segunda-feira, 3 de maio de 2010

Pastora: existe apoio bíblico?

          Estava trabalhando quando minha irmã em Cristo, Marise, ao longo de uma agradável conversa sobre o evangelho, me preguntou: "Pastor, a mulher pode ser ungida a pastora? Tem apoio bíblico?". Resolvi, então, escrever este artigo para minha amiga e irmã Marise e para todos aqueles que se interessarem, tendo a preocupação de expor uma exegese bíblica responsável.
          Nesses dias atuais, está em foco um tipo de exegese que procura a todo custo apresentar apoio bíblico para o que já está em uso. Exemplo: há danças em várias igrejas e "pastoras" em várias denominações, então procuram referências bíblicas que as autorizem. Este artigo é uma exegese (interpretação) bíblica, imparcial, para quem deseja andar conforme o estabelecido por Deus, e não através do que homens e mulheres convencionam.
          Comecemos pela submissão: muitos homens devem reconsiderar sua opinião acerca das mulheres, pois no meio religioso sempre sofrem descriminação. Muitas mulheres cristãs têm dificuldade com o ensino bíblico da submissão porque seus maridos são autoritários e se consideram superiores a elas, não respeitando a sua sensibilidade. No verdadeiro cristianismo, não existe espaço para machismo e tão pouco para feminismo, movimentos extremados que não reconhecem a verdadeira posição do homem e da mulher na sociedade. O machismo considera a mulher inferior, já o feminismo trata o homem como um demônio. Mas, no Corpo de Cristo, há lugar para homens e mulheres, desde que reconheçam, à Luz das Escrituras, a sua posição.
          Paulo compara a submissão da mulher à sujeição de Jesus a Deus Pai (1ª Co 11:3). Tanto o Deus Filho quanto o Deus Pai pertecem à Trindade, sendo iguais em poder (Mt 28:19 ; Jo 10:30). Todavia, Cristo, submete-se voluntariamente recebendo do Pai toda honra (Fp 2:5-11). Então Paulo ensina: "...assim como a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo sujeitas as seus maridos" (Ef 5:24). E Cristo não obriga ninguém a obedecê-lo (Lc 9:23 ; Tg 4:8).
          Segundo a Bíblia, a relação entre homem e mulher deve ser, antes de tudo, de respeito mútuo (1ª Co 7:3-5). Deus formou Eva a partir de uma das costelas de Adão (Gn 2:18-22) para demonstrar que a mulher não deve estar nem à frente nem atrás, mas ao lado do homem, como ajudadora. E ser ajudadora não é ser inferior, pois o próprio Deus é o nosso Ajudador (Hb 13:5,6).
          Na Palavra de Deus não há espaço para o igualitarismo feminista, porém a Bíblia também não diz que a mulher é inferior ao homem. Ela é o "vaso mais fraco" (1ª Pe 3:7). Quer dizer, mais frágil, mais sensível, por isso, deve ser amada e honrada pelo marido (Ef 5:25-29). O princípio que deve prevalecer é o da prioridade, e não o da superioridade (1 Tm 2:13).
          Na Bíblia a única pastora mencionada é Raquel, uma pastora de ovelhas, rebanho de seu pai (Gn 29:9), nada tendo haver com ministério pastoral. Os defensores da ordenação feminina citam como exemplo a valorosa cooperadora de Paulo e esposa de Áquila, chamada Priscila (At 18:26). Mas tudo não passa de conjectura, haja vista não haver nenhuma referência que confirme seu apostolado.
          Na igreja primitiva, as mulheres se ocupavam da oração (At 1:14) e do serviço assistencial (At 9:36-42 ; Rm 16:1,2). E algumas se notabilizaram como fiéis cooperadoras de Paulo, como Febe, Trifena, Trifosa, etc. (Rm 16). Não há nenhuma referência às mulheres exercendo atividades pastorais. Na escolha dos primeiros diáconos, que poderiam vir a ser ministros, caso tivessem chamada de Deus para tal e servissem bem ao ministério (Hb 5:4 ; 1ª Tm 3:13), os apóstolos disseram: "Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete varões..." (At 6:3). No primeiro Concílio, em 52 d.C., os rumos da igreja foram traçados por homens (At 15). Em Apocalípse 2 e 3, são mencionados os pastores das igrejas da Ásia.
          Como se vê, apesar de toda a polêmica em torno desse assunto, a Bíblia é clara. Embora as mulheres tenham importante papel ao longo das páginas do Novo Testamento (Mt 1:3,5,6,16 ; Lc 8:1-3), Deus conferiu aos homens, em regra geral, o exercício da liderança eclesiástica (Ef 4:8-11).
          Em Cristo,

                           Tarcísio Costa de Lima

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