terça-feira, 20 de julho de 2010

Apologética Cristã - as inovações neopentecostais


O surgimento do neopentecostalismo no Brasil está primariamente ligado à sujeição da cultura norte-americana. No campo teológico não tem sido diferente, a Igreja acaba consumindo o que se produz nos EUA. Dentro desse contexto, segundo alguns estudiosos, está uma gama de fatores, que estão ligados à fragilidade teológica da Igreja, a vocação mística do povo brasileiro, obsessão pela praticidade e pelo utilitarismo. O "evangelho neopentecostal" volta todas as suas atenções para uma cultura de consumo e sucesso (Fp 1:15). Por ser excessivamente tolerante, o neopentecostalismo se tornou um movimento de inclusão, aceitando no seu seio todo tipo de pensamento e prática. Por ser pluralista é um movimento que agrega, sem critérios, toda nova visão que aparece, desde que a mesma venha acompanhada de uma virtual autoridade (1ª Jo 4:1). É um movimento que não valoriza a reflexão bíblica, até porque a Bíblia é um instrumento adaptado aos propósitos de sua teologia, e se nega a sujeitar àquilo que realmente ela diz, enfocando apenas o que se quer (1ª Tm 4:1,2).
A ênfase de sua mensagem recai, quase que exclusivamente na fé, como instrumento não de salvação, mas de trazer para a existência a prosperidade financeira e a saúde perfeita (1ª Co 2:5). O movimento trabalha muito mais a dimensão física da pessoa do que a sua dimensão espiritual (1ª Tm 4:8). "Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens" (1ª Co 15:19).
É preciso salientar que a obra de Deus precisa de dinamismo, criatividade, estratégias e fervor. Não se pode prescindir dos dons, da capacidade, do arrojo dos homens e mulheres de Deus (1ª Ts 5:12,13). Entretanto, é preciso se resguardar de práticas que não contam com o apoio bíblico. Já no Antigo Testamento temos o exemplo dos filhos de Arão, Nadabe e Abiú, que morreram por se apresentarem a Deus com fogo estranho (Lv 10:1,2). É necessário entender que funcionalidade não é garantia de prática correta.
Igrejas que fundamentam seus cultos, seus trabalhos, suas programações exclusivamente em cima de inovações, pagarão um alto preço, o dia em que elas deixarem de existir (1ª Tm 6:3-5). Embora o Antigo Testamento seja rico em tipologia, exatamente com a função de tornar mais fácil a comunicação de Deus com o seu povo (Hb 10:1), no Novo Testamento esses símbolos ficaram reduzidos basicamente a três: A água no batismo, o pão e o vinho na Santa Ceia (1ª Jo 5:7,8). Só que o neopentecostalismo inovou, criando um conjunto de práticas que jamais se viu na história, boa parte destas inovações cheiram a superstições e alguns símbolos e objetos passam a servir de amuletos. Infelizmente, muitas coisas têm surgido no mundo neopentecostal: o copo com água ungida, a rosa ungida, unção coletiva, unção de carteira de trabalho, fotos, roupas, objetos de uso pessoal, etc. Perdem-se de vistas as diversas campanhas que vão e voltam, sem que para isso haja reflexão bíblica.
Em Cristo,

                 Tarcísio Costa de Lima 

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