sexta-feira, 13 de agosto de 2010

A Bíblia, o vinho e a bebida alcoólica

 Leia com atenção essa benção de estudo bíblico.
Leia as perguntas e responda:
Qual foi a bebida que Jesus usou ao instituir a Ceia do Senhor?
No capítulo 2 do Evangelho segundo João, vemos que Jesus transformou água em vinho nas bodas de Caná. Que tipo de vinho era esse?
O suco de uva não-fermentado pode ser chamado de vinho?
Antes de compreendermos o que Bíblia Sagrada nos ensina sobre o vinho, convém conhecer um pouco sobre o processo de fermentação, que no nosso caso, usaremos como exemplo o suco da uva.
Pois bem, vinho é o nome que se dá ao suco extraído do sumo de uvas frescas. Esse processo de extração faz-se em grandes vasilhas de madeira semelhante a uma enorme bacia, chamada cuba - na Bíblia, também aparece denominado "lagar", - onde é realizada a espremedura da uva, ou pisa. Atualmente, esse trabalho humano e artesanal é substituído por máquinas que realizam a mesma tarefa. O resultado obtido é um caldo espumoso, de forte coloração vermelha escuro, ligeiramente adocicado, de agradável odor e paladar. Este caldo nada mais é do que o puro suco de uva fresco, livre de qualquer processo de fermentação - ou seja, vinho não-fermentado. A fermentação se dá quando enzimas produzidas por bactérias ou fungos, em contato com o produto, entram em ação. No caso do sumo da uva, essas bactérias, alimentando-se do açúcar natural proveniente da fruta, produzem enzimas que convertem esse açúcar em gás carbônico e álcool. O gás se desprende, permanecendo apenas o álcool. Podemos dizer então que isto é suco de uva fermentado. A fermentação desse vinho (chamada de fermentação acética), por sua vez, produz o vinagre.
A massa do pão é outro exemplo típico de fermentação. O amido da farinha de trigo é transformado em açúcar, que por sua vez converte-se em álcool e gás carbônico pela ação desses microorganismos. O gás forma bolhas no interior da massa, fazendo-a crescer. Quando é assada, os microorganismos morrem e o álcool evapora, de modo que a massa não apresenta o gosto de álcool e nem o típico paladar azedo de produto que sofreu fermentação. No caso das bebidas alcoólicas, existem aquelas que são adicionadas álcool e as que são o resultado da fermentação direta. Nesse último caso, o açúcar da uva, da cana, do malte ou de outra matéria-prima usada é transformada em álcool e gás carbônico; o gás se desprende, ficando o álcool na bebida.
No Antigo Testamento, há duas palavras hebraicas traduzidas por "vinho". A primeira palavra, a mais comum, é yayin, usada 141 vezes no Antigo Testamento para indicar vários tipos de vinho, seja fermentado ou não-fermentado. Observe por exemplo, o texto de Neemias 5:18, que fala "vinho de todas as espécies" (yayin).
Isto significa que a palavra hebraica yayin aplica-se (também) a todos os tipos de suco de uva fermentado (Gênesis 9:20,21; 19:32,33; 1 Samuel 25:36,37 ; Provérbios 23:30,31). As consequências trágicas de tomar vinho fermentado aparecem em vários trechos do Antigo Testamento, notadamente em Provérbios 23:29-35. Por outro lado, yayin também se usa com referência ao suco doce, não-fermentado, da uva. Pode referir-se ao suco fresco da uva espremida, conforme aparece em Isaías 16:10; Jeremias 40:10-12; 48:33. Estes versículos dão o respaldo bíblico de que o sumo de uva não-fermentado pode perfeitamente ser chamado de "vinho", sem que isso indique qualquer disparidade. Em Jeremias 40:10-12, o  profeta chama de vinho (yayin), ao suco ainda dentro da uva (ver também Lamentações 2:12).
A outra palavra hebraica traduzida por "vinho" é tirosh, que significa "vinho novo" ou "vinho da vindima". Tirosh ocorre 38 vezes no Antigo Testamento; essa palavra nunca se refere à bebida fermentada, mas sempre ao produto não-fermentado da videira, tal como o suco ainda no cacho de uvas (Isaías 65:8), ou o suco doce de uvas recém-colhidas (Deuteronômio 11:14; Provérbios 3:10; Joel 2:24).
Há ainda a palavra hebraica shekar, geralmente traduzida por "bebida forte". Aparece 23 vezes no Antigo Testamento. Esta palavra refere-se, mais comumente, a outras bebidas fermentadas, talvez feita de suco de fruta de palmeira, de romã, maçã, ou de tâmara.
Seja qual for a natureza da bebida, é importante verificarmos que em vários lugares o Antigo Testamento condena o uso de bedidas fermentadas, seja da uva ou de outra fruta qualquer (Levítico 10:9-11; Provérbios 20:1; 23:29-35; 31:4-7).

O VINHO NO NOVO TESTAMENTO

A linguagem do Novo Testamento emprega a palavra grega "oinos" para referir-se ao vinho. Esta palavra pode referir-se a dois tipos bem diferentes do suco de uva: o suco não-fermentado e o suco fermentado. Equivale à mesma maneira da palavra hebraica yayin, do Antigo Testamento.

O uso do vinho na Ceia do Senhor

Qual bebida Jesus usou ao instituir a Ceia do Senhor? (Mateus 26:26-29; Marcos 14:22-25; Lucas 22:17-20; 1 Coríntios 11:23-26)
As referências abaixo levam a conclusão bíblica de que Jesus e seus discípulos beberam, durante a instituição da Ceia, o suco de uva não-fermentado.
  • Nem Lucas, nem qualquer outro escritor bíblico emprega a palavra grega "oinos" (vinho) no tocante à Ceia do Senhor. Os escritores dos três primeiros Evangelhos empregam a expressão "fruto da vide" (Mateus 26:2924; Marcos 14:25; Lucas 22:18). O vinho não-fermentado é o único "fruto da vide" natural, contendo aproximadamente 20% de açúcar e nenhum álcool. A fermentação destrói boa parte do açúcar e altera aquilo que a videira produz. Vinho fermentado não é fruto da vide; não é produzido pela videira.
  • Jesus instituiu a Ceia do Senhor quando ele e seus discípulos celebravam a Páscoa. A lei da Páscoa em Êxodo 12:14-20 proibia, durante a semana daquele evento, a presença de fermento (hebraico seor) ou qualquer agente fermentador. No mundo antigo, o fermento era obtido da espuma da superfície do vinho quando em fermentação. Além disso, qualquer coisa fermentada era proibido (Êxodo 12:19; 13:7). Deus dera estas leis porque a fermentação simboliza a corrupção e o pecado (Mateus 16:6-12; 1 Coríntios 5:7,8). Jesus, o Filho de Deus, cumpriu a lei em todas as suas exigências (Mateus 5:17). Logo, teria cumprido a lei de Deus para a Páscoa e não teria usado vinho fermentado.
  • No Antigo Testamento, bebidas fermentadas nunca deviam ser usadas na casa de Deus, e um sacerdote não podia chegar-se a Deus em adoração se tomasse qualquer líquido embriagante (Levítico 10:9). Jesus Cristo foi Sumo Sacerdote de Deus do novo concerto, e chegou-se a Deus em favor do seu povo (Hebreus 3:1; 5:1-10).
  • O sangue puro de Cristo (Salmos 16:10; Atos 2:27; 13:37) jamais poderia ser representado por algo corrompido e fermentado. O fruto da vide, simbolizando o sangue incorruptível de Cristo é melhor representado por suco de uva não-fermentado (1 Pedro 1:18,19). Indiscutível!
  • Paulo determinou que os coríntios tirassem dentre eles o fermento espiritual; o agente fermentador da maldade e a malícia, porque Cristo é a nossa Páscoa (1 Coríntios 5:6-8).
  • Seria contraditório usar na Ceia do Senhor um símbolo da maldade; algo contendo levedura ou fermento, se considerarmos os objetivos dessa ordenança bíblica, bem como as exigências para dela participar.

