segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Estudo sobre dízimos e ofertas


Texto para leitura - Ml 3: 7 a 12.
Meditação: " Honra ao Senhor com os teus bens, e com a primeira parte de todos os teus ganhos ". Pv 3:9

INTRODUÇÃO

O serviço da contribuição é, por conseguinte, o serviço do amor. Nossa liberalidade está na razão direta do amor que temos ao Salvador e é uma prova de nossa devoção e lealdade à sua causa. Sobretudo, a questão de dar deve ser um ato do coração e não do que temos na bolsa. A oferta não deve ser um ato frio e calculado, mas praticado com emoção e expressão de nossa responsabilidade. Para isso temos a base bíblica que nos instrui acerca desse tão importante assunto.

1 - A LIBERALIDADE DOS HERÓIS DA FÉ

Desde os tempos do Antigo Testamento Deus se vale da liberalidade dos seus filhos para estabelecer sua obra na terra (Ex 25:2). Os dízimos e as ofertas passaram a fazer parte da vida do povo de Deus (Ex 35:5 / Dt 14:22) e, através delas, o Senhor abençoava o seu povo: " Abençoarei com abundância o seu mantimento e de pão fartarei os seus pobres " Sl 132:15.

A. A liberalidade de Abel: O grande exemplo de Abel, ainda no início da civilização, marcou a importância da liberalidade diante de Deus: " E Abel também trouxe dos primogênitos das suas ovelhas, e da sua gordura; e atentou o Senhor para Abel e para sua oferta " (Gn4:4). Nossa oferta ao Senhor deve representar nossa gratidão espontânea pelas bençãos alcançadas das mãos de Jeová (Sl 116:12-14).

B. A liberalidade de Abraão: O patriarca Abraão, por sua fidelidade ao Senhor, deixou-nos um grande exemplo a ser seguido: deu os dízimos ao sacerdote Melquisedeque: " e bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus adversários nas tuas mãos. E de tudo lhe deu Abrãao o dízimo " (Gn 14:20) e não se apropriou dos bens alheios (Gn 14: 22,23). A liberalidade de Abraão fez dele um homem abençoado por Deus, de maneira que sua prosperidade era vista por todos (Gn 13:2). Por isso, achamos correto afirmar que o Senhor ama a prosperidade dos seus servos: " Cantem de júbilo e se alegrem os que têm prazer na minha retidão; e digam sempre: Glorificado seja o Senhor, que se compraz na prosperidade do seu servo!" (Sl 35:27).

C. A liberalidade de Israel: Diante da necessidade de se construir o tabernáculo, Deus pediu ofertas ao povo (Ex 35:21). A liberalidade de Israel foi tamanha, que alcançou o propósito de Deus, de maneira que o Senhor proibiu o povo de ofertar (Ex 36:6). Quem dera consigamos também alcançar este patamar de voluntariedade na obra de Deus (1Cr 29:9).

2 - A LIBERALIDADE COMO DOUTRINA BÍBLICA

Ainda hoje, o povo de Deus precisa ser ensinado a contribuir, pois esta é uma "doutrina bíblica" (2Co 9:7). A liberalidade está presente na vida do povo de Deus, certamente para ensiná-lo a importância de participar dos seus propósitos na terra, com respeito à sua obra (Ml 3:10).

A. Ensinando a importância das ofertas: Moisés, ainda no Sinai (Ex 24:18), recebeu do Senhor o mandamento para os filhos de Israel (Ex 25:1,2). As ofertas se revestiam de importância, pois eram para a edificação do tabernáculo (Ex 25:8). Quando ensinamos ao povo a importância e a aplicação das ofertas na obra de Deus, a voluntariedade toma conta de todos (Ex 35:29).

B. Esclarecendo a finalidade dos dízimos: Os dízimos foram instituídos por Deus para atender a necessidade do sacerdócio (Nm 18:21). Desde então têm sido empregados para o sustento e manutenção da obra de Deus: " Trazei todos os dízimos à casa do Tesouro, para que haja mantimento na minha casa; e provai-me nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós bemção sem medida" (Ml 3:10), pois a Bíblia ensina que o obreiro é " dígno do seu salário" (1Tm 5:18). Ao entender esses princípios divinos, o crente contribui com liberalidade (Rm 12:8 / 2Co 9:13).

C. Ensinando a liberalidade: Ensinando os princípios da liberalidade ao seu povo, o Senhor disse aos filhos de Israel, que não desamparassem os levitas, o estrangeiro, o órfão e a viúva: " para que o Senhor teu Deus te abençoe em toda a obra das tuas mãos, que fizeres" (Dt 14:22,29). Ao repartirmos o que temos: " Porventura, não é também que repartas o teu pão com o faminto, e recolhas em casa os pobres desabrigados, e, se vires o nu, o cubras, e não te escondas do teu semelhante?" (Is 58:7), estamos contribuindo para diminuir a diferença social que ainda existe no meio do povo de Deus (Dt 15: 7,11).

