quinta-feira, 8 de julho de 2010

O Espiritismo!

"E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo". (Hb 9:27)

O espiritismo é, sem dúvida, uma das heresias que mais cresce no mundo de hoje. O Brasil, particularmente, detém o triste recorde de ser o maior  reduto espírita do mundo. O seu crescimento se dá, em grande parte, devido ao facínio que os seus ensinos exercem sobre as mentes das pessoas desprovidas do verdadeiro conhecimento e alienadas de Deus. Alheio à Palavra de Deus e divorciado de toda a verdade, o espiritismo tem se constituído numa espécie de "profundezas de Satanás", pronto a tragar pessoas incautas que estão a buscar a Deus em todos os lugares.
A palavra "espiritismo" tem sua origem no vocábulo francês "espiritisme". Uma adaptação do termo grego "Pneuma" (espírito). Sua origem faz parte da tradição de vários povos, como os egípcios, caldeus, hindus, assírios, etc. O espiritismo que hoje se expande no Brasil e no mundo nada mais é do que a continuação da necromancia e do ocultismo praticados pelos povos antigos (Is 8:19).
A figura de Allan Kardec é a principal no meio espírita. Léon Hippolyte Ravail, o verdadeiro nome de Allan Kardec, nasceu na cidade de Lion, na França, em 1804. Ele tomou o pseudônimo de Allan Kardec por acreditar ser a reencarnação de um poeta celta com esse nome. Dizia ter recebido a missão de pregar uma nova religião, o que começou a fazer a 30 de abril de 1856. Um ano depois publicou "O livro dos Espíritos" que muito contribuiu na propaganda espírita, infelizmente.
As manifestações de cunho espírita no Brasil são muito antigas. Ainda que não fossem conhecidas por esse nome, pois os índios praticavam diversos rituais de pajelança. Depois vieram os portugueses, com sua fachada cristã, mas envolvidos com a bruxaria européia. Finalmente, chegaram os escravos africanos com suas tradições que continuam em estado crescente em nosso país.
Certamente faz parte das estratégias satânicas mudar apenas o nome, mas a doutrina ou a operação continua a mesma. Podemos citar muitas nomenclaturas do espiritismo, tais como: Espiritismo comum, Baixo Espiritismo, Espiritismo Científico, Espiritismo Kardecista, Espiritualismo, Quiromancia, Cartomancia, Grafologia, Hidromancia, Astrologia, Voduismo, Candomblé, Umbanda, Quimbanda, Macumba e algumas sociedades que se dizem filosóficas, teológicas, científicas e beneficentes, etc. A lista dessas ramificações no Brasil é muito longa, por isso devemos orar por nossa nação (Sl 33:12).
Temos na Bíblia a proibição das várias formas de espiritismo (Is 8:19,20 ; Dt 18:10-12). Como nos mostra a Bíblia, as nações antigas já eram dadas a essas práticas (Is 19:3), inclusive com sacrifícios humanos.
Adivinhação e prognosticação consistem em predizer eventos futuros ou descobrir coisas secretas por meio de comunicação direta, por sinais ou agouros. A Bíblia condena severamente a adivinhação e a prognosticação, pois Deus as proíbe e as classifica entre as abominações pagãs (Lv 19:26,31).
A ventriloquia, segundo o dicionário, é a arte de modificar a voz de maneira que pareça vir de longe e de imitar a de outras pessoas ou diversos sons. Esta arte, praticada legitimamente no mundo do entretenimento, tem servido também a alguns charlatões ou farsantes no espiritismo para explorarem sua clientela. Os demônios são espíritos enganadores (1ª Tm 4:1), que desde antigamente falavam mentiras através dos falsos profetas (1º Rs 22:22). Por isso o Senhor adverte ao seu povo (1ª Jo 4:1-3).
As doutrinas dos vários grupos espíritas são tão diferentes que é impossível definir todas. No "baixo espiritismo", da magia negra, fazem pacto com o diabo e proferem obscenidades contra Deus (Ap 13:6). Considerarei aqui somente as doutrinas dos grupos mais "refinados" e em particular a "Declaração de Princípios" adotada pela associação nacional dos espíritas.
Não reconhecem a Bíblia como autoridade de fé ou doutrina. Baseiam sua doutrina nas "revelações". Na obra "O ABC do Espiritismo", citam a pergunta: "Não se baseia a Bíblia no espiritismo?" e respondem: "Não! O espiritismo não depende de nenhuma revelação anterior para suas credenciais e provas". Para os cristãos é pura blasfêmia o fato de colocar as revelações contraditórias do espiritismo no mesmo nível da infalível Palavra de Deus. Temos evidências demais, as quais nos levam a depender somente da revelação bíblica (2ª Pe 1:19-21).
A. J. Davis, o "precursor do espiritismo", combatia vigorosamente a idéia da expiação, dizendo que era de tendência imoral e que nunca houve evidência da queda do homem. Todavia, os espíritas reconhecem a existência do mal e crêem que existe uma espécie de purgatório para os espíritos das trevas. A Bíblia, entretanto, mostra a base para a doutrina da expiação (1ª Co 15:21,22 ; Rm 5:12).
Os espíritas defendem que, por meio das obras, as almas podem ir progredindo das regiões escuras para as esferas de luz. Com o tempo todas chegam às esferas superiores. Para sustentar essa falsa doutrina, defendem a reencarnação, torcendo textos bíblicos como Jo 3:3, e defendem que João Batista é a reencarnação do profeta Elias. A Bíblia ensina que nossa salvação não é pelas obras, e sim pela fé (Ef 2:8,9).
O manual espírita declara: "Cremos na inteligência infinita...Por isso expressamos nossa crença em um poder supremo, impessoal, presente em todo lugar, manifestando-se como vida através de todas as formas organizadas da matéria, chamado por alguns, Deus, por outros, espírito, e pelos espíritas, inteligência infinita". Nós, os evangélicos, cremos que Deus é um ser pessoal, que possui inteligência infinita, e que tem interesse por cada um de nós (Jo 3:16 ; Rm 5:8).
Os espíritas crêem que Jesus foi o melhor mestre, exemplo e médium que o mundo conheceu. Crêem na divindade de Cristo, no mesmo sentido em que crêem na divindade de todo ser humano. Não o reconhecem como divino em sentido único. Crêem que Jesus foi um dos vários salvadores vindos ao mundo. O salvo crê que Jesus Cristo é o único mediador entre Deus e os homens (1ª Tm 2:5 ; At 4:12 ; Jo 14:6), o unigênito Filho de Deus, eterno e coexistente com o Pai (Jo 1:1-3).
Alguns grupos de espíritas falam muito no Espírito Santo e dizem que Ele os inspira e que opera através deles. Infelizmente, eles adaptam a maneira de falar à terminologia bíblica, porém não crêem na Trindade. Segundo as Escrituras, o Espírito Santo é Deus (At 5:3,4). Jesus fala do Espírito Santo como uma pessoa igual ao Pai e enviado por Ele (Jo 14:16,26).
Em Cristo,

                Tarcísio Costa de Lima  

quarta-feira, 7 de julho de 2010

O Mormonismo!

