sexta-feira, 9 de julho de 2010

A Congregação Cristã no Brasil!

"E rogamo-vos, irmãos, que reconheçais os que trabalham entre vós e que presidem sobre vós no Senhor, e vos admoestam". (1ª Ts 5:12)

A Congregação Cristã no Brasil é vista por alguns como uma seita, por outros, como um movimento contraditório. Meu objetivo neste artigo é demonstrar o caráter sectarista e exclusivista desta igreja, fato que me impele a tratá-la no mínimo como um movimento contraditório; pois suas doutrinas são fundamentadas em versículos isolados, e mal interpretados, das Escrituras. Além disso, os seus membros vêem as demais igrejas como seitas.
Luis Francescon, nascido em 29 de março de 1866, na comarca de Cavasso Nuovo, província de Udine, Itália, imigrou para os EUA e começou a ter conhecimento do Evangelho através da pregação do irmão Miguel Nardi. Em 1891, aceitou a Cristo como seu salvador e ano seguinte, ele e o grupo evangelizado pelo irmão Nardi e algumas famílias da igreja Valdense fundaram a primeira igreja Presbiteriana Italiana. Através do apóstolo Paulo, somos advertidos sobre o verdadeiro fundamento da igreja (1ª Co 3:10-13).
Conforme o próprio relato de Luis Francescon, após três anos frequentando a igreja Presbiteriana Italiana, enquanto lia o trecho bíblico de Colossenses 2:12, ouviu duas vezes as seguintes palavras: "Tu não obedeceste a este meu mandamento". A partir daí, inicia o questionamento do batismo por aspersão praticado por aquela igreja. Com Jesus aprendemos a forma bíblica do batismo (Mt 3:15,16).
Com a viagem do pastor da igreja Presbiteriana, coube a Francescon, como ancião, presidir a reunião no dia 06 de setembro de 1903. Alí, ele teve a oportunidade de falar acerca da revelação do batismo e convidou a todos os membros daquela igreja para assistirem ao seu batismo por imersão. Ao seu batismo compareceram cerca de 25 irmãos, dos quais 18 foram batizados. Com o retorno do pastor à igreja, Francescon não pôde fazer outra coisa senão pedir seu desligamento juntamente com o grupo batizado de forma desobediente. Assim, estabeleceram uma pequena comunidade evangélica livre, reunindo-se na casa dos irmãos. Entretanto, a Bíblia proíbe divisões no corpo de Cristo (1ª Co 12:25).
Em 1907, o grupo liderado por Francescon teve contato com o movimento pentecostal, participando das reuniões realizadas pelo pastor William H. Durhan. No dia 25 de agosto de 1907, Luis Francescon recebeu o batismo com o Espírito Santo e algum tempo depois foi chamado para levar a palavra à colônia italiana, e o movimento foi se expandindo. Quanto à experiência pentecostal, a Bíblia ensina que os dons de Deus são sem arrependimento (Rm 11:29).
Depois de ter estabelecido o trabalho na Argentina, Franscescon e Giacomo Lombardi dirigiram-se ao Brasil em março de 1910, com destino a São Paulo, onde o trabalho foi pouco promissor. Em abril de 1910, seu amigo partiu para Buenos Aires e Francescon foi para Santo Antonio da Platina, no Paraná, deixando estabelecido alí um pequeno grupo de crentes pentecostais, o primeiro grupo desse segmento no Brasil.
Ao retornar para São Paulo, após um contato inicial com a igreja Presbiteriana do Brás, onde alguns membros aceitaram a mensagem pentecostal, surge a primeira "Congregação Cristã" organizada no país. A partir daí, o trabalho espalhou-se por onde existia colônias italianas, notadamente na região sudeste do país, principalmente nos Estados de São Paulo e Paraná. Seu fundador, o ancião Louis Francescon, faleceu em 07 de setembro de 1964, em seu país de origem.
A história da Congregação Cristã não traz maiores diferenças que possam explicar sua posição sectária de hoje, mas no decorrer do tempo foi se adequando a certos individualismos. Baseados na história narrada pelo próprio Francescon, podemos ver que o comportamento deles hoje é bem diferente do seu fundador, que mantinha comunhão com as demais denominações. A comunhão será sempre a marca dos verdadeiros filhos de Deus (Sl 133).
A Congregação Cristã teve sua origem num ambiente teológico, onde dominava a doutrina da predestinação. Somado a isso, algumas profecias diziam que lhes seriam enviados os que haveriam de se salvar. Pelo fato do ancião Francescon não ficar continuamente junto aos novos grupos, isto trouxe com certeza grandes erros na interpretação bíblica e orientação da liderança nacional. A Bíblia ensina que devemos conhecer o estado de nossas ovelhas (Pv 27:23).
A Congregação Cristã ensina que o Espírito Santo dirige tudo e que não é necessário se preparar, examinar ou meditar nas Escrituras. Sem dúvidas, o Espírito Santo opera poderosamente na vida de sua Igreja, mas isto não significa que devemos desprezar o estudo das Escrituras (1ª Tm 4:13).
Infelizmente, eles não reconhecem o batismo efetuado por ministros de outras denominações, mesmo que seja por imersão em nome da Trindade (Mt 28:19). Entretanto, não posso concordar com a maneira pela qual a Congregação Cristã ministra o batismo nas águas às pessoas, sem preparo algum. Reconheço que a validade do batismo depende do preparo do batizando (At 8:36-38).
Quanto ao uso do véu, convém salientar que o uso do vestuário no culto, tal como o véu, chapéu, roupas e etc, depende de cada cultura, pois os costumes se alteram e as exigências também. Segundo a Bíblia, o cabelo foi dado em lugar do véu (1ª Co 11:15).
A Congregação Cristã nos acusa de saudar os irmãos com a "paz do Senhor". Para justificar esse conceito, afirmam: "devemos saudar com a paz de Deus, e nunca com a paz do Senhor, porque existem muitos senhores, mas Deus é só um". Essa acusação se desfaz quando lemos as palavras de Paulo em 1ª Co 8:5,6. Eles não conseguem entender que quando saudamos com a paz do Senhor estamos saudando com a paz que Jesus nos deixou (Jo 14:27).
A Congregação Cristã insiste em adotar costumes como é o caso do ósculo santo (Rm 16:16), pensando com isto estar em posição espiritual superior aos outros. O ósculo era uma maneira comum de saudar no oriente, muito antes do estabelecimento do cristianismo e tem servido como parte da expressão judaica em suas saudações, tanto nas despedidas como também na forma de demonstração geral de afeto (Gn 29:11 ; 33:4). Também parece ter sido um sinal de homenagem entre os israelitas (1º Sm 10:1).
Ensinam os anciãos da Congregação Cristã que o dízimo é da lei, e que é maldito e hipócrita aquele que dá e aquele que o recebe. A Bíblia ensina que o dízimo é do Senhor (Lv 27:30), porém eles ensinam que o dízimo é para ladrões. Entretanto, Jesus não condenou a prática do dízimo (Mt 23:33), mas condenou os hipócritas que desprezavam os principais preceitos da lei de Deus (Lc 11:42). O autor da epístola aos Hebreus nos ensina sobre a prática do dízimo na atual dispensação (Hb 7:8,9).
Em Cristo,

                 Tarcísio Costa de Lima     

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