quarta-feira, 13 de outubro de 2010

A Ética Cristã e a espiritualidade!

A exegese do texto de Romanos 12:9-21 propõe uma reflexão teológica, pois ela vem de encontro a um dos temas mais discutidos da teologia bíblica. A ética e a espiritualidade cristã tem ocupado bastante espaço no meio protestante de tal forma que, estudos e decisões têm sido tomadas na tentativa de auxiliar o crescimento na fé e no conhecimento de Cristo Jesus. Nessa temática, portanto, surge a necessidade de repensar o "modus vivendi" da Igreja hoje. Rever a prática da espiritualidade e da ética que será encarada a partir da compreensão bíblica doutrinária.
Este estudo não esgota o assunto, mas esmera-se pela síntese de uma práxis ética e de espiritualidade fundamentada na comunhão, no serviço e na humildade (Fp 2:3). Pois, enfim, que eclesiologia propõe uma idéia ética saudável à comunidade cristã, senão aquela voltada para o próximo (Lc 10:27) que, sustentada pelo Espírito Santo, nos leva a conhecer mais intimamente a Cristo através do nosso próximo?
O amor a Deus e ao próximo é o fundamento de toda ética e espiritualidade cristã (Mc 12:31). Essa afirmação é encontrada tanto no Antigo como no Novo Testamentos. Trata-se de uma temática tão relevante no contexto religioso e social das etnias que, somente a partir de uma praxis contextualizada , a justiça se torna o conteúdo de toda a posição cristã (Fp 4:5).
Afirmamos que a espiritualidade nasceu no judaísmo, pois foi ao povo de Israel que Deus se revelou (Êx 20:18-20). Deus formou este povo a partir de Abraão e fez uma aliança eterna com ele para que o mesmo e seus descendentes o adorassem. Em troca, faria a sua descendência se multiplicar como as estrelas no céu e como a areia do mar (Gn 12:2; 22:17). Este é um compromisso ético.
A instituição do judaísmo deu-se com Moisés no monte Sinai quando recebeu de Deus o Decálogo (Êx 20:22). Deus firma mais uma vez sua aliança com Israel (Lv 26:9). É claro que entender a espiritualidade judáica é estar atento ao relacionamento de Deus e o seu povo. Os aspectos visíveis dessa relação podem ser traduzidos quanto ao ouvir e o obedecer ao Senhor, prestar culto e adorá-lo como único Deus (Mc 12:29).
Na Bíblia, vários homens viveram a plenitude da fé e da espiritualidade. Isso, sem dúvida, foi-lhes possível porque decidiram investir na renúncia pessoal em detrimento de uma consciência plena com o Criador. Davi quando, ao falhar perante Deus, por diversas vezes, decidiu depositar todo potencial de sua confiança na misericórdia do Senhor. Na verdade, ele alcançou aquilo que lhe parecia impossível. Isso também pode acontecer conosco, em plena era moderna. Nosso Deus é quem nos capacita para exercermos a plenitude da ética e da espiritualidade.
Em Cristo,

                Tarcísio Costa de Lima

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