Foto do Templo Mórmon em Palmyra, EUA.


"Amados, não creiais a todo espírito, mas provai se os espíritos são de Deus; porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo". (1ª Jo 4:1)

Embora os mórmons formem um povo aparentemente simpático e tenham um programa de beneficência social igual aos melhores do mundo, o mormonismo é uma das piores seitas falsas de que se tem conhecimento. São verdadeiros lobos vestidos de cordeiros. Os missionários mórmons são bem treinados em seus métodos, por isso tornam-se presa fácil para seus argumentos, os crentes nominais. Entretanto, um crente que realmente tenha nascido de novo não cairá em suas presas doutrinárias, porque sua regra de fé e prática é a Bíblia.
O "profeta" dos mórmons, Joseph Smith Júnior, nasceu em 23 de dezembro de 1805, em Sharon, Estado de Vermont, EUA. Foi criado na pobreza e superstição. Em 1820, aos quinze anos, já residente em Palmyra, Estado de Nova Yorque, participou de um grande movimento evangelístico na região, e ao orar num bosque (segundo ele), perguntando a Deus qual igreja deveria pertencer, apareceram-lhe dois anjos resplandecentes e lhe disseram que todas as igrejas estavam desviadas; e que ele não se unisse a nenhuma. O apóstolo Paulo já havia refutado este tipo de manifestação angelical em Gálatas 1:8,9.
Segundo o relato do próprio Smith, apareceu-lhe o "anjo Moroni" e lhe disse que Mórmon, seu pai, um profeta, havia gravado a história do seu povo em placas de ouro. Quando estavam a ponto de serem exterminados por seus inimigos, essas placas foram enterradas ao pé de um monte, próximo do local onde hoje é Palmyra. Nessa visão, Moroni teria indicado a Joseph Smith o lugar onde as placas foram escondidas e lhe emprestou umas pedras especiais, um certo tipo de lentes chamadas "Urim e Tumim", com as quais Joseph Smith poderia decifrar e traduzir as palavras dessas placas.
Joseph Smith encontrou quem o aceitasse como profeta e fundou uma igreja com seis membros. Esta, no conceito dele, era a única igreja verdadeira. Os crentes deviam edificar uma teocracia, isto é, teriam seu próprio governo civil sob sua direção. Smith, o profeta, seria o presidente e teria a ajuda de doze apóstolos. Os que não recebiam a mensagem eram chamados de "gentios". O crente, entretanto, aprendeu com a Bíblia a discernir a verdadeira igreja (At 2:42-47).
Devido a doutrina da poligamia, Smith e seus seguidores sofreram várias perseguições até encontrarem acolhida em Illinóis, onde levantaram a cidade de Nauvoo. Aí, acusado de grosseira imoralidade e falsificação, Smith foi preso, e um grupo enfurecido invadiu a cadeia e matou, a tiros, Smith e seu irmão Hyrum. Ele estava cego pelo deus deste século (2ª Co 4:4).
Vale destacar que o mormonismo não é um grupo doutrinário que esteja dentro do corpo cristão. Esta seita prega um deus diferente, um Jesus diferente, um céu e inferno diferentes. Ela ataca a integridade da Bíblia e proclama um outro evangelho. Segundo o apóstolo Paulo isto é doutrina de demônios (1ª Tm 4:1).
O mormonismoensina que Jesus expiou somente o pecado de seu Pai, Deus-Adão. Isto tornou possível a libertação da humanidade dos efeitos da queda, sem contudo remir o homem dos pecados individuais. A Bíblia ensina que Jesus Cristo levou os nossos pecados e não somente os de Adão (1ª Jo 2:2 ; 3:5 ; 4:10).
Os mómons ensinam que aqueles que morrem sem terem sido batizados na igreja deles teram oportunidade de ouvir a pregação da verdade no mundo dos espíritos. Muitos crerão, mas não terão alí a oportunidade de se batizar para serem salvos. Portanto, os fiéis, que ainda vivem, devem batizar-se em lugar de cada defunto, cuja conversão desejam. Para essa doutrina, citam 1ª Pe 3:18-20 e 1ª Co 15:29. As Escrituras ensinam que hoje é o dia da salvação e que não há outra oportunidade depois da morte (2ª Co 6:2 ; Hb 9:27).
Os mórmons ensinam que o sacerdócio da igreja deles é o governo de Deus na terra, e os que rejeitarem serão condenados. A Bíblia ensina que a salvação depende da fé em Cristo, e não de ser membro de uma igreja (At 16:31 ; Ef 2:8). Os crentes têm Jesus como Senhor de suas vidas (1ª Co 8:6).
Em Cristo,

                Tarcísio Costa de Lima

terça-feira, 6 de julho de 2010

As Testemunhas de Jeová!

"E os apóstolos davam com grande poder, testemunho da ressurreição do Senhor Jesus, e em todos eles havia abundante graça". (At 4:33)

