sexta-feira, 13 de agosto de 2010

URGENTE! Leia e medite.


 Este artigo foi escrito pelo pastor batista WAGNER ANTONIO DE ARAÚJO.

Ainda sou do tempo em que ser crente era motivo de críticas e perseguições. Nós não éramos muitos, e geralmente éramos considerados ignorantes, analfabetos, massa de manobra ou gente de segunda categoria. Os colegas da escola nos marginalizavam. Os patrões zombavam de nós. A sociedade criticava um povo que cria num Deus moral, ético, decente, que fazia de seus seguidores pessoas diferentes, amorosas, verdadeiras e puras. Não era fácil. Mas nós sobrevivemos e vencemos. Sinto falta daquela perseguição, pois ela denunciava que a nossa luz era de qualidade, e ofuscava a visão conturbada de quem não era liberto. E, por causa dessa luz, muitos incrédulos foram conduzidos ao arrependimento e à salvação. Mas hoje é diferente.

Ainda sou do tempo em que os crentes não tinham imagens em suas casas, em seus carros ou como adereços de seus corpos. Nós não tatuávamos os nossos corpos e nem colocávamos "piercings" em nossa pele. Críamos que os nossos corpos eram sacrifícios ao Senhor, e que não nos era lícito maculá-los com os sinais de um mundo decadente, um deus mundano e uma cultura corrompida. Dizíamos que tatuar o corpo era pecado. Não tínhamos objetos de culto em nossas igrejas. Aliás, esse era um de nossos diferenciais: nós éramos aqueles que não admitiam imagens em lugar algum. Mas hoje é diferente.

Ainda sou do tempo em que pornografia era pecado. Nós não considerávamos fotos eróticas ou filmes pornô um "trabalho profissional", mas uma prostituição do próprio corpo e uma corrupção moral. Ao nos convertermos, convertíamos também os nossos olhos, e abandonávamos as revistas pornográficas, os cinemas de prostituição e os teatros corrompidos. Os que eram adúlteros se arrependiam e pagavam o preço do que fizeram, e começavam vida nova. Os promíscuos mudavam seu comportamento e tornavam-se santos em todo o seu procedimento. Nós, os adolescentes, deixávamos os namoros e os relacionamentos orientados pelos filmes mundanos, e primávamos por ser como José do Egito, que foi puro, ou o apóstolo Paulo, que foi decente. Mas hoje é diferente.

Ainda sou do tempo em que nos vestíamos adequadamente para o culto. Aliás, além do nosso testemunho moral, nós nos identificávamos pelas roupas. Se pentecostais, usávamos roupas sociais bastante formais, e éramos conhecidos aonde quer que íamos, pois ninguém mais se vestia tão formalmente assim em pleno domingo à tarde. Se de outras denominações, como eu, não chegávamos a esse extremo, mas nos trajávamos socialmente, com o melhor que tínhamos, dentro de nossas possibilidades, porque críamos que, se íamos prestar um culto a Deus, a ocasião nos exigia o melhor, e buscávamos dar o melhor para Deus. Era a famosa "roupa de missa", "roupa de igreja". Mesmo pobres, tínhamos o melhor para Deus. E sempre algo decente: camisas sociais, calças bem passadas, um sapato melhor conservado, um blaizer ou uma blusa bem alinhada. As mulheres usavam seus melhores vestidos, suas melhores saias e seus conjuntos mais femininos. Mas hoje é diferente.

Ainda sou do tempo em que nossos hinos falavam de Cristo e da salvação. Cantávamos muito, e nossas músicas não eram tão complexas como as de hoje. Mas todos acabávamos por decorá-las. Suas mensagens eram simples e evangelísticas: "foi na cruz, foi na cruz", "andam procurando a razão de viver"; "Porque Ele vive, posso crer no amanhã", "Feliz serás, jamais verás tua vida em pranto se findar", "O Senhor da ceifa está chamando"; "Jesus, Senhor, me achego a ti", "Santo Espírito, enche a minha vida", "Foi Cristo quem me salvou, quebrou as cadeias e me libertou", etc. Não copiávamos os "hits" estrangeiros, ou as danças mundanas, mas buscávamos algo clássico, alegre, porém, solene. E dançar o louvor? Jamais! Não ousávamos, nem queríamos; nunca soubéramos que o louvor era "dançante"; as danças deixamos em nossas velhas vidas mundanas. Porém, mesmo não as tendo, éramos alegres e motivados. Mas hoje é diferente.

Ainda sou do tempo em que as denominações e igrejas tinham personalidade. As denominações eram poucas e bastante homogêneas. Sabíamos que a Assembléia de Deus era pentecostal e usava indumentária formal; os presbiterianos eram os melhores coristas que existiam; os adventistas tinham uma fé estranha, numa profetisa semi-contemporânea, mas tinham os melhores quartetos masculinos; os melhores solistas eram batistas, etc. Nossas liturgias eram bastante diferentes: os conservadores eram formais, seus cultos silenciosos, enquanto um orava, os outros diziam amém. Já os pentecostais oravam todos ao mesmo tempo e cantavam a Harpa Cristã. Nós nos considerávamos irmãos, não há dúvida. Mas tínhamos personalidade. Hoje tudo é diferente.

E eu não sou velho! Isso tudo não tem 26 anos ainda! Na década de 80 ser crente era ser assim! Meu Deus, como o mundo mudou! Como a chamada Igreja Evangélica se deteriorou! Hoje eu sinto vergonha de ser considerado evangélico!

Hoje é moda ser crente, ou melhor, "gospel". Você é artista pornô, mas é crente. Você é do forró pé-de-serra, mas é crente. Você é ladrão, mas é crente. Você é homossexual assumido, mas é crente. Não importa a profissão, o comportamento, a moral, a índole, ser crente é apenas um detalhe. Aliás, dá cartaz ser crente: hoje muitos cantores "viram crentes" pra vender seus CD's encalhados, pois o "povo de Deus" compra qualquer coisa. Não há diferença entre o santo e o profano, o consagrado e o amaldiçoado, o lícito e o proibido, o justo e o injusto. Qualquer coisa serve. O púlpito pode ser uma prancha de surf, uma cama de motel ou um palanque eleitoral; a forma não importa. Ser crente é apenas um detalhe, uma simples nomencalatura religiosa.

Hoje os crentes tatuam as suas peles, mesmo sabendo que a Bíblia condena o uso de símbolos e marcas no corpo de quem se consagra a Deus. Criamos nossos próprios símbolos, nossos próprios estigmas e nossas próprias tribos. Hoje há denominações que dão opções de símbolos para que seus jovens se tatuem. O "piercing" deixou de ser pecado, e passou a ser "fashion", e está pendurado na pele flácida de roqueiros evangélicos e "levitas" das igrejas, maculando a pureza de um corpo dedicado ao Deus libertador. Mulheres há que enchem seus umbigos e outras partes de pequenas ferragens, repletas de vaidade e erotismo mundano, destruindo, assim, qualquer padrão cristão de consagração corporal. Meninos tingem seus cabelos de laranja, e mocinhas destróem seus rostos com produtos, pois agora todo mundo faz, e "Deus não olha a aparência". (Ainda bem, pois se olhasse, teria ânsia de vômito...)

Hoje ir à igreja é como ir ao mercado ou às barracas de feira e de artesanato: um evento efêmero, informal, meramente turístico. Não há mais cuidado algum no trajo cultuante. Rapazes vão de bermudas, calções (e, pasmem os senhores, de sungas!), até sem camisa, porque Deus não é "bitolado, babaca ou retrógrado". Garotas usam suas mini-saias dos "rebeldes" e exibem umbigos cheios de "piercings", estrelinhas e purpurinas pingando dos cabelos e roupas, numa passarela contínua do modismo eclesiástico. Se alguém ainda vai modestamente ao culto, seja jovem, seja velho, ou é "novo convertido", ou é "beato". É típico encontrarmos pastores dizendo aos "engravatados": "Pra que isso, irmão? Vai fazer exame laboratorial?" E, continuamente, vão demolindo qualquer alicerce de reverência e solenidade para o ato do culto.

Hoje as nossas músicas pouco falam de Cristo. Somos bitolados por um amontoado de "glórias", "aleluias", "no trono", "te exaltamos", "o teu poder", etc. Misturamos essas expressões, colocamos uma pitada de emoções, imitamos os ícones dos megaeventos de louvores, e gravamos o nosso próprio cd, que, de diferente, tem a capa e o timbre de algumas vozes, talvez alguns instrumentos, mas, no mais, não passam de cópias das cópias das cópias. E Jesus? Ah, quase nunca o mencionamos, e, quando o fazemos, não apresentamos qualquer noção do que Ele é ou representa para o nosso louvor. Não falamos mais que Ele é o caminho, a verdade e avida, não o apresentamos como Senhor e Salvador, não informamos ao ouvinte o que se deve fazer para tê-lo no coração, apenas citamos seu nome ou dizemos um aleluia para ele.

Hoje, entrar em uma igreja é como ter entrado em todas: é tudo igual. O mesmo sistema, as mesmas cantorias, a seqüência de eventos, os rituais emocionais, as pregações da prosperidade, de libertação de maldições ou de mega-sonhos "de Deus" (como se Deus precisasse sonhar, como se fosse impotente ou dependente da vontade humana). Transformamos nossas igrejas em filiais de uma matriz que não sabemos nem aonde fica, mas que se representa nas comunidades da moda. Não há mais corais, não há mais solistas, não há mais escolas dominicais fortes, não há mais denominações com características sólidas, não há mais nada. Tudo é a mesma coisa: uma hora e meia de "louvor", meia hora de "ofertas" e quinze minutos de "pregação", ou meia hora de "palavra profética e apostólica". Que desgraça!

Hoje trouxemos os ídolos de volta aos templos: são castiçais, bandeiras de Israel, candelabros, reproduções de peças do tabernáculo do velho testamento, bugigangas e quinquilharias que vendemos, similares aos escapulários católicos que tanto criticávamos. Hoje não nos atemos a uma cruz sem Cristo, simbólica apenas. Hoje temos anjinhos, Moisés abrindo o Mar Vermelho, Cristo no sermão da Montanha. O que nos falta ainda? Nossas bíblias, para serem boas, têm que ser do "Pastor fulano", com dicas de moda, culinária, negócios e guia turístico. Hoje temos bíblias para mulheres, para homens, para crianças, para jovens, para velhos, só falta inventarmos a bíblia gay, a bíblia erótica, a bíblia do ladrão, a bíblia do desviado. Bíblias puras não prestam mais. E, mesmo tendo essas bíblias direcionadas, QUASE NINGUÉM AS LÊ! Trazemos rosas para consagrar, rosas murchas para abençoar e virar incenso em casa, sal groso para purificar, arruda para encantar, folhas de oliveira de Israel e água do Rio Jordão (Tietê?) para abençoar, vara de Arão, de Moisés, e sabe lá de quem mais! Voltamos às origens idólatras! Parece o povo de Israel, que, ao morrer um rei justo, emporcalhavam o país com suas idolatrias e prostitutas cultuais. E se alguém ousa ser autêntico, é taxado de retrógrado. Com isso, surgem os terríveis fundamentalistas, que abominam tudo, ou os neopentecostais, que são capazes de transformar a igreja num circo, fazendo o povo rir sem parar ou grunir como animais.

