segunda-feira, 17 de maio de 2010

Tomé, o crente duvidoso

          Geralmente se fala de Tomé como um grande "incrédulo". Entretanto, quando analisamos sua vida descobrimos que por trás das dúvidas havia também muita sinceridade. Em geral, queremos ser um crente igual a Pedro, Tiago ou João, mas não como Tomé, por julgarmos ser ele um duvidoso, incrédulo e superficial. Por suas dúvidas, Jesus apareceu e se dirigiu a Tomé pessoalmente. Nenhum outro discípulo teve a honra de Tomé: a de tocar nas feridas de Jesus e atestar a realidade de sua ressurreição.
          Na relação dos discípulos em Lucas 6:15 aparece Tomé entre eles. Isto prova que Tomé foi escolhido pelo Senhor após uma noite de oração (Lc 6:13). Jesus sabia o que estava fazendo ao escolher Tomé, certamente ele nos deixaria uma grande lição espiritual. Tomé passou a fazer parte do grupo de apóstolos que estava andando com Jesus. Ele também havia deixado tudo (Lc 18:28), estava com Jesus além do Jordão (Jo 11:16) e agora, naquele momento após a Ceia, quando Jesus instruía seus discípulos, lá estava Tomé perguntando: "Senhor, não sabemos para onde vais, como saber o caminho?" (Jo 14:5). Muitos não caminham com Jesus porque têm medo das situações, incompreesões ou por causa de seus questionamentos.
          Tomé não abandonou o grupo apostólico após seu encontro com Jesus, mas permaneceu em Jerusalém esperando o revestimento de poder (Lc 24:49). Ele consta da relação dos discípulos que aguardavam o Pentecostes (At 1:13). Sua presença alí atestava sua sinceridade em permanecer firme ao lado de Jesus. O evangelho de João nos apresenta a naturza corajosa de Tomé. Ele se destaca por sua palavra corajosa, diante das palavras dos discípulos: "Disse Tomé, chamado Dídimo, aos discípulos: Vamos nós também para morrermos com Ele" (Jo 11:16). Jesus havia se retirado da Judéia por causa da perseguição. Mas, diante da morte de Lázaro ele precisava regressar. Quando todos reprovam sua atitude, Tomé corajosamente diz: "Vamos nós também...". Em outras palavras ele dizia: "Vamos enfrentar a situação".
          Diante da notícia da ressurreição e do aparecimento do Senhor, Tomé duvidou (Jo 20:25). Tomé manifestou o outro lado se sua natureza: a incredulidade, que mais tarde foi tratada pelo próprio Jesus, quando disse-lhe: "... e não sejas incrédulo, mas crente" (Jo 20:27). Toda nossa incredulidade deve ser colocada diante do Senhor, como fez o pai do possesso (Mc 9:24).
          A confissão de Tomé foi profunda, ele não disse apenas uma palavra de cortesia, mas definiu sua declaração, dizendo: "Senhor meu..." (Jo 20:28). Era uma declaração de entrega total a Jesus. Quantos ainda hoje não fizeram esta declaração, alguns crentes nunca declararam o senhorio de Cristo em suas vidas. A confissão de Tomé vai mais além. Ele viu Deus em Jesus, compreendeu o que Jesus havia dito em João 14:9: "...quem vê a mim vê o Pai...". Há muitas "doutrinas" por aí ensinando erros grosseiros acerca da divindade de Jesus. O crente não conhece apenas o Filho, mas também o Pai e com ele se identifica (Rm 8:15). Por isso Tomé confessou: "...e Deus meu" (Jo 20:28). Quando confessamos Deus em nossa vida alcançamos o testemunho do Espírito Santo (Rm 8:16).
          Em Cristo,

                          Tarcísio Costa de Lima

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