segunda-feira, 2 de agosto de 2010

A doutrina da mordomia cristã


O termo "mordomia" tem sido muito divulgado pela imprensa em geral para designar regalias no exercício da função pública. Entretanto, no contexto bíblico, a palavra "mordomia" fala da consciência que o crente deve ter de que tudo o que possui vem de Deus, sendo ele apenas um administrador fiel. A fidelidade é decorrente da certeza de que a qualquer momento, seremos chamados a prestar contas diante de Deus. Por isso, a vida e os seus valores devem ser vividos e administrados sob o ponto de vista de Deus.
É através da doutrina da mordomia cristã que os princípios básicos da vida do crente são expostos (Lc 12:42). O conhecimento da "doutrina da mordomia cristã" dá ao crente uma maior perspectiva da vida no seu dia-a-dia. A doutrina bíblica da "mordomia" centraliza seus princípios na soberania de Deus (Sl 24:1), nos colocando como "mordomos", de preferência fiéis (1ª Co 4:2).
Para se compreender o princípio bíblico de mordomia, precisamos saber que: "Do Senhor é a terra e a sua plenitude, o mundo e aqueles que nele habitam" (Sl 24:1). Nosso papel aqui é apenas reconhecer a soberania divina sobre todas as coisas e exercer a função profícua de mordomos, pois nada levaremos daqui (1ª Tm 6:7). Por isso, devemos exercer com fidelidade a mordomia cristã, para que tenhamos direito ao descanso eterno (Mt 25:21).
A Bíblia afirma que Deus é o autor de toda Criação: "Pela fé entendemos que os mundos, pela Palavra de Deus, foram criados..." (Hb 11:3a). O Gênesis mostra a criação de forma ordenada e gloriosa (Gn 2:1), destacando sempre o poder criador de Deus (Gn 1:24,25). A doutrina da Criação traz ao homem a responsabilidade pela preservação do que Deus fez como mordomo de seu próprio mundo (Gn 1:29 ; Dt 20:19).
A criação do homem foi por ato expontâneo de Deus (Gn 1:26). O homem passou a pertencer ao Senhor por um direito de criação. Ele declarou através do profeta Isaías, dizendo: "Eu fiz a terra, e criei nela o homem, eu o fiz..." (Is 45:12). A vida do homem veio direta de Deus (Gn 2:7), tornando-o pessoa  com consciência de si mesmo com livre arbítrio (Gn 2:16,17 ; 4:7). Por isso, devemos viver conscientes de nossa mordomia, pois um dia prestaremos contas a Deus (Ec 12:7).
Compreender a mordomia cristã como uma oportunidade de melhor servir ao Senhor é uma grande benção (Jo 12:26). Tudo sucede quando entendemos que o Senhor é dono de todas as coisas (Jo 1:3) e que somos apenas serviçais para cumprir o propósito divino (Jo 2:5). Quando agimos assim as bençãos divinas nos alcançarão (Dt 28:2).
O verdadeiro mordomo espiritual não é aquele que apenas "vê" o reino, mas que "entra" (Jo 3:3,5). A partir daí tudo muda na nossa relação com Deus e com sua obra (Gl 2:20). Tudo passa a ser santo e sagrado diante da grandeza do reino de Deus (Tt 1:15). Somos agora cooperadores de Deus para construção de um reino espiritual na terra (1ª Co 3:9).
O conceito cristão de mordomia nos faz crescer o senso de responsabilidade (1ª Co 9:17). Temos responsabilidade com nossa vida, nosso corpo, com a igreja e com nossos semelhantes (Mt 7:12). Nossa responsabilidade se amplia quando sabemos que iremos prestar contas a Deus (2ª Co 5:10). Por isso devemos aproveitar o tempo que nos resta para pregarmos o Evangelho (2ª Tm 4:2) e fazer o bem a todos (Gl 6:9,10).
Cientes de nossa fragilidade (Sl 103:14,15) e da incapacidade para desempenharmos bem nossa mordomia, devemos depender totalmente do Espírito Santo (Rm 8:26). Ele nos ajudará em nossa tarefa de administrar os bens temporais e espirituais recebidos do Senhor (1ª Pe 4:11). Aceitemos, pois, o que disse Jesus: "...porque sem mim nada podeis fazer" (Jo 15:5).
Em Cristo,

                Tarcísio Costa de Lima

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