sexta-feira, 16 de julho de 2010

Apologética Cristã - A necessidade de discernimento bíblico


Os falsos ensinos só ganham terreno onde há falta de conhecimento bíblico aliado à ausência do discernimento. Cerca de 750 a.C., por intermédio do ministério do profeta Oséias, Deus já esclarecia: "O meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento..." (Os 4:6). Após muitos séculos, a falta de conhecimento continua sendo a causa de muitos problemas do homem em relação a Deus. Por isso a Igreja é admoestada a meditar na Palavra de Deus a cada dia e fazer dela sua defesa contra as falsas doutrinas.
Entende-se por discernimento a capacidade que a pessoa tem de estabelecer diferença. Segundo Aurélio, é "a faculdade de julgar as coisas clara e sensatamente". Concernente ao âmbito espiritual da vida é a capacidade de distinguir entre as alternativas, qual é a que mais se aproxima daquilo que a Bíblia tem a dizer no tocante a determinado tema (Hb 5:14). É algo que vem de Deus: "A teu servo, pois, dá um coração entendido para julgar a teu povo, para que prudentemente discirna entre o bem e o mal. Porque quem poderia julgar a este teu tão grande povo?" (1º Rs 3:11).
A falta de leitura bíblica é um agravante. Quando falo de leitura, estou me referindo ao hábito diário que cada crente deve ter em relação à Bíblia. Não há de que duvidar, a falta de discernimento está ligada direta e proporcionalmente à falta de leitura acompanhada de meditação das Sagradas Escrituras. Se nós cristãos como um todo, nos despertássemos para essa prática, fecharíamos de vez as portas para as seitas e heresias (1ª Tm 4:15,16). Só o conhecimento da Palavra de Deus pode fazer a defesa certa contra os ataques das seitas (Sl 119:105).
Sabedoria e discernimento são duas virtudes que caminham inseparáveis, e a forma de adquirí-las está definida por Tiago (Tg 1:5). Quando o crente hora pedindo discernimento ele está dando liberdade ao Espírito Santo em sua vida, para que Ele possa conduzí-lo nas circunstâncias difíceis (1º Cr 21:10-13). O grande exemplo está no próprio Jesus orando para a escolha dos seus discípulos, foi uma noite inteira de oração (Lc 6:12-16).
De todos os apóstolos, Paulo foi o que mais se preocupou com o crescimento espiritual da Igreja e dos seus membros individualmente (Ef 4:15). Em todas as cartas que escreveu foi o único assunto que não deixou de abordar em nenhuma delas (Fp 3:1). Ele fez a seguinte exortação quando escreveu a sua primeira carta aos Coríntios para dar instruções acerca de excessos quanto às manifestações dos dons espirituais: "Irmãos, não sejamos meninos no entendimento, mas sede meninos na malícia e adultos no entendimento" (1ª Co 14:20).
A primeira implicação que a falta de discernimento traz, é vida espiritual confusa. Esta foi a situação em que ficou a igreja de Corinto, onde Paulo teve que escrever uma carta para por fim a confusão (1ª Co 11:18). Quando o povo não sabe discernir, se não houver uma liderança espiritual vigorosa o povo se corrompe.
Para a firmeza da fé é preciso viver com discernimento. Quem não discerne, jamais conseguirá afirmação como um crente maduro e equilibrado. É sabendo fazer diferença entre "coisas e coisas", que a nossa fé ganha grandeza. Há uma grande necessidade de sabermos discernir os dias atuais, pois são dias de grande "confusão espiritual", onde o crente é confrontado com as seitas e ideologias humanas. Vigiemos pois, e sejamos sóbrios.
Em Cristo,

                Tarcísio Costa de Lima

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