dos "rebeldes" e exibem umbigos cheios de "piercings", estrelinhas e purpurinas pingando dos cabelos e roupas, numa passarela contínua do modismo eclesiástico. Se alguém ainda vai modestamente ao culto, seja jovem, seja velho, ou é "novo convertido", ou é "beato". É típico encontrarmos pastores dizendo aos "engravatados": "Pra que isso, irmão? Vai fazer exame laboratorial?" E, continuamente, vão demolindo qualquer alicerce de reverência e solenidade para o ato do culto.

Hoje as nossas músicas pouco falam de Cristo. Somos bitolados por um amontoado de "glórias", "aleluias", "no trono", "te exaltamos", "o teu poder", etc. Misturamos essas expressões, colocamos uma pitada de emoções, imitamos os ícones dos megaeventos de louvores, e gravamos o nosso próprio cd, que, de diferente, tem a capa e o timbre de algumas vozes, talvez alguns instrumentos, mas, no mais, não passam de cópias das cópias das cópias. E Jesus? Ah, quase nunca o mencionamos, e, quando o fazemos, não apresentamos qualquer noção do que Ele é ou representa para o nosso louvor. Não falamos mais que Ele é o caminho, a verdade e avida, não o apresentamos como Senhor e Salvador, não informamos ao ouvinte o que se deve fazer para tê-lo no coração, apenas citamos seu nome ou dizemos um aleluia para ele.

Hoje, entrar em uma igreja é como ter entrado em todas: é tudo igual. O mesmo sistema, as mesmas cantorias, a seqüência de eventos, os rituais emocionais, as pregações da prosperidade, de libertação de maldições ou de mega-sonhos "de Deus" (como se Deus precisasse sonhar, como se fosse impotente ou dependente da vontade humana). Transformamos nossas igrejas em filiais de uma matriz que não sabemos nem aonde fica, mas que se representa nas comunidades da moda. Não há mais corais, não há mais solistas, não há mais escolas dominicais fortes, não há mais denominações com características sólidas, não há mais nada. Tudo é a mesma coisa: uma hora e meia de "louvor", meia hora de "ofertas" e quinze minutos de "pregação", ou meia hora de "palavra profética e apostólica". Que desgraça!

Hoje trouxemos os ídolos de volta aos templos: são castiçais, bandeiras de Israel, candelabros, reproduções de peças do tabernáculo do velho testamento, bugigangas e quinquilharias que vendemos, similares aos escapulários católicos que tanto criticávamos. Hoje não nos atemos a uma cruz sem Cristo, simbólica apenas. Hoje temos anjinhos, Moisés abrindo o Mar Vermelho, Cristo no sermão da Montanha. O que nos falta ainda? Nossas bíblias, para serem boas, têm que ser do "Pastor fulano", com dicas de moda, culinária, negócios e guia turístico. Hoje temos bíblias para mulheres, para homens, para crianças, para jovens, para velhos, só falta inventarmos a bíblia gay, a bíblia erótica, a bíblia do ladrão, a bíblia do desviado. Bíblias puras não prestam mais. E, mesmo tendo essas bíblias direcionadas, QUASE NINGUÉM AS LÊ! Trazemos rosas para consagrar, rosas murchas para abençoar e virar incenso em casa, sal groso para purificar, arruda para encantar, folhas de oliveira de Israel e água do Rio Jordão (Tietê?) para abençoar, vara de Arão, de Moisés, e sabe lá de quem mais! Voltamos às origens idólatras! Parece o povo de Israel, que, ao morrer um rei justo, emporcalhavam o país com suas idolatrias e prostitutas cultuais. E se alguém ousa ser autêntico, é taxado de retrógrado. Com isso, surgem os terríveis fundamentalistas, que abominam tudo, ou os neopentecostais, que são capazes de transformar a igreja num circo, fazendo o povo rir sem parar ou grunir como animais.

Meu Deus, o que será daqui há alguns anos? Será que teremos que inventar um nome novo para ser evangélico à moda antiga? Parece que batista, assembleiano, presbiteriano, luterano ou metodista não define muita coisa mais! Será que ainda haverá púlpitos que prestem, pastores que pastoreiem, louvores que louvem a Deus? Será que seremos obrigados a usar "piercing" para nos filiarmos a alguma igreja? Será que nossos cultos serão naturistas? Será que ainda haverá Deus em nosso sistema religioso?

