quarta-feira, 14 de julho de 2010

Apologética Cristã - Os aspectos da verdadeira igreja.


Ao ler os evangelhos encontramos a história do ministério terreno de Jesus. Em Atos encontramos o estabelecimento histórico da Igreja em Jerusalém. Das epístolas herdamos as bases doutrinárias da Igreja. Assim sendo, nelas podemos encontrar o perfil ideal de uma igreja genuinamente bíblica.
A grande marca de uma Igreja verdadeira é o seu amor e devoção pela Palavra de Deus (At 17:11). Com a verdadeira fé vem (Rm 10:17) o equilíbrio.
Encontramos uma definição de Grudem sobre a suficiência da Bíblia que é o bastante para que compreendamos a importância dela como revelação de Deus: "Dizer que as Escrituras são suficientes significa dizer que a Bíblia contém todas as palavras divinas que Deus quis dar ao seu povo em cada estágio da história da redenção e que hoje contém todas as palavras de Deus que precisamos para a salvação, para que, de maneira perfeita, nele possamos confiar  e a ele obedecer (2ª Tm 3:16).
Jesus asseverou que o grande erro dos saduceus era não conhecer a Palavra (Mc 12:24). Ora, é evidente que Jesus confrontava acerca daquilo que Moisés já havia escrito, e eles por ignorância ainda não tinham compreendido. Não conhecer a Bíblia é não conhecer Jesus, pois Ele é o seu tema central (Jo 1:1-14).
Existem três situações quanto à aplicação da Bíblia. A primeira delas é não aplicar de forma alguma aquilo que ela diz ou prescreve (Tg 1:23,24). A segunda diz respeito a sua má aplicação, isso tem a ver com as leis de interpretação da hermenêutica bíblica. A terceira fala da sua boa aplicação; que resulta de uma saudável interpretação. Uma igreja que tem a Bíblia como aferidora da sua mensagem e conduta, não pode colocar os seus regimentos e nem suas tradições acima do que ela prega (Mt 15:6).
Jesus foi enfático: "Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam" (Jo 5:39). Jesus censurou os estudiosos de seu tempo por não conhecerem as Escrituras (Mc 12:24 ; Lc 24:45). A igreja que se propõe pregar a Bíblia tem que aceitar o fato de que Cristo é suficiente. Não pode baratear o Evangelho como muitos fazem nos dias atuais, com pregações inócuas, e sem a presença do Cristo vivo. Toda boa mensagem tem que partir de Cristo e retornar a Ele (1ª Co 1:23,24).
Em Deuteronômio 18:15-22, Moisés predisse o levantar de um poderoso profeta no meio do povo de Israel, numa alusão clara a Cristo. Ele como profeta revela-nos Deus (Jo 1:1-14 ; 14:6-11), e ensina-nos a sua Palavra (Jo 14:10). A grande segurança da Igreja está na garantia que Cristo lhe deu (Mt 24:35).
Uma igreja que prega que Cristo morreu pela remissão dos pecados da humanidade, não pode ficar inventando meios nem fórmulas, sob pena de estarem anulando a eficácia de seu sacrifício (Hb 9:12). É importante conservarmos na memória que o sacrifício de Cristo foi único e perfeito e que de uma vez por todas preencheu todos os requisitos exigidos por Deus (Hb 9:26).
Dizer que só Cristo é o Senhor envolve em assumir as implicações dessa afirmativa (1ª Co 12:3). Jesus nasceu para ser Senhor e Rei (Jo 18:37 ; Jo 6:15). Uma das implicações mais sérias dessa afirmativa é a de que ela nos tira do trono para colocar Jesus. Nada está acima Dele, quer sejam principados, potestades, instituições, personalidades (Cl 1:16,17). Precisamos resgatar a mensagem que evidencia o Senhorio de Cristo e coloca o homem e as instituições nos seus devidos lugares.
Para ser uma igreja de perfil bíblico, implica em pregar que a salvação é pela graça, e não por méritos. Quando falamos de graça estamos ressaltando o caráter sobrenatural da salvação (Ef 2:8). Alguém já declarou que, "a misericórdia retém o julgamento que um homem merece, mas a graça outorga alguma benção que esse homem não merece" (At 15:11).
Crer que algo pode ser feito a fim de alcançarmos os favores de Deus, é diminuir a grandeza da graça (2ª Tm 1:9). É necessário entender que o preço da nossa liberdade foi o sangue de Cristo (Rm 3:24). Paulo afirma que a graça traz salvação a todos os homens (Tt 2:11). É um verdadeiro desprezo à graça, quando o homem valoriza as obras como pré-requisito para a salvação, e não como uma consequência de quem já foi graciosamente perdoado, e por essa razão quer agora, em função de sua nova vida, produzir frutos (Jo 15:1-5).
Da mesma forma que a graça nos aceita, ela é capaz de agir em nossas vidas no sentido de transformá-la. Paulo coloca isto de forma bem clara quando escreveu sua carta aos Romanos (Rm 8:30). Fica evidente aí a atuação da graça divina nos vários estágios da salvação. Nenhum de nós seríamos capazes de vivermos uma vida transformada, senão pela ação direta do Espírito de Deus em nossas vidas (2ª Co 3:18).
Quem de nós daria conta de abandonar o pecado para viver uma vida de santidade senão pela graça? (Rm 5:20). Quem prega a santificação como algo que se processa de fora para dentro, esquece-se que o Espírito Santo tem que trabalhar na interioridade da pessoa a fim de que ela possa responder satisfatoriamente às exigências de Deus (1ª Ts 5:23 ; Ef 1:3-7).
A igreja que não aprende a rejeitar aquilo que é prejudicial à fé de seus membros, está contribuindo para o fracasso dos mesmos. É dever da igreja se posicionar coerentemente com a Palavra, para evitar transtornos no corpo de Cristo (Fp 1:16). Essa é uma prática que devemos aprender com a Igreja Primitiva (At 11:17,18).
Sensibilidade espiritual é a grande característica de uma igreja que não quer fugir do modelo bíblico (Fp 1:3-6). Se cremos que é o Espírito Santo quem faz a obra, não resta outra alternativa, senão ser sensíveis à sua direção (Rm 8:14). Nos parece ter sido esta a grande marca da Igreja Primitiva que buscava resolver todos os seus problemas à luz da direção do Espírito: "E, servindo eles ao Senhor e jejuando, disse o Espírito Santo: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra que os tenho chamado. Então, jejuando, e orando, e pondo sobre eles as mãos, os despediram" (At 13:2,3). É notória a atitude de submissão da Igreja nos primeiros séculos de sua existência, e se ela nos dias atuais, quiser ver realizados os propósitos de Deus terá que percorrer o mesmo caminho.
Deus espera que a Igreja esteja na vanguarda. Que nos grandes momentos da história, saiba se posicionar coerentemente, com o fim de cumprir os desígnios de Deus aqui na Terra (1ª Tm 3:15). Conhecer os grandes momentos de Deus é a arte de manter todos os sentidos da alma atentos para o que Ele tem a mostrar: "Clama a mim, e responder-te-ei e anunciar-te-ei coisas grandes e firmes, que não sabes" (Jr 33:3). Aos discípulos de Jesus é dado conhecer os mistérios do reino dos céus (Mt 13:11).
Em Cristo,

                Tarcísio Costa de Lima

Um comentário:

Adelaide Reis disse...

Parabéns meu amado irmão , que Deus continue abençoando a sua vida!!!!!