A seita "Testemunhas de Jeová" originou-se do seu fundador: Charles Taze Russell, que nasceu em 1852, nos EUA. Russell, filho de pais presbiterianos, foi criado na igreja e pertenceu à igreja Congregacional e depois à Adventista. Em 1874, fundou o movimento russelita.
No ano de 1870, o jovem Charles Taze Russell, com 18 anos de idade, organizou uma classe na cidade de Pitsburgh, Pennsylvania, EUA, com o propósito de estudar a Bíblia, especialmente as profecias. Russell estava convencido de que seu método de interpretação bíblica era correto. Ele desconhecia que a Bíblia não é de particular interpretação (2ª Pe 1:20,21).
Com o passar dos anos aumentaram as "descobertas" de Russell, que começou a ensinar que Cristo não ressuscitara corporalmente, e sim como espírito. Segundo seus cálculos, Cristo regressou ao mundo, espiritualmente, no ano de 1874, e o milênio começou nesta data. A Bíblia não concorda com tais fatos (Lc 24:36-44). Russell começou a proclamar as "boas-novas", explicar seu plano e reunir seus seguidores para participarem do "Reino do Senhor". Com este propósito, foi iniciada em 1879 a publicação do periódico: A Torre de Vigia e o Arauto da Presença de Cristo.
Em 1884 a seita de Russell transformou-se em organização internacional: "A Sociedade de Tratados da Torre de Vigia", também conhecida por : "Sociedade da Torre de Vigia de Sião", e que desde 1931 leva o nome oficial de "Testemunhas de Jeová". As mudanças constantes dos nomes da seita revelam inconstância e falta de firmeza doutrinária.
Russell disse que o tempo dos gentios terminaria em 1914.Isto não se verificou, pois até 1967 uma parte de Jerusalém estava em posse dos gentios (Lc 21:24). Em 1889 escreveu: "Dentro dos próximos vinte e seis anos todos os atuais governos serão derrubados e dissolvidos (aproximadamente em 1915). Disse ainda, no ano de 1914, que as igrejas cristãs seriam destruídas e que a batalha do Armagedon teria lugar em 1915. Nem essas, nem outras falsas profecias aconteceram, prefigurando-o como um falso profeta (Dt 18:21,22).
Em 1918 escreveram: "Podemos esperar confiantemente que 1925 marcará a volta de Abraão, Isaque, Jacó e os profetas fiéis da antiguidade, particularmente aqueles nomeados em Hebreus 11, à condição de perfeição humana". Em 1931 escreveram: "Houve uma medida de desapontamento por parte dos fiéis de Jeová na terra, concernente aos anos de 1914, 1918 e 1925, que durou por um tempo... e aprenderam também deixar de fixar datas". Ao reconhecerem seus erros e continuarem nos mesmos, atestaram sua crença falsa (1ª Jo 4:1).
Elas ensinam que para compreender o sentido correto da Bíblia, a mesma deve ser interpretada segundo os escritos de Russell e de Rutherford. Com respeito aos seus livros: "Estudos das Escrituras", Russell disse: "São praticamente a própria Bíblia" e ainda advertiu para o perigo de ler só a Bíblia sem seus livros. Aquele que o fizesse, embora familiarizado com os estudos das Escrituras, dentro de dois anos, "voltaria à obscuridade". Entretanto, Jesus nos ensina que devemos examinar as Escrituras para a vida eterna (Jo 5:39).
Afirmam as Testemunhas de Jeová que a doutrina da Trindade é uma superstição herdada do paganismo egípcio e babilônico. Entretanto, a doutrina da Trindade está bem clara em toda a Bíblia. Em Gn 1:26, a palavra "Elohim" é traduzida por Deus, um plural, indicando mais de uma pessoa. Em muitos outros textos bíblicos, podemos aprender sobre a Trindade (2ª Co 13:13).
Elas negam que Jesus seja Deus e afirmam que ele é um ser criado como são os anjos e o homem. Argumentam ainda que o arcanjo Miguel é Jesus. Se compararmos o uso da palavra Jeová no Antigo Testamento com o Novo Testamento, veremos que o mesmo nome usado para Jeová é também usado para Jesus (Is 6:1). Em Gn 1:1 e Jo 1:3, encontramos mais provas sobre a divindade de Jesus.
Dizem que o Espírito Santo não é uma pessoa, e sim somente uma influência, uma força ativa e além disso não pode ser recebido por ninguém fora da associação das Testemunhas de Jeová, ou seja, uma exclusividade deles. A Palavra de Deus ensina que o Espírito Santo é uma pessoa (Jo 16:13,14).
A tradução Novo Mundo (a Bíblia das Testemunhas de Jeová) está adulterada e adequada às suas doutrinas. Veja alguns exemplos: Em Gênesis 1:1, a tradução correta é: "...e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas". A Bíblia delas diz: "... e a Força Ativa de Deus...". Em Mateus 28:17, o verbo "adorar" foi adulterado por "prestar homenagem". Em João 1:1, elas traduzem "...e a Palavra era [um] deus...". Usam letra minúscula para diminuir Jesus, colocando-o como um deus qualquer. É lamentável esse erro, pois sobre elas recairão os juízos de Deus (Ap 22:18,19).
Em Cristo,
   
                Tarcísio Costa de Lima

O adventismo do sétimo dia!

"De maneira que a lei nos serviu de aio, para nos conduzir a Cristo, para que pela fé fôssemos justificados". (Gl 3:24)

Não podemos pensar na origem dos "sabatistas" sem recordar os conflitos entre o apóstolo Paulo e os judaizantes. A luta entre o legalismo e o evangelho da graça de Deus é antiga, e continua em tempos modernos no vigoroso programa dos Adventistas do Sétimo Dia. O sabatismo é uma seita perigosa que mistura muitas verdades bíblicas com erros tremendos no que se refere às doutrinas cristãs.
Guilherme Miller, o fundador do sabatismo, nasceu em 1872 em Massachussetts, EUA, numa família batista. A partir de 1818, ele começou a ensinar a volta de Cristo, divulgando suas "doutrinas escatológicas" e atraindo após si grande número de adeptos. Miller faleceu em 1849, mas deixou as bases para seus seguidores fundarem o Adventismo, infelizmente.
Guilherme Miller, que era pastor batista no Estado de Nova Yorque, dedicou-se ao estudo detalhado das Escrituras proféticas. Convenceu-se de que Daniel 8:14 se referia à vinda de Cristo para "purificar o santuário". Calculando que cada um dos 2.300 dias representava um ano, tomou como ponto de partida  o regresso de Esdras e seus compatriotas a Jerusalém em 457 a.C. e chegou à conclusão de que Cristo voltaria à terra em 1843. Jesus afirmou, entretanto, que: "Porém daquele dia e hora ninguém sabe..." (Mt 24:36).
Movido pelo interesse dos crentes em relação à volta de Cristo, Miller levou milhares de pessoas  a se prepararem para o fim do mundo. Muitos doaram suas lavouras para receber o Senhor no dia 21 de março de 1843; chegou o dia e o evento esperado não aconteceu. Miller revisou seus cálculos, descobriu um erro de um ano, marcando a volta de Cristo para o dia 21 de março de 1844. Ao chegar essa data, nada aconteceu. Uma vez mais um novo cálculo indicou que seria no dia 22 de outubro do mesmo ano, porém essa previsão também falhou, indicando que não nos pertence saber os tempos de Deus (At 1:7).
Guilherme Miller, dando toda a prova de sua sinceridade e honra, confessou simplesmente que havia se equivocado em seu sistema de interpretação bíblica. Ele arrependeu-se, mas defendeu a interpretação errada que havia proclamado por um quarto de século. Dos muitos que o seguiram, três se uniram para formar uma nova igreja, baseados numa nova interpretação da mensagem divulgada por Miller. Segundo Paulo, foram levados pelos "ventos de doutrina" (Ef 4:14).
Hiram Edson, um amigo pessoal de Miller, teve uma "revelação". Nela compreendeu que Miller não estava equivocado em relação a data, mas sim em relação ao local. Edson partilhou com outros membros de seu grupo as "boas-novas" e outros dois grupos se uniram a essa "nova revelação": um dirigido por Joseph Bates e outro dirigido por Helen White. Através da Bíblia compreendemos que tais profetas são loucos (Ez 13:3-6).
Helen White contribuiu muito com a formação das doutrinas adventistas através de seus escritos. Embora a igreja Adventista afirme que a Bíblia é sua base doutrinária, ainda crê que Deus inspirou Helen White na interpretação das Escrituras e em seus conselhos. Ao aconselhar Timóteo, Paulo o advertiu contra tais situações (2ª Tm 4:3,4).
Os sabatistas misturam algumas verdades com seus erros, assim enganam aos que, com sinceridade, buscam a verdade. Normalmente citam a Bíblia, porém sem o cuidado de examinar o contexto. Embora muitas de suas doutrinas sejam ortodoxas, existem outras que desviam o crente da verdade. Convém que os crentes conheçam essas doutrinas e saibam como refutá-las, tendo em vista que os adventistas também se dedicam ao proselitismo, algo que Jesus criticou dos fariseus (Mt 23:15).
Os adventistas ensinam que Jesus entrou no santuário celestial no ano de 1844 e agora está cumprindo a obra da expiação, porém a Bíblia nos ensina o contrário (Hb 9:11,12). Esta doutrina da expiação incompleta e contínua é um subterfúgio das Escrituras, num esforço para justificar as previsões errôneas de Miller. A Bíblia ensina que Jesus penetrou no santuário celestial ao ascender ao céu e não no ano de 1844 (Hb 6:19,20 ; 8:1,2).
Os adventistas ensinam que o bode emissário de Levítico 16:22,26, simboliza Satanás carregando todas as nossas iniquidades. Isto faria do diabo nosso co-salvador com Cristo, pois a expiação de nossos pecados seria realizada em parte por Cristo e em parte por Satanás. O simbolismo real desta passagem mostra Cristo levando sobre si os nossos pecados (Jo 1:29 ; Is 53:6 ; Hb 10:18)
Os adventistas ensinam que as almas dos justos dormem até a ressurreição e o juízo final. Este "sono da alma" é um estado de silêncio, inatividade e inteira inconsciência. Baseiam esta crença, principalmente, em Eclesiastes 9:5, que diz: "Os mortos não sabem coisa nenhuma". O contexto demonstra que este versículo está falando sobre a relação dos mortos com a vida terrena e não sobre o estado da alma depois da morte. Provas bíblicas da consciência da alma depois da morte acham-se nas palavras de Paulo quando diz que, ao deixar o corpo, estaria com o Senhor (Fp 1:23,24 ; 2ª Co 5:1-8).
Os adventistas ensinam que Satanás, seus demônios e todos os maus serão aniquilados. Os escritos de Helen White dizem que a teoria do castigo eterno é "uma das doutrinas falsas que constituem o vinho das abominações da Babilônia". Jesus Cristo usou a palavra "eterno" para referir-se à duração das bençãos dos salvos e ao tormento dos perdidos em Mateus 25:46. Além disso, Ele não disse aniquilação eterna, e sim castigo eterno (Mc 9:43,44).
Os adventistas ensinam que os cristãos devem observar o sábado como o dia de repouso e não o domingo. Crêem os adventistas que os que guardam o domingo aceitarão a "marca da besta". Helen White ensinou que a observância do sábado é o selo de Deus. Vemos, pois, que o sábado foi uma parte do pacto especial feito entre Deus e Israel (Ez 20: 10-13). Ao repousar de seu trabalho semanal, o povo de Israel devia recordar como o Senhor lhe havia dado o repouso da dura servidão do Êgito (Dt 5:12-15). Para os salvos em Jesus Cristo, todos os dias são para o Senhor. A palavra profética que previa a chegada do novo concerto (Jr 31:31-33) e o fim do sábado (Os 2:11) se cumpriu em Jesus (Cl 2:14-17). Por esta razão, o sábado não aparece nos quatro preceitos de Atos 15:20,29. Paulo parecia que estava escrevendo aos adventistas quando escreveu aos Gálatas sobre o engano dos judaizantes que queriam fazê-los guardar a lei (Gl 2:16).
Em Cristo,

                Tarcísio Costa de Lima  

segunda-feira, 5 de julho de 2010

O catolicismo romano!

"Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina" (Ef 2:20).
A igreja Católica Romana dá por data de sua fundação o ano 33 d.C, dizendo que Jesus Cristo foi o seu fundador. Isto é certo só no sentido de que toda denominação cristã pode ligar sua origem à igreja fundada pelo Senhor (Mt 16:18), mas é difícil fixar a data de sua fundação. É importante recordar que a igreja fundada por Jesus Cristo era apenas cristã, e formada pelos seus seguidores (At 11:26).
Durante os primeiros três séculos da era cristã,  a perseguição à igreja verdadeira ajudou a manter a sua pureza (At 2:42), preservando-a de líderes maus e ambiciosos (At 20:29). Nessa época, ser cristão significava um grande desafio e aqueles que fielmente seguiam a Cristo sabiam que tinham suas cabeças a prêmio, pois eram rejeitados e perseguidos pelos poderosos (At 8:1,3). Só os realmente salvos se dispunham a pagar o preço (At 7:59,60).
A decadência doutrinária, moral e espiritual da igreja começou quando milhares de pessoas foram por ela batizadas e recebidas como membros, sem terem experimentado uma real conversão bíblica. Verdadeiros pagãos introduziram-se no seio da igreja, trazendo consigo os seus deuses, que, segundo eles, eram o mesmo Deus adorado pelos cristãos, porém a Bíblia diz ao contrário (1ª Co 10:14).
Segundo narra a história, no início do Século IV, Constantino ascendeu ao posto de imperador. Isso parecia ser o triunfo final do cristianismo, mas, na realidade, produziu resultados desastrosos dentro da igreja. Em 312 d.C, Constantino apoiou o cristianismo e o fez religião oficial do Império Romano. A igreja depois de Constantino nunca mais foi a mesma de antes.
Com o decreto do imperador Teodósio, obrigando os seus súditos tronarem-se cristãos, aumentou o paganismo dentro da igreja. A maioria dos sacerdotes era de escravos foragidos ou criminosos sem qualquer ordenação (2ª Pe 2:17-19). Seus bispados eram considerados propriedades particulares e abertamente vendidos a quem desse mais, quando a Bíblia nos ensina diferente (1ª Pe 5:2).
Desde o ano 200 a.C até o ano 276 d.C, os imperadores romanos ocuparam o posto e o título de Sumo Pontífice da Ordem Babilônica. Depois que o imperador Graciano se negou a liderar essa religião não cristã, Dâmaso, bispo da Igreja cristã em Roma, foi nomeado para esse cargo no ano de 378. Uniram-se numa só pessoa todas as funções de um sumo sacerdote apóstata com poderes de um bispo cristão. O apóstolo Pedro  havia advertido à igreja sobre essas coisas (2ª Pe 2:10-14).
No ano 375 d.C., o vasto império Romano dividiu-se em duas partes para facilitar a administração, com a capital do Império Oriental Grego em Constantinopla e a do Império Ocidental Latino em Roma. Em princípios do século V, Inocêncio I insistiu em que a sede romana era a cabeça de todas as igrejas. Alguns consideram que Leão o Grande (440-461), fundou o papado, porém muitos outros dizem que Gregório I (590-604) foi seu verdadeiro fundador.
A Igreja Católica considera o apóstolo Pedro como a pedra fundamental sobre a qual Cristo edificou a sua Igreja, fundamentada nos ensinos de Mateus 16:16-19. Desta passagem, a igreja Romana ensina a seguinte heresia, dentre outras: a Pedro foi dado o poder das chaves, portanto só ele detém o poder de abrir a porta do reino dos céus (Ap 3:7). Essa é uma interpretação absurda, pois o apóstolo Pedro jamais assumiu, no seio do cristianismo, a posição que a teologia católica lhe atribui, pelo contrário, assumiu uma posição de humildade (1ª Pe 5:1-3).
O substantivo feminino "petra" no grego designa uma "rocha" grande e firme. Já o substantivo masculino "petros" é aplicado geralmente a pequenos blocos rochosos. Pedro é "petros", isto é, um fragmento de pedra e não a "Petra", a rocha grande e firme. Portanto, uma Igreja, sobre a qual as portas do inferno não podem prevalecer, não pode repousar sobre Pedro, mas sobre Jesus (Mt 16:18). De acordo com a Bíblia, Cristo é a pedra (Dn 2:34 ; Ef 2:20).
A igreja Católica ensina que se deve invocar aos santos para que intercedam em nosso favor e nos consigam as bençãos de que necessitamos. Esta prática se baseia na idéia de que o pecador não pode se atrever a dirigir-se a um Deus santo. Tal ensino desonra a Deus, fazendo-o menos compassivo, misericordioso e amoroso que os santos. A Bíblia nos ensina que Deus se interessa por nossas necessidades e nos dá todas as coisas (Rm 8:32 ; Sl 103:13).
A igreja Católica ensina que as imagens de Cristo, da virgem e dos santos devem ser honradas e veneradas. Esta honra se estende aos quadros, às cruzes e crucifixos, às medalhas e às relíquias. Deus proíbe terminantemente fazer imagens para honra ou veneração e esta proibição foi escrita pelo dedo de Deus nas tábuas da lei (Êx 20:4,5 ; Is 44:9-19).
A igreja Católica ensina que Maria é mãe de Deus, rainha do céu e nossa advogada, imaculada, co-redentora da humanidade. Tais coisas a Bíblia não ensina de maneira alguma, pois Maria foi simplesmente mãe física de Jesus e não de sua divindade (Cl 1:13-17 ; Jo 1:1-3). A própria Maria disse:"Fazei tudo quanto Ele vos disser" (Jo 2:5). Nós devemos respeitar Maria como uma serva de Deus, escolhida para uma missão especial, e não como deusa e nem como mediadora (At 4:12).
Os pecados, segundo os católicos, se dividem em duas categorias: os mortais e os veniais. Os veniais são os de menor gravidade e podem ser expiados nesta vida ou no purgatório. Os mortais, que são os mais graves, não podem ser expiados pelo sofrimento, nem nesta vida, nem no purgatório. Se a pessoa não conseguir o perdão destes pecados pelos sacramentos da igreja Católica, sofrerar no inferno por toda eternidade. A Bíblia não faz diferença entre pecados e ensina que o sangue de Cristo nos limpa de todo pecado (1ª Jo 1:7,9).
O catolicismo ensina que os católicos, que morrem sem ter dado satisfação por seus pecados veniais, irão para o purgatório, e ali, por meio de seus sofrimentos, purgarão os pecados. Quando completarem o castigo, irão para o céu. Não existe na Bíblia a palavra "purgatório", muito menos a doutrina a respeito dele. A doutrina do purgatório nega a eficácia da obra expiatória de Cristo, que disse: "Está consumado" (Jo 19:30).
Ensina o Catolicismo Romano que por meio das obras a pessoa pode conseguir uma indulgência. Esta diminuirá o castigo que ela sofrerá por seus pecados neste mundo ou no purgatório. O sufrágio é o perdão que se consegue a favor de uma pessoa falecida, para encurtar o tempo que ela tem de passar no purgatório. Estas mentiras provocaram o protesto de Lutero e precipitaram a reforma protestante. Só Jesus nos livra do poder do inferno (Jo 5:24 ; 8:36).
A igreja Católica Romana ensina que na missa, Jesus é oferecido diariamente nos altares da igreja como sacrifício propiciatório a Deus pelos vivos e mortos. Os parentes e amigos vivos podem pagar pelas missas em benefício da alma no purgatório. Ali o pão (a hóstia) e o vinho se transformam no verdadeiro corpo e sangue do Senhor, crêem os católicos. Esta é a doutrina da transubstanciação. Hebreus 9:12, 24-48 diz que o sacrifício de Cristo foi para sempre. Aleluia!
Em Cristo,

                Tarcísio Costa de Lima

Seitas, caminhos que parecem direitos!

