quinta-feira, 10 de junho de 2010

A parábola do vinho novo em odres velhos

          Quando Jesus narrou essa parábola, Ele estava falando que viria um tempo novo e que as tradições judáicas os impediriam de receber o mover de Deus. A velha estrutura dos judeus fazia com que pensassem que somente o que eles faziam era de Deus, não estavam acostumados com pessoas endemoniadas, achavam o cúmulo Jesus curar no sábado, eram legalistas, possuiam uma estrutura religiosa que os impediam de compreender os ensinamentos de Jesus. Seria impossível receberem o novo mover de Deus com aquelas velhas estruturas mentais condicionadas.
          Diante disto, precisamos nos derramar diante de Deus e deixar que Ele limpe a nossa vida, afim de que haja renovação em nossa mente (Rm 12:2). A igreja deve tirar os resquícios do "vinho velho do legalismo" e encher-se com o "vinho novo da graça de Deus". Deve ainda abandonar suas estruturas e formalidades equivocadas e receber a alegria e o milagre de Deus! Odres novos são cristãos abertos ao Seu mover, para que Ele possa encher com vinho novo. No primeiro milagre de Jesus, o vemos transformar água em vinho (Jo 2:1-12). Cristo também quer transformar a vida da igreja, de odres velhos para odres novos (Ez 36:25-27). A estrutura religiosa, muitas vezes, tem impedido as pessoas de beberem do vinho novo (Ez 33:31). Contudo, para recebermos algo novo devemos nos abrir e pedir que Cristo derrame todo o vinho que nos está preparado, sem nos preocuparmos com a forma que isso se dará (Jo 3:8).
          O teólogo Paul Earnhart faz pertinentes afirmações sobre o que significa colocar vinho novo em odres velhos. Diz ele: Jesus não se ajustava aos modos familiares do mundo ao qual veio. Mesmo o mais revolucionário pensamento de seu tempo não poderia contê-lo. Suas palavras e modos eram transcendentemente diferentes, inquietantes, ameaçadores. Não poderia haver uma síntese calada do velho e do novo, somente uma colisão descomprometida que conduziria inevitavelmente a rebelião ou rendição. Alguns viriam a gostar do novo, outros a odiá-lo. Em suas três analogias: Mateus 9:14-17, Marcos 2:18-22 e Lucas 5:33-39, Jesus responde aos seus críticos gentilmente, mas ilustra o inevitável do conflito: como pode pano novo ser usado para remendar roupa velha? Como pode o explosivo vinho novo ser contido em velhos e inflexíveis odres? O provébio de Jesus sobre o remendo novo na roupa velha sai de sua própria vida. Aquele que "não tinha lugar para repousar sua cabeça", certamente conhecia vestes remendadas. E todos sabiam que uma tentativa de remendar uma roupa gasta com pano novo levaria a dois desastres, um estrutural e outro estético. O pano novo encolheria com a primeira lavagem e aplicaria tal tensão sobre o pano velho que faria um rasgo maior do que antes (Mc 2:21); e, por sua própria novidade, o remendo novo faria com que a roupa velha parecesse ainda mais desbotada e velha (Lc 9:36). Às vezes, o velho é irreparável e tem simplesmente que ceder lugar ao novo.
          Os religiosos do tempo de Jesus não estavam prontos para receber o "vinho" que o Senhor lhes oferecia. Seus corações estavam endurecidos pelo orgulho e pelo pecado. A religião era mais importante que as pessoas; o compromisso com as tradições dos homens bastava; seu falso temor a Deus servia apenas para a promoção pessoal dentro da instituição religiosa (Mt 23:23,24).
          Que nesta última hora da igreja, estejamos todos abertos para o mover de Deus. Que tudo que é remendo e que for velho, seja trocado por vestes novas e odres novos. Existem alguns erros que cometemos na vida que parecem ser normais, banais, contudo, o grande líder Moisés não entrou na terra prometida porque, além de ter ferido a rocha que representava Cristo , irritou a Deus querendo ver o Líbano, pois sua alma estava presa lá (Dt 3:25).
          Em Cristo,

                         Tarcísio Costa de Lima 

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