terça-feira, 17 de agosto de 2010

Qual o perfil da sua Igreja?

Escrito por Pr. Geziel Gomes:

Que se saiba, antes de Mateus 16.16-18 ninguém pensou em estabelecer uma Igreja.
Após o Dia de Pentecoste, muitos têm fundado a sua. Alguns têm, inclusive, tentado afundar a de Cristo.
Hoje existem igrejas e igrejas. Igrejas de todos os matizes. Igrejas de todos os sabores, para todos os apetites.
Igrejas que não se envergonham de Cristo e Igrejas que O envergonham.
Igrejas com nomes sagrados, outras com títulos exóticos.
Muitíssimas igrejas que fazem rir, poucas que fazem chorar. Destas, algumas, porque são dignas de compaixão. Outras, pela grande paixão que nutrem por Cristo e Seu Evangelho.
  1. IGREJA-PARLAMENTO.
    Trata-se da igreja cujos líderes quem vê-la politizada. A igreja de heranças gregas. A igreja das elites governantes, que dominam as massas ignaras. Esta é a igreja que faz eleições para auxiliar de porteiro, suplente de diácono, segundo secretário da EBD, etc. E vai até os mais altos escalões.
    Mas isto é apenas um trampolim. Ela está, de fato, treinando desde cedo seus futuros obreiros para as grandes pugnas. As eleições presidenciais.
    Todo mundo sabe que uma igreja que faz campanha nacional para eleger o presidente de sua diretiva, e o faz no mesmo estilo político brasileiro, não tem mais o direito de se dizer detentora de um poderoso Avivamento.
    No Avivamento a Igreja é conduzida pelos seus apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres, Ef 4.11.
    Com a falta destes, especialmente os primeiros e os últimos, os presidentes são embalados pela visão democrática, atropelando e anulando o modelo teocrático do Novo Testamento.
    É fácil encontrar alguém da Igreja-parlamento. Veja dois de seus obreiros conversando em uma esquina qualquer. Chegue de mansinho. O assunto é único: "em quem você vai votar?" "Desta vez, quem leva"? "E agora, teremos um novo tempo"? "Que tal, chegou mesmo o tempo da renovação?".
    Permitam-me, leitores amigos, dizer-lhes que me cansei de ouvir isto. Eu me cansei, como você também se cansou.
    Nem o paciente Jó agüentaria.
    E o Dono da Igreja, como se sente? Só que Ele não fundou a Igreja-parlamento.
  2. IGREJA CLUBE
    Igreja-clube é a igreja da carteirinha.
    Carteirinha quando aceita a Jesus, carteirinha para fazer o discipulado, carteirinha para ser batizado, carteirinha depois de ser batizado, carteirinha para entrar no Círculo de Oração, e principalmente carteirinha para participar de cultos de membros.
    E, o mais importante, carteirinha para os eventos eleitorais de magnitude, os grandes clássicos. Você sabe a que me refiro.
    A igreja-clube está modernizada. Totalmente informatizada. Ela se apaixona pelas estatísticas. Ela tem um site de alto quilate. Quase todos os seus administradores possuem curso superior.
    Pena que alguns não podem assistir os cultos da semana porque estão discutindo um projeto na Câmara, talvez para conceder o título de cidadão benemérito a um excelentíssimo feiticeiro ou a um por todos sabido ser corrupto.
    Pode ser também que não possam estar na próxima Ceia porque vão prestar exame na Faculdade, onde estão aprendendo com os santos da mitologia grega e os venerandos pais romanos, as regras e os cânones ideais do Reino das Trevas, para serem devidamente adequados e aplicados na Comunidade dos Redimidos pelo Sangue de Cristo.
    Tão bem se saem, que certas reuniões da Igreja já se confundem com famosas sessões de jurado, nos muitos tribunais da Nação.
    Em consequência de tal descalabro, a Igreja-clube se vê hoje atada por regras que a torturam, sem esperança de uma nova liberdade.
    Finalmente, se conhece a igreja-clube porque, à semelhança destes, frequentemente ela consegue fartas doações de patrocinadores que injetam milhões para sanear suas finanças.
    Daí surgem lindas construções físicas, apesar das anêmicas e feias construções espirituais.
  3. IGREJA-TEATRO
    A sociedade está se surpreendendo de ver o rápido e progressivo surgimento de muitas igrejas-teatro.
    São as igrejas dos espetáculos.
    As igrejas dos jogos de luzes, clonados fielmente dos piores shows que o diabo oferece para seus fregueses.
    Somente um alerta: quando os piores pecadores se sentem muito à vontade na Casa de Deus é porque ela deixou de ser Casa de Deus, lugar de quebrantamento e contrição.
    Não foram necessários muitos anos para se proceder à substituição de palavras do Evangelho por termos da mídia.
    O vocabulário profano acaba de decretar a falência do sagrado.
    Canta-se alguma coisa que nem fala de Deus e se rotula de adoração.
    Cantora agora é estrela.
    Homem de Deus é astro.
    Pregadores viraram artistas. (Alguns na verdade o são. E, diga-se de passagem, muito bons como artistas).
    Evangelho é gospel (viramos todos americanos, para não termos que nos expor ao ridículo de popularizar essa estranha palavra, Evangelho).
    O público que os apóstolos chamavam respeitosamente de varões irmãos, agora tem um novo nome: galera. Exatamente como nos arraiais de Faraó.
    Esse é o público dos autógrafos, das mil-fotos-dos-celulares, dos gritos ensaiados, da ausência mortal de reverência.
    As diferenças entre ontem e hoje estão caindo, como avalanche.
    Que pena, o muro de separação está ruindo. Malaquias 3.18 está começando definitivamente a perder o sentido.
    Quando se responde ao pregador com assovios, e ele os aceita, é porque esse cidadão foi despojado de toda sua autoridade espiritual.
    Quanto tempo durará o espetáculo da igreja-teatro?
  4. IGREJA-SHOPPING
    Você sabe do que estou falando.
    Estou falando dos Congressos que são feitos para vender mercadorias. Estou falando dos grandes eventos que são realizados para "alavancar a obra social da igreja" com a venda de pipocas, camisetas, quibes, biquínis, ternos, canetas, bicicletas, toucinho, óculos, pentes, carne de porco, carros, abóboras e motos,
    Mas não estou falando apenas dos Congressos. Estou me referindo ás igrejas que já fizeram do seu dia-a-dia um grande mercado.
    Esta nova geração de líderes parece nunca ter lido o livro O PEREGRINO.
    Caso contrário, teriam mais temor antes de instalar, dentro dos sagrados átrios, tão monumentais feiras da vaidade.
    Daqui a pouco o povo de Deus não precisará mais de ir aos shoppings
    Bastar-lhe-á ir à Casa de Deus. O grande shopping da fé já o espera.
    Só não gaste o dinheiro do dízimo, por favor.
  5. IGREJA-BOLSA DE VALORES.
    Esta é a igreja do quem-dá-mais.
    Mais ofertas, mais graças. Maiores valores, maior poder.
    Lutero conhecia esse tipo de igreja. Em seu tempo já se vendiam "bênçãos". Aliás, isto remonta a Simão de Samaria. Felipe que o diga.
    A grande meta dessa igreja é amealhar valores, a qualquer custo. Ela tem projetos políticos, apesar de eventuais revezes.
    Ela não pretende derrotar o diabo diretamente. Basta-lhe superar as audiências da mídia concorrente.
    Ela promove por suas novelas o mesmo pecado condenado pela Bíblia que prega.
    Essa Igreja é financeiramente poderosa. Mas, está ela destruindo as fortalezas espirituais que assolam nossa querida Pátria?
  6. IGREJA-EXÉRCITO.
    Bom, meu espaço terminou.
    Não dá para falar muito da verdadeira Igreja.
    Mas incluo umas poucas reflexões.
    Na Igreja-Exército os crentes não são protagonistas de um filme. São soldados de um exército.
    Não são atores de uma novela. São ovelhas de um grande rebanho.
    Nela o Comandante não faz campanha política. Ele é o Grande Eleito de Deus, Is 42.1.
    Na igreja-exército os crentes não estão fazendo shows. Estão fazendo guerra.
    Eles não usam jogos de luzes. São a própria luz do mundo.
    Eles não são artistas. São testemunhas.
    Eles não vivem de comprar ações na Bolsa.
    Eles põem suas bolsas nas ações de Deus, a fim de haver evangelismo e missões.
    Eles não estão sendo distraídos por animadores de auditório.
    Estão fazendo exercícios de guerra e sabem que vão vencer.
    Eles não sobrevivem à custa do marketing. São maravilhosamente sustentados por Deus.
    Em Cristo,


                        Tarcísio Costa de Lima

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

O Islã e a descendência de Abraão

TEXTO DO EV. MARCELO TEIXEIRA PEREIRA
Todos os muçulmanos, independente de serem Árabes ou não, ostentam seu vínculo com Abraão e conseqüentemente vem o desejo de se igualarem ao seu pai espiritual Ismael. Hoje em dia, já passa da casa de um bilhão os adeptos do Islã (submissão). Já crêem os estatísticos que para cada cinco pessoas hoje no mundo, uma já é muçulmana. São milhões e milhões participando, por exemplo, da Aid El-Kebir (A Grande Festa) na tradição islâmica. Cada família mata um cordeiro em memória ao sacrifício que Abraão teve que fazer com Ismael (segundo os muçulmanos) até que Deus interveio. Mas algo que nos intriga, é o fato de que quando olhamos para o Oriente Médio, encontramos Israel na Palestina. Um país tão pequeno, com apenas seis milhões de Judeus , e ao redor de Israel encontramos uma infinidade de países e povos, que ao contrário de Israel que descendem e têm sua identidade marcada por Isaque, buscam a todo custo achar sua descendência e identidade com Ismael. Mas por que os muçulmanos tornaram-se tão numerosos? Crescem tanto devido a que? Biblicamente é o veremos nesta edição.

ABRAÃO – O PAI DE REIS

"E te farei frutificar grandi-ssimamente e de ti farei nações, e reis sairão de ti. E estabelecerei o meu concerto entre mim e ti e a tua semente depois de ti em suas gerações". Gn. 17.6-7

Primeiro filho da circuncisão, a menina dos olhos do pai, Ismael era o virtual herdeiro de Abraão. Mas isso não haveria de acontecer. Sara deu à luz a Isaque, e o que considerava certo logo lhe foi tirado. As raízes desta história nos levam quatro mil anos para o passado, para uma tragédia doméstica de Abraão, "o amigo de Deus". Mães rivais e filhos rivais, o filho da carne e o filho da fé não podiam coexistir no mesmo conjunto de tendas. Agar e Ismael tiveram que ir. Mas as chamas desta rivalidade antiga nunca se apagaram e ardem no peito da descendência amargurada de Abraão até o dia de hoje. Pairando sobre o conflito crescente no Oriente Médio está a sombra enorme de um homem poderoso: Ismael, o príncipe do deserto foi adotado pelo próprio Deus. Ele cresceu na amplitude do deserto, e não era um homem comum, pois reis do deserto saíram dele.