"Há caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele são os caminhos da morte" (Pv 14:12).
Na vida ninguém se perde intencionalmente, pois todos procuram chegar ao seu destino, porém as influências e circunstâncias desviam alguns do rumo certo. O mesmo se pode dizer em relação à vida espiritual, muitos têm perdido o rumo indo após seitas. Meu objetivo neste artigo é traçar um quadro de cuidados que devemos ter em relação à nossa fé. Para isto estarei extraindo algumas lições do nosso dia-a-dia, destacando a necessidade de se estudar o pensamento das seitas, como identificá-las e como lhe dar com elas.
Jesus em Mateus 13, falou-nos acerca do joio no meio do trigo (Mt 13:25), ensinando-nos acerca da influência que o joio exerce no reino de Deus (Mt 13:29), porém seu fim será no fogo eterno (Mt 13:30). O joio tornou-se nessa grande confusão de seitas que usam a Bíblia para desviar o povo da verdade e o crente desavisado para essa influência maligna (2ªJo 7,10).
No desejo de enganar o homem, Satanás tem estimulado o surgimento de falsos mestres, o que já havia sido predito pelos apóstolos (At 20:29,30 ; 2ª Pe 2:1). Isto ele faz para restringir o crescimento do reino de Deus, ensinando doutrinas erradas para confundir os incautos (2ª Co 11:13). Somente impunhando a armadura de Deus, conseguiremos vencê-los (Ef 6:14-17).
As seitas se destinguem pelas falsas doutrinas, que tão ardorosamente ensinam (Cl 2:8). As falsas doutrinas vão contra as verdades bíblicas (Jd 4) e escarnecem da Palavra de Deus (Jd 17,18), pois são oriundas de supostas revelações das mentes de seus fundadores ou líderes, mas nós temos a mente de Cristo para rejeitá-las (1ª Co 2:15,16).
Por atuarem de forma diabólica, as seitas se utilizam do erro para convencer as pessoas (Ef 4:14). O erro leva os homens a se desviarem da verdade de Deus (Jo 8:32). Desde o Antigo Testamento, o Senhor já era contra os falsos profetas que induziam o povo ao erro (Jr 23:32). Erramos quando desconhecemos as Escrituras e o poder de Deus (Mt 22:29).
O termo seitas é oriundo do grego "Hairesis", cujo significado é: "facção, partido, escolha, seleção, preferência, etc". Do ponto de vista cristão, significa o indivíduo ou grupo afastar-se da Palavra de Deus, adotar e divulgar suas próprias idéias ou de outrem em matéria de religião. Em resumo, é a perversão do Evangelho (Rm 16:17 ; 1ª Co 11:19). Infelizmente, as seitas surgem dentro da própria igreja, por um desvio doutrinário (2ª Pe 2:1).
No trato com as doutrinas da Bíblia, podemos dividir os argumentos da seguinte maneira: argumento bíblico, argumento extra-bíblico e argumento anti-bíblico. O argumento bíblico é aquele extraído da Bíblia em uma interpretação correta e lógica. Foi o argumento usado por Jesus, em uma sinagoga de Nazaré, acerca de sua missão (Lc 4:16-22). O argumento extrabíblico é aquele que não tem base na Bíblia, entretanto não se choca com os seus ensinamentos. O argumento anti-bíblico é aquele que fere, torce, subtrai, acrescenta ou se choca com as verdades encontradas na Palavra de Deus (2ª Pe 2:1-3).
Em Cristo,

                 Tarcísio Costa de Lima 

quarta-feira, 30 de junho de 2010

BATISMO EM ÁGUAS: qual a forma correta?

Existem alguns ensinando que, de acordo com a hermenêutica, apenas um versículo não serve como base para a defesa de uma verdade ou considerá-la uma doutrina bíblica.
Tenho convicção que o autor dessa regra não é um professor de hermenêutica temente a Deus! Afinal, o que a Bíblia diz é essencialmente verdade.
Vou citar um exemplo: o assunto com relação ao Milênio é exposto uma única vez nas Escrituras, mais precisamente em Apocalípse 20, sendo que a expressão "mil anos" ocorre seis vezes, nessa referência. Segundo os teólogos amilenistas e pós-milenaristas, seriam necessários vários textos para que houvesse fundamento para a doutrina do Milênio. Partindo desse presuposto, interpretam os "mil anos" como um período simbólico. Mas o texto é literal e relaciona-se com diversas profecias do Velho Testamento sobre o Reino do Messias.
O Batismo em águas em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo é apresentado uma única vez em Mateus 28:19. E foi o Senhor Jesus quem nos deixou essa fórmula. Porém , os pentecostais da unicidade, que são contrários à doutrina da Trindade, ignoram que a fé precede a razão em assuntos espirituais (1ª Co 2:14,15) e desrespeitam, dessa forma, as Sagradas Escrituras.
Com relação ao Batismo em nome da Trindade, evidencia-se uma ordenança do Senhor Jesus: "Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo" (Mt 28:19). Em seguida diz o Senhor: "ensinando-as a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos. Amém!".
Não é a quantidade de passagens bíblicas que determina se uma doutrina é bíblica ou não. Jesus apresentou o modo de batizar uma única vez, porém ordenou o ensino e a guarda deste preceito por todos que recebessem a mensagem do Evangelho, prometendo sua presença até à consumação dos séculos.
Em 1ª Pe 1:25, está escrito: "...a palavra do Senhor permanece para sempre. E esta é a palavra que entre vós foi evangelizada".
Em Cristo,