Meu Deus, o que será daqui há alguns anos? Será que teremos que inventar um nome novo para ser evangélico à moda antiga? Parece que batista, assembleiano, presbiteriano, luterano ou metodista não define muita coisa mais! Será que ainda haverá púlpitos que prestem, pastores que pastoreiem, louvores que louvem a Deus? Será que seremos obrigados a usar "piercing" para nos filiarmos a alguma igreja? Será que nossos cultos serão naturistas? Será que ainda haverá Deus em nosso sistema religioso?

É CLARO QUE HÁ EXCEÇÕES! E eu bendigo a Deus porque tenho lutado para ser uma dessas exceções. É claro que o meu querido leitor, pastor, louvador, membro de igreja, missionário, também tem buscado ser exceção. Mas eu não podia deixar de denunciar essa bagunça toda, esse frenesi maligno, esse fogo estranho no altar de Deus! Quando vejo colegas cuspindo no povo, para abençoá-los, quando vejo pastores dizendo ao Espírito Santo "pega! pega! pega!", como se fosse um cachorrinho, quando vejo pastores arrancando miúdos de boi da barriga dos incautos doentes que a eles se submetem, quando vejo um evangelho podre arrastando milhões, quando vejo colegas cobrando dez mil reais mais o hotel, ou metade da oferta da noite, para pregar o evangelho, então eu me humilho diante de Deus, e digo: "Senhor, me proteja, não me deixa ser assim!"

Que Deus tenha piedade de nós!
Em Cristo,

                Tarcísio Costa de Lima

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Igreja Assembléia de Deus: cuidado com as mudanças!


Segue parecer com o qual concordo e defendo:
Muitos crentes assembleianos da nova geração têm aversão ao adjetivo “conservador”, associando-o a farisaísmo, legalismo, fanatismo e posturas extremistas quanto a usos e costumes. Pensam que o conservador é aquele crente estereotipado, inimigo de tudo o que é novo, que parece viver em seu “mundinho”, como se pertencesse a uma religião ascética (cf. Cl 2.23, ARA). 
Mas, à luz da Palavra de Deus (e para espanto de muitos), todo salvo deve ser conservador. E a Assembleia de Deus que se preza também deve ser conservadora. Por quê? Porque conservar, do ponto de vista bíblico, não significa ter uma falsa santidade, estereotipada, que faz dos usos e costumes a causa, e não o efeito. E implica observância à sã doutrina, a qual nos leva a ter santidade interna e externa. 
Em 2 Timóteo 1.13 está escrito: “Conserva o modelo das sãs palavras que de mim tens ouvido, na fé e na caridade que há em Cristo Jesus”. A Bíblia nos manda guardar, conservar, o que temos recebido do Senhor (1 Tm 6.20; 2 Tm 1.14). E, para as igrejas da Ásia que estavam agradando ao Senhor Jesus, Ele transmitiu mensagens que implicavam manutenção, conservação (Ap 2.25; 3.11). Mas, por que muitos não querem ser conservadores?
Ser conservador não é apenas ter aparência de piedade (Cl 2.20-22), tampouco se isolar da sociedade. Jesus, o Homem mais santo que andou na terra, não se afastava dos pecadores (Lc 5.32; Jo 2.1-11). Ele ensinou que a nossa luz deve brilhar em meio às trevas (Mt 5.16). Ser conservador também denota reter o bem, manter o que é bom, verdadeiro (1 Ts 5.21). E sabemos que as verdades da Palavra de Deus são inegociáveis, mas isso não significa que devamos abrir mão das estratégias lícitas de evangelização (1 Co 6.12; 9.22).
O verdadeiro conservador não é legalista ou coisa parecida. Ele não é um fanático, um estereótipo de crente, tampouco se opõe a tudo o que é novo (Ec 7.16,17; 1 Ts 5.21). Por outro lado, o conservador também não é como alguns crentes da atualidade, os quais desprezam o fato de o Senhor atentar para a globalidade do ser humano, pensando que Ele não se preocupa com o nosso exterior. O Senhor olha para a nossa totalidade: espírito, alma e corpo, nessa ordem (1 Ts 5.23).
Mas, a bem da verdade, enquanto alguns “assembleianos” afirmam que têm liberdade para fazerem o que bem entendem, deixando de observar a santificação plena, existem aqueles que consideram tudo pecaminoso. Estes também estão enganados, posto que ignoram o fato de os mandamentos de Deus não serem pesados (1 Jo 5.3), sendo a sua vontade agradável (Rm 12.2) e o seu fardo leve (Mt 11.30).
Reconheço que há líderes extremistas que pregam o falso conservadorismo farisaico. Fujamos disso! A Palavra do Senhor condena o extremismo (Ec 7.16,17). Por isso, a Assembleia de Deus que se preza conserva a verdade; guarda e cumpre a Palavra de Deus (Jo 14.23; Ap 3.8,10). Não é legalista, exigindo dos seus membros uma santificação inatingível, posto que Deus respeita as nossas limitações, como disse o salmista, inspirado pelo Espírito: “... ele conhece a nossa estrutura; lembra-se de que somos pó” (Sl 103.14).
O Deus da Assembleia deseja que a Assembleia de Deus conserve o modelo das sãs palavras (Jo 14.23; Ap 1.3; 3.8; Sl 119.11), a santidade e a pureza (Ap 3.4), a boa consciência (1 Tm 1.19; 3.9), a fé (2 Tm 4.7,8) e, sobretudo, o poder do Espírito Santo (1 Ts 5.19, ARA). Mas há uma nova geração, formada por obreiros não-chamados ou desviados da verdade que querem um evangelho fácil, sem mudança exterior, “sem religiosidade”, como dizem. E esses buscam mudanças (Pv 24.21) e consideram os obreiros conservadores ultrapassados, retrógrados ou legalistas.
Tenho visto, com tristeza, que muitos assembleianos, com ojeriza do legalismo farisaico, estão partindo para o liberalismo — total ou parcial. De um lado, líderes, pregadores e crentes em geral, seguidores do legalismo, condenam pessoas sem misericórdia. De outro, estão aqueles que desprezam a sã doutrina; que “vivem e deixam viver”.
Será que os obreiros dessa nova geração sabem que a Assembleia de Deus nasceu conservadora? Ah, eles ouviram falar... Mas não querem saber de passado. Eles querem uma igreja moderna, sem limites! Para eles, por que não usar a dança de rua e o funk dentro das igrejas, já que são grandes atrativos para a juventude? E isso já está acontecendo em algumas Pseudo-assembleias de Deus. Uso esse termo contundente porque tenho convicção de que a Assembleia de Deus que se preza não aceita esses injustificáveis modismos.
Essa nova geração de obreiros “assembleianos” não quer ser conservadora. Prefere pregar mensagens de auto-ajuda, que agradam os ouvidos (2 Tm 4.1-5), e não a mensagem da cruz (1 Co 1.18-22). Os tais obreiros, em geral muito jovens — mas também neófitos (pois há jovens de valor) —, são insubmissos. Não respeitam os seus líderes. Entram no ministério, mas o ministério não entra neles. Consideram-se donos da verdade. Alguns sequer têm chamada de Deus. E há também aqueles que verberam contra os seus próprios pastores!
Os proponentes “assembleianos” da nova geração gostam da falaciosa teologia da prosperidade; na verdade, eles gostam é do dinheiro e da popularidade que essa teologia lhes traz (2 Pe 2.3,15,16; 1 Tm 6.19,20; 2 Co 11). Eles ridicularizam os conservadores do passado, homens dos quais o mundo não era digno, e os que desejam andar como aqueles andaram. Mas os neo-assembleianos são mercantilistas. Sente em uma mesa para conversar com um deles e você saberá qual é o seu deus: o dinheiro (2 Co 2.17).
Perguntemos pelas “veredas antigas”, a fim de encontrarmos descanso para as nossas almas (Jr 6.16). Avivamento não é buscar inovações — ainda que haja boas inovações. Mas, sim, renovação; implica recuperar o que foi perdido, (Lm 5.21; 2 Cr 29.20-36). Se a Assembleia de Deus quiser continuar sendo uma igreja que faz a diferença neste mundo tenebroso, precisa continuar sendo conservadora, equilibrada, biblicocêntrica (Pv 4.26,27). Afinal, embora a Palavra de Deus não exija nada além do que possamos fazer, também não ensina as pessoas a viverem uma vida libertina, sem regras. “Faze-me andar na verdade dos teus mandamentos...”, disse o salmista (Sl 119.35).
Em Cristo,
                   Tarcísio Costa de Lima

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Exercitando a mordomia na Igreja


A Igreja, instituição divina, estabelecida por Cristo, tem dois lados que precisam de uma ativa mordomia para a execução de seu propósito na terra; o lado jurídico e o espiritual. Como instituição jurídica, a igreja precisa ser administrada com sabedoria perante os homens; como instituição espiritual, ela precisa ser administrada com a graça de Deus para que seus objetivos espirituais sejam alcançados e seja estabelecida como o "corpo de Cristo".
Tão logo foi inaugurada (At 2:1-4), a igreja desenvolveu-se através do crescimento numérico (At 2:41 ; 4:4). Foi tão grande seu crescimento que já havia problemas na Igreja (At 6:1), necessitando de mordomos que cuidassem das causas das viúvas e dos necessitados: "Mas, irmãos, escolhei dentre vós sete homens de boa reputação, cheios do Espírito e de sabedoria, aos quais encarregaremos deste serviço" (At 6:3). A partir daí, a igreja tem crescido em todo o mundo: "Porém, não os encontrando, arrastaram Jasom e alguns irmãos perante as autoridades, clamando: Estes que têm transtornado o mundo chegaram também aqui" (At 17:6), espalhando sua fé (1ª Ts 1:8).
Paulo declara aos Coríntios seu trabalho em prol da igreja: "Eu plantei, Apolo regou; mas Deus deu o crescimento" (1ª Co 3:6). Aqui está a razão do crescimento da igreja: plantar e regar, isto é, cada crente fazer a sua parte no reino de Deus (Fp 1:3-5), pois somos "cooperadores de Deus" (1ª Co 3:9).
Desde sua inauguração no Pentecostes (At 2:1), a Igreja começou a cumprir o "Ide" de Jesus (Mc 16:15). O trabalho de evangelização tomou conta da igreja (At 4:33) e o Evangelho se espalhou (At 8:4). Evangelizar é a missão precípua da igreja: "Se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois sobre mim pesa essa obrigação; porque ai de mim se não pregar o evangelho" (1ª Co 9:16).
A Igreja que deseja crfescer no conhecimento, não pode despresar o ensino (2ª Pe 3:18). O exemplo da Igreja Primitiva deve ser seguido ainda hoje: "E todos os dias no templo e nas casas não cessavam de ensinar..." (At 5:42). O objetivo do ensino é levar o crente a aperfeiçoar sua fé, conhecer ao Senhor e alcançar maturidade espiritual (Ef 4:13). A mordomia do ensino é uma prerrogativa bíblica (Rm 12:7).
A meta da Igreja é alcançar o mundo, através do Evangelho de Cristo (Mc 16:15). Para isso ela precisa se envolver com a obra missionária (At 13:3,4), onde o campo é o mundo (Mt 13:38) e mais do que nunca sem fronteiras, por causa da "globalização". A Igreja deve aproveitar este momento e avançar na disseminação da Palavra de Deus usando todos os meios possíveis (1ª Co 9:22).
Em Cristo,

                Tarcísio Costa de Lima

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Estudo sobre dízimos e ofertas


Texto para leitura - Ml 3: 7 a 12.
Meditação: " Honra ao Senhor com os teus bens, e com a primeira parte de todos os teus ganhos ". Pv 3:9

INTRODUÇÃO

O serviço da contribuição é, por conseguinte, o serviço do amor. Nossa liberalidade está na razão direta do amor que temos ao Salvador e é uma prova de nossa devoção e lealdade à sua causa. Sobretudo, a questão de dar deve ser um ato do coração e não do que temos na bolsa. A oferta não deve ser um ato frio e calculado, mas praticado com emoção e expressão de nossa responsabilidade. Para isso temos a base bíblica que nos instrui acerca desse tão importante assunto.

1 - A LIBERALIDADE DOS HERÓIS DA FÉ

Desde os tempos do Antigo Testamento Deus se vale da liberalidade dos seus filhos para estabelecer sua obra na terra (Ex 25:2). Os dízimos e as ofertas passaram a fazer parte da vida do povo de Deus (Ex 35:5 / Dt 14:22) e, através delas, o Senhor abençoava o seu povo: " Abençoarei com abundância o seu mantimento e de pão fartarei os seus pobres " Sl 132:15.

A. A liberalidade de Abel: O grande exemplo de Abel, ainda no início da civilização, marcou a importância da liberalidade diante de Deus: " E Abel também trouxe dos primogênitos das suas ovelhas, e da sua gordura; e atentou o Senhor para Abel e para sua oferta " (Gn4:4). Nossa oferta ao Senhor deve representar nossa gratidão espontânea pelas bençãos alcançadas das mãos de Jeová (Sl 116:12-14).

B. A liberalidade de Abraão: O patriarca Abraão, por sua fidelidade ao Senhor, deixou-nos um grande exemplo a ser seguido: deu os dízimos ao sacerdote Melquisedeque: " e bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus adversários nas tuas mãos. E de tudo lhe deu Abrãao o dízimo " (Gn 14:20) e não se apropriou dos bens alheios (Gn 14: 22,23). A liberalidade de Abraão fez dele um homem abençoado por Deus, de maneira que sua prosperidade era vista por todos (Gn 13:2). Por isso, achamos correto afirmar que o Senhor ama a prosperidade dos seus servos: " Cantem de júbilo e se alegrem os que têm prazer na minha retidão; e digam sempre: Glorificado seja o Senhor, que se compraz na prosperidade do seu servo!" (Sl 35:27).

C. A liberalidade de Israel: Diante da necessidade de se construir o tabernáculo, Deus pediu ofertas ao povo (Ex 35:21). A liberalidade de Israel foi tamanha, que alcançou o propósito de Deus, de maneira que o Senhor proibiu o povo de ofertar (Ex 36:6). Quem dera consigamos também alcançar este patamar de voluntariedade na obra de Deus (1Cr 29:9).

2 - A LIBERALIDADE COMO DOUTRINA BÍBLICA

Ainda hoje, o povo de Deus precisa ser ensinado a contribuir, pois esta é uma "doutrina bíblica" (2Co 9:7). A liberalidade está presente na vida do povo de Deus, certamente para ensiná-lo a importância de participar dos seus propósitos na terra, com respeito à sua obra (Ml 3:10).

A. Ensinando a importância das ofertas: Moisés, ainda no Sinai (Ex 24:18), recebeu do Senhor o mandamento para os filhos de Israel (Ex 25:1,2). As ofertas se revestiam de importância, pois eram para a edificação do tabernáculo (Ex 25:8). Quando ensinamos ao povo a importância e a aplicação das ofertas na obra de Deus, a voluntariedade toma conta de todos (Ex 35:29).

B. Esclarecendo a finalidade dos dízimos: Os dízimos foram instituídos por Deus para atender a necessidade do sacerdócio (Nm 18:21). Desde então têm sido empregados para o sustento e manutenção da obra de Deus: " Trazei todos os dízimos à casa do Tesouro, para que haja mantimento na minha casa; e provai-me nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós bemção sem medida" (Ml 3:10), pois a Bíblia ensina que o obreiro é " dígno do seu salário" (1Tm 5:18). Ao entender esses princípios divinos, o crente contribui com liberalidade (Rm 12:8 / 2Co 9:13).

C. Ensinando a liberalidade: Ensinando os princípios da liberalidade ao seu povo, o Senhor disse aos filhos de Israel, que não desamparassem os levitas, o estrangeiro, o órfão e a viúva: " para que o Senhor teu Deus te abençoe em toda a obra das tuas mãos, que fizeres" (Dt 14:22,29). Ao repartirmos o que temos: " Porventura, não é também que repartas o teu pão com o faminto, e recolhas em casa os pobres desabrigados, e, se vires o nu, o cubras, e não te escondas do teu semelhante?" (Is 58:7), estamos contribuindo para diminuir a diferença social que ainda existe no meio do povo de Deus (Dt 15: 7,11).

3 - A LIBERALIDADE NA ERA DA GRAÇA

Muitos questionam a prática das ofertas e dízimos apenas como mandamentos para o Antigo Testamento, mas vemos pelas Escrituras que tais "mandamentos" estão presentes no Novo Testamento (At 20:35). A liberalidade esteve presente na história da Igreja, desde o seu início (At 2:45) e prosseguiu por toda parte (Rm 15: 26,27).

A. A liberalidade da viúva: Dentre os grandes exemplos do Novo Testamento, Jesus citou uma pobre viúva, que dentre os ricos (Lc 21:1), lançou na arca do tesouro "duas pequenas moedas" (Lc 21:2). Aos nossos olhos parece algo insignificante, mas diante de Jesus, foi a maior oferta, pois ela da sua pobreza deitou ali "todo o sustento que tinha" (Lc 21:4). O exemplo desta pobre mulher traduz o que significa liberalidade: a disposição de "dar para o reino de Deus".

B. O exemplo da Macedônia: Paulo fala da "graça de Deus" dada às igrejas da Macedônia (2Co 8:1), para se disporem à liberalidade: "... e ainda acima do seu poder, deram voluntariamente" (2Co 8:3b). O exemplo desses crentes figura ainda hoje como prova do seu amor pela obra de Deus (2Co 8:7,8). Que sigamos este exemplo glorioso, pois o Senhor é fiel (2Co 9:10,11).

C. O ensino de Paulo à igreja de Corinto: O Apóstolo Paulo escrevendo à igreja de Corinto, fez mensão à coleta aos santos: "Quanto à coleta para os santos, fazei vós também como ordenei às igrejas da Galácia" (1Co 16:1). O procedimento para tal "coleta" foi explicitado no versículo 2, que diz: "No primeiro dia da semana cada um de vós ponha de parte o que puder ajuntar, conforme a sua prosperidade..." (1Co 16:2). Se seguirmos hoje tal ensino, veremos o quanto se torna fácil o serviço da liberalidade.

4 - AS BENÇÃOS DA LIBERALIDADE CRISTÃ

O Salmo 112.9 reflete bem as bençãos advindas da liberalidade: "É liberal, dá aos necessitados; a sua justiça permanecerá para sempre, e a sua força se exaltará em glória". Você já experimentou a realidade dessa promessa? Se não, é talvez porque não alcançou ainda a benção de dar no espírito generoso e franco que traz como resultado a bem-aventurança divina (At 20:35).

A. O reconhecimento da propriedade divina: As bençãos da liberalidade começa no reconhecimento da propriedade divina:"... porque a terra é minha... vóis sois estrangeiros e peregrinos comigo" (Lv 25:23). Sendo a terra do Senhor, nós somos apenas "mordomos" dela e de todos os seus bens, inclusive da prata e do ouro, os quais pertencem a Ele (Ag 2:8). Quando entendemos isso e praticamos a liberalidade, somos abençoados (Pv 22:9).

B. Uma vida vitoriosa: O profeta Malaquias, ao fazer-nos a advertência sobre a liberalidade, faz uma solene proposta: "...e, depois fazei prova de mim, diz o Senhor dos Exércitos..." (Ml 3:10b). Somente os crentes fiéis à contribuição financeira podem fazer prova de Deus (Sl 34:8) e alcançar uma vida vitoriosa. Os que têm experimentado a prática do dízimo têm verificado que Deus não falha em suas promessas: "Porque quantas são as promessas de Deus, tantas têm nele o sim; porquanto também por ele é o amém para glória de Deus, por nosso intermédio" (2Co 1:20).

C. Uma janela aberta no céu: Você já pensou na possibilidade de ter uma "janela aberta no céu" à sua disposição? Pois esta é a promessa de Deus aos crentes fiéis: "Trazei todos os dízimos à casa do tesouro... se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós uma benção tal..." (Ml 3:10). As "janelas do céu" estarão sempre abertas para o crente liberal, de coração aberto, que contribui com alegria e que não mede esforços pela causa de Deus (Is 33:6).

CONCLUSÃO

O dízimo e as ofertas são um ato de fé e também uma forma de louvar ao Senhor por suas bençãos recebidas. A alegria de dar é uma das maiores alegrias da vida. Se pensarmos em suas dádivas, com um elevado sentido espiritual, só poderemos sentir imensa alegria em dar dos nossos recursos para a promoção do seu reino.
Em Cristo,

                Tarcísio Costa de Lima

Perdendo para ganhar!