Não tem vinho

Alguns acreditam que o vinho fornecido nas bodas de Canã (João 2) bem como o vinho feito por Jesus, era fermentado e, portanto, embriagante se consumidos em grande quantidade. Se aceita esta opinião, as implicações disto, dadas a seguir, também devem ser reconhecidas e aceitas:
  • Primeiro, os convidados do casamento provavelmente estariam bêbados, haja vista que consumiram todo o vinho disponível.
  • Segundo, Maria, mãe de Jesus, estaria lamentando a falta de bebida embriagante e estaria pedindo a Jesus que fornecesse aos convidados, já embriagados, mais vinho fermentado.
  • Terceiro, Jesus teria produzido, a fim de atender a vontade de sua mãe (v.3), de 600 a 900 litros de vinho embriagante (vv.6-9), mais do que suficiente para manter os convidados totalmente bêbados.
  • Quarto, Jesus estaria produzindo esse vinho embriagante como seu primeiríssimo "milagre", a fim de manifestar a sua glória (v.11) e de levar as pessoas a crerem n'Ele como o filho justo e santo de Deus.
Fica claro que, à luz da natureza de Deus, da justiça de Cristo e do bom caráter de Maria, as implicações da suposição de que o vinho de Canã estava fermentado são blasfêmias. Contraria a revelação bíblica contra a perfeita obediência de Cristo a seu Pai celestial, supor que Ele desobedeceu ao mandamento do Pai: "Não olheis para o vinho, quando se mostra vermelho... e se escoa suavemente", isto é, fermentado (Provérbios 23:31). Leia também Provérbios 20:1; Hc 2:15; Levítico 10:8-11; Provérbios 31:4-7; Isaías 28:7; Romanos 14:21).

O conselho de Paulo a Timóteo

As palavras do apóstolo Paulo, aconselhando Timóteo a usar de um pouco de vinho é, sem dúvida, o texto áureo dos evangélicos chegados a um gole. O referido texto encontra-se em 1 Timóteo 5:23 e nos diz da seguinte forma: "Não bebas mais água só, mas usa de um pouco de vinho, por causa do teu estômago e das tuas freqüentes enfermidades."
É interessante observar que o apóstolo Paulo traz severas exortações em várias de suas epístolas aos usuários de bebidas embriagantes. Entre os mais claros podemos destacar 1 Coríntios 5:11: "Mas agora vos escrevi que não vos associeis com aquele que, dizendo-se irmão, for devasso, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador; com o tal nem ainda comais"; e ainda o texto de Gálatas 5:21, que diz: "Invejas, homicídios, bebedices, glutonarias, e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o reino de Deus."
Alguns interpretam as palavras de Paulo no sentido de que os cristãos não deveriam é embebedar-se, e que assim ele tolerava o uso de bebidas alcoólicas desde que fosse moderação. Essa interpretação ridícula cai em descrédito quando verificamos o contexto bíblico, até mesmo se compararmos com outros textos das cartas de Paulo. Observe: no Antigo Testamento, a abstinência total de vinho fermentado era uma regra para todos que buscavam o mais alto nível de consagração a Deus (Levítico 10:8-11; Números 6:1-5; Juízes 13:4-7; 1 Samuel 1:14,15; Jeremias 35:2-6). No Novo Testamento, todos os crentes são conclamados viver à altura do mais alto padrão de Deus (João 2:3; Efésios 5:18; 1 Tessalonicenses 5:6; Tito 2:2). Além do mais, Paulo faz questão de citar a embriaguez, como sendo uma conduta grave o suficiente para excluir a pessoa do reino dos céus (1 Coríntios 6:10). Nesta passagem, Paulo relaciona dez classes de pessoas que não herdarão o reino dos céus: devassos, idólatras, adúlteros, efeminados, sodomitas, ladrões, avarentos, bêbados, maldizentes e roubadores. O versículo em apreço não dá margens a meio termo. Seria estranho afirmar que o apóstolo em sua carta abriu mão de dar uma golada de bebida embriagante desde que fosse moderadamente, já que as conseqüências eternas no caso de se "ultrapassar um certo limite", são tão graves. Tal afirmação implicaria em dizer também que roubar moderadamente não teria problema e que o grave seria roubar excessivamente.  
Citar conselho de Paulo a Timóteo para justificar o uso de vinho embriagante, em apoio a bebedores de vinho, é distorcer totalmente o significado do texto de 1 Timóteo 5:23. Observe primeiramente que o conselho foi dado com propósitos exclusivamente medicinais. Segundo, o uso do vinho seria apenas "um pouco". Esse "pouco" indica claramente uma dose medicinal, quando necessário. Terceiro, o texto deixa transparecer que Timóteo deveria beber essa dose mínima de vinho, ainda misturado à água ('não bebas mais água só'). Tal fato entra em conformidade com os antigos escritos gregos sobre medicina, que costumava citar o vinho não-embriagante como remédio para estômago. Estes escritos também propunham a drenagem do vinho caso este fosse fermentado. Esta drenagem se procedia através do aquecimento do vinho, que provocava a evaporação do álcool, restando somente o vinho doce. Havia o hábito também de se usar uma pequena mistura diluída na água. Portanto, nem com camisa de força o conselho medicinal de 1 Timóteo 5:23 sugere qualquer apoio ao uso de vinho fermentado como bebida habitual ou mesmo bebida de reuniões sociais.                 