ISMAEL – A GRANDE BENÇÃO

"então tomou Abraão a seu filho Ismael, (...) e circuncidou a carne do seu prepúcio" Gn. 17. 23.

A circuncisão seria um sinal do concerto que Deus fez com Abraão e seus descendentes. Era um sinal ou marca que denotava terem aceitado o concerto com Deus e de terem o próprio Deus como Senhor deles. Ismael assim, logo quando garoto, estava sendo marcado com a benção de Deus através de seu pai Abraão para sempre. Mas quando Deus falou a Abraão para enviar Ismael ao deserto, seu coração paterno se desesperou, mas logo se lembrou da resposta que Deus lhe deu, por sua oração em favor de Ismael: "E disse Abraão a Deus: tomara viva Ismael diante de teu rosto! E disse Deus: Quanto a Ismael, também te tenho ouvido: eis aqui o tenho abençoado, e fa-lo-ei frutificar, e fa-lo-ei multiplicar grandissimamente; doze príncipes gerará, e dele farei uma grande nação" (Gn. 17. 18, 20). Ficamos assustados pelo numero crescente daqueles que professam serem seguidores e descendentes de Ismael. Será este crescimento do islamismo no mundo, um meio de Satanás apenas cegar a visão espiritual das pessoas, ou uma carência do ser humano de receber de alguma forma a benção de Deus?

Nós sempre olhamos para o mundo, para as almas perdidas, e para os muçulmanos mais especificamente com o pior tipo de visão que podemos ter. Como podemos não amar os descendentes e aqueles que buscam sua identidade com Ismael? Povos que por mais de mil anos depois, são preservados, anotados com cuidado nas genealogias do texto sagrado (I Cr. 1. 29-31). Os profetas se lembraram do poderoso Nebaiote e de Quedar, ainda maior, os primeiros filhos de Ismael. Que Deus mude o nosso tipo de visão. Que possamos olhar para a multidão de povos muçulmanos, ainda que perdidos, mas que buscam desesperadamente encontrar a verdadeira benção prometida a Ismael, mas que sabemos, está em Jesus de Nazaré.
Em Cristo,
                 Tarcísio Costa de Lima

A Bíblia, o vinho e a bebida alcoólica

 Leia com atenção essa benção de estudo bíblico.
Leia as perguntas e responda:
Qual foi a bebida que Jesus usou ao instituir a Ceia do Senhor?
No capítulo 2 do Evangelho segundo João, vemos que Jesus transformou água em vinho nas bodas de Caná. Que tipo de vinho era esse?
O suco de uva não-fermentado pode ser chamado de vinho?
Antes de compreendermos o que Bíblia Sagrada nos ensina sobre o vinho, convém conhecer um pouco sobre o processo de fermentação, que no nosso caso, usaremos como exemplo o suco da uva.
Pois bem, vinho é o nome que se dá ao suco extraído do sumo de uvas frescas. Esse processo de extração faz-se em grandes vasilhas de madeira semelhante a uma enorme bacia, chamada cuba - na Bíblia, também aparece denominado "lagar", - onde é realizada a espremedura da uva, ou pisa. Atualmente, esse trabalho humano e artesanal é substituído por máquinas que realizam a mesma tarefa. O resultado obtido é um caldo espumoso, de forte coloração vermelha escuro, ligeiramente adocicado, de agradável odor e paladar. Este caldo nada mais é do que o puro suco de uva fresco, livre de qualquer processo de fermentação - ou seja, vinho não-fermentado. A fermentação se dá quando enzimas produzidas por bactérias ou fungos, em contato com o produto, entram em ação. No caso do sumo da uva, essas bactérias, alimentando-se do açúcar natural proveniente da fruta, produzem enzimas que convertem esse açúcar em gás carbônico e álcool. O gás se desprende, permanecendo apenas o álcool. Podemos dizer então que isto é suco de uva fermentado. A fermentação desse vinho (chamada de fermentação acética), por sua vez, produz o vinagre.
A massa do pão é outro exemplo típico de fermentação. O amido da farinha de trigo é transformado em açúcar, que por sua vez converte-se em álcool e gás carbônico pela ação desses microorganismos. O gás forma bolhas no interior da massa, fazendo-a crescer. Quando é assada, os microorganismos morrem e o álcool evapora, de modo que a massa não apresenta o gosto de álcool e nem o típico paladar azedo de produto que sofreu fermentação. No caso das bebidas alcoólicas, existem aquelas que são adicionadas álcool e as que são o resultado da fermentação direta. Nesse último caso, o açúcar da uva, da cana, do malte ou de outra matéria-prima usada é transformada em álcool e gás carbônico; o gás se desprende, ficando o álcool na bebida.
No Antigo Testamento, há duas palavras hebraicas traduzidas por "vinho". A primeira palavra, a mais comum, é yayin, usada 141 vezes no Antigo Testamento para indicar vários tipos de vinho, seja fermentado ou não-fermentado. Observe por exemplo, o texto de Neemias 5:18, que fala "vinho de todas as espécies" (yayin).
Isto significa que a palavra hebraica yayin aplica-se (também) a todos os tipos de suco de uva fermentado (Gênesis 9:20,21; 19:32,33; 1 Samuel 25:36,37 ; Provérbios 23:30,31). As consequências trágicas de tomar vinho fermentado aparecem em vários trechos do Antigo Testamento, notadamente em Provérbios 23:29-35. Por outro lado, yayin também se usa com referência ao suco doce, não-fermentado, da uva. Pode referir-se ao suco fresco da uva espremida, conforme aparece em Isaías 16:10; Jeremias 40:10-12; 48:33. Estes versículos dão o respaldo bíblico de que o sumo de uva não-fermentado pode perfeitamente ser chamado de "vinho", sem que isso indique qualquer disparidade. Em Jeremias 40:10-12, o  profeta chama de vinho (yayin), ao suco ainda dentro da uva (ver também Lamentações 2:12).
A outra palavra hebraica traduzida por "vinho" é tirosh, que significa "vinho novo" ou "vinho da vindima". Tirosh ocorre 38 vezes no Antigo Testamento; essa palavra nunca se refere à bebida fermentada, mas sempre ao produto não-fermentado da videira, tal como o suco ainda no cacho de uvas (Isaías 65:8), ou o suco doce de uvas recém-colhidas (Deuteronômio 11:14; Provérbios 3:10; Joel 2:24).
Há ainda a palavra hebraica shekar, geralmente traduzida por "bebida forte". Aparece 23 vezes no Antigo Testamento. Esta palavra refere-se, mais comumente, a outras bebidas fermentadas, talvez feita de suco de fruta de palmeira, de romã, maçã, ou de tâmara.
Seja qual for a natureza da bebida, é importante verificarmos que em vários lugares o Antigo Testamento condena o uso de bedidas fermentadas, seja da uva ou de outra fruta qualquer (Levítico 10:9-11; Provérbios 20:1; 23:29-35; 31:4-7).

O VINHO NO NOVO TESTAMENTO

A linguagem do Novo Testamento emprega a palavra grega "oinos" para referir-se ao vinho. Esta palavra pode referir-se a dois tipos bem diferentes do suco de uva: o suco não-fermentado e o suco fermentado. Equivale à mesma maneira da palavra hebraica yayin, do Antigo Testamento.

O uso do vinho na Ceia do Senhor

Qual bebida Jesus usou ao instituir a Ceia do Senhor? (Mateus 26:26-29; Marcos 14:22-25; Lucas 22:17-20; 1 Coríntios 11:23-26)
As referências abaixo levam a conclusão bíblica de que Jesus e seus discípulos beberam, durante a instituição da Ceia, o suco de uva não-fermentado.
  • Nem Lucas, nem qualquer outro escritor bíblico emprega a palavra grega "oinos" (vinho) no tocante à Ceia do Senhor. Os escritores dos três primeiros Evangelhos empregam a expressão "fruto da vide" (Mateus 26:2924; Marcos 14:25; Lucas 22:18). O vinho não-fermentado é o único "fruto da vide" natural, contendo aproximadamente 20% de açúcar e nenhum álcool. A fermentação destrói boa parte do açúcar e altera aquilo que a videira produz. Vinho fermentado não é fruto da vide; não é produzido pela videira.
  • Jesus instituiu a Ceia do Senhor quando ele e seus discípulos celebravam a Páscoa. A lei da Páscoa em Êxodo 12:14-20 proibia, durante a semana daquele evento, a presença de fermento (hebraico seor) ou qualquer agente fermentador. No mundo antigo, o fermento era obtido da espuma da superfície do vinho quando em fermentação. Além disso, qualquer coisa fermentada era proibido (Êxodo 12:19; 13:7). Deus dera estas leis porque a fermentação simboliza a corrupção e o pecado (Mateus 16:6-12; 1 Coríntios 5:7,8). Jesus, o Filho de Deus, cumpriu a lei em todas as suas exigências (Mateus 5:17). Logo, teria cumprido a lei de Deus para a Páscoa e não teria usado vinho fermentado.
  • No Antigo Testamento, bebidas fermentadas nunca deviam ser usadas na casa de Deus, e um sacerdote não podia chegar-se a Deus em adoração se tomasse qualquer líquido embriagante (Levítico 10:9). Jesus Cristo foi Sumo Sacerdote de Deus do novo concerto, e chegou-se a Deus em favor do seu povo (Hebreus 3:1; 5:1-10).
  • O sangue puro de Cristo (Salmos 16:10; Atos 2:27; 13:37) jamais poderia ser representado por algo corrompido e fermentado. O fruto da vide, simbolizando o sangue incorruptível de Cristo é melhor representado por suco de uva não-fermentado (1 Pedro 1:18,19). Indiscutível!
  • Paulo determinou que os coríntios tirassem dentre eles o fermento espiritual; o agente fermentador da maldade e a malícia, porque Cristo é a nossa Páscoa (1 Coríntios 5:6-8).
  • Seria contraditório usar na Ceia do Senhor um símbolo da maldade; algo contendo levedura ou fermento, se considerarmos os objetivos dessa ordenança bíblica, bem como as exigências para dela participar.