É CLARO QUE HÁ EXCEÇÕES! E eu bendigo a Deus porque tenho lutado para ser uma dessas exceções. É claro que o meu querido leitor, pastor, louvador, membro de igreja, missionário, também tem buscado ser exceção. Mas eu não podia deixar de denunciar essa bagunça toda, esse frenesi maligno, esse fogo estranho no altar de Deus! Quando vejo colegas cuspindo no povo, para abençoá-los, quando vejo pastores dizendo ao Espírito Santo "pega! pega! pega!", como se fosse um cachorrinho, quando vejo pastores arrancando miúdos de boi da barriga dos incautos doentes que a eles se submetem, quando vejo um evangelho podre arrastando milhões, quando vejo colegas cobrando dez mil reais mais o hotel, ou metade da oferta da noite, para pregar o evangelho, então eu me humilho diante de Deus, e digo: "Senhor, me proteja, não me deixa ser assim!"

Que Deus tenha piedade de nós!
Em Cristo,

                Tarcísio Costa de Lima

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Igreja Assembléia de Deus: cuidado com as mudanças!


Segue parecer com o qual concordo e defendo:
Muitos crentes assembleianos da nova geração têm aversão ao adjetivo “conservador”, associando-o a farisaísmo, legalismo, fanatismo e posturas extremistas quanto a usos e costumes. Pensam que o conservador é aquele crente estereotipado, inimigo de tudo o que é novo, que parece viver em seu “mundinho”, como se pertencesse a uma religião ascética (cf. Cl 2.23, ARA). 
Mas, à luz da Palavra de Deus (e para espanto de muitos), todo salvo deve ser conservador. E a Assembleia de Deus que se preza também deve ser conservadora. Por quê? Porque conservar, do ponto de vista bíblico, não significa ter uma falsa santidade, estereotipada, que faz dos usos e costumes a causa, e não o efeito. E implica observância à sã doutrina, a qual nos leva a ter santidade interna e externa. 
Em 2 Timóteo 1.13 está escrito: “Conserva o modelo das sãs palavras que de mim tens ouvido, na fé e na caridade que há em Cristo Jesus”. A Bíblia nos manda guardar, conservar, o que temos recebido do Senhor (1 Tm 6.20; 2 Tm 1.14). E, para as igrejas da Ásia que estavam agradando ao Senhor Jesus, Ele transmitiu mensagens que implicavam manutenção, conservação (Ap 2.25; 3.11). Mas, por que muitos não querem ser conservadores?
Ser conservador não é apenas ter aparência de piedade (Cl 2.20-22), tampouco se isolar da sociedade. Jesus, o Homem mais santo que andou na terra, não se afastava dos pecadores (Lc 5.32; Jo 2.1-11). Ele ensinou que a nossa luz deve brilhar em meio às trevas (Mt 5.16). Ser conservador também denota reter o bem, manter o que é bom, verdadeiro (1 Ts 5.21). E sabemos que as verdades da Palavra de Deus são inegociáveis, mas isso não significa que devamos abrir mão das estratégias lícitas de evangelização (1 Co 6.12; 9.22).
O verdadeiro conservador não é legalista ou coisa parecida. Ele não é um fanático, um estereótipo de crente, tampouco se opõe a tudo o que é novo (Ec 7.16,17; 1 Ts 5.21). Por outro lado, o conservador também não é como alguns crentes da atualidade, os quais desprezam o fato de o Senhor atentar para a globalidade do ser humano, pensando que Ele não se preocupa com o nosso exterior. O Senhor olha para a nossa totalidade: espírito, alma e corpo, nessa ordem (1 Ts 5.23).
Mas, a bem da verdade, enquanto alguns “assembleianos” afirmam que têm liberdade para fazerem o que bem entendem, deixando de observar a santificação plena, existem aqueles que consideram tudo pecaminoso. Estes também estão enganados, posto que ignoram o fato de os mandamentos de Deus não serem pesados (1 Jo 5.3), sendo a sua vontade agradável (Rm 12.2) e o seu fardo leve (Mt 11.30).