Reflita sobre este texto de autoria do Pr. Geziel Gomes:

"Quantos sejam os anos da vida de um ser humano, ela sempre se caracteriza por uma sucessão de ganhos e perdas.
Jesus estabeleceu princípios estranhos, porém sólidos e verdadeiros ao deixar claro que para ganhar é preciso perder.
Muitos vivem preocupados o tempo todo com a falsa glória de perder peso e a penosa tragédia de ganhar fama.
A perda de peso é falsa porque nada acrescenta ao caráter. O lucro da fama pode ser uma tragédia pelos inimigos que conquista e pelo mau uso das benesses por ela adquiridas.
Ganhar a salvação quase sempre significa perder amigos, mas estes são efêmeros enquanto aquela é eterna.
Quando Cristo nos ganhou, o Diabo nos perdeu.
Moisés perdeu o fausto do trono do Egito, mas ganhou a glória da comunhão com Deus no monte.
Abraão perdeu a estabilidade de Ur dos Caldeus, mas ganhou o status de peregrino de Adonai. Em Ur, vivia em esterilidade. Como peregrino, tornou-se pai de uma multidão de nações.
Muitos perdem a honra quando ganham muito dinheiro. Outros ganham reputação, quando perdem o temor de ser honrados.
Muitos perdem o tempo que não sabem aproveitar e ganham o prêmio da inatividade. Outros ganham o troféu de laboriosos, enquanto perdem o amor pela inércia.
Abrão perdeu o nome de mais alto, para ganhar o de mais amado. É melhor ser amado em baixo, que desprezado em cima.
Jacó perdeu o direito de andar totalmente ereto entre os homens, mas ganhou o privilégio de um novo nome, que o declarava príncipe de Deus. É melhor ter o defeito de Jacó que a beleza de Absalão.
Daniel perdeu o prazer de ricos banquetes, mas ganhou a bênção de interpretar sonhos do rei.
José perdeu a emoção de uma aventura rápida com a mulher de Potifar para ganhar a designação de Primeiro-Ministro da nação mais poderosa de seu tempo.
Esaú perdeu o respeito pela primogenitura para ganhar o título de leviano e fornicário.
João Batista considerou uma glória perder a cabeça física, para poder ganhar a aprovação da Cabeça Espiritual.
Ananias quis ganhar algumas cédulas que enriqueceriam seu patrimônio, mas perdeu a própria vida, sob o juízo de Deus.
Alguns perdem o respeito para ganhar posições. Outros perdem posições para ganhar o respeito.
Existem os que choram quando ganham, pois sabem que a vitória era de outros e os que se alegram quando perdem, pois perderam o que não deviam possuir.
Na contabilidade espiritual de Paulo, perder posições humanas era uma glória, enquanto ganhar almas era um privilégio.
Caro leitor, como estás no ganha-e-perde da vida?
Bem-aventurados os que se desvencilharam de tudo que ganharam erradamente.
Mais bem-aventurados ainda os que conseguiram recuperar tudo aquilo que jamais deveriam ter perdido.
O filho pródigo, longe de casa, experimentou a tragédia de ganhar amigos. Só quando vivenciou a glória de os perder, se sentiu realmente feliz.
O irmão do filho pródigo perdeu a alegria quando o viu ganhar a reconciliação.
Para aqueles que choram as muitas perdas de ontem, recordamos que elas serão superadas e esquecidas pelas vitórias de amanhã.
O cego de Jericó viveu a glória de “perder” sua capa, para não sentir a tragédia de ganhar a morte estando ainda cego.
Ganhar é uma tragédia quando está em jogo aquilo que não se deveria possuir. Perder é uma glória quando se trata daquilo que jamais se deveria obter.
Quando Jesus quis declarar que a tragédia de ganhar o mundo só pode ser evitada pelo desprezo à glória de ganhar o que ele oferece, Ele propôs uma questão, que nunca pode ser esquecida:
“De que aproveitaria ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma”? ".
Em Cristo,

                 Tarcísio Costa de Lima

Cuidando melhor do tempo


O tempo passou a fazer parte da história do homem após sua queda, quando o Senhor determinou o fim dos seus dias. A partir daí o homem vive contando os seus dias e aguardando o seu fim. Nessa contagem regressiva, não damos conta de que o tempo está diante de nós e de que devemos aproveitá-lo de maneira sábia e prudente. Saber fazer bom uso do tempo faz parte da nossa mordomia enquanto aquí vivermos, pois um dia, diante do Senhor iremos prestar contas do tempo que Ele nos deu e nada fizemos.
O tempo nos foi dado por Deus para que seja gasto de maneira sábia e ordenada (Sl 143:10). O tempo deve ser usado para ganharmos o nosso sustento (Ef 4:28), para nosso descanso e para todas as boas atividades da vida. Tão acostumados estamos a usar desse tempo, que com facilidade nos esquecemos de que ele não é nosso e, sim, um depósito sagrado.
Devemos planejar todas as nossas atividades de forma a preencher o tempo disponível, seguindo o exemplo de Jesus (Lc 13:33). A administração do tempo requer inteligência, por isso nesse planejamento deve haver previsão, objetivos e programação, conforme nos ensina Paulo (Rm 15:23-25). O planejamento visa estimar o futuro de nossas atividades. 
Todas as nossas atividades, sejam materiais, físicas, sociais ou espirituais merecem respeito quanto ao horário. Paulo nos ensina, dizendo: "Não sejais vagarosos no cuidado..." (Rm 12:11). A falta de mordomia se revela nas obrigações da vida e passamos a viver cheios de "justificativas" (Mt 6:33).
Infelizmente, o mau uso do tempo está presente em muitas vidas que não observaram a "mordomia cristã" como algo divino. Quantos estão deixando o tempo da oportunidade passar: "Passou a sega, findou o verão, e nós não estamos salvos" (Jr 8:20), quando virão os maus dias e chegarão os anos do descontentamento: "Lembra-te do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os anos dos quais dirás: Não tenho neles prazer" (Ec 12:1). Nunca é tarde para se começar um novo propósito com Deus, pois se não, Ele um dia nos pedirá contas do que passou: "O que é já foi, e o que há de ser também já foi; Deus fará renovar-se o que se passou" (Ec 3:15).
É lamentável como a maioria das pessoas desperdiça o seu tempo, empregando-o mal. O desperdício não faz parte do plano de Deus para as nossas vidas, mas sim a sabedoria e o bom aproveitamento dele (Cl 4:5). Quem desperdiça o tempo, prejudica-se a si mesmo e aos demais à sua volta. Bem-aventurado o que usa seu tempo nas coisas do Senhor (Sl 1:1,2).
Quantas vezes perdemos tempo em conversas fúteis. Paulo chama nossa atenção para o perigo das futilidades (2ª Tm 2:16 ; Tt 3:9); ainda diz que tais "conversas" corrompem os bons costumes (1ª Co 15:33). O crente deve ocupar-se nas coisas do Senhor e proferir palavras que venham "promover a edificação, para que dê graça aos que a ouvem" (Ef 4:29).
Diante da realidade que o tempo não é nosso, devemos atentar para um dia especial, o "domingo", que é o "Dia do Senhor" (Mc 16:9). Este dia não nos pertence, é o dia de estarmos na casa de Deus (At 20:7) para "contemplar a formosura do Senhor e aprender no seu templo" (Sl 27:4). Ao usar o domingo para nosso deleite estamos desprezando o "dia do Senhor" e seremos cobrados por nossa má mordomia: "Então, mandando-o chamar, lhe disse: Que é isto que ouço a teu respeito? Presta contas da tua administração, porque já não podes mais continuar nela" (Lc 16:2).
A mordomia do tempo nos leva a compreender que as horas mais bem empregadas são aquelas que gastamos em favor de outrem. Cada minuto usado em socorrer um necessitado, em apontar o caminho da vida eterna ao desanimado, em levantar alguém caído, é um tempo aprazível diante de Deus. Enquanto alguns dizem: tempo é dinheiro, para o salvo tempo é uma dádiva divina que deve ser aproveitado para nossa edificação espiritual e, consequentemente, para divulgação do reino dos céus.
Em Cristo,

                Tarcísio Costa de Lima   

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Trabalhando com os talentos


O propósito de Deus ao nos dar seus dons e talentos é que eles sejam administrados com sabedoria em sua obra, para edificação da igreja (1ª Co 14:12 ; Ef 4:12). O apóstolo Pedro nos ensina que nossa administração deve ser com fidelidade aos princípios divinos, pois somos "despenseiros da multiforme graça de Deus" (1ª Pe 4:10).
Mordomo é um servo especial que goza de total confiança de seu senhor (Gn 15:2 ; 24:1-4), a ele cabe o cuidado da casa e dos bens (At 8:27). O Senhor nos entregou o cuidado de sua casa, "a igreja" (2ª Co 11:28) e se não formos prudentes e sábios não teremos condições de exercermos a mordomia (1ª Tm 3:5).
O mordomo sábio é aquele que "negocia" com o que recebeu do seu Senhor (Mt 25:16), isto é, produz frutos para glória de Deus (Jo 15:8), pois ele sabe que um dia irá prestar contas diante daquele que lhe confiou os seus bens (Lc 19:15). A sabedoria do crente se externa nas ações para com os que estão de fora (Cl 4:5).
A fidelidade é o principal elemento de quem é mordomo dos talentos divinos (2º Rs 12:15 ; 2º Cr 19:9). O mordomo fiel tem sempre o testemunho de Deus em seu favor: "Não é assim com o meu servo Moisés, que é fiel em toda minha casa" (Nm 12:7). Jesus declarou que o servo fiel entrou no "gozo do seu senhor" (Mt 25:23). Que sejamos achados capazes de desfrutar das bençãos do nosso Pai celestial: "O homem fiel será cumulado de bençãos, mas o que se apressa a enriquecer não passará sem castigo" (Pv 28:20).
Os talentos são dons que o Senhor na sua infinita misericórdia concede aos seus filhos, diante da necessidade que temos para executar sua obra na terra. Somente com a capacitação divina poderemos fazer frente aos desafios que a cada dia surgem em nossos caminhos. Por isso não podemos desperdiçar o que temos recebido do Senhor, mas sim, "granjear" outros mais, e duplicar nossos esforços para conquistar almas para o reino de Deus. Que possamos ser fiéis àquilo que o Senhor nos deu, pois um dia iremos prestar contas perante seu Tribunal.
Em Cristo,

                Tarcísio Costa de Lima

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Santificando a alma e o espírito

