segunda-feira, 26 de abril de 2010

A doutrina da Salvação - parte 4

Imputação, Deus agindo em favor do homem

          Imputar significa atribuir a alguém a responsabilidade de alguma coisa. Foi isto que fez Paulo quando assumiu a responsabilidade pela dívida de Onésimo. Ao tomar tal atitude, ele escreveu a Filemom, a pessoa prejudicada, solicitando a imputação dos erros daquele ex-escravo. O mesmo aconteceu conosco, Deus estava ofendido com o pecado do homem e jesus tornou-se pecado por nós, assumindo nossa dívida para com Deus.
          Deus se sentiu ofendido com sua criação, pois ela tomou um rumo diferente daquele traçado por seu Criador (Rm 1:21). Paulo, ao nos dizer: "... agora temos paz com Deus" (Rm 5:1), mostra-nos claramente que antes estávamos "em guerra" contra Deus. Isto significa o grau de desentendimento que havia entre o homem e Deus (Is 59:2).
          O pecado levou a humanidade ao maior estado de degradação. Com ele veio a sentença divina, a morte: "... porquanto és pó, e em pó te tornarás" (Gn 3:19). Dessa forma, o homem perdeu o direito a árvore da vida (Gn 3:22), e foi lançado fora do jardim. Infelizmente, o pecado trouxe muitos problemas para o homem, inclusive o direito de viver eternamente (Rm 1:32). Mas, Jesus veio para cumprir com a sentença divina e triunfar sobre a morte (Hb 2:14).
          Deus via nossa dívida como um mal que precisava ser extirpado, um câncer espiritual (Gn 12:20). Este não foi o propósito divino ao criar o homem (Gn 1:26), mas que ele fosse perfeito em seus caminhos (Ec 7:29). Infelizmente a situação de pecado trouxe ao homem uma vida finita e cheia de imprevistos, levando-o, finalmente à morte (Hb 9:27). A partir do pecado do Éden, o homem passou a viver separado de Deus (Rm 5:12). O ato da primeira desobediência contaminou a todos (Rm 5:19). Todos passaram a serem vistos por Deus como pecadores (Sl 51:5), por isso Paulo escreveu: "Não há um justo, nem um sequer" (Rm 3:10). Somente os salvos em Cristo poderão alcançar a benção do perdão e da reconciliação (Rm 5:10).
          Não adiantaria o homem sacrificar-se a si mesmo ou até pagar penitência, Deus jamais aceitaria o sacrifício humano para pagamento de sua dívida (Sl 40:6). Ao homem foi proibido, pelo Senhor, oferecer qualquer tipo de sacrifício humano (Lv 18:21). Enfim, a situação de pecado deixou o homem sem condições de apresentar-se a Deus, ao mesmo de oferecer sacrifícios. Para aplacar a ira divina contra o pecado, nasceu Jesus (Mt 1:21).O propósito divino era que nEle se executasse toda justiça de Deus (Mt 3:15). Para isto, Ele se tornou pecado por nós (2ª Co 5:21), imputando em si mesmo as nossas transgressões. O sacrifício de Cristo resolveu para sempre o problema do pecado entre o homem e Deus (Ef 2:15-17), pois Ele realizou uma perfeita redenção.
          Sendo a imputação o ato de atribuir responsabilidade a alguém, somente Jesus poderia tirar essa carga de nossos ombros, atribuída por Deus aos homens por causa do pecado. Era necessário alguém imaculado para apagar essa mácula (2ª Co 5:21). Portanto, se Jesus tivesse pecado, Ele não poderia ser o substituto para o pecador. Pedro afirma que Cristo se fez pecado por nós (1ª Pe 2:24,25), para nos remir de toda a injustiça. A morte de Cristo foi necessária para pagar os nossos pecados: "Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores" (Rm 5:8). Sua morte fez parte do plano de Deus para a salvação do homem. A cruz foi o lugar escolhido para o pagamento (Cl 2:14), pois alí Jesus levou nossas maldições e nos libertou de todos os pecados (Gl 3:13). Alí foi reatada a amizade que havia entre o homem e Deus (Ef 2:16).
          Em Cristo,

                          Tarcísio Costa de Lima

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