                 Tarcísio Costa de Lima

terça-feira, 29 de junho de 2010

A parábola da rede lançada ao mar

Jesus ao ensinar os seus discípulos sobre a natureza do reino, utilizou muitas parábolas, algumas das quais foram registradas em Mateus 13. Numa dessas parábolas, Ele descreveu o reino como uma rede lançada ao mar (Mt 13:47-50). O lançamento da rede representa a pregação do evangelho, a palavra do reino (Mt 13:19). Quando Jesus chamou Pedro e André para serem apóstolos, eles estavam literalmente lançando uma rede no mar, e o Senhor lhes disse: "Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens" (Mt 4:18,19).
No início do seu ministério, Jesus chamou os pescadores de peixes para transformá-los em pescadores de homens. Esta foi uma mudança radical na vida de seus discípulos, pois trocaram o mar pelo chão, o peixe por pessoas, os valores materiais por valores espirituais, os valores efêmeros por valores eternos (Cl 3:1,20).
Ao longo dos anos Jesus continua chamando pescadores de homens (Lc 5:10). Ele continua mandando jogar a rede, e mais do que nunca os mares estão cheios de peixes, esperando tão-somente que a rede seja lançada ao mar (Pv 24:11). Geralmente as redes são largas e na parte de baixo há pedaços de chumbo para que vá ao fundo; suas extremidades ficam flutuando e vão se fechando gradualmente a fim de recolher os peixes. Esta parábola se refere ao juizo final ou a reunião de todas as nações e a separação delas (Mt 25:31-46 ; Ap 20:11-15).
A rede é comparada ao reino dos céus por ser a mensagem do Evangelho, extensiva a toda humanidade, sem acepção de pessoas, classes sociais, raças etc. Por verem a rede aberta, os peixes dentro dela parecem tranquilos porque não vêem que as extremidades em cima estão se fechando (Rm 13:11-14). Assim muitos que foram chamados para o reino dos céus, vivem desfrutando das liberdades mundanas, desapercebidos que o dia do juízo está chegando (Jr 25:29). Quando a rede se fechar os peixes já não poderão sair. O dia do juizo está chegando e será inevitável (1ª Pe 4:17).
A rede que foi "lançada ao mar" tem sido bem-sucedida ao longo da história da Igreja Cristã. Em Atos 2:41,47, vemos "que foram batizados os que de bom grado receberam a sua palavra; e naquele dia, agregaram-se quase três mil almas. E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar". Assim foi o reino do céu estabelecido na terra e veio com poder, como havia sido previsto em Marcos 9:1.
Com a globalização, os métodos de apresentar o Evangelho mudaram, mas a paixão, o ardor, o fervor que devem acompanhar e também motivar o anúncio e o testemunho são imutáveis e insubstituíveis. Se não existir uma profunda concientização evangelística que contagia e convence, nosso empenho, por mais que se oriente nas modernas técnicas de comunicação, não passará de um "marketing" religioso superficial (1ª Co 2:1,2).
Em Cristo,

Tarcísio Costa de Lima 

A parábola do juiz iníquo

A parábola do juiz iníquo possui certa semelhança com a parábola do amigo importuno (Lc 11:5-13). Ambas ensinam sobre a necessidade do cristão orar com perseverança. Elas se harmonizam em sua estrutura, embora tenham sido proferidas em circunstâncias diferentes. Existem em ambas uma lógica baseada no contraste entre Deus e o homem, e a evidência de que o Senhor se inclina às orações dos cristãos (Is 57:15 ; 66:2).
Orar é manter uma atitude de contato com Deus através do pensamento, palavra, fatos e vida. Trata-se de viver consciente de que, "em Deus nos movemos e existimos". Orar é "respirar" essa misteriosa presença que nos envolve. Oração é a fé em diálogo com Deus. Necessitamos perseverar ao expor nossas súplicas a Deus certos da boa vontade em nos socorrer (Lc 11:9-11 ; Is 49:15,16).
Na parábola Jesus utiliza a figura do juiz iníquo para mostrar que Deus ouve as nossas orações. Como Cristo ressalta, se até um juiz iníquo, diante da insistência da viúva acabou lhe atendendo, o que dirá o Pai Celestial. Entretanto, a ajuda divina não chegará necessariamente no momento e forma que julgarmos convenientes (1ª Pe 5:6). A ajuda se fará no momento mais adequado e na melhor forma visando o aprimoramento espiritual (Ec 3:1). Isto significa que algumas vezes seja necessário um período de dor, amargura e sofrimento para que o ensinamento seja realmente assimilado e não venhamos a incorrer em nossos erros e, por consequência, na necessidade de novas provações (Hb 12:5-11).
Não obstante a severidade do juiz, ele não resistiu à insistência da viúva, e, para ver-se livre de importunações, acabou resolvendo suas questões. Deus, que é a perfeição absoluta, não deixará de atender aos nossos justos clamores (Jr 33:3). Apesar dos serviços judiciais serem, na maioria das vezes, lentos aqui no Brasil, as causas têm que ser solucionadas um dia. Mesmo que tardiamente, haverá um veredicto. Então, por que duvidar ou desesperançar das providências do Juiz de toda a Terra? Nem mesmo as aves do céu escapam do seu cuidado amoroso (Mt 6:26).
Quando nos sentimos desanimados, em razão das lutas e dificuldades do dia-a-dia, oremos e confiemos na bondade de Deus, pois não desampara a nenhum de seus filhos (Hb 13:5b). Se, às vezes, o Senhor parece não ouvir as nossas orações, permitindo a permanência do sofrimento, é porque sabe ser a dor o melhor instrumento para moldar o nosso caráter (Sl 119:67). Quando Deus não muda as circunstâncias é porque quer mudar algo em nós. Os períodos de calamidade devem produzir maturidade na vida do cristão (Rm 5:3-5).
A parábola termina com uma pergunta temerosa: "Mas quando o Filho do Homem voltar, será que Ele vai encontrar a fé sobre a terra?" (Lc 18:8). Será que Jesus vai encontrar a fidelidade ao Evangelho, a firmeza nas perseguições, a solidez diante das ameaças das falsas doutrinas? Porque o que realmente importa não é saber quando Cristo virá, mas estar preparado. O Cristão estará preparado se, como a viúva, elevar a Deus uma oração perseverante e cheia de confiança (Tg 1:6-8).
Em Cristo,