Não tem vinho

Alguns acreditam que o vinho fornecido nas bodas de Canã (João 2) bem como o vinho feito por Jesus, era fermentado e, portanto, embriagante se consumidos em grande quantidade. Se aceita esta opinião, as implicações disto, dadas a seguir, também devem ser reconhecidas e aceitas:
  • Primeiro, os convidados do casamento provavelmente estariam bêbados, haja vista que consumiram todo o vinho disponível.
  • Segundo, Maria, mãe de Jesus, estaria lamentando a falta de bebida embriagante e estaria pedindo a Jesus que fornecesse aos convidados, já embriagados, mais vinho fermentado.
  • Terceiro, Jesus teria produzido, a fim de atender a vontade de sua mãe (v.3), de 600 a 900 litros de vinho embriagante (vv.6-9), mais do que suficiente para manter os convidados totalmente bêbados.
  • Quarto, Jesus estaria produzindo esse vinho embriagante como seu primeiríssimo "milagre", a fim de manifestar a sua glória (v.11) e de levar as pessoas a crerem n'Ele como o filho justo e santo de Deus.
Fica claro que, à luz da natureza de Deus, da justiça de Cristo e do bom caráter de Maria, as implicações da suposição de que o vinho de Canã estava fermentado são blasfêmias. Contraria a revelação bíblica contra a perfeita obediência de Cristo a seu Pai celestial, supor que Ele desobedeceu ao mandamento do Pai: "Não olheis para o vinho, quando se mostra vermelho... e se escoa suavemente", isto é, fermentado (Provérbios 23:31). Leia também Provérbios 20:1; Hc 2:15; Levítico 10:8-11; Provérbios 31:4-7; Isaías 28:7; Romanos 14:21).

O conselho de Paulo a Timóteo

As palavras do apóstolo Paulo, aconselhando Timóteo a usar de um pouco de vinho é, sem dúvida, o texto áureo dos evangélicos chegados a um gole. O referido texto encontra-se em 1 Timóteo 5:23 e nos diz da seguinte forma: "Não bebas mais água só, mas usa de um pouco de vinho, por causa do teu estômago e das tuas freqüentes enfermidades."
É interessante observar que o apóstolo Paulo traz severas exortações em várias de suas epístolas aos usuários de bebidas embriagantes. Entre os mais claros podemos destacar 1 Coríntios 5:11: "Mas agora vos escrevi que não vos associeis com aquele que, dizendo-se irmão, for devasso, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador; com o tal nem ainda comais"; e ainda o texto de Gálatas 5:21, que diz: "Invejas, homicídios, bebedices, glutonarias, e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o reino de Deus."
Alguns interpretam as palavras de Paulo no sentido de que os cristãos não deveriam é embebedar-se, e que assim ele tolerava o uso de bebidas alcoólicas desde que fosse moderação. Essa interpretação ridícula cai em descrédito quando verificamos o contexto bíblico, até mesmo se compararmos com outros textos das cartas de Paulo. Observe: no Antigo Testamento, a abstinência total de vinho fermentado era uma regra para todos que buscavam o mais alto nível de consagração a Deus (Levítico 10:8-11; Números 6:1-5; Juízes 13:4-7; 1 Samuel 1:14,15; Jeremias 35:2-6). No Novo Testamento, todos os crentes são conclamados viver à altura do mais alto padrão de Deus (João 2:3; Efésios 5:18; 1 Tessalonicenses 5:6; Tito 2:2). Além do mais, Paulo faz questão de citar a embriaguez, como sendo uma conduta grave o suficiente para excluir a pessoa do reino dos céus (1 Coríntios 6:10). Nesta passagem, Paulo relaciona dez classes de pessoas que não herdarão o reino dos céus: devassos, idólatras, adúlteros, efeminados, sodomitas, ladrões, avarentos, bêbados, maldizentes e roubadores. O versículo em apreço não dá margens a meio termo. Seria estranho afirmar que o apóstolo em sua carta abriu mão de dar uma golada de bebida embriagante desde que fosse moderadamente, já que as conseqüências eternas no caso de se "ultrapassar um certo limite", são tão graves. Tal afirmação implicaria em dizer também que roubar moderadamente não teria problema e que o grave seria roubar excessivamente.  
Citar conselho de Paulo a Timóteo para justificar o uso de vinho embriagante, em apoio a bebedores de vinho, é distorcer totalmente o significado do texto de 1 Timóteo 5:23. Observe primeiramente que o conselho foi dado com propósitos exclusivamente medicinais. Segundo, o uso do vinho seria apenas "um pouco". Esse "pouco" indica claramente uma dose medicinal, quando necessário. Terceiro, o texto deixa transparecer que Timóteo deveria beber essa dose mínima de vinho, ainda misturado à água ('não bebas mais água só'). Tal fato entra em conformidade com os antigos escritos gregos sobre medicina, que costumava citar o vinho não-embriagante como remédio para estômago. Estes escritos também propunham a drenagem do vinho caso este fosse fermentado. Esta drenagem se procedia através do aquecimento do vinho, que provocava a evaporação do álcool, restando somente o vinho doce. Havia o hábito também de se usar uma pequena mistura diluída na água. Portanto, nem com camisa de força o conselho medicinal de 1 Timóteo 5:23 sugere qualquer apoio ao uso de vinho fermentado como bebida habitual ou mesmo bebida de reuniões sociais.                 

Testemunho da medicina moderna

  1. Os maiores médicos e especialistas atuais em defeitos congênitos citam evidências comprovadas de que o consumo de álcool danifica o sistema reprodutivo das mulheres jovens, podendo provocar abortos e nascimentos de bebês com deficiências mentais e físicas incuráveis. Autoridades mundialmente conhecidas em embriologia precoce afirmam que as mulheres que bebem até mesmo quantidades moderadas de álcool, próximo do tempo da concepção (48 horas), podem lesar os cromossomos de um óvulo em fase de liberação, e daí causar sérios distúrbios no desenvolvimento mental e físico do bebê.
  2. Seria absurdo afirmar que Jesus haja servido bebidas alcoólicas ou contribuído de alguma forma para o seu uso. Afirmar que Ele não sabia dos terríveis efeitos em potencial que as bebidas inebriantes têm sobre as pessoas e crianças nascituros é questionar sua divindade, sabedoria e discernimento do bem e do mal.
Alcoolismo não é doença. Ele transforma é a pessoa num doente. Alcoolismo é fruto do pecado. Doença não se compra em garrafas e nem se oferece em festas. Do mesmo modo, doença nenhuma impede qualquer pessoa de entrar no céu, mas o álcool sim. Impede porque destrói o corpo; transforma homens em animais irracionais; jovens sadios em parasitas imprestáveis; mulheres em trapos inúteis. Sozinho, ele já matou e inutilizou mais pessoas do que todas as guerras juntas. Destrói famílias; desfaz casamentos. E tudo começa com um pequeno gole socialmente. Esquecem-se que é de gole em gole que esvazia-se a garrafa, exatamente nas rodinhas sociais. O álcool provoca destruição irreversível nas células cerebrais. Quando se fere um dedo, por exemplo, depois de certo tempo ele cicatriza-se - as células se regeneram. No cérebro isso não ocorre. Cada célula, uma vez danificada, não será jamais substituída - o estrago fica para sempre.
Tudo o que Deus criou é bom. E como é natural do diabo corromper as coisas boas, ele denegriu as frutas e os cereais que deveriam ser usados na alimentação, mas que são usados às toneladas para se transformarem em bebidas que escravizam e destroem.
O mesmo acontece com as uvas que possuem uma bênção biblicamente proferida (Isaías 65:8), pois contém glicose pura, que passa diretamente para o sangue e vai a todas as células do corpo, contribuindo para o crescimento, desenvolvimento e restabelecimento das energias. Não poderia haver melhor símbolo para representar o puro sangue de Cristo, tendo deixado o céu para dá-lo em resgate pela humanidade.
Em Cristo,
                Tarcísio Costa de Lima

URGENTE! Leia e medite.


 Este artigo foi escrito pelo pastor batista WAGNER ANTONIO DE ARAÚJO.

Ainda sou do tempo em que ser crente era motivo de críticas e perseguições. Nós não éramos muitos, e geralmente éramos considerados ignorantes, analfabetos, massa de manobra ou gente de segunda categoria. Os colegas da escola nos marginalizavam. Os patrões zombavam de nós. A sociedade criticava um povo que cria num Deus moral, ético, decente, que fazia de seus seguidores pessoas diferentes, amorosas, verdadeiras e puras. Não era fácil. Mas nós sobrevivemos e vencemos. Sinto falta daquela perseguição, pois ela denunciava que a nossa luz era de qualidade, e ofuscava a visão conturbada de quem não era liberto. E, por causa dessa luz, muitos incrédulos foram conduzidos ao arrependimento e à salvação. Mas hoje é diferente.

Ainda sou do tempo em que os crentes não tinham imagens em suas casas, em seus carros ou como adereços de seus corpos. Nós não tatuávamos os nossos corpos e nem colocávamos "piercings" em nossa pele. Críamos que os nossos corpos eram sacrifícios ao Senhor, e que não nos era lícito maculá-los com os sinais de um mundo decadente, um deus mundano e uma cultura corrompida. Dizíamos que tatuar o corpo era pecado. Não tínhamos objetos de culto em nossas igrejas. Aliás, esse era um de nossos diferenciais: nós éramos aqueles que não admitiam imagens em lugar algum. Mas hoje é diferente.

Ainda sou do tempo em que pornografia era pecado. Nós não considerávamos fotos eróticas ou filmes pornô um "trabalho profissional", mas uma prostituição do próprio corpo e uma corrupção moral. Ao nos convertermos, convertíamos também os nossos olhos, e abandonávamos as revistas pornográficas, os cinemas de prostituição e os teatros corrompidos. Os que eram adúlteros se arrependiam e pagavam o preço do que fizeram, e começavam vida nova. Os promíscuos mudavam seu comportamento e tornavam-se santos em todo o seu procedimento. Nós, os adolescentes, deixávamos os namoros e os relacionamentos orientados pelos filmes mundanos, e primávamos por ser como José do Egito, que foi puro, ou o apóstolo Paulo, que foi decente. Mas hoje é diferente.