Testemunho da medicina moderna

  1. Os maiores médicos e especialistas atuais em defeitos congênitos citam evidências comprovadas de que o consumo de álcool danifica o sistema reprodutivo das mulheres jovens, podendo provocar abortos e nascimentos de bebês com deficiências mentais e físicas incuráveis. Autoridades mundialmente conhecidas em embriologia precoce afirmam que as mulheres que bebem até mesmo quantidades moderadas de álcool, próximo do tempo da concepção (48 horas), podem lesar os cromossomos de um óvulo em fase de liberação, e daí causar sérios distúrbios no desenvolvimento mental e físico do bebê.
  2. Seria absurdo afirmar que Jesus haja servido bebidas alcoólicas ou contribuído de alguma forma para o seu uso. Afirmar que Ele não sabia dos terríveis efeitos em potencial que as bebidas inebriantes têm sobre as pessoas e crianças nascituros é questionar sua divindade, sabedoria e discernimento do bem e do mal.
Alcoolismo não é doença. Ele transforma é a pessoa num doente. Alcoolismo é fruto do pecado. Doença não se compra em garrafas e nem se oferece em festas. Do mesmo modo, doença nenhuma impede qualquer pessoa de entrar no céu, mas o álcool sim. Impede porque destrói o corpo; transforma homens em animais irracionais; jovens sadios em parasitas imprestáveis; mulheres em trapos inúteis. Sozinho, ele já matou e inutilizou mais pessoas do que todas as guerras juntas. Destrói famílias; desfaz casamentos. E tudo começa com um pequeno gole socialmente. Esquecem-se que é de gole em gole que esvazia-se a garrafa, exatamente nas rodinhas sociais. O álcool provoca destruição irreversível nas células cerebrais. Quando se fere um dedo, por exemplo, depois de certo tempo ele cicatriza-se - as células se regeneram. No cérebro isso não ocorre. Cada célula, uma vez danificada, não será jamais substituída - o estrago fica para sempre.
Tudo o que Deus criou é bom. E como é natural do diabo corromper as coisas boas, ele denegriu as frutas e os cereais que deveriam ser usados na alimentação, mas que são usados às toneladas para se transformarem em bebidas que escravizam e destroem.
O mesmo acontece com as uvas que possuem uma bênção biblicamente proferida (Isaías 65:8), pois contém glicose pura, que passa diretamente para o sangue e vai a todas as células do corpo, contribuindo para o crescimento, desenvolvimento e restabelecimento das energias. Não poderia haver melhor símbolo para representar o puro sangue de Cristo, tendo deixado o céu para dá-lo em resgate pela humanidade.
Em Cristo,
                Tarcísio Costa de Lima

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