Reconheço que há líderes extremistas que pregam o falso conservadorismo farisaico. Fujamos disso! A Palavra do Senhor condena o extremismo (Ec 7.16,17). Por isso, a Assembleia de Deus que se preza conserva a verdade; guarda e cumpre a Palavra de Deus (Jo 14.23; Ap 3.8,10). Não é legalista, exigindo dos seus membros uma santificação inatingível, posto que Deus respeita as nossas limitações, como disse o salmista, inspirado pelo Espírito: “... ele conhece a nossa estrutura; lembra-se de que somos pó” (Sl 103.14).
O Deus da Assembleia deseja que a Assembleia de Deus conserve o modelo das sãs palavras (Jo 14.23; Ap 1.3; 3.8; Sl 119.11), a santidade e a pureza (Ap 3.4), a boa consciência (1 Tm 1.19; 3.9), a fé (2 Tm 4.7,8) e, sobretudo, o poder do Espírito Santo (1 Ts 5.19, ARA). Mas há uma nova geração, formada por obreiros não-chamados ou desviados da verdade que querem um evangelho fácil, sem mudança exterior, “sem religiosidade”, como dizem. E esses buscam mudanças (Pv 24.21) e consideram os obreiros conservadores ultrapassados, retrógrados ou legalistas.
Tenho visto, com tristeza, que muitos assembleianos, com ojeriza do legalismo farisaico, estão partindo para o liberalismo — total ou parcial. De um lado, líderes, pregadores e crentes em geral, seguidores do legalismo, condenam pessoas sem misericórdia. De outro, estão aqueles que desprezam a sã doutrina; que “vivem e deixam viver”.
Será que os obreiros dessa nova geração sabem que a Assembleia de Deus nasceu conservadora? Ah, eles ouviram falar... Mas não querem saber de passado. Eles querem uma igreja moderna, sem limites! Para eles, por que não usar a dança de rua e o funk dentro das igrejas, já que são grandes atrativos para a juventude? E isso já está acontecendo em algumas Pseudo-assembleias de Deus. Uso esse termo contundente porque tenho convicção de que a Assembleia de Deus que se preza não aceita esses injustificáveis modismos.
Essa nova geração de obreiros “assembleianos” não quer ser conservadora. Prefere pregar mensagens de auto-ajuda, que agradam os ouvidos (2 Tm 4.1-5), e não a mensagem da cruz (1 Co 1.18-22). Os tais obreiros, em geral muito jovens — mas também neófitos (pois há jovens de valor) —, são insubmissos. Não respeitam os seus líderes. Entram no ministério, mas o ministério não entra neles. Consideram-se donos da verdade. Alguns sequer têm chamada de Deus. E há também aqueles que verberam contra os seus próprios pastores!
Os proponentes “assembleianos” da nova geração gostam da falaciosa teologia da prosperidade; na verdade, eles gostam é do dinheiro e da popularidade que essa teologia lhes traz (2 Pe 2.3,15,16; 1 Tm 6.19,20; 2 Co 11). Eles ridicularizam os conservadores do passado, homens dos quais o mundo não era digno, e os que desejam andar como aqueles andaram. Mas os neo-assembleianos são mercantilistas. Sente em uma mesa para conversar com um deles e você saberá qual é o seu deus: o dinheiro (2 Co 2.17).
Perguntemos pelas “veredas antigas”, a fim de encontrarmos descanso para as nossas almas (Jr 6.16). Avivamento não é buscar inovações — ainda que haja boas inovações. Mas, sim, renovação; implica recuperar o que foi perdido, (Lm 5.21; 2 Cr 29.20-36). Se a Assembleia de Deus quiser continuar sendo uma igreja que faz a diferença neste mundo tenebroso, precisa continuar sendo conservadora, equilibrada, biblicocêntrica (Pv 4.26,27). Afinal, embora a Palavra de Deus não exija nada além do que possamos fazer, também não ensina as pessoas a viverem uma vida libertina, sem regras. “Faze-me andar na verdade dos teus mandamentos...”, disse o salmista (Sl 119.35).
Em Cristo,
                   Tarcísio Costa de Lima