A triunidade humana se expressa na natureza material e espiritual, pela qual o homem foi criado. A expressão bíblica diz que o homem foi feito "alma vivente", isto é, ele recebeu de Deus vida, ânimo, sentidos e inteligência a fim de poder se comunicar com o mundo material e espiritual. A Bíblia afirma que existem no homem alma e espírito, e que somente são divisíveis pela Palavra de Deus. Através deles manifestamos nossa gratidão e adoração ao Senhor.
Cuidar da alma e do espírito é dever de todo homem, mas principalmente dos fiéis (Pv 4:23). A mordomia do nosso homem interior inclui cuidados especiais contra os pecados que rodam a alma e o espírito (Gn 5:19-21). Há pecados que vêm de fora para dentro (Mt 6:22,23) e há pecados que vêm de dentro para fora (Mt 15:18-20), todos prejudicam a alma e o espírito (Rm 7:15).
Através da Palavra de Deus podemos cuidar do nosso ser interior (Sl 119:11). A alma e o espírito devem ter prazer na Lei do Senhor (Rm 7:22), pois somente assim nos conduziremos com segurança (Js 1:8). O nosso prazer deve ser meditar na Palavra (Sl 1:2 ; 119:77), pois através dela somos edificados "casa espiritual" (1ª Pe 2:5).
A oração é o meio divino para o fortalecimento divino do homem interior: "...vos conceda que sejais corroborados com poder pelo seu Espírito no homem interior" (Ef 3:16). Através dela somos fortalecidos: "Quanto ao mais, sede fortalecidos no Senhor e na força do seu poder" (Ef 6:10) para uma vida de vitória. A oração e a vigilância devem estar presentes em nossa vida diária (Mt 26:41) para que não venhamos a cair: "Aquele, pois, que pensa estar em pé veja que não caia" (1ª Co 10:12).
Segundo Paulo nós fomos salvos para servir ao Deus vivo e verdadeiro (1ª Ts 1:9,10). O serviço faz parte da atividade cristã que traz benefícios a alma e ao espírito (2ª Co 9:12), quando é feito de coração ao Senhor (Hb 12:28). A melhor maneira de renovarmos nosso ser espiritual é servindo ao Senhor (Rm 7:6), sabendo que somente dele receberemos a recompensa: "Porque Deus não é injusto para ficar esquecido do vosso trabalho e do amor que evidenciastes para com o seu nome, pois servistes e ainda servis aos santos (Hb 6:10).
O pecado está presente na vida do homem desde sua queda no Éden (Gn 3:7). A partir daí males, dos mais diversos, têm atingido o ser humano em sua trajetória de vida (Sl 40:12), inclusive os males internos, que vêm da alma e do espírito (Mc 7:23). Somente em Cristo o homem pode se ver livre dos males que lhe trazem tantos pesares (Mt 11:28-30).
A alma é atingida diretamente pelas concupiscências carnais (1ª Pe 2:11) e, desse modo, é afligida (Sl 38:18 ; 2ª Pe 2:8). Assim podemos entender porque a alma morre: "...a alma que pecar essa morrerá" (Ez 18:4). Essa morte advém dos desejos da carne que, quando consumados gera a morte (Tg 1:15). Somente o Senhor tem poder de livrar nossa alma da morte (Sl 116:8 ; 2ª Pe 2:9).
Após a queda as faculdades morais e espirituais do homem foram afetadas (Rm 1:25). As relações entre Deus e o homem foram afetadas pelo pecado (Is 59:2), levando assim a criatura a desprezar o Criador (Pv 14:2). Desse modo, os pecados do espírito, que são: o orgulho, a avareza, o egoísmo, a vaidade e tantos outros males, passaram a existir no coração do homem (Pv 16:18 ; 25:28 ; Ec 2:17). Segundo Jesus, o reino dos céus será dado aos "pobres de espírito" (Mt 5:3).
O homem criado para uma comunhão duradoura com seu Criador, se viu separado dele por causa do pecado (Gn 3:23,24). O pecado levou o homem à morte espiritual (Rm 5:12), afetando diretamente sua alma e seu espírito. Para resolver esse grande problema Deus enviou seu Filho (Gn 3:15 ; Gl 4:4), que por seu sangue nos aproximou de Deus (Ef 2:13) e nos deu uma nova vida (Ef 2:5,6).
Em Cristo,

                Tarcísio Costa de Lima

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Nosso corpo é templo do Espírito Santo


Deus criou o homem de maneira especial, pois o formou à sua imagem e semelhança. Tal procedimento diferençou das demais criaturas criadas, quando apenas surgiram conforme a ordenação divina de acordo com sua espécie. O homem ganhou corpo, alma e espírito tornando distinto das demais coisas criadas por Deus. Um ser completo, com consciência e livre-arbítrio capaz de dominar as demais criaturas da terra. Tal situação leva-nos a um compromisso de "administrar" bem o corpo que recebemos de Deus, pois como crentes, ele é agora templo do Espírito Santo.
O corpo é visto na Bíblia com vários significados, todos com aplicações espirituais, uma vez que somos habitação de Deus (Ef 3:17). Em cada significado somos depositários do Espírito Santo, pois é Ele quem nos dá garantia acerca de nossa filiação espiritual (Rm 8:16).
O tabernáculo foi uma construção provisória para alí Deus manifestar sua glória e sua presença enquanto caminhavam no deserto (Êx 40:34,38). Pedro compara o nosso corpo a um tabernáculo terrestre (2ª Pe 1:13,14), algo provisório usado como depositário da alma e do espírito (Hb 4:12), enquanto estivermos caminhando no deserto desta vida (Jó 7:1 ; 14:1 ; 2ª Co 5:4).
Desde que foi formado (Gn 2:7), o homem tomou consciência de que foi feito do barro (Gn 3:19 ; Jó 10:9). Isto mostra a fragilidade da vida humana (Sl 103:15,16). Ensina-nos também a facilidade de sermos moldados por Deus (Jr 18:6) e depositários dos tesouros divinos (2ª Co 4:7). Por isso devemos estar santificados para honra e glória do Senhor (2ª Tm 2:20,21).
Paulo, simbolicamente falando, chama o nosso corpo de "casa terrestre" (2ªCo 5:1). Uma casa frágil, que se desfaz (2ª Co 5:1b) com o tempo de uso (Sl 90:10). Nesta casa habitam a alma e o espírito (1ª Ts 5:23), os quais precisam estar sempre santos (1ª Pe 1:16), para que possamos alcançar de Deus "um edifício" nos céus (2ª Co 5:1c). Até que esse momento não chegue, devemos ser fiéis àquele que nos constituiu herdeiros dessa herança espiritual (Cl 3:24). 
Assim como no Antigo Testamento a santidade estava diretamente ligada ao templo (Lv 8:10), no Novo Testamento está ligado diretamente ao nosso corpo, templo do Espírito Santo (1ª Pe 1:16). Paulo ao falar da importância da santificação disse que ela começa do interior para o exterior (1ª Ts 5:23), mostrando claramente que o corpo está nos propósitos de Deus para ser santo (Hb 10:22).
A santidade deve alcançar nossas mãos, pois através delas o Senhor nos usará na sua obra (At 19:11). As mãos precisam estar santificadas para orar (1ª Tm 2:8 ; Sl 141:2), para abençoar (Mt 19:13), para estar diante do Senhor (Sl 24:3,4), pois elas fazem parte do corpo (1ª Co 12:14,15) e precisam estar sempre prontas para o serviço do Senhor (At 5:12) e para o nosso sustento (1ª Co 4:12).
Os pés falam de nossa conduta (1º Sm 18:5), por isso eles precisam estar limpos (Jo 13:8) e consagrados para andar em retidão na presença do Senhor (Gn 5:22,24). Para que possamos espalhar a nossa fé, nossos pés precisam também estar calçados com "a preparação do Evangelho da paz" (Ef 6:15). Com os pés santificados podemos plenamente seguir a Jesus (Mt 9:9).
Os olhos são as janelas da alma, por isso eles precisam estar santificados (Mt 6:22), por causa da concupiscênciaque nos faz pecar (1ª Jo 2:16). Para isso o crente precisa evitar as "coisas más" diante de seus olhos (Sl 101:3) e olhar "firmemente" para Jesus (Hb 12:2). Para santificar os nossos olhos, o Senhor nos convida a "comprar" colírio do céu (Ap 3:18c). Com os olhos santificados podemos contemplar as maravilhas da Lei de Deus (Sl 119:18).
Em Cristo,

               Tarcísio Costa de Lima  

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

A doutrina da mordomia cristã


O termo "mordomia" tem sido muito divulgado pela imprensa em geral para designar regalias no exercício da função pública. Entretanto, no contexto bíblico, a palavra "mordomia" fala da consciência que o crente deve ter de que tudo o que possui vem de Deus, sendo ele apenas um administrador fiel. A fidelidade é decorrente da certeza de que a qualquer momento, seremos chamados a prestar contas diante de Deus. Por isso, a vida e os seus valores devem ser vividos e administrados sob o ponto de vista de Deus.
É através da doutrina da mordomia cristã que os princípios básicos da vida do crente são expostos (Lc 12:42). O conhecimento da "doutrina da mordomia cristã" dá ao crente uma maior perspectiva da vida no seu dia-a-dia. A doutrina bíblica da "mordomia" centraliza seus princípios na soberania de Deus (Sl 24:1), nos colocando como "mordomos", de preferência fiéis (1ª Co 4:2).
Para se compreender o princípio bíblico de mordomia, precisamos saber que: "Do Senhor é a terra e a sua plenitude, o mundo e aqueles que nele habitam" (Sl 24:1). Nosso papel aqui é apenas reconhecer a soberania divina sobre todas as coisas e exercer a função profícua de mordomos, pois nada levaremos daqui (1ª Tm 6:7). Por isso, devemos exercer com fidelidade a mordomia cristã, para que tenhamos direito ao descanso eterno (Mt 25:21).
A Bíblia afirma que Deus é o autor de toda Criação: "Pela fé entendemos que os mundos, pela Palavra de Deus, foram criados..." (Hb 11:3a). O Gênesis mostra a criação de forma ordenada e gloriosa (Gn 2:1), destacando sempre o poder criador de Deus (Gn 1:24,25). A doutrina da Criação traz ao homem a responsabilidade pela preservação do que Deus fez como mordomo de seu próprio mundo (Gn 1:29 ; Dt 20:19).
A criação do homem foi por ato expontâneo de Deus (Gn 1:26). O homem passou a pertencer ao Senhor por um direito de criação. Ele declarou através do profeta Isaías, dizendo: "Eu fiz a terra, e criei nela o homem, eu o fiz..." (Is 45:12). A vida do homem veio direta de Deus (Gn 2:7), tornando-o pessoa  com consciência de si mesmo com livre arbítrio (Gn 2:16,17 ; 4:7). Por isso, devemos viver conscientes de nossa mordomia, pois um dia prestaremos contas a Deus (Ec 12:7).
Compreender a mordomia cristã como uma oportunidade de melhor servir ao Senhor é uma grande benção (Jo 12:26). Tudo sucede quando entendemos que o Senhor é dono de todas as coisas (Jo 1:3) e que somos apenas serviçais para cumprir o propósito divino (Jo 2:5). Quando agimos assim as bençãos divinas nos alcançarão (Dt 28:2).
O verdadeiro mordomo espiritual não é aquele que apenas "vê" o reino, mas que "entra" (Jo 3:3,5). A partir daí tudo muda na nossa relação com Deus e com sua obra (Gl 2:20). Tudo passa a ser santo e sagrado diante da grandeza do reino de Deus (Tt 1:15). Somos agora cooperadores de Deus para construção de um reino espiritual na terra (1ª Co 3:9).
O conceito cristão de mordomia nos faz crescer o senso de responsabilidade (1ª Co 9:17). Temos responsabilidade com nossa vida, nosso corpo, com a igreja e com nossos semelhantes (Mt 7:12). Nossa responsabilidade se amplia quando sabemos que iremos prestar contas a Deus (2ª Co 5:10). Por isso devemos aproveitar o tempo que nos resta para pregarmos o Evangelho (2ª Tm 4:2) e fazer o bem a todos (Gl 6:9,10).
Cientes de nossa fragilidade (Sl 103:14,15) e da incapacidade para desempenharmos bem nossa mordomia, devemos depender totalmente do Espírito Santo (Rm 8:26). Ele nos ajudará em nossa tarefa de administrar os bens temporais e espirituais recebidos do Senhor (1ª Pe 4:11). Aceitemos, pois, o que disse Jesus: "...porque sem mim nada podeis fazer" (Jo 15:5).
Em Cristo,