3 - A LIBERALIDADE NA ERA DA GRAÇA

Muitos questionam a prática das ofertas e dízimos apenas como mandamentos para o Antigo Testamento, mas vemos pelas Escrituras que tais "mandamentos" estão presentes no Novo Testamento (At 20:35). A liberalidade esteve presente na história da Igreja, desde o seu início (At 2:45) e prosseguiu por toda parte (Rm 15: 26,27).

A. A liberalidade da viúva: Dentre os grandes exemplos do Novo Testamento, Jesus citou uma pobre viúva, que dentre os ricos (Lc 21:1), lançou na arca do tesouro "duas pequenas moedas" (Lc 21:2). Aos nossos olhos parece algo insignificante, mas diante de Jesus, foi a maior oferta, pois ela da sua pobreza deitou ali "todo o sustento que tinha" (Lc 21:4). O exemplo desta pobre mulher traduz o que significa liberalidade: a disposição de "dar para o reino de Deus".

B. O exemplo da Macedônia: Paulo fala da "graça de Deus" dada às igrejas da Macedônia (2Co 8:1), para se disporem à liberalidade: "... e ainda acima do seu poder, deram voluntariamente" (2Co 8:3b). O exemplo desses crentes figura ainda hoje como prova do seu amor pela obra de Deus (2Co 8:7,8). Que sigamos este exemplo glorioso, pois o Senhor é fiel (2Co 9:10,11).

C. O ensino de Paulo à igreja de Corinto: O Apóstolo Paulo escrevendo à igreja de Corinto, fez mensão à coleta aos santos: "Quanto à coleta para os santos, fazei vós também como ordenei às igrejas da Galácia" (1Co 16:1). O procedimento para tal "coleta" foi explicitado no versículo 2, que diz: "No primeiro dia da semana cada um de vós ponha de parte o que puder ajuntar, conforme a sua prosperidade..." (1Co 16:2). Se seguirmos hoje tal ensino, veremos o quanto se torna fácil o serviço da liberalidade.

4 - AS BENÇÃOS DA LIBERALIDADE CRISTÃ

O Salmo 112.9 reflete bem as bençãos advindas da liberalidade: "É liberal, dá aos necessitados; a sua justiça permanecerá para sempre, e a sua força se exaltará em glória". Você já experimentou a realidade dessa promessa? Se não, é talvez porque não alcançou ainda a benção de dar no espírito generoso e franco que traz como resultado a bem-aventurança divina (At 20:35).

A. O reconhecimento da propriedade divina: As bençãos da liberalidade começa no reconhecimento da propriedade divina:"... porque a terra é minha... vóis sois estrangeiros e peregrinos comigo" (Lv 25:23). Sendo a terra do Senhor, nós somos apenas "mordomos" dela e de todos os seus bens, inclusive da prata e do ouro, os quais pertencem a Ele (Ag 2:8). Quando entendemos isso e praticamos a liberalidade, somos abençoados (Pv 22:9).

B. Uma vida vitoriosa: O profeta Malaquias, ao fazer-nos a advertência sobre a liberalidade, faz uma solene proposta: "...e, depois fazei prova de mim, diz o Senhor dos Exércitos..." (Ml 3:10b). Somente os crentes fiéis à contribuição financeira podem fazer prova de Deus (Sl 34:8) e alcançar uma vida vitoriosa. Os que têm experimentado a prática do dízimo têm verificado que Deus não falha em suas promessas: "Porque quantas são as promessas de Deus, tantas têm nele o sim; porquanto também por ele é o amém para glória de Deus, por nosso intermédio" (2Co 1:20).

C. Uma janela aberta no céu: Você já pensou na possibilidade de ter uma "janela aberta no céu" à sua disposição? Pois esta é a promessa de Deus aos crentes fiéis: "Trazei todos os dízimos à casa do tesouro... se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós uma benção tal..." (Ml 3:10). As "janelas do céu" estarão sempre abertas para o crente liberal, de coração aberto, que contribui com alegria e que não mede esforços pela causa de Deus (Is 33:6).

CONCLUSÃO

O dízimo e as ofertas são um ato de fé e também uma forma de louvar ao Senhor por suas bençãos recebidas. A alegria de dar é uma das maiores alegrias da vida. Se pensarmos em suas dádivas, com um elevado sentido espiritual, só poderemos sentir imensa alegria em dar dos nossos recursos para a promoção do seu reino.
Em Cristo,

                Tarcísio Costa de Lima

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