                 Tarcísio Costa de Lima

segunda-feira, 28 de junho de 2010

A parábola do mordomo infiel

Quando alguém nasce na família de Deus por meio da fé genuína em Jesus Cristo, torna-se um mordomo das coisas de Deus e isso inclui os bens materiais e espirituais. Quando nos submetemos ao senhorio de Jesus Cristo e nos tornamos seus servos voluntários, renunciamos a todos os direitos pessoais de propriedade; nossa vida e bens tornam-se Dele.
Mordomia é a junção de dois vocábulos: "mor" e "domo". Em latim "mor" significa chefe e "domo" significa casa. De modo geral, o mordomo é a pessoa que administra os assuntos de uma família, de uma casa e as propriedades. No sentido cristão, refere-se basicamente à oportunidade de servirmos a Deus com tudo aquilo que Ele nos concede durante nossa vida material.
Precisamos entender que o mordomo descrito por Jesus não é apresentado como um exemplo de moralidade. Ele é claramente chamado de "administrador infiel". Cristo não elogiou a artimanha, mas sim a inteligência daquele mordomo (Lc 16:8). O Senhor Jesus jamais tolerou alguma prática contrária aos seus justos e santos caminhos. O mordomo infiel é um exemplo a ser evitado e não um modelo a ser seguido.
Alguns seres humanos são capazes de fazer qualquer coisa escusa para se beneficiar. Um lidar honesto entre uma pessoa e outra está se tornando cada vez mais raro (Pv 20:6). A desonestidade na utilização do dinheiro é uma evidência segura de um coração que não é reto diante de Deus. O teólogo J. C. Ryle diz que "o homem que não está agindo honestamente com a prata e o ouro deste mundo nunca pode ser alguém que possui verdadeiras riquezas nos céus" (1ª Tm 6:9-12).
O verdadeiro cristianismo não aprova a indiferença aos valores morais preconizados nas Sagradas Escrituras (2ª Tm 3:16,17). A verdadeira fé é atestada pela produção de frutos dignos de arrependimento (Mt 7:16). Podemos estar certos de que, onde não existe honestidade, não existe a graça divina. Atualmente, os homens são culpados de reduzir o que Deus requer, com respeito à santidade e à verdade, porque fazem uma falsa avaliação das exigências divinas. Infelizmente, a desonestidade nas transações comerciais tem sido cada vez mais frequente nos últimos dias (2ª Tm 3:1-5).
A mordomia deve ser tratada com honestidade (1ª Co 16:3,4). Paulo tinha um grupo para ajudá-lo na administração dos recursos financeiros (1ª Co 16:3,4 ; 2ª Co 8:16-24). Muitos perdem sua credibilidade pela maneira como lidam com o dinheiro. Paulo recomenda às igrejas escolher pessoas específicas para lidar com o dinheiro das ofertas, ou seja, apela ao caráter dos mordomos.
Em Cristo,

                Tarcísio Costa de Lima

A parábola dos primeiros assentos

A parábola dos primeiros assentos destaca o valor da humildade. A humildade é uma virtude que revela o verdadeiro caráter dos cristãos piedosos em todas as épocas, tais como Abraão, Moisés, Jó, Gideão, Davi, Daniel e Paulo. Esta virtude, felizmente, está ao alcance de todos os crentes que desejam seguir o exemplo de Jesus (Mt 11:28-30).
O teólogo J. C. Ryle disse "que o homem sábio é aquele que conhece a si mesmo e, possuindo tal conhecimento (2ª Co 13:5), em seu íntimo não encontrará coisa alguma que o torne orgulhoso". 
O crente fiel não se deixa ser tomado pelo orgulho, mas permanece humilde pelo temor de Deus. O verdadeiro crente sabe que Deus não reparte sua glória com ninguém (Is 42:8). Jesus foi o maior Mestre e suas lições sempre tinham a ver com humildade. São Dele as palavras: "Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração..." (Mt 11:29). Cristo não só ensinou sobre a humildade, mas sua vida refletia isso em cada atitude, quando lavou os pés aos discípulos (Jo 13:4,5).
Com a parábola dos primeiros assentos, Jesus aconselha que cultivemos a humildade e a simplicidade, virtudes que, inúmeras vezes, apresentou como características essenciais do verdadeiro cristão (Fp 2:4-11). Tê-las, entretanto, é uma tarefa que demanda muito esforço e renúncia, pois requer a subjulgação da nossa natureza egoísta (Gl 2:20 ; 6:14,17). Vivemos hoje num mundo em que predomina o "egoísmo", ou seja, o amor exagerado a nós próprios, cada qual procurando garantir sua felicidade, sem preocupar-se com os outros (2ª Tm 3:1-5).
Servir constitui um modo de vida, uma atitude e, acima de tudo, um relacionamento de amor com Deus e com o próximo. A disponibilidade em servir está se extinguindo, e uma das razões pode ser o orgulho. Na igreja hoje, a idéia de ajudar o próximo está ficando cada vez mais escassa. Muitos só pensam em si mesmos e acabam se esquecendo de que a disponibilidade é o transbordamento do amor em prol do próximo e o cumprimento das palavras de Jesus Cristo, que disse: "Mais bem-aventurada coisa é dar do que receber" (At 20:35). Aprendemos com Jesus que há grande privilégio no servir por amor, com dedicação e altruísmo (Fp 2:3-5).
Servir, no sentido cristão é esquecer de si mesmo e devotar-se amorosamente ao auxílio do próximo, sem objetivar qualquer recompensa, nem mesmo o simples reconhecimento daqueles a quem se haja beneficiado (Lc 14:12-14).
Todas as pessoas que desejam ser usadas por Deus devem estar constatemente orando para que pensamentos e sentimentos soberbos não entrem em seus corações. A humildade é uma virtude agradável aos olhos de Deus e um bom início para aqueles que desejam trabalhar na Sua seara (At 20:19).
Em Cristo,
              
                Tarcísio Costa de Lima  

quinta-feira, 17 de junho de 2010

A parábola dos lavradores maus

Após um período de controvérsias com a liderança judáica (Mc 11:15 a 12:27), que buscava alguma palavra ou ato de Jesus para incriminá-lo e levá-lo à morte, o Senhor faz uma chocante revelação, ao narrar a parábola dos lavradores maus. Não obstante os privilégios que nenhuma nação possuía, em razão dos avisos que nenhum outro povo recebeu, os judeus rebelaram-se contra a autoridade de Deus e se recusaram a prestar-lhe as devidas honras. Eles rejeitaram os conselhos dos profetas e ainda crucificaram o Filho de Deus (Jo 1:9-11).
Sem dúvida esta parábola tinha como alvo especial os judeus, mas a sua aplicação não pode ficar restringida a eles. A mesma contém lições que devem ser estudadas por todos os cristãos até a volta de Cristo.
A parábola dos lavradores maus não é de difícil interpretação: o pai de família, que plantou a vinha é o próprio Deus; a vinha é o cristianismo que está alcançando pessoas em todo o mundo; e os lavradores a quem a vinha foi arrendada são os servos do Senhor de todas as épocas, desde os sacerdotes da Antiga Aliança (Ex 28:1-46) que sacrificavam animais para oferecer em holocausto nos altares do judaísmo até os crentes de hoje, que adoram a Deus em espírito e em verdade (Jo 4:23,24).
Os frutos da vinha representam "o fruto do Espírito" em Gálatas 5:22,23: "Amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão e temperança", e os servos incumbidos de produzí-lo são os emissários de Deus, a exemplo dos profetas, apóstolos e outros, os quais, alguns deles, por fidelidade a Deus, foram perseguidos, injuriados e mortos (Mt 5