                Tarcísio Costa de Lima

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Apologética Cristã - Batalha Espiritual


Batalha espiritual tem sido um tema bastante discutido ultimamente. Não resta a menor dúvida de que vivemos experimentalmente em nossas vidas a batalha espiritual, como também é verdade que há uma valorização extremada dos demônios por parte de pessoas que têm uma teologia desequilibrada a respeito do assunto. É importante estudar a verdade sobre este tema para não incorrermos no equívoco de dar aos problemas, diagnósticos quem não correspondam à realidade.
Uma vez que a Bíblia trata da existência de uma intensa batalha envolvendo o reino de Deus e o reino das trevas, não podemos ficar alheios a esse assunto. Primeiro, porque nós estamos envolvidos, e qualquer cristão pode atestar essa realidade nas suas próprias experiências (2ª Co 12:7). Segundo, porque é nossa missão contribuir para a libertação espiritual de outras pessoas (Mt 10:1,8 ; Mc 16:17).
Jó foi afligido (Jó 1:6-12), o homem de Gadara estava possesso por uma legião de demônios e Jesus os expulsou (Lc 8:26-39). Em outra oportunidade, expulsou também da vida de uma mulher sete demônios (Lc 8:2), havia uma outra mulher há dezoito anos sofrendo como prisioneira de Satanás e Jesus a libertou (Lc 13:10-17). Paulo também, no exercício de seu ministério, deparou com pessoas possessas (At 16:16-18). Ainda hoje a Igreja luta contra o reino das trevas (Ef 6:12).
Quem de nós não é alvo dos constantes ataques de Satanás? Se há uma coisa certa, é que, ele nunca desistiu de nós. O grande aviso foi dado por Pedro: "Sede sóbrios, vigiai, porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar; ao qual resisti firmes na fé, sabendo que as mesmas aflições se cumprem entre os vossos irmãos no mundo" (1ª Pe 5:8,9). O apóstolo Paulo enfrentou na sua vida constantes ataques de Satanás (2ª Co 12:7), foi certa vez impedido de visitar Tessalônica (1ª Ts 2:18). O crente, no entanto, não precisa temer as forças do mal, pois sua vida está guardada em Cristo (Cl 3:3).
Uma posição perigosa é emprestar valor demasiado aos demônios, mania que muitos crentes têm, para todos os fatos e infortúnios da vida (Ef 4:27). É preciso ter muito cuidado, principalmente com a literatura nesta área, hoje, muito explorada e às vezes sem o devido conteúdo bíblico. Examinaremos três situações preocupantes, quando o assunto é a valorização dos demônios.

1º A preocupação na liturgia do culto: Em Atos 2:42-47, temos os registros das primeiras atividades da Igreja Primitiva. O culto naquela igreja contemplava, prioritariamente o ensino da Palavra, com ênfase na Doutrina dos Apóstolos. Isso fazia aquela igreja atrativa, caindo na graça do povo. No entanto, vivemos hoje uma situação, em que muitas igrejas mudaram a centralidade de seus cultos. Dá-se exagerada importância a batalha espiritual, como se o culto fosse do seu início ao fim uma disputa entre as forças do bem e as forças do mal, amarrando todos os demônios (Rm 16:20).

2º Nas circunstâncias da vida: É preciso de uma vez por todas, saber discernir entre as obras da carne e as ações do inimigo (1ª Jo 4:1). Existem muitos crentes que interpretam aquilo que fazem de errado como se fossem demônios, quando na verdade são atitudes carnais (Gl 5:19-21).

3º A falta de apoio bíblico: Existem algumas práticas adotadas pelos pregadores e alguns escritores de batalha espiritual que são questionáveis à luz da Bíblia. Uma delas diz respeito à exorcisação, na hora de expulsar o demônio a pessoa fica tentando manter diálogo e ordenando a sua manifestação. Não vamos encontrar Jesus ensinando e nem praticando esse tipo de exorcismo, ao contrário, a sua presença era o bastante para que eles se manifestassem (Mc 1:23-27). Os apóstolos também não adotaram tal prática, o exemplo é de Paulo na cidade de Filipos (At 16:16-18).

Em Cristo,

                 Tarcísio Costa de Lima   

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Apologética Cristã - A falsa doutrina das maldições hereditárias


Como todo ensino controverso, a Teologia da Maldição Hereditária foi concebida a partir da má interpretação bíblica, e faz parte de um pacote de novidades que surgem periodicamente em nosso meio, é como um novo produto no mercado. E, muitas vezes, por encontrar terreno apropriado, essas novidades acabam enraizando, criando sérios problemas para a vida da Igreja.
Esse ensino diz que qualquer pessoa, mesmo aquelas já convertidas a Cristo, que carregam consigo certos problemas, não conseguirão se libertar deles, se não quebrar as maldições das gerações passadas (Ez 18:20). Se acontecer na vida da pessoa ou de sua família problemas, porque os seus ancestrais deram lugar ao diabo, e agora a sua família está sob "a maldição hereditária", entretanto, a Bíblia afirma, que os que estão em Cristo Jesus, são novas criaturas: as coisas velhas ficaram para trás (2ª Co 5:17).
Esse é um dos textos prediletos dos pregadores que ensinam sobre a crença na maldição hereditária: "Não te encurvarás a elas nem as servirás; porque eu, o Senhor, teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a maldade dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem" (Êx 20:5,6). No entanto, no texto o que está em foco não são maldições hereditárias e sim os efeitos do pecado. A Bíblia deixa muito claro que a responsabilidade pelos pecados é individual (Ez 18:1-4).
Assim, se uma pessoa é acometida de certa enfermidade, como câncer, por exemplo, é porque essa doença se fez presente em gerações passadas, é uma maldição herdada que precisa ser quebrada. Jesus certa vez foi arguido pelos seus discípulos sobre um determinado cego de nascença, e respondeu: "Nem ele pecou, nem seus pais; mas foi assim para que se manifestem nele as obras de Deus" (Jo 9:2,3).
Outra crença dessa teologia é de que há nomes próprios cujos significados são carregados de uma carga negativa muito grande, e uma vez que se dá um desses nomes a uma pessoa, o mesmo pode se constituir em fator de maldição na vida dela. Há inúmeros nomes na Bíblia cujos significados não corresponderam àquilo que as pessoas foram na prática: Absalão - pai da paz; Judas - louvor; Apolo - nome de um deus da mitologia grega. O que faz o nome é o caráter da pessoa. Um dia, todos os salvos terão um novo nome (Ap 2:17).
Em vez do crente buscar nos seus ancestrais as razões do presente, ou na maldição que alguém proferiu, ou no nome que os pais lhe deram, ou na explicação mística de um "profeta", é preciso de uma vez por todas avaliar as atitudes pessoais, elas são determinantes quanto às bençãos ou maldições na vida de uma pessoa. Isto é o que ensina a lei da semeadura (Gl 6:7).
Em Cristo,

                Tarcísio Costa de Lima

terça-feira, 20 de julho de 2010

Apologética Cristã - O perfeito louvor congregacional


O louvor é parte importante no culto que se presta a Deus. No entanto, quando vem do homem, só pode ser considerado louvor, se partir do coração de um crente espiritual. Vou discorrer um pouco sobre uma das formas de louvor: o congregacional, seus rítmos e suas inovações.
O louvor é uma forma da alma humana se expressar. Através dele se expressa alegria, ânimo, gratidão, melancolia, saudades, desejos, admiração e reconhecimento. Sempre haverá motivos para louvar (Sl 34:1). O louvor deve ser sempre e unicamente dirigido a Deus (Lc 4:8) como forma de expressar da alma e nunca ser desviado dos seus objetivos reais. O salmista nos mostra a individualidade do louvor, dizendo: Preparado está o meu coração, ó Deus, cantarei e salmodiarei com toda a minha alma" (Sl 108:10). Neste Salmo, Davi se identifica como alguém cujo coração ferve de desejo para louvar a Deus (Sl 108:3). Apesar de ser um dever, o louvor tem que ser algo espontâneo, como parte das experiências da alma humana com o seu Criador (Jó 1:21).
"Vinde, cantemos ao Senhor! Cantemos com júbilo à rocha da nossa salvação! Apresentemo-nos ante a sua face com louvores e celebremo-lo com Salmos" (Sl 95:1,2). O louvor na congregação dá a idéia de um povo tomado pelos mesmos sentimentos (Tg 5:13). Na medida que o povo canta na presença de Deus, Ele se faz sentir, e os resultados são cânticos e júbilos. O louvor, que por sua vez, faz parte do culto, não pode ser fruto da irracionalidade, mas da racionalidade (Rm 12:1). Precisamos ter discernimento, fazer uso da razão, para entendermos o que é que estamos ofertando a Deus.
A cultura musical da Igreja tem duas épocas distintas: antes e depois da mídia. Não há dúvida que a maior parte das inovações e rítmos no louvor da Igreja  vem desta capacidade de influência dos meios de comunicação. Sai de cena a hinologia sacra e dá lugar a uma música que é, cada vez mais, um produto pronto para consumo, do que para a glória de Deus e edificação da alma (1ª Co 10:31).
Evidentemente é preciso que se respeite a cultura, afinal de contas vivemos em um país de uma diversidade enorme, e temos que respeitar essa multiplicidade cultural. Agora, plágio não é cultura, é cópia mesmo. Quando a Igreja busca reproduzir o que está acontecendo lá fora, ela cria um choque com a Palavra de Deus (Rm 12:2).
Uma das características do verdadeiro culto prestado a Deus é a reverência (Lv 19:30). Reverenciar significa honrar e respeitar alguém apropriadamente. Nunca devemos permitir que elementos do louvor se degenerem em excessos irreverentes. Ainda que traga muita alegria, o louvor não é um instrumento de mera diversão humana. O louvor deve ser sempre uma expressão de reverência a Deus (Sl 9:1,2).
No contexto das inovações, existem muitas coisas que impedem a manifestação do Espírito Santo em um dos momentos mais penetrantes do culto (Ef 4:30). Quando a alma devia estar comovida, alimentando-se de Deus e do seu amor, muitas vezes, é desviada por elementos que não têm nada a ver com o momento do louvor. É preciso que se tome cuidado com aquilo que se pega emprestado, tais como: coreografias extravagantes durante a ministração do louvor, gritarias, danças ou coisas semelhantes (Ef 4:31). É preciso equilíbrio e discernimento para controlar os excessos, e aqui vão algumas sugestões de Paulo que servem de ponto de partida para a avaliação de qualquer prática na Igreja: Isso é útil? (1ª Co 6:12); isso domina? (1ª Co 6:12); faz outros tropessarem? (1ª Co 8:12,13); glorifica a Deus? (1ª Co 10:31). Se não, devemos repensar nossa maneira de adoração e louvor.
Em Cristo,

                 Tarcísio Costa de Lima 

Apologética Cristã - as inovações neopentecostais


O surgimento do neopentecostalismo no Brasil está primariamente ligado à sujeição da cultura norte-americana. No campo teológico não tem sido diferente, a Igreja acaba consumindo o que se produz nos EUA. Dentro desse contexto, segundo alguns estudiosos, está uma gama de fatores, que estão ligados à fragilidade teológica da Igreja, a vocação mística do povo brasileiro, obsessão pela praticidade e pelo utilitarismo. O "evangelho neopentecostal" volta todas as suas atenções para uma cultura de consumo e sucesso (Fp 1:15). Por ser excessivamente tolerante, o neopentecostalismo se tornou um movimento de inclusão, aceitando no seu seio todo tipo de pensamento e prática. Por ser pluralista é um movimento que agrega, sem critérios, toda nova visão que aparece, desde que a mesma venha acompanhada de uma virtual autoridade (1ª Jo 4:1). É um movimento que não valoriza a reflexão bíblica, até porque a Bíblia é um instrumento adaptado aos propósitos de sua teologia, e se nega a sujeitar àquilo que realmente ela diz, enfocando apenas o que se quer (1ª Tm 4:1,2).
A ênfase de sua mensagem recai, quase que exclusivamente na fé, como instrumento não de salvação, mas de trazer para a existência a prosperidade financeira e a saúde perfeita (1ª Co 2:5). O movimento trabalha muito mais a dimensão física da pessoa do que a sua dimensão espiritual (1ª Tm 4:8). "Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens" (1ª Co 15:19).
É preciso salientar que a obra de Deus precisa de dinamismo, criatividade, estratégias e fervor. Não se pode prescindir dos dons, da capacidade, do arrojo dos homens e mulheres de Deus (1ª Ts 5:12,13). Entretanto, é preciso se resguardar de práticas que não contam com o apoio bíblico. Já no Antigo Testamento temos o exemplo dos filhos de Arão, Nadabe e Abiú, que morreram por se apresentarem a Deus com fogo estranho (Lv 10:1,2). É necessário entender que funcionalidade não é garantia de prática correta.
Igrejas que fundamentam seus cultos, seus trabalhos, suas programações exclusivamente em cima de inovações, pagarão um alto preço, o dia em que elas deixarem de existir (1ª Tm 6:3-5). Embora o Antigo Testamento seja rico em tipologia, exatamente com a função de tornar mais fácil a comunicação de Deus com o seu povo (Hb 10:1), no Novo Testamento esses símbolos ficaram reduzidos basicamente a três: A água no batismo, o pão e o vinho na Santa Ceia (1ª Jo 5:7,8). Só que o neopentecostalismo inovou, criando um conjunto de práticas que jamais se viu na história, boa parte destas inovações cheiram a superstições e alguns símbolos e objetos passam a servir de amuletos. Infelizmente, muitas coisas têm surgido no mundo neopentecostal: o copo com água ungida, a rosa ungida, unção coletiva, unção de carteira de trabalho, fotos, roupas, objetos de uso pessoal, etc. Perdem-se de vistas as diversas campanhas que vão e voltam, sem que para isso haja reflexão bíblica.
Em Cristo,

                 Tarcísio Costa de Lima 

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Apologética Cristã - Católicos Carismáticos: Avivamento ou estratégia?


O movimento da Renovação Católica Carismática é um dos que mais cresce no Brasil nos dias atuais, graças, principalmente, ao apoio que recebe por parte da grande mídia nacional. Por não abandonar práticas condenáveis pela própria Bíblia se tornou alvo de muitos questionamentos quanto à sua originalidade. Nesta artigo tratarei dos pontos que podem trazer luz a respeito do referido movimento.
O termo "Carismático" deriva-se de "Carisma", tradução da palavra grega charisma, que significa "dom". Assim, quando se fala em Carismáticos é uma referência aos que crêem nos dons espirituais dados à Igreja Primitiva e que estão disponíveis ou ao alcance da igreja nos dias atuais (1ª Co 12:1). Esse termo em referência aos Católicos serve para designar aqueles que dentro do catolicismo acreditam e buscam as manifestações dos dons espirituais.
Por volta do ano de 1966, dois professores leigos de teologia da Universidade de Duquesne, uma instituição de ensino católica, na cidade de Pittsburgh, no Estado da Pensilvânia, EUA, iniciaram uma busca por satisfação espiritual em suas vidas. Ralph Kefer e Bill Storey, após as leituras dos livros "A Cruz e o Punhal" de David Wilkerson e "Eles falam em outras línguas" de John Herrill, descobriram que a promessa do batismo no Espírito Santo como está em Atos 2:39, dizia respeito a eles também. Foi aí que começaram a busca, procurando encontros de oração em igrejas pentecostais, num destes encontros, eles foram batizados no Espírito Santo. A partir daí, começaram a se reunir em grupos de oração, em retiros e vigílias, e outros também vieram a ter mesma experiência.
Aquela liturgia latinizada e de certa forma enrijecida, deu lugar a uma mais solta e mais alegre. O louvor ficou mais contagiante, palmas e gestos deram um brilho especial aos cânticos, claro que, com letras e músicas evangélicas (Lc 16:8).
Houve de fato um derramar do Espírito Santo sobre os sedentos (Is 44:3). Como a Igreja Católica dá muita ênfase às tradições, e a autoridade é da instituição e não da Bíblia, ao longo do tempo perderam a objetividade do batismo com o Espírito Santo (Jo 16:13,14). A idolatria e a mariolatria continuaram formas vivas no culto carismático, resguardando às exceções de uns poucos católicos que abandonaram estas práticas e conseguiram se manterem dentro da igreja.
O movimento Carismático visou devolver aos que permaneceram fiéis ao catolicismo, o orgulho de serem católicos. Através de campanhas bem elaboradas, apelaram para o sentimento dos fiéis no sentido de detê-los dentro da igreja através de "slogans" e chamadas à conciência católica.
O alvo principal era aqueles que migraram para o movimento pentecostal em busca de uma experiência de salvação e de renovação nas suas vidas (Rm 1:16,17). Vale ressaltar aqui que o movimento de Renovação Carismática em está preocupado simplismente fazer crescer numericamente o rebanho que já começava a ficar desestimulado com uma prática litúrgica envelhecida e atraídos pela vida dos cultos pentecostais (Mt 15:6-9).
Infelizmente, para esse movimento Maria está no centro. Os apelos são sempre muito sentimentalistas, porém não convencem àqueles que conhecem o lugar exato do Salvador e da mãe do Salvador (1ª Tm 2:5 ; Lc 16:13).
Em Cristo,

                Tarcísio Costa de Lima  

Apologética Cristã - A necessidade de discernimento bíblico


Os falsos ensinos só ganham terreno onde há falta de conhecimento bíblico aliado à ausência do discernimento. Cerca de 750 a.C., por intermédio do ministério do profeta Oséias, Deus já esclarecia: "O meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento..." (Os 4:6). Após muitos séculos, a falta de conhecimento continua sendo a causa de muitos problemas do homem em relação a Deus. Por isso a Igreja é admoestada a meditar na Palavra de Deus a cada dia e fazer dela sua defesa contra as falsas doutrinas.
Entende-se por discernimento a capacidade que a pessoa tem de estabelecer diferença. Segundo Aurélio, é "a faculdade de julgar as coisas clara e sensatamente". Concernente ao âmbito espiritual da vida é a capacidade de distinguir entre as alternativas, qual é a que mais se aproxima daquilo que a Bíblia tem a dizer no tocante a determinado tema (Hb 5:14). É algo que vem de Deus: "A teu servo, pois, dá um coração entendido para julgar a teu povo, para que prudentemente discirna entre o bem e o mal. Porque quem poderia julgar a este teu tão grande povo?" (1º Rs 3:11).
A falta de leitura bíblica é um agravante. Quando falo de leitura, estou me referindo ao hábito diário que cada crente deve ter em relação à Bíblia. Não há de que duvidar, a falta de discernimento está ligada direta e proporcionalmente à falta de leitura acompanhada de meditação das Sagradas Escrituras. Se nós cristãos como um todo, nos despertássemos para essa prática, fecharíamos de vez as portas para as seitas e heresias (1ª Tm 4:15,16). Só o conhecimento da Palavra de Deus pode fazer a defesa certa contra os ataques das seitas (Sl 119:105).
Sabedoria e discernimento são duas virtudes que caminham inseparáveis, e a forma de adquirí-las está definida por Tiago (Tg 1:5). Quando o crente hora pedindo discernimento ele está dando liberdade ao Espírito Santo em sua vida, para que Ele possa conduzí-lo nas circunstâncias difíceis (1º Cr 21:10-13). O grande exemplo está no próprio Jesus orando para a escolha dos seus discípulos, foi uma noite inteira de oração (Lc 6:12-16).
De todos os apóstolos, Paulo foi o que mais se preocupou com o crescimento espiritual da Igreja e dos seus membros individualmente (Ef 4:15). Em todas as cartas que escreveu foi o único assunto que não deixou de abordar em nenhuma delas (Fp 3:1). Ele fez a seguinte exortação quando escreveu a sua primeira carta aos Coríntios para dar instruções acerca de excessos quanto às manifestações dos dons espirituais: "Irmãos, não sejamos meninos no entendimento, mas sede meninos na malícia e adultos no entendimento" (1ª Co 14:20).
A primeira implicação que a falta de discernimento traz, é vida espiritual confusa. Esta foi a situação em que ficou a igreja de Corinto, onde Paulo teve que escrever uma carta para por fim a confusão (1ª Co 11:18). Quando o povo não sabe discernir, se não houver uma liderança espiritual vigorosa o povo se corrompe.
Para a firmeza da fé é preciso viver com discernimento. Quem não discerne, jamais conseguirá afirmação como um crente maduro e equilibrado. É sabendo fazer diferença entre "coisas e coisas", que a nossa fé ganha grandeza. Há uma grande necessidade de sabermos discernir os dias atuais, pois são dias de grande "confusão espiritual", onde o crente é confrontado com as seitas e ideologias humanas. Vigiemos pois, e sejamos sóbrios.
Em Cristo,

                Tarcísio Costa de Lima

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Apologética Cristã - A Igreja como voz profética para o mundo.