Ainda sou do tempo em que nos vestíamos adequadamente para o culto. Aliás, além do nosso testemunho moral, nós nos identificávamos pelas roupas. Se pentecostais, usávamos roupas sociais bastante formais, e éramos conhecidos aonde quer que íamos, pois ninguém mais se vestia tão formalmente assim em pleno domingo à tarde. Se de outras denominações, como eu, não chegávamos a esse extremo, mas nos trajávamos socialmente, com o melhor que tínhamos, dentro de nossas possibilidades, porque críamos que, se íamos prestar um culto a Deus, a ocasião nos exigia o melhor, e buscávamos dar o melhor para Deus. Era a famosa "roupa de missa", "roupa de igreja". Mesmo pobres, tínhamos o melhor para Deus. E sempre algo decente: camisas sociais, calças bem passadas, um sapato melhor conservado, um blaizer ou uma blusa bem alinhada. As mulheres usavam seus melhores vestidos, suas melhores saias e seus conjuntos mais femininos. Mas hoje é diferente.

Ainda sou do tempo em que nossos hinos falavam de Cristo e da salvação. Cantávamos muito, e nossas músicas não eram tão complexas como as de hoje. Mas todos acabávamos por decorá-las. Suas mensagens eram simples e evangelísticas: "foi na cruz, foi na cruz", "andam procurando a razão de viver"; "Porque Ele vive, posso crer no amanhã", "Feliz serás, jamais verás tua vida em pranto se findar", "O Senhor da ceifa está chamando"; "Jesus, Senhor, me achego a ti", "Santo Espírito, enche a minha vida", "Foi Cristo quem me salvou, quebrou as cadeias e me libertou", etc. Não copiávamos os "hits" estrangeiros, ou as danças mundanas, mas buscávamos algo clássico, alegre, porém, solene. E dançar o louvor? Jamais! Não ousávamos, nem queríamos; nunca soubéramos que o louvor era "dançante"; as danças deixamos em nossas velhas vidas mundanas. Porém, mesmo não as tendo, éramos alegres e motivados. Mas hoje é diferente.

Ainda sou do tempo em que as denominações e igrejas tinham personalidade. As denominações eram poucas e bastante homogêneas. Sabíamos que a Assembléia de Deus era pentecostal e usava indumentária formal; os presbiterianos eram os melhores coristas que existiam; os adventistas tinham uma fé estranha, numa profetisa semi-contemporânea, mas tinham os melhores quartetos masculinos; os melhores solistas eram batistas, etc. Nossas liturgias eram bastante diferentes: os conservadores eram formais, seus cultos silenciosos, enquanto um orava, os outros diziam amém. Já os pentecostais oravam todos ao mesmo tempo e cantavam a Harpa Cristã. Nós nos considerávamos irmãos, não há dúvida. Mas tínhamos personalidade. Hoje tudo é diferente.

E eu não sou velho! Isso tudo não tem 26 anos ainda! Na década de 80 ser crente era ser assim! Meu Deus, como o mundo mudou! Como a chamada Igreja Evangélica se deteriorou! Hoje eu sinto vergonha de ser considerado evangélico!

Hoje é moda ser crente, ou melhor, "gospel". Você é artista pornô, mas é crente. Você é do forró pé-de-serra, mas é crente. Você é ladrão, mas é crente. Você é homossexual assumido, mas é crente. Não importa a profissão, o comportamento, a moral, a índole, ser crente é apenas um detalhe. Aliás, dá cartaz ser crente: hoje muitos cantores "viram crentes" pra vender seus CD's encalhados, pois o "povo de Deus" compra qualquer coisa. Não há diferença entre o santo e o profano, o consagrado e o amaldiçoado, o lícito e o proibido, o justo e o injusto. Qualquer coisa serve. O púlpito pode ser uma prancha de surf, uma cama de motel ou um palanque eleitoral; a forma não importa. Ser crente é apenas um detalhe, uma simples nomencalatura religiosa.

Hoje os crentes tatuam as suas peles, mesmo sabendo que a Bíblia condena o uso de símbolos e marcas no corpo de quem se consagra a Deus. Criamos nossos próprios símbolos, nossos próprios estigmas e nossas próprias tribos. Hoje há denominações que dão opções de símbolos para que seus jovens se tatuem. O "piercing" deixou de ser pecado, e passou a ser "fashion", e está pendurado na pele flácida de roqueiros evangélicos e "levitas" das igrejas, maculando a pureza de um corpo dedicado ao Deus libertador. Mulheres há que enchem seus umbigos e outras partes de pequenas ferragens, repletas de vaidade e erotismo mundano, destruindo, assim, qualquer padrão cristão de consagração corporal. Meninos tingem seus cabelos de laranja, e mocinhas destróem seus rostos com produtos, pois agora todo mundo faz, e "Deus não olha a aparência". (Ainda bem, pois se olhasse, teria ânsia de vômito...)

Hoje ir à igreja é como ir ao mercado ou às barracas de feira e de artesanato: um evento efêmero, informal, meramente turístico. Não há mais cuidado algum no trajo cultuante. Rapazes vão de bermudas, calções (e, pasmem os senhores, de sungas!), até sem camisa, porque Deus não é "bitolado, babaca ou retrógrado". Garotas usam suas mini-saias dos "rebeldes" e exibem umbigos cheios de "piercings", estrelinhas e purpurinas pingando dos cabelos e roupas, numa passarela contínua do modismo eclesiástico. Se alguém ainda vai modestamente ao culto, seja jovem, seja velho, ou é "novo convertido", ou é "beato". É típico encontrarmos pastores dizendo aos "engravatados": "Pra que isso, irmão? Vai fazer exame laboratorial?" E, continuamente, vão demolindo qualquer alicerce de reverência e solenidade para o ato do culto.

Hoje as nossas músicas pouco falam de Cristo. Somos bitolados por um amontoado de "glórias", "aleluias", "no trono", "te exaltamos", "o teu poder", etc. Misturamos essas expressões, colocamos uma pitada de emoções, imitamos os ícones dos megaeventos de louvores, e gravamos o nosso próprio cd, que, de diferente, tem a capa e o timbre de algumas vozes, talvez alguns instrumentos, mas, no mais, não passam de cópias das cópias das cópias. E Jesus? Ah, quase nunca o mencionamos, e, quando o fazemos, não apresentamos qualquer noção do que Ele é ou representa para o nosso louvor. Não falamos mais que Ele é o caminho, a verdade e avida, não o apresentamos como Senhor e Salvador, não informamos ao ouvinte o que se deve fazer para tê-lo no coração, apenas citamos seu nome ou dizemos um aleluia para ele.

Hoje, entrar em uma igreja é como ter entrado em todas: é tudo igual. O mesmo sistema, as mesmas cantorias, a seqüência de eventos, os rituais emocionais, as pregações da prosperidade, de libertação de maldições ou de mega-sonhos "de Deus" (como se Deus precisasse sonhar, como se fosse impotente ou dependente da vontade humana). Transformamos nossas igrejas em filiais de uma matriz que não sabemos nem aonde fica, mas que se representa nas comunidades da moda. Não há mais corais, não há mais solistas, não há mais escolas dominicais fortes, não há mais denominações com características sólidas, não há mais nada. Tudo é a mesma coisa: uma hora e meia de "louvor", meia hora de "ofertas" e quinze minutos de "pregação", ou meia hora de "palavra profética e apostólica". Que desgraça!

Hoje trouxemos os ídolos de volta aos templos: são castiçais, bandeiras de Israel, candelabros, reproduções de peças do tabernáculo do velho testamento, bugigangas e quinquilharias que vendemos, similares aos escapulários católicos que tanto criticávamos. Hoje não nos atemos a uma cruz sem Cristo, simbólica apenas. Hoje temos anjinhos, Moisés abrindo o Mar Vermelho, Cristo no sermão da Montanha. O que nos falta ainda? Nossas bíblias, para serem boas, têm que ser do "Pastor fulano", com dicas de moda, culinária, negócios e guia turístico. Hoje temos bíblias para mulheres, para homens, para crianças, para jovens, para velhos, só falta inventarmos a bíblia gay, a bíblia erótica, a bíblia do ladrão, a bíblia do desviado. Bíblias puras não prestam mais. E, mesmo tendo essas bíblias direcionadas, QUASE NINGUÉM AS LÊ! Trazemos rosas para consagrar, rosas murchas para abençoar e virar incenso em casa, sal groso para purificar, arruda para encantar, folhas de oliveira de Israel e água do Rio Jordão (Tietê?) para abençoar, vara de Arão, de Moisés, e sabe lá de quem mais! Voltamos às origens idólatras! Parece o povo de Israel, que, ao morrer um rei justo, emporcalhavam o país com suas idolatrias e prostitutas cultuais. E se alguém ousa ser autêntico, é taxado de retrógrado. Com isso, surgem os terríveis fundamentalistas, que abominam tudo, ou os neopentecostais, que são capazes de transformar a igreja num circo, fazendo o povo rir sem parar ou grunir como animais.

Meu Deus, o que será daqui há alguns anos? Será que teremos que inventar um nome novo para ser evangélico à moda antiga? Parece que batista, assembleiano, presbiteriano, luterano ou metodista não define muita coisa mais! Será que ainda haverá púlpitos que prestem, pastores que pastoreiem, louvores que louvem a Deus? Será que seremos obrigados a usar "piercing" para nos filiarmos a alguma igreja? Será que nossos cultos serão naturistas? Será que ainda haverá Deus em nosso sistema religioso?

É CLARO QUE HÁ EXCEÇÕES! E eu bendigo a Deus porque tenho lutado para ser uma dessas exceções. É claro que o meu querido leitor, pastor, louvador, membro de igreja, missionário, também tem buscado ser exceção. Mas eu não podia deixar de denunciar essa bagunça toda, esse frenesi maligno, esse fogo estranho no altar de Deus! Quando vejo colegas cuspindo no povo, para abençoá-los, quando vejo pastores dizendo ao Espírito Santo "pega! pega! pega!", como se fosse um cachorrinho, quando vejo pastores arrancando miúdos de boi da barriga dos incautos doentes que a eles se submetem, quando vejo um evangelho podre arrastando milhões, quando vejo colegas cobrando dez mil reais mais o hotel, ou metade da oferta da noite, para pregar o evangelho, então eu me humilho diante de Deus, e digo: "Senhor, me proteja, não me deixa ser assim!"

Que Deus tenha piedade de nós!
Em Cristo,

                Tarcísio Costa de Lima

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Igreja Assembléia de Deus: cuidado com as mudanças!


