terça-feira, 25 de maio de 2010

Dorcas, uma vida consagrada

          Em apenas seis versículos, o livro de Atos cobre a vida de uma maravilhosa personagem do Novo Testamento, Dorcas. Sua vida tem sido um exemplo até hoje. Ela era como uma árvore florida em plena primavera, exalava um perfume de esperança. Sua vida de devoção a Deus, suas obras e sua fé, falam ainda hoje. Seus amigos gregos chamavam-na Dorcas, mas os amigos judeus lhe davam o nome de Tabita. Ambos os nomes significam "gazela".
          Distante 53km de Jerusalém, a cidade de Jope, que é um porto marítimo, tem uma história antiga. Desde os dias de Josué ela já era mencionada como termo na herança da tribo de Dã (Js 19:46). Por este porto fugiu o profeta Jonas da face do Senhor (Jn 1:3). A descrição bíblica acerca de Dorcas revela uma vida cheia de boas obras (At 9:36). Observamos que o texto a destaca como "discípula" primeiro, em seguida apresenta as boas obras que fazia. Sabemos, pela Palavra, que as obras devem seguir a fé (Tg 2:17). Infelizmente muitos creem que apenas as obras salvam, mas a Bíblia diz que a salvação "não vem das obras para que ninguém se glorie" (Ef 2:8).
          O exemplo de Dorcas foi registrado pelo Espírito Santo para mostrar a dedicação de uma mulher que se consagrou ao serviço divino. Já naqueles dias da igreja, o serviço social era de grande importância por causa dos mais pobres. Dorcas também soube trabalhar em grupo, não era uma crente isolada (At 9:39). è muito importante quando nossas irmãs trabalham unidas em prol da obra de Deus (Rm 16:12). A primeira manifestação das irmãs da igreja em Jope foi a de mostrar os trabalhos de Dorcas ao apóstolo Pedro: "... e todas as viúvas o rodearam, chorando e mostrando as túnicas e vestidos que Dorcas fizera quando estava com elas" (At 9:39). Como é importante nosso trabalho para o Senhor (1ª Co 15:58). Quando partimos para a eternidade nossas obras ficam como marcas de nossa dedicação (Ap 14:13).
          Vida cristã é um conjunto de realizações para Deus. Não se pode viver apenas de oração, de boas obras, ou ainda somente de fé. É necessário que tudo isto faça parte da vida do cristão. A fé deve ser demonstrada com obras, enquanto as obras revelam nossa fé (Tg 2:21,22). Por isto é importante a lição que nos deixou Dorcas; uma vida de fé, cheia de boas obras. O testemunho bíblico diz que: "E aconteceu naqueles dias que, enfermando ela, morreu..." (At 9:37). A morte de Dorcas não foi um mal súbito, mas passou por um período de enfermidade. Infelizmente muitos afirmam que, quando isso acontece com um crente, ele está em pecado (1ª Jo 5:16). Desconhecem tais pessoas que a morte é um veículo que nos leva a Deus (Sl 116:15). Jesus já conquistou nossa vitória sobre a morte (1ª Co 15:21,22) e tem em suas mãos as chaves do inferno e da morte (Ap 1:18).
          Quando Pedro chegou a Jope, no local onde puseram o corpo de Dorcas, encontrou um ambiente de tristeza: "...e todas as viúvas o rodearam, chorando..." (At 9:39). Era um choro pela separação e não de desespero: "...para que não vos entristeçais como os demais, que não têm esperança" (1ª Ts 4:13). Neste momento o crente não diz "adeus", mas sim "até breve", pois nossa esperança é de um dia estarmos todos juntos com o Senhor (1ª Ts 4:17). Mesmo num clima de tristeza, o amor por Dorcas foi demonstrado pelas viúvas que conviveram com ela: "...e, tendo-a lavado, a depositaram num quarto alto" (At 9:37). Tiveram o cuidado de preparar seu corpo para o sepultamento (Ec 6:3). Além disso, enviaram emissários para trazer o apóstolo Pedro, porque criam que Deus podia operar uma grande maravilha. A Bíblia diz: "Tudo é possível ao que crê" (Mc 9:23).
           Como nas outras ressurreições bíblicas, a Glória de Deus manifestou-se entre o povo de Jope: "E foi isto notório por toda a Jope, e muitos creram no Senhor" (At 9:42). Mais uma vez a morte aconteceu para que Deus manifestasse a vida. Isto aconteceu em Naim (Lc 7:16), em Betânia (Jo 11:43), em Troas (At 20:9,12) e acontece ainda hoje, para que a Glória de Deus seja manifestada entre os homens.
          Em Cristo,

                          Tarcísio Costa de Lima

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