Qual é o verdadeiro papel profético da Igreja? A Igreja quanto mais afinada com a Palavra de Deus torna-se mais credenciada para ser um instrumento e cumprir com os propósitos divinos aqui na Terra. Enquanto ela cumpre a missão delegada por Deus, se torna também benção para aqueles que são alcançados pelas verdades que ela prega. Vou discorrer um pouco sobre a verdadeira voz profética da Igreja e o seu papel de despertar a conciência humana para Deus.
Um dos maiores equívocos do homem está expresso na seguinte frase: "a voz do povo é a voz de Deus". Em sua absoluta perfeição moral, a veracidade se torna o aspecto do caráter de Deus que mais confronta o homem desviado da verdade (Rm 3:4).
Por seu caráter, a voz profética é de natureza solitária (Jo 1:23). Se tomarmos como exemplo os homens que falaram da parte de Deus no passado iremos constatar que, na maioria das vezes, eles falavam sozinhos, ou seja, não faziam coro com a multidão. Micaías, por exemplo, ficou sozinho para dizer a verdade ao rei Acabe (1º Rs 22:14), contra os profetas mentirosos (1º Rs 22:6). Elias teve que lutar contra a mentira e a idolatria num dos piores períodos de sua nação (1º Rs 18:22). Com a Igreja não é diferente, o mundo moderno conspira contra a própria noção da verdade (Rm 1:24,25), e para ser a verdadeira voz profética a Igreja precisa aceitar a solidão do seu ofício.
Historicamente, a manifestação da verdadeira voz profética se deu nos momentos de maior crise. Talvez aí se explique o seu caráter solitário. Elias chegou a se queixar a Deus por se sentir só (1º Rs 19:10). João Batista, como uma voz, clamava em tempos difíceis, anunciando a chegada de um novo tempo (Lc 3:1-16). Somos parte de uma geração que precisa conhecer a nossa hora, principalmente do ponto de vista dos acontecimentos proféticos.
Os homens mais solitários são aqueles a quem é confiada uma mensagem verdadeiramente profética (Lc 5:16). Por causa do seu zelo e de suas aspirações, dificilmente são cercados de multidões. Não é fácil acompanhar um profeta como Noé, que pregou a mensagem de arrependimento aos seus contemporâneos sem que uma alma se arrependesse (Hb 11:7 ; 2ª Pe 2:5). Seguir os passos de um Paulo que ansiava por ver o mundo convertido a Cristo, mas convivia com o sentimento de solidão: "Bem sabes isto: que os que estão na Ásia todos se apartaram de mim; dentre os quais foram Fígelo e Hermógenes" (2ª Tm 1:15). Se a Igreja sonha com a verdade, a justiça, o perdão, a paz, ela deve estar preparada para não contar com as multidões.
A Igreja precisa compreender a importância que ela tem no contexto atual e assumir a responsabilidade de ser uma voz profética de confrontação. Confrontar os homens quanto aos seus pecados (Mc 6:18), quanto à santidade de Deus (1ª Pe 1:15), às injustiças sociais (Am 5:11-15), desigualdades (Lc 3:11), à fonte da salvação (At 4:12) e quanto ao tempo da salvação: "Buscai ao Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto" (Is 55:6).
A Igreja deve imitar o evangelista João: "E, naqueles dias, apareceu João Batista pregando no deserto da Judéia e dizendo: Arrependei-vos, porque é chegado o Reino dos céus" (Mt 3:1,2). É regra que ao final de toda boa mensagem  segue-se o apelo (Is 53:1). O grande êxito do cristianismo reside no chamamento que a Igreja, através da sua mensagem salvadora, faz ao mundo. Pedro, no dia de pentecostes, tomado de poder e graça no Espírito, conclamou o povo ao arrependimento (At 2:37).
A atual sociedade vive uma cultura permissiva. Quando falo de cultura permissiva me refiro ao ato de tolerância a todas as práticas, quer certas ou erradas (Ap 2:20). Em função da sua cegueira espiritual, a permissividade dá ao homem o direito de julgar os seus próprios atos, sem que para isso tenha que prestar contas. A Palavra de Deus rejeita essas práticas (Rm 1:26-32). A Igreja que quer ser a verdadeira voz profética de Deus precisa se manifestar contrária a esse estado de caos, do contrário deixa de ser sal e luz (Fp 2:15).
Em Cristo,

                Tarcísio Costa de Lima  

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Apologética Cristã - As tarefas da Igreja na Terra


Lucas ao encerrar o livro de Atos dos Apóstolos nos deixa claro que a Igreja Primitiva deu sequência ao ministério de Jesus (At 28:31). Os apóstolos foram imitadores do ministério de Jesus, e assim a Igreja cumpria os seus propósitos aqui na Terra. Hoje, mais que nunca, precisamos fazer o mesmo. Na sua missão de ser Igreja, há pelo menos três tarefas básicas que jamais podem ser negligenciadas.

PRIMEIRA: Prestar culto a Deus.
Não há missão mais nobre do que a de prestar culto a Deus (1º Cr 16:29). O primeiro propósito do nosso relacionamento com Deus é o de adoração (Slo 132:7). Paulo enfatizou esta verdade.
A Igreja foi escolhida em Cristo, com a finalidade de resgatar o verdadeiro culto a Deus (Ef 1:12). O verdadeiro cristianismo carrega no seu seio um sentimento de profunda gratidão, que resulta da alegria proveniente da esperança, que há em Cristo e se manifesta em brados de júbilos (Sl 98:4), ultrapassando todas as esferas dos sentimentos humanos, com o propósito de colocar o nome de Deus acima de todos os nomes.
A descida do Espírito Santo no dia de Pentecostes, habilitou a Igreja a testificar das grandezas de Deus (At 2:11). Grandezas aqui neste texto são: "megaleios", do grego, significando: sublime, formidável, excelente, majestoso, magnificente. Assim bradavam os crentes recém batizados no Espírito Santo, e os visitantes de Jerusalém atônitos admiravam. A primazia da unção do Espírito Santo é levá-los a uma vida que glorifique a Deus, não só pelo falar, mas principalmente pelo agir, que é o culto da vida (1ª Co 6:20).
O culto não se perde no espaço e no tempo, quando a ação da Igreja está verdadeiramente voltada para glorificar a Deus. Essa ação por si só é capaz de atrair as pessoas para Cristo (At 2:47). Lendo a história da Igreja Primitiva percebemos a existência de um culto alegre e uma liturgia contagiante (At 2:46). Era tão contagiante que as pessoas de bom grado recebiam a mensagem, arrependendo-se dos seus pecados, entregavam suas vidas a Cristo.

SEGUNDA: Anunciar a salvação.
Fazer Jesus conhecido é uma forma de demonstrar toda a alegria e gratidão por tê-lo encontrado (Mc 5:19,20). A mulher samaritana, assim que encontrou Jesus, saiu depressa: "Deixou, pois, a mulher o seu cântaro, e foià cidade, e disse àqueles homens: vinde e vede um homem que me disse tudo quanto tenho feito; porventura, não é este o Cristo?" (Jo 4:28,29). Paulo, além de sua alegria e gratidão, tinha também a pregação do Evangelho como uma obrigação e forma de cooperar com a vontade do Senhor (1ª Co 9:16).
Todas as ordens dadas por Jesus, dão a idéia clara da universalidade da mensagem de salvação. Em Mc 16:15, a ordem é, que se pregue a "toda criatura". Em Mt 28:19, o ide abrange "todas as nações". Na promessa do Espírito Santo (At 1:8), como poder capacitador para a pregação do Evangelho, temos a expressão, até os "confins da terra". A Igreja precisa despertar sua vocação missiológica e evangelizar o mundo (Sl 2:8 ; Jo 3:16).
A Epístola aos Hebreus inicia colocando Cristo como o ápice e a perfeita revelação de Deus ao mundo (Hb 1:1-4). Diz o texto, que nos últimos tempos Deus falou através de seu Filho. E foi exatamente Jesus, seu Filho, que deu a ordem para a Igreja pregar em seu nome (Mc 16:15-20). Pregar a salvação é uma missão exclusiva da Igreja, diferente do louvor e adoração. É preciso que se compreenda o privilégio desta exclusividade a fim de que não haja negligência (At 26:19).

TERCEIRA: Edificar os seus membros.
A Igreja precisa prover meios de crescimento espiritual a fim de apresentar todo homem perfeito (Cl 1:28). Agindo assim, a Igreja garantirá que os crentes e principalmente os novos convertidos compreendam a mensagem do Evangelho na sua totalidade (Ef 4:13).
Por maturidade cristã entende-se o estado alcançado por aquele que conseguiu desenvolver-se espiritual, mental e moralmente rumo à perfeição (Pv 4:18). A busca da maturidade deve ter como referência a exelência do caráter de Cristo (2ª Co 3:18). É dever da Igreja, como corpo, cuidar de proporcionar aos seus membros, os meios necessários para que cada um possa caminhar rumo a esta perfeição (Fp 3:13,14).
Atentemos para o que Paulo diz: "Porque, assim como o corpo é um e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, são: um só corpo, assim é Cristo também" (1ª Co 12:12). Talvez um dos maiores prejuízos que a Igreja tem tido nos últimos dias é não saber agir como corpo. Essa brilhante comparação de Paulo precisa despertar em cada crente sentimentos nobres, voltados para a mutualidade, contribuindo para o crescimento e aperfeiçoamento da Igreja de Cristo na Terra (Rm 12:5).
A Bíblia nos ensina uma responsabilidade individual: "... de maneira que cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus" (Rm 14:12). Cada crente deve chamar para si a responsabilidade do seu desenvolvimento espiritual. Para isso a Igreja precisa incentivá-los aos saudáveis exercícios de crescimento espiritual, na maioria das vezes esquecidos ou negligenciados.
Em Cristo,

                 Tarcísio Costa de Lima