quarta-feira, 14 de julho de 2010

Apologética Cristã - As tarefas da Igreja na Terra


Lucas ao encerrar o livro de Atos dos Apóstolos nos deixa claro que a Igreja Primitiva deu sequência ao ministério de Jesus (At 28:31). Os apóstolos foram imitadores do ministério de Jesus, e assim a Igreja cumpria os seus propósitos aqui na Terra. Hoje, mais que nunca, precisamos fazer o mesmo. Na sua missão de ser Igreja, há pelo menos três tarefas básicas que jamais podem ser negligenciadas.

PRIMEIRA: Prestar culto a Deus.
Não há missão mais nobre do que a de prestar culto a Deus (1º Cr 16:29). O primeiro propósito do nosso relacionamento com Deus é o de adoração (Slo 132:7). Paulo enfatizou esta verdade.
A Igreja foi escolhida em Cristo, com a finalidade de resgatar o verdadeiro culto a Deus (Ef 1:12). O verdadeiro cristianismo carrega no seu seio um sentimento de profunda gratidão, que resulta da alegria proveniente da esperança, que há em Cristo e se manifesta em brados de júbilos (Sl 98:4), ultrapassando todas as esferas dos sentimentos humanos, com o propósito de colocar o nome de Deus acima de todos os nomes.
A descida do Espírito Santo no dia de Pentecostes, habilitou a Igreja a testificar das grandezas de Deus (At 2:11). Grandezas aqui neste texto são: "megaleios", do grego, significando: sublime, formidável, excelente, majestoso, magnificente. Assim bradavam os crentes recém batizados no Espírito Santo, e os visitantes de Jerusalém atônitos admiravam. A primazia da unção do Espírito Santo é levá-los a uma vida que glorifique a Deus, não só pelo falar, mas principalmente pelo agir, que é o culto da vida (1ª Co 6:20).
O culto não se perde no espaço e no tempo, quando a ação da Igreja está verdadeiramente voltada para glorificar a Deus. Essa ação por si só é capaz de atrair as pessoas para Cristo (At 2:47). Lendo a história da Igreja Primitiva percebemos a existência de um culto alegre e uma liturgia contagiante (At 2:46). Era tão contagiante que as pessoas de bom grado recebiam a mensagem, arrependendo-se dos seus pecados, entregavam suas vidas a Cristo.

SEGUNDA: Anunciar a salvação.
Fazer Jesus conhecido é uma forma de demonstrar toda a alegria e gratidão por tê-lo encontrado (Mc 5:19,20). A mulher samaritana, assim que encontrou Jesus, saiu depressa: "Deixou, pois, a mulher o seu cântaro, e foià cidade, e disse àqueles homens: vinde e vede um homem que me disse tudo quanto tenho feito; porventura, não é este o Cristo?" (Jo 4:28,29). Paulo, além de sua alegria e gratidão, tinha também a pregação do Evangelho como uma obrigação e forma de cooperar com a vontade do Senhor (1ª Co 9:16).
Todas as ordens dadas por Jesus, dão a idéia clara da universalidade da mensagem de salvação. Em Mc 16:15, a ordem é, que se pregue a "toda criatura". Em Mt 28:19, o ide abrange "todas as nações". Na promessa do Espírito Santo (At 1:8), como poder capacitador para a pregação do Evangelho, temos a expressão, até os "confins da terra". A Igreja precisa despertar sua vocação missiológica e evangelizar o mundo (Sl 2:8 ; Jo 3:16).
A Epístola aos Hebreus inicia colocando Cristo como o ápice e a perfeita revelação de Deus ao mundo (Hb 1:1-4). Diz o texto, que nos últimos tempos Deus falou através de seu Filho. E foi exatamente Jesus, seu Filho, que deu a ordem para a Igreja pregar em seu nome (Mc 16:15-20). Pregar a salvação é uma missão exclusiva da Igreja, diferente do louvor e adoração. É preciso que se compreenda o privilégio desta exclusividade a fim de que não haja negligência (At 26:19).

TERCEIRA: Edificar os seus membros.
A Igreja precisa prover meios de crescimento espiritual a fim de apresentar todo homem perfeito (Cl 1:28). Agindo assim, a Igreja garantirá que os crentes e principalmente os novos convertidos compreendam a mensagem do Evangelho na sua totalidade (Ef 4:13).
Por maturidade cristã entende-se o estado alcançado por aquele que conseguiu desenvolver-se espiritual, mental e moralmente rumo à perfeição (Pv 4:18). A busca da maturidade deve ter como referência a exelência do caráter de Cristo (2ª Co 3:18). É dever da Igreja, como corpo, cuidar de proporcionar aos seus membros, os meios necessários para que cada um possa caminhar rumo a esta perfeição (Fp 3:13,14).
Atentemos para o que Paulo diz: "Porque, assim como o corpo é um e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, são: um só corpo, assim é Cristo também" (1ª Co 12:12). Talvez um dos maiores prejuízos que a Igreja tem tido nos últimos dias é não saber agir como corpo. Essa brilhante comparação de Paulo precisa despertar em cada crente sentimentos nobres, voltados para a mutualidade, contribuindo para o crescimento e aperfeiçoamento da Igreja de Cristo na Terra (Rm 12:5).
A Bíblia nos ensina uma responsabilidade individual: "... de maneira que cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus" (Rm 14:12). Cada crente deve chamar para si a responsabilidade do seu desenvolvimento espiritual. Para isso a Igreja precisa incentivá-los aos saudáveis exercícios de crescimento espiritual, na maioria das vezes esquecidos ou negligenciados.
Em Cristo,

                 Tarcísio Costa de Lima

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