Segue parecer com o qual concordo e defendo:
Muitos crentes assembleianos da nova geração têm aversão ao adjetivo “conservador”, associando-o a farisaísmo, legalismo, fanatismo e posturas extremistas quanto a usos e costumes. Pensam que o conservador é aquele crente estereotipado, inimigo de tudo o que é novo, que parece viver em seu “mundinho”, como se pertencesse a uma religião ascética (cf. Cl 2.23, ARA). 
Mas, à luz da Palavra de Deus (e para espanto de muitos), todo salvo deve ser conservador. E a Assembleia de Deus que se preza também deve ser conservadora. Por quê? Porque conservar, do ponto de vista bíblico, não significa ter uma falsa santidade, estereotipada, que faz dos usos e costumes a causa, e não o efeito. E implica observância à sã doutrina, a qual nos leva a ter santidade interna e externa. 
Em 2 Timóteo 1.13 está escrito: “Conserva o modelo das sãs palavras que de mim tens ouvido, na fé e na caridade que há em Cristo Jesus”. A Bíblia nos manda guardar, conservar, o que temos recebido do Senhor (1 Tm 6.20; 2 Tm 1.14). E, para as igrejas da Ásia que estavam agradando ao Senhor Jesus, Ele transmitiu mensagens que implicavam manutenção, conservação (Ap 2.25; 3.11). Mas, por que muitos não querem ser conservadores?
Ser conservador não é apenas ter aparência de piedade (Cl 2.20-22), tampouco se isolar da sociedade. Jesus, o Homem mais santo que andou na terra, não se afastava dos pecadores (Lc 5.32; Jo 2.1-11). Ele ensinou que a nossa luz deve brilhar em meio às trevas (Mt 5.16). Ser conservador também denota reter o bem, manter o que é bom, verdadeiro (1 Ts 5.21). E sabemos que as verdades da Palavra de Deus são inegociáveis, mas isso não significa que devamos abrir mão das estratégias lícitas de evangelização (1 Co 6.12; 9.22).
O verdadeiro conservador não é legalista ou coisa parecida. Ele não é um fanático, um estereótipo de crente, tampouco se opõe a tudo o que é novo (Ec 7.16,17; 1 Ts 5.21). Por outro lado, o conservador também não é como alguns crentes da atualidade, os quais desprezam o fato de o Senhor atentar para a globalidade do ser humano, pensando que Ele não se preocupa com o nosso exterior. O Senhor olha para a nossa totalidade: espírito, alma e corpo, nessa ordem (1 Ts 5.23).
Mas, a bem da verdade, enquanto alguns “assembleianos” afirmam que têm liberdade para fazerem o que bem entendem, deixando de observar a santificação plena, existem aqueles que consideram tudo pecaminoso. Estes também estão enganados, posto que ignoram o fato de os mandamentos de Deus não serem pesados (1 Jo 5.3), sendo a sua vontade agradável (Rm 12.2) e o seu fardo leve (Mt 11.30).
Reconheço que há líderes extremistas que pregam o falso conservadorismo farisaico. Fujamos disso! A Palavra do Senhor condena o extremismo (Ec 7.16,17). Por isso, a Assembleia de Deus que se preza conserva a verdade; guarda e cumpre a Palavra de Deus (Jo 14.23; Ap 3.8,10). Não é legalista, exigindo dos seus membros uma santificação inatingível, posto que Deus respeita as nossas limitações, como disse o salmista, inspirado pelo Espírito: “... ele conhece a nossa estrutura; lembra-se de que somos pó” (Sl 103.14).
O Deus da Assembleia deseja que a Assembleia de Deus conserve o modelo das sãs palavras (Jo 14.23; Ap 1.3; 3.8; Sl 119.11), a santidade e a pureza (Ap 3.4), a boa consciência (1 Tm 1.19; 3.9), a fé (2 Tm 4.7,8) e, sobretudo, o poder do Espírito Santo (1 Ts 5.19, ARA). Mas há uma nova geração, formada por obreiros não-chamados ou desviados da verdade que querem um evangelho fácil, sem mudança exterior, “sem religiosidade”, como dizem. E esses buscam mudanças (Pv 24.21) e consideram os obreiros conservadores ultrapassados, retrógrados ou legalistas.
Tenho visto, com tristeza, que muitos assembleianos, com ojeriza do legalismo farisaico, estão partindo para o liberalismo — total ou parcial. De um lado, líderes, pregadores e crentes em geral, seguidores do legalismo, condenam pessoas sem misericórdia. De outro, estão aqueles que desprezam a sã doutrina; que “vivem e deixam viver”.
Será que os obreiros dessa nova geração sabem que a Assembleia de Deus nasceu conservadora? Ah, eles ouviram falar... Mas não querem saber de passado. Eles querem uma igreja moderna, sem limites! Para eles, por que não usar a dança de rua e o funk dentro das igrejas, já que são grandes atrativos para a juventude? E isso já está acontecendo em algumas Pseudo-assembleias de Deus. Uso esse termo contundente porque tenho convicção de que a Assembleia de Deus que se preza não aceita esses injustificáveis modismos.
Essa nova geração de obreiros “assembleianos” não quer ser conservadora. Prefere pregar mensagens de auto-ajuda, que agradam os ouvidos (2 Tm 4.1-5), e não a mensagem da cruz (1 Co 1.18-22). Os tais obreiros, em geral muito jovens — mas também neófitos (pois há jovens de valor) —, são insubmissos. Não respeitam os seus líderes. Entram no ministério, mas o ministério não entra neles. Consideram-se donos da verdade. Alguns sequer têm chamada de Deus. E há também aqueles que verberam contra os seus próprios pastores!
Os proponentes “assembleianos” da nova geração gostam da falaciosa teologia da prosperidade; na verdade, eles gostam é do dinheiro e da popularidade que essa teologia lhes traz (2 Pe 2.3,15,16; 1 Tm 6.19,20; 2 Co 11). Eles ridicularizam os conservadores do passado, homens dos quais o mundo não era digno, e os que desejam andar como aqueles andaram. Mas os neo-assembleianos são mercantilistas. Sente em uma mesa para conversar com um deles e você saberá qual é o seu deus: o dinheiro (2 Co 2.17).
Perguntemos pelas “veredas antigas”, a fim de encontrarmos descanso para as nossas almas (Jr 6.16). Avivamento não é buscar inovações — ainda que haja boas inovações. Mas, sim, renovação; implica recuperar o que foi perdido, (Lm 5.21; 2 Cr 29.20-36). Se a Assembleia de Deus quiser continuar sendo uma igreja que faz a diferença neste mundo tenebroso, precisa continuar sendo conservadora, equilibrada, biblicocêntrica (Pv 4.26,27). Afinal, embora a Palavra de Deus não exija nada além do que possamos fazer, também não ensina as pessoas a viverem uma vida libertina, sem regras. “Faze-me andar na verdade dos teus mandamentos...”, disse o salmista (Sl 119.35).
Em Cristo,
                   Tarcísio Costa de Lima

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Exercitando a mordomia na Igreja


A Igreja, instituição divina, estabelecida por Cristo, tem dois lados que precisam de uma ativa mordomia para a execução de seu propósito na terra; o lado jurídico e o espiritual. Como instituição jurídica, a igreja precisa ser administrada com sabedoria perante os homens; como instituição espiritual, ela precisa ser administrada com a graça de Deus para que seus objetivos espirituais sejam alcançados e seja estabelecida como o "corpo de Cristo".
Tão logo foi inaugurada (At 2:1-4), a igreja desenvolveu-se através do crescimento numérico (At 2:41 ; 4:4). Foi tão grande seu crescimento que já havia problemas na Igreja (At 6:1), necessitando de mordomos que cuidassem das causas das viúvas e dos necessitados: "Mas, irmãos, escolhei dentre vós sete homens de boa reputação, cheios do Espírito e de sabedoria, aos quais encarregaremos deste serviço" (At 6:3). A partir daí, a igreja tem crescido em todo o mundo: "Porém, não os encontrando, arrastaram Jasom e alguns irmãos perante as autoridades, clamando: Estes que têm transtornado o mundo chegaram também aqui" (At 17:6), espalhando sua fé (1ª Ts 1:8).
Paulo declara aos Coríntios seu trabalho em prol da igreja: "Eu plantei, Apolo regou; mas Deus deu o crescimento" (1ª Co 3:6). Aqui está a razão do crescimento da igreja: plantar e regar, isto é, cada crente fazer a sua parte no reino de Deus (Fp 1:3-5), pois somos "cooperadores de Deus" (1ª Co 3:9).
Desde sua inauguração no Pentecostes (At 2:1), a Igreja começou a cumprir o "Ide" de Jesus (Mc 16:15). O trabalho de evangelização tomou conta da igreja (At 4:33) e o Evangelho se espalhou (At 8:4). Evangelizar é a missão precípua da igreja: "Se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois sobre mim pesa essa obrigação; porque ai de mim se não pregar o evangelho" (1ª Co 9:16).
A Igreja que deseja crfescer no conhecimento, não pode despresar o ensino (2ª Pe 3:18). O exemplo da Igreja Primitiva deve ser seguido ainda hoje: "E todos os dias no templo e nas casas não cessavam de ensinar..." (At 5:42). O objetivo do ensino é levar o crente a aperfeiçoar sua fé, conhecer ao Senhor e alcançar maturidade espiritual (Ef 4:13). A mordomia do ensino é uma prerrogativa bíblica (Rm 12:7).
A meta da Igreja é alcançar o mundo, através do Evangelho de Cristo (Mc 16:15). Para isso ela precisa se envolver com a obra missionária (At 13:3,4), onde o campo é o mundo (Mt 13:38) e mais do que nunca sem fronteiras, por causa da "globalização". A Igreja deve aproveitar este momento e avançar na disseminação da Palavra de Deus usando todos os meios possíveis (1ª Co 9:22).
Em Cristo,

                Tarcísio Costa de Lima

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Estudo sobre dízimos e ofertas


Texto para leitura - Ml 3: 7 a 12.
Meditação: " Honra ao Senhor com os teus bens, e com a primeira parte de todos os teus ganhos ". Pv 3:9

INTRODUÇÃO

O serviço da contribuição é, por conseguinte, o serviço do amor. Nossa liberalidade está na razão direta do amor que temos ao Salvador e é uma prova de nossa devoção e lealdade à sua causa. Sobretudo, a questão de dar deve ser um ato do coração e não do que temos na bolsa. A oferta não deve ser um ato frio e calculado, mas praticado com emoção e expressão de nossa responsabilidade. Para isso temos a base bíblica que nos instrui acerca desse tão importante assunto.

