quarta-feira, 21 de julho de 2010

Apologética Cristã - A falsa doutrina das maldições hereditárias


Como todo ensino controverso, a Teologia da Maldição Hereditária foi concebida a partir da má interpretação bíblica, e faz parte de um pacote de novidades que surgem periodicamente em nosso meio, é como um novo produto no mercado. E, muitas vezes, por encontrar terreno apropriado, essas novidades acabam enraizando, criando sérios problemas para a vida da Igreja.
Esse ensino diz que qualquer pessoa, mesmo aquelas já convertidas a Cristo, que carregam consigo certos problemas, não conseguirão se libertar deles, se não quebrar as maldições das gerações passadas (Ez 18:20). Se acontecer na vida da pessoa ou de sua família problemas, porque os seus ancestrais deram lugar ao diabo, e agora a sua família está sob "a maldição hereditária", entretanto, a Bíblia afirma, que os que estão em Cristo Jesus, são novas criaturas: as coisas velhas ficaram para trás (2ª Co 5:17).
Esse é um dos textos prediletos dos pregadores que ensinam sobre a crença na maldição hereditária: "Não te encurvarás a elas nem as servirás; porque eu, o Senhor, teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a maldade dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem" (Êx 20:5,6). No entanto, no texto o que está em foco não são maldições hereditárias e sim os efeitos do pecado. A Bíblia deixa muito claro que a responsabilidade pelos pecados é individual (Ez 18:1-4).
Assim, se uma pessoa é acometida de certa enfermidade, como câncer, por exemplo, é porque essa doença se fez presente em gerações passadas, é uma maldição herdada que precisa ser quebrada. Jesus certa vez foi arguido pelos seus discípulos sobre um determinado cego de nascença, e respondeu: "Nem ele pecou, nem seus pais; mas foi assim para que se manifestem nele as obras de Deus" (Jo 9:2,3).
Outra crença dessa teologia é de que há nomes próprios cujos significados são carregados de uma carga negativa muito grande, e uma vez que se dá um desses nomes a uma pessoa, o mesmo pode se constituir em fator de maldição na vida dela. Há inúmeros nomes na Bíblia cujos significados não corresponderam àquilo que as pessoas foram na prática: Absalão - pai da paz; Judas - louvor; Apolo - nome de um deus da mitologia grega. O que faz o nome é o caráter da pessoa. Um dia, todos os salvos terão um novo nome (Ap 2:17).
Em vez do crente buscar nos seus ancestrais as razões do presente, ou na maldição que alguém proferiu, ou no nome que os pais lhe deram, ou na explicação mística de um "profeta", é preciso de uma vez por todas avaliar as atitudes pessoais, elas são determinantes quanto às bençãos ou maldições na vida de uma pessoa. Isto é o que ensina a lei da semeadura (Gl 6:7).
Em Cristo,

                Tarcísio Costa de Lima

Nenhum comentário: