quinta-feira, 17 de junho de 2010

A parábola dos lavradores maus

Após um período de controvérsias com a liderança judáica (Mc 11:15 a 12:27), que buscava alguma palavra ou ato de Jesus para incriminá-lo e levá-lo à morte, o Senhor faz uma chocante revelação, ao narrar a parábola dos lavradores maus. Não obstante os privilégios que nenhuma nação possuía, em razão dos avisos que nenhum outro povo recebeu, os judeus rebelaram-se contra a autoridade de Deus e se recusaram a prestar-lhe as devidas honras. Eles rejeitaram os conselhos dos profetas e ainda crucificaram o Filho de Deus (Jo 1:9-11).
Sem dúvida esta parábola tinha como alvo especial os judeus, mas a sua aplicação não pode ficar restringida a eles. A mesma contém lições que devem ser estudadas por todos os cristãos até a volta de Cristo.
A parábola dos lavradores maus não é de difícil interpretação: o pai de família, que plantou a vinha é o próprio Deus; a vinha é o cristianismo que está alcançando pessoas em todo o mundo; e os lavradores a quem a vinha foi arrendada são os servos do Senhor de todas as épocas, desde os sacerdotes da Antiga Aliança (Ex 28:1-46) que sacrificavam animais para oferecer em holocausto nos altares do judaísmo até os crentes de hoje, que adoram a Deus em espírito e em verdade (Jo 4:23,24).
Os frutos da vinha representam "o fruto do Espírito" em Gálatas 5:22,23: "Amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão e temperança", e os servos incumbidos de produzí-lo são os emissários de Deus, a exemplo dos profetas, apóstolos e outros, os quais, alguns deles, por fidelidade a Deus, foram perseguidos, injuriados e mortos (Mt 5:10-12).
O filho do proprietário é Jesus, cuja morte humilhante na cruz foi, também, resultado exclusivo do sacerdotalismo hipócrita, incluindo os fariseus e saduceus (1ª Co 1:18-25). A herança é o reino dos céus, de que os cristãos pretendem ter a posse (At 14:22). Atribuindo-se dos direitos inerentes ao herdeiro, os lavradores maus (os crentes nominais), embora tenham sido chamados das trevas da incredulidade, pela infinita misericórdia de Deus, ainda persistem em viver centrados no egoísmo (Gl 5:17-21).
O Espírito de Deus, diz Gênesis 6:3: "Não agirá para sempre no homem", pois haverá um dia em que sua paciência chegará ao fim e Ele se levantará para julgar terrivelmente o mundo incrédulo. Dentre todas as manifestações de ira, nenhuma pode ser imaginada como tão horrível quanto "a ira do Cordeiro" (Dn 2:34).
Em Cristo,

                Tarcísio Costa de Lima

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