1 - A LIBERALIDADE DOS HERÓIS DA FÉ

Desde os tempos do Antigo Testamento Deus se vale da liberalidade dos seus filhos para estabelecer sua obra na terra (Ex 25:2). Os dízimos e as ofertas passaram a fazer parte da vida do povo de Deus (Ex 35:5 / Dt 14:22) e, através delas, o Senhor abençoava o seu povo: " Abençoarei com abundância o seu mantimento e de pão fartarei os seus pobres " Sl 132:15.

A. A liberalidade de Abel: O grande exemplo de Abel, ainda no início da civilização, marcou a importância da liberalidade diante de Deus: " E Abel também trouxe dos primogênitos das suas ovelhas, e da sua gordura; e atentou o Senhor para Abel e para sua oferta " (Gn4:4). Nossa oferta ao Senhor deve representar nossa gratidão espontânea pelas bençãos alcançadas das mãos de Jeová (Sl 116:12-14).

B. A liberalidade de Abraão: O patriarca Abraão, por sua fidelidade ao Senhor, deixou-nos um grande exemplo a ser seguido: deu os dízimos ao sacerdote Melquisedeque: " e bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus adversários nas tuas mãos. E de tudo lhe deu Abrãao o dízimo " (Gn 14:20) e não se apropriou dos bens alheios (Gn 14: 22,23). A liberalidade de Abraão fez dele um homem abençoado por Deus, de maneira que sua prosperidade era vista por todos (Gn 13:2). Por isso, achamos correto afirmar que o Senhor ama a prosperidade dos seus servos: " Cantem de júbilo e se alegrem os que têm prazer na minha retidão; e digam sempre: Glorificado seja o Senhor, que se compraz na prosperidade do seu servo!" (Sl 35:27).

C. A liberalidade de Israel: Diante da necessidade de se construir o tabernáculo, Deus pediu ofertas ao povo (Ex 35:21). A liberalidade de Israel foi tamanha, que alcançou o propósito de Deus, de maneira que o Senhor proibiu o povo de ofertar (Ex 36:6). Quem dera consigamos também alcançar este patamar de voluntariedade na obra de Deus (1Cr 29:9).

2 - A LIBERALIDADE COMO DOUTRINA BÍBLICA

Ainda hoje, o povo de Deus precisa ser ensinado a contribuir, pois esta é uma "doutrina bíblica" (2Co 9:7). A liberalidade está presente na vida do povo de Deus, certamente para ensiná-lo a importância de participar dos seus propósitos na terra, com respeito à sua obra (Ml 3:10).

A. Ensinando a importância das ofertas: Moisés, ainda no Sinai (Ex 24:18), recebeu do Senhor o mandamento para os filhos de Israel (Ex 25:1,2). As ofertas se revestiam de importância, pois eram para a edificação do tabernáculo (Ex 25:8). Quando ensinamos ao povo a importância e a aplicação das ofertas na obra de Deus, a voluntariedade toma conta de todos (Ex 35:29).

B. Esclarecendo a finalidade dos dízimos: Os dízimos foram instituídos por Deus para atender a necessidade do sacerdócio (Nm 18:21). Desde então têm sido empregados para o sustento e manutenção da obra de Deus: " Trazei todos os dízimos à casa do Tesouro, para que haja mantimento na minha casa; e provai-me nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós bemção sem medida" (Ml 3:10), pois a Bíblia ensina que o obreiro é " dígno do seu salário" (1Tm 5:18). Ao entender esses princípios divinos, o crente contribui com liberalidade (Rm 12:8 / 2Co 9:13).

C. Ensinando a liberalidade: Ensinando os princípios da liberalidade ao seu povo, o Senhor disse aos filhos de Israel, que não desamparassem os levitas, o estrangeiro, o órfão e a viúva: " para que o Senhor teu Deus te abençoe em toda a obra das tuas mãos, que fizeres" (Dt 14:22,29). Ao repartirmos o que temos: " Porventura, não é também que repartas o teu pão com o faminto, e recolhas em casa os pobres desabrigados, e, se vires o nu, o cubras, e não te escondas do teu semelhante?" (Is 58:7), estamos contribuindo para diminuir a diferença social que ainda existe no meio do povo de Deus (Dt 15: 7,11).

3 - A LIBERALIDADE NA ERA DA GRAÇA

Muitos questionam a prática das ofertas e dízimos apenas como mandamentos para o Antigo Testamento, mas vemos pelas Escrituras que tais "mandamentos" estão presentes no Novo Testamento (At 20:35). A liberalidade esteve presente na história da Igreja, desde o seu início (At 2:45) e prosseguiu por toda parte (Rm 15: 26,27).

A. A liberalidade da viúva: Dentre os grandes exemplos do Novo Testamento, Jesus citou uma pobre viúva, que dentre os ricos (Lc 21:1), lançou na arca do tesouro "duas pequenas moedas" (Lc 21:2). Aos nossos olhos parece algo insignificante, mas diante de Jesus, foi a maior oferta, pois ela da sua pobreza deitou ali "todo o sustento que tinha" (Lc 21:4). O exemplo desta pobre mulher traduz o que significa liberalidade: a disposição de "dar para o reino de Deus".

B. O exemplo da Macedônia: Paulo fala da "graça de Deus" dada às igrejas da Macedônia (2Co 8:1), para se disporem à liberalidade: "... e ainda acima do seu poder, deram voluntariamente" (2Co 8:3b). O exemplo desses crentes figura ainda hoje como prova do seu amor pela obra de Deus (2Co 8:7,8). Que sigamos este exemplo glorioso, pois o Senhor é fiel (2Co 9:10,11).

C. O ensino de Paulo à igreja de Corinto: O Apóstolo Paulo escrevendo à igreja de Corinto, fez mensão à coleta aos santos: "Quanto à coleta para os santos, fazei vós também como ordenei às igrejas da Galácia" (1Co 16:1). O procedimento para tal "coleta" foi explicitado no versículo 2, que diz: "No primeiro dia da semana cada um de vós ponha de parte o que puder ajuntar, conforme a sua prosperidade..." (1Co 16:2). Se seguirmos hoje tal ensino, veremos o quanto se torna fácil o serviço da liberalidade.

4 - AS BENÇÃOS DA LIBERALIDADE CRISTÃ

O Salmo 112.9 reflete bem as bençãos advindas da liberalidade: "É liberal, dá aos necessitados; a sua justiça permanecerá para sempre, e a sua força se exaltará em glória". Você já experimentou a realidade dessa promessa? Se não, é talvez porque não alcançou ainda a benção de dar no espírito generoso e franco que traz como resultado a bem-aventurança divina (At 20:35).

A. O reconhecimento da propriedade divina: As bençãos da liberalidade começa no reconhecimento da propriedade divina:"... porque a terra é minha... vóis sois estrangeiros e peregrinos comigo" (Lv 25:23). Sendo a terra do Senhor, nós somos apenas "mordomos" dela e de todos os seus bens, inclusive da prata e do ouro, os quais pertencem a Ele (Ag 2:8). Quando entendemos isso e praticamos a liberalidade, somos abençoados (Pv 22:9).

B. Uma vida vitoriosa: O profeta Malaquias, ao fazer-nos a advertência sobre a liberalidade, faz uma solene proposta: "...e, depois fazei prova de mim, diz o Senhor dos Exércitos..." (Ml 3:10b). Somente os crentes fiéis à contribuição financeira podem fazer prova de Deus (Sl 34:8) e alcançar uma vida vitoriosa. Os que têm experimentado a prática do dízimo têm verificado que Deus não falha em suas promessas: "Porque quantas são as promessas de Deus, tantas têm nele o sim; porquanto também por ele é o amém para glória de Deus, por nosso intermédio" (2Co 1:20).

C. Uma janela aberta no céu: Você já pensou na possibilidade de ter uma "janela aberta no céu" à sua disposição? Pois esta é a promessa de Deus aos crentes fiéis: "Trazei todos os dízimos à casa do tesouro... se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós uma benção tal..." (Ml 3:10). As "janelas do céu" estarão sempre abertas para o crente liberal, de coração aberto, que contribui com alegria e que não mede esforços pela causa de Deus (Is 33:6).

CONCLUSÃO

O dízimo e as ofertas são um ato de fé e também uma forma de louvar ao Senhor por suas bençãos recebidas. A alegria de dar é uma das maiores alegrias da vida. Se pensarmos em suas dádivas, com um elevado sentido espiritual, só poderemos sentir imensa alegria em dar dos nossos recursos para a promoção do seu reino.
Em Cristo,

                Tarcísio Costa de Lima

Perdendo para ganhar!

Reflita sobre este texto de autoria do Pr. Geziel Gomes:

"Quantos sejam os anos da vida de um ser humano, ela sempre se caracteriza por uma sucessão de ganhos e perdas.
Jesus estabeleceu princípios estranhos, porém sólidos e verdadeiros ao deixar claro que para ganhar é preciso perder.
Muitos vivem preocupados o tempo todo com a falsa glória de perder peso e a penosa tragédia de ganhar fama.
A perda de peso é falsa porque nada acrescenta ao caráter. O lucro da fama pode ser uma tragédia pelos inimigos que conquista e pelo mau uso das benesses por ela adquiridas.
Ganhar a salvação quase sempre significa perder amigos, mas estes são efêmeros enquanto aquela é eterna.
Quando Cristo nos ganhou, o Diabo nos perdeu.
Moisés perdeu o fausto do trono do Egito, mas ganhou a glória da comunhão com Deus no monte.
Abraão perdeu a estabilidade de Ur dos Caldeus, mas ganhou o status de peregrino de Adonai. Em Ur, vivia em esterilidade. Como peregrino, tornou-se pai de uma multidão de nações.
Muitos perdem a honra quando ganham muito dinheiro. Outros ganham reputação, quando perdem o temor de ser honrados.
Muitos perdem o tempo que não sabem aproveitar e ganham o prêmio da inatividade. Outros ganham o troféu de laboriosos, enquanto perdem o amor pela inércia.
Abrão perdeu o nome de mais alto, para ganhar o de mais amado. É melhor ser amado em baixo, que desprezado em cima.
Jacó perdeu o direito de andar totalmente ereto entre os homens, mas ganhou o privilégio de um novo nome, que o declarava príncipe de Deus. É melhor ter o defeito de Jacó que a beleza de Absalão.
Daniel perdeu o prazer de ricos banquetes, mas ganhou a bênção de interpretar sonhos do rei.
José perdeu a emoção de uma aventura rápida com a mulher de Potifar para ganhar a designação de Primeiro-Ministro da nação mais poderosa de seu tempo.
Esaú perdeu o respeito pela primogenitura para ganhar o título de leviano e fornicário.
João Batista considerou uma glória perder a cabeça física, para poder ganhar a aprovação da Cabeça Espiritual.
Ananias quis ganhar algumas cédulas que enriqueceriam seu patrimônio, mas perdeu a própria vida, sob o juízo de Deus.
Alguns perdem o respeito para ganhar posições. Outros perdem posições para ganhar o respeito.
Existem os que choram quando ganham, pois sabem que a vitória era de outros e os que se alegram quando perdem, pois perderam o que não deviam possuir.
Na contabilidade espiritual de Paulo, perder posições humanas era uma glória, enquanto ganhar almas era um privilégio.
Caro leitor, como estás no ganha-e-perde da vida?
Bem-aventurados os que se desvencilharam de tudo que ganharam erradamente.
Mais bem-aventurados ainda os que conseguiram recuperar tudo aquilo que jamais deveriam ter perdido.
O filho pródigo, longe de casa, experimentou a tragédia de ganhar amigos. Só quando vivenciou a glória de os perder, se sentiu realmente feliz.
O irmão do filho pródigo perdeu a alegria quando o viu ganhar a reconciliação.
Para aqueles que choram as muitas perdas de ontem, recordamos que elas serão superadas e esquecidas pelas vitórias de amanhã.
O cego de Jericó viveu a glória de “perder” sua capa, para não sentir a tragédia de ganhar a morte estando ainda cego.
Ganhar é uma tragédia quando está em jogo aquilo que não se deveria possuir. Perder é uma glória quando se trata daquilo que jamais se deveria obter.
Quando Jesus quis declarar que a tragédia de ganhar o mundo só pode ser evitada pelo desprezo à glória de ganhar o que ele oferece, Ele propôs uma questão, que nunca pode ser esquecida:
“De que aproveitaria ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma”? ".
Em Cristo,

                 Tarcísio Costa de Lima

Cuidando melhor do tempo


O tempo passou a fazer parte da história do homem após sua queda, quando o Senhor determinou o fim dos seus dias. A partir daí o homem vive contando os seus dias e aguardando o seu fim. Nessa contagem regressiva, não damos conta de que o tempo está diante de nós e de que devemos aproveitá-lo de maneira sábia e prudente. Saber fazer bom uso do tempo faz parte da nossa mordomia enquanto aquí vivermos, pois um dia, diante do Senhor iremos prestar contas do tempo que Ele nos deu e nada fizemos.
O tempo nos foi dado por Deus para que seja gasto de maneira sábia e ordenada (Sl 143:10). O tempo deve ser usado para ganharmos o nosso sustento (Ef 4:28), para nosso descanso e para todas as boas atividades da vida. Tão acostumados estamos a usar desse tempo, que com facilidade nos esquecemos de que ele não é nosso e, sim, um depósito sagrado.
Devemos planejar todas as nossas atividades de forma a preencher o tempo disponível, seguindo o exemplo de Jesus (Lc 13:33). A administração do tempo requer inteligência, por isso nesse planejamento deve haver previsão, objetivos e programação, conforme nos ensina Paulo (Rm 15:23-25). O planejamento visa estimar o futuro de nossas atividades. 
Todas as nossas atividades, sejam materiais, físicas, sociais ou espirituais merecem respeito quanto ao horário. Paulo nos ensina, dizendo: "Não sejais vagarosos no cuidado..." (Rm 12:11). A falta de mordomia se revela nas obrigações da vida e passamos a viver cheios de "justificativas" (Mt 6:33).
Infelizmente, o mau uso do tempo está presente em muitas vidas que não observaram a "mordomia cristã" como algo divino. Quantos estão deixando o tempo da oportunidade passar: "Passou a sega, findou o verão, e nós não estamos salvos" (Jr 8:20), quando virão os maus dias e chegarão os anos do descontentamento: "Lembra-te do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os anos dos quais dirás: Não tenho neles prazer" (Ec 12:1). Nunca é tarde para se começar um novo propósito com Deus, pois se não, Ele um dia nos pedirá contas do que passou: "O que é já foi, e o que há de ser também já foi; Deus fará renovar-se o que se passou" (Ec 3:15).
É lamentável como a maioria das pessoas desperdiça o seu tempo, empregando-o mal. O desperdício não faz parte do plano de Deus para as nossas vidas, mas sim a sabedoria e o bom aproveitamento dele (Cl 4:5). Quem desperdiça o tempo, prejudica-se a si mesmo e aos demais à sua volta. Bem-aventurado o que usa seu tempo nas coisas do Senhor (Sl 1:1,2).
Quantas vezes perdemos tempo em conversas fúteis. Paulo chama nossa atenção para o perigo das futilidades (2ª Tm 2:16 ; Tt 3:9); ainda diz que tais "conversas" corrompem os bons costumes (1ª Co 15:33). O crente deve ocupar-se nas coisas do Senhor e proferir palavras que venham "promover a edificação, para que dê graça aos que a ouvem" (Ef 4:29).
Diante da realidade que o tempo não é nosso, devemos atentar para um dia especial, o "domingo", que é o "Dia do Senhor" (Mc 16:9). Este dia não nos pertence, é o dia de estarmos na casa de Deus (At 20:7) para "contemplar a formosura do Senhor e aprender no seu templo" (Sl 27:4). Ao usar o domingo para nosso deleite estamos desprezando o "dia do Senhor" e seremos cobrados por nossa má mordomia: "Então, mandando-o chamar, lhe disse: Que é isto que ouço a teu respeito? Presta contas da tua administração, porque já não podes mais continuar nela" (Lc 16:2).
A mordomia do tempo nos leva a compreender que as horas mais bem empregadas são aquelas que gastamos em favor de outrem. Cada minuto usado em socorrer um necessitado, em apontar o caminho da vida eterna ao desanimado, em levantar alguém caído, é um tempo aprazível diante de Deus. Enquanto alguns dizem: tempo é dinheiro, para o salvo tempo é uma dádiva divina que deve ser aproveitado para nossa edificação espiritual e, consequentemente, para divulgação do reino dos céus.
Em Cristo,

                Tarcísio Costa de Lima   

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Trabalhando com os talentos


O propósito de Deus ao nos dar seus dons e talentos é que eles sejam administrados com sabedoria em sua obra, para edificação da igreja (1ª Co 14:12 ; Ef 4:12). O apóstolo Pedro nos ensina que nossa administração deve ser com fidelidade aos princípios divinos, pois somos "despenseiros da multiforme graça de Deus" (1ª Pe 4:10).
Mordomo é um servo especial que goza de total confiança de seu senhor (Gn 15:2 ; 24:1-4), a ele cabe o cuidado da casa e dos bens (At 8:27). O Senhor nos entregou o cuidado de sua casa, "a igreja" (2ª Co 11:28) e se não formos prudentes e sábios não teremos condições de exercermos a mordomia (1ª Tm 3:5).
O mordomo sábio é aquele que "negocia" com o que recebeu do seu Senhor (Mt 25:16), isto é, produz frutos para glória de Deus (Jo 15:8), pois ele sabe que um dia irá prestar contas diante daquele que lhe confiou os seus bens (Lc 19:15). A sabedoria do crente se externa nas ações para com os que estão de fora (Cl 4:5).
A fidelidade é o principal elemento de quem é mordomo dos talentos divinos (2º Rs 12:15 ; 2º Cr 19:9). O mordomo fiel tem sempre o testemunho de Deus em seu favor: "Não é assim com o meu servo Moisés, que é fiel em toda minha casa" (Nm 12:7). Jesus declarou que o servo fiel entrou no "gozo do seu senhor" (Mt 25:23). Que sejamos achados capazes de desfrutar das bençãos do nosso Pai celestial: "O homem fiel será cumulado de bençãos, mas o que se apressa a enriquecer não passará sem castigo" (Pv 28:20).
Os talentos são dons que o Senhor na sua infinita misericórdia concede aos seus filhos, diante da necessidade que temos para executar sua obra na terra. Somente com a capacitação divina poderemos fazer frente aos desafios que a cada dia surgem em nossos caminhos. Por isso não podemos desperdiçar o que temos recebido do Senhor, mas sim, "granjear" outros mais, e duplicar nossos esforços para conquistar almas para o reino de Deus. Que possamos ser fiéis àquilo que o Senhor nos deu, pois um dia iremos prestar contas perante seu Tribunal.
Em Cristo,

                Tarcísio Costa de Lima

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Santificando a alma e o espírito

A triunidade humana se expressa na natureza material e espiritual, pela qual o homem foi criado. A expressão bíblica diz que o homem foi feito "alma vivente", isto é, ele recebeu de Deus vida, ânimo, sentidos e inteligência a fim de poder se comunicar com o mundo material e espiritual. A Bíblia afirma que existem no homem alma e espírito, e que somente são divisíveis pela Palavra de Deus. Através deles manifestamos nossa gratidão e adoração ao Senhor.
Cuidar da alma e do espírito é dever de todo homem, mas principalmente dos fiéis (Pv 4:23). A mordomia do nosso homem interior inclui cuidados especiais contra os pecados que rodam a alma e o espírito (Gn 5:19-21). Há pecados que vêm de fora para dentro (Mt 6:22,23) e há pecados que vêm de dentro para fora (Mt 15:18-20), todos prejudicam a alma e o espírito (Rm 7:15).
Através da Palavra de Deus podemos cuidar do nosso ser interior (Sl 119:11). A alma e o espírito devem ter prazer na Lei do Senhor (Rm 7:22), pois somente assim nos conduziremos com segurança (Js 1:8). O nosso prazer deve ser meditar na Palavra (Sl 1:2 ; 119:77), pois através dela somos edificados "casa espiritual" (1ª Pe 2:5).
A oração é o meio divino para o fortalecimento divino do homem interior: "...vos conceda que sejais corroborados com poder pelo seu Espírito no homem interior" (Ef 3:16). Através dela somos fortalecidos: "Quanto ao mais, sede fortalecidos no Senhor e na força do seu poder" (Ef 6:10) para uma vida de vitória. A oração e a vigilância devem estar presentes em nossa vida diária (Mt 26:41) para que não venhamos a cair: "Aquele, pois, que pensa estar em pé veja que não caia" (1ª Co 10:12).
Segundo Paulo nós fomos salvos para servir ao Deus vivo e verdadeiro (1ª Ts 1:9,10). O serviço faz parte da atividade cristã que traz benefícios a alma e ao espírito (2ª Co 9:12), quando é feito de coração ao Senhor (Hb 12:28). A melhor maneira de renovarmos nosso ser espiritual é servindo ao Senhor (Rm 7:6), sabendo que somente dele receberemos a recompensa: "Porque Deus não é injusto para ficar esquecido do vosso trabalho e do amor que evidenciastes para com o seu nome, pois servistes e ainda servis aos santos (Hb 6:10).
O pecado está presente na vida do homem desde sua queda no Éden (Gn 3:7). A partir daí males, dos mais diversos, têm atingido o ser humano em sua trajetória de vida (Sl 40:12), inclusive os males internos, que vêm da alma e do espírito (Mc 7:23). Somente em Cristo o homem pode se ver livre dos males que lhe trazem tantos pesares (Mt 11:28-30).
A alma é atingida diretamente pelas concupiscências carnais (1ª Pe 2:11) e, desse modo, é afligida (Sl 38:18 ; 2ª Pe 2:8). Assim podemos entender porque a alma morre: "...a alma que pecar essa morrerá" (Ez 18:4). Essa morte advém dos desejos da carne que, quando consumados gera a morte (Tg 1:15). Somente o Senhor tem poder de livrar nossa alma da morte (Sl 116:8 ; 2ª Pe 2:9).
Após a queda as faculdades morais e espirituais do homem foram afetadas (Rm 1:25). As relações entre Deus e o homem foram afetadas pelo pecado (Is 59:2), levando assim a criatura a desprezar o Criador (Pv 14:2). Desse modo, os pecados do espírito, que são: o orgulho, a avareza, o egoísmo, a vaidade e tantos outros males, passaram a existir no coração do homem (Pv 16:18 ; 25:28 ; Ec 2:17). Segundo Jesus, o reino dos céus será dado aos "pobres de espírito" (Mt 5:3).
O homem criado para uma comunhão duradoura com seu Criador, se viu separado dele por causa do pecado (Gn 3:23,24). O pecado levou o homem à morte espiritual (Rm 5:12), afetando diretamente sua alma e seu espírito. Para resolver esse grande problema Deus enviou seu Filho (Gn 3:15 ; Gl 4:4), que por seu sangue nos aproximou de Deus (Ef 2:13) e nos deu uma nova vida (Ef 2:5,6).
Em Cristo,

                Tarcísio Costa de Lima

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Nosso corpo é templo do Espírito Santo


Deus criou o homem de maneira especial, pois o formou à sua imagem e semelhança. Tal procedimento diferençou das demais criaturas criadas, quando apenas surgiram conforme a ordenação divina de acordo com sua espécie. O homem ganhou corpo, alma e espírito tornando distinto das demais coisas criadas por Deus. Um ser completo, com consciência e livre-arbítrio capaz de dominar as demais criaturas da terra. Tal situação leva-nos a um compromisso de "administrar" bem o corpo que recebemos de Deus, pois como crentes, ele é agora templo do Espírito Santo.
O corpo é visto na Bíblia com vários significados, todos com aplicações espirituais, uma vez que somos habitação de Deus (Ef 3:17). Em cada significado somos depositários do Espírito Santo, pois é Ele quem nos dá garantia acerca de nossa filiação espiritual (Rm 8:16).
O tabernáculo foi uma construção provisória para alí Deus manifestar sua glória e sua presença enquanto caminhavam no deserto (Êx 40:34,38). Pedro compara o nosso corpo a um tabernáculo terrestre (2ª Pe 1:13,14), algo provisório usado como depositário da alma e do espírito (Hb 4:12), enquanto estivermos caminhando no deserto desta vida (Jó 7:1 ; 14:1 ; 2ª Co 5:4).
Desde que foi formado (Gn 2:7), o homem tomou consciência de que foi feito do barro (Gn 3:19 ; Jó 10:9). Isto mostra a fragilidade da vida humana (Sl 103:15,16). Ensina-nos também a facilidade de sermos moldados por Deus (Jr 18:6) e depositários dos tesouros divinos (2ª Co 4:7). Por isso devemos estar santificados para honra e glória do Senhor (2ª Tm 2:20,21).
Paulo, simbolicamente falando, chama o nosso corpo de "casa terrestre" (2ªCo 5:1). Uma casa frágil, que se desfaz (2ª Co 5:1b) com o tempo de uso (Sl 90:10). Nesta casa habitam a alma e o espírito (1ª Ts 5:23), os quais precisam estar sempre santos (1ª Pe 1:16), para que possamos alcançar de Deus "um edifício" nos céus (2ª Co 5:1c). Até que esse momento não chegue, devemos ser fiéis àquele que nos constituiu herdeiros dessa herança espiritual (Cl 3:24). 
Assim como no Antigo Testamento a santidade estava diretamente ligada ao templo (Lv 8:10), no Novo Testamento está ligado diretamente ao nosso corpo, templo do Espírito Santo (1ª Pe 1:16). Paulo ao falar da importância da santificação disse que ela começa do interior para o exterior (1ª Ts 5:23), mostrando claramente que o corpo está nos propósitos de Deus para ser santo (Hb 10:22).
A santidade deve alcançar nossas mãos, pois através delas o Senhor nos usará na sua obra (At 19:11). As mãos precisam estar santificadas para orar (1ª Tm 2:8 ; Sl 141:2), para abençoar (Mt 19:13), para estar diante do Senhor (Sl 24:3,4), pois elas fazem parte do corpo (1ª Co 12:14,15) e precisam estar sempre prontas para o serviço do Senhor (At 5:12) e para o nosso sustento (1ª Co 4:12).
Os pés falam de nossa conduta (1º Sm 18:5), por isso eles precisam estar limpos (Jo 13:8) e consagrados para andar em retidão na presença do Senhor (Gn 5:22,24). Para que possamos espalhar a nossa fé, nossos pés precisam também estar calçados com "a preparação do Evangelho da paz" (Ef 6:15). Com os pés santificados podemos plenamente seguir a Jesus (Mt 9:9).
Os olhos são as janelas da alma, por isso eles precisam estar santificados (Mt 6:22), por causa da concupiscênciaque nos faz pecar (1ª Jo 2:16). Para isso o crente precisa evitar as "coisas más" diante de seus olhos (Sl 101:3) e olhar "firmemente" para Jesus (Hb 12:2). Para santificar os nossos olhos, o Senhor nos convida a "comprar" colírio do céu (Ap 3:18c). Com os olhos santificados podemos contemplar as maravilhas da Lei de Deus (Sl 119:18).
Em Cristo,

               Tarcísio Costa de Lima  

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

A doutrina da mordomia cristã


O termo "mordomia" tem sido muito divulgado pela imprensa em geral para designar regalias no exercício da função pública. Entretanto, no contexto bíblico, a palavra "mordomia" fala da consciência que o crente deve ter de que tudo o que possui vem de Deus, sendo ele apenas um administrador fiel. A fidelidade é decorrente da certeza de que a qualquer momento, seremos chamados a prestar contas diante de Deus. Por isso, a vida e os seus valores devem ser vividos e administrados sob o ponto de vista de Deus.
É através da doutrina da mordomia cristã que os princípios básicos da vida do crente são expostos (Lc 12:42). O conhecimento da "doutrina da mordomia cristã" dá ao crente uma maior perspectiva da vida no seu dia-a-dia. A doutrina bíblica da "mordomia" centraliza seus princípios na soberania de Deus (Sl 24:1), nos colocando como "mordomos", de preferência fiéis (1ª Co 4:2).
Para se compreender o princípio bíblico de mordomia, precisamos saber que: "Do Senhor é a terra e a sua plenitude, o mundo e aqueles que nele habitam" (Sl 24:1). Nosso papel aqui é apenas reconhecer a soberania divina sobre todas as coisas e exercer a função profícua de mordomos, pois nada levaremos daqui (1ª Tm 6:7). Por isso, devemos exercer com fidelidade a mordomia cristã, para que tenhamos direito ao descanso eterno (Mt 25:21).
A Bíblia afirma que Deus é o autor de toda Criação: "Pela fé entendemos que os mundos, pela Palavra de Deus, foram criados..." (Hb 11:3a). O Gênesis mostra a criação de forma ordenada e gloriosa (Gn 2:1), destacando sempre o poder criador de Deus (Gn 1:24,25). A doutrina da Criação traz ao homem a responsabilidade pela preservação do que Deus fez como mordomo de seu próprio mundo (Gn 1:29 ; Dt 20:19).
A criação do homem foi por ato expontâneo de Deus (Gn 1:26). O homem passou a pertencer ao Senhor por um direito de criação. Ele declarou através do profeta Isaías, dizendo: "Eu fiz a terra, e criei nela o homem, eu o fiz..." (Is 45:12). A vida do homem veio direta de Deus (Gn 2:7), tornando-o pessoa  com consciência de si mesmo com livre arbítrio (Gn 2:16,17 ; 4:7). Por isso, devemos viver conscientes de nossa mordomia, pois um dia prestaremos contas a Deus (Ec 12:7).
Compreender a mordomia cristã como uma oportunidade de melhor servir ao Senhor é uma grande benção (Jo 12:26). Tudo sucede quando entendemos que o Senhor é dono de todas as coisas (Jo 1:3) e que somos apenas serviçais para cumprir o propósito divino (Jo 2:5). Quando agimos assim as bençãos divinas nos alcançarão (Dt 28:2).
O verdadeiro mordomo espiritual não é aquele que apenas "vê" o reino, mas que "entra" (Jo 3:3,5). A partir daí tudo muda na nossa relação com Deus e com sua obra (Gl 2:20). Tudo passa a ser santo e sagrado diante da grandeza do reino de Deus (Tt 1:15). Somos agora cooperadores de Deus para construção de um reino espiritual na terra (1ª Co 3:9).
O conceito cristão de mordomia nos faz crescer o senso de responsabilidade (1ª Co 9:17). Temos responsabilidade com nossa vida, nosso corpo, com a igreja e com nossos semelhantes (Mt 7:12). Nossa responsabilidade se amplia quando sabemos que iremos prestar contas a Deus (2ª Co 5:10). Por isso devemos aproveitar o tempo que nos resta para pregarmos o Evangelho (2ª Tm 4:2) e fazer o bem a todos (Gl 6:9,10).
Cientes de nossa fragilidade (Sl 103:14,15) e da incapacidade para desempenharmos bem nossa mordomia, devemos depender totalmente do Espírito Santo (Rm 8:26). Ele nos ajudará em nossa tarefa de administrar os bens temporais e espirituais recebidos do Senhor (1ª Pe 4:11). Aceitemos, pois, o que disse Jesus: "...porque sem mim nada podeis fazer" (Jo 15:5).
Em Cristo,

                Tarcísio Costa de Lima