segunda-feira, 14 de junho de 2010

A parábola da porta estreita

O Senhor Jesus faz uma aplicação de seu ensino ético e ilustra os dois caminhos opostos da peregrinação dessa vida, ao usar as figuras de portas e estradas. A verdade solene que nos é apresentada é a de que há somente dois caminhos para a humanidade escolher: o caminho dos justos ou dos ímpios (Sl 1:1-6). Não há o que discutir, ou estamos "em Cristo" ou "sem Cristo" (2ª Co 5:17).
O objetivo maior do ser humano é conhecer a Cristo e, através Dele, ser cidadão do reino dos céus (Hb 11:14-16). Esse reino não é deste mundo, como disse Jesus, mas se encontra em toda parte, porém os homens não o reconhecem (Jo 1:10-12).
"Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz a perdição, e muitos são os que entram por ela" (Mt 7:13,14). A expressão usada por Jesus para descrever o caminho da renúncia, como sendo a porta estreita e o caminho apertado, é mais um exemplo da felicidade de sua terminologia. A porta extreita transmite a idéia de que só pode passar por ela quem não tiver carregando bagagens volumosas, ou seja, quem obedecer ao requisito básico de renunciar ao mundo, deixando para trás seus apegosà vida passada (Hb 12:1).
Às vezes, trilhar o caminho da renúncia implica em conhecer a dor, o sofrimento e a perseguição por amor a Cristo. No entanto, os sofrimentos e as vicissitudes da vida desempenham papel grandioso na existência do cristão que se propõe a percorrer o "caminho estreito" de Deus. A Bíblia constantemente nos mostra, pela história dos grandes personagens de suas páginas, como Deus emprega a dor, fome, desilusão, injustiça e até mesmo a morte para quebrantar, moer, aprimorar, burilar e santificar os salvos, levando-os a conhecê-lo melhor e se tornarem pessoas mais íntegras, humanas e amorosas. Todos os heróis das Escrituras testificam que Deus prova (e aperfeiçoa) o justo no dia mau. Não apenas Jó, o mais famoso sofredor, como também o ladrão da Cruz, o apóstolo Paulo, o patriarca José, o rei Davi e os demais santos passaram por profundas transformações em suas vidas e se tornaram homens quebrantados - precisamente o tipo de caráter preferido por Deus para operar maravilhas: seja abrindo mares ao meio, ferindo montes e ressuscitando mortos - seja reconciliando irmãos inimigos, regenerando criminosos e alcançando os inalcansáveis (1ª Pe 4:12,13).
Dentre os equívocos do "evangelho da porta larga" estão os cultos-shows para encher o templo, em vez de agradar a Deus. A Ceia, uma atividade central do culto, praticada semanalmente no tempo apostólico (At 20:7), tem sido negligenciada por alguns cristãos que, atolados em pecados inconfessos, deixaram para trás suas congregações (Hb 10:25). Entrar pela porta estreita é se comprometer em participar do corpo e do sangue do Senhor e viver em plena comunhão (1ª Co 11:24-29).
A igreja pode e deve buscar a exelência em tudo o que faz - a consciência da presença divina no meio de um povo santo é o maior motivo para adorar ao Senhor com simplicidade, gratidão e, sobretudo, em Espírito e em verdade (Jo 4: 23,24). Dessa forma, todos ganham - o Senhor é honrado, os cristãos saem do culto renovados e o incrédulo percebe que cristianismo não é entretenimento. Assim o mundo fica mais salgado (Mt 5:13-16).
Em Cristo,

                 Tarcísio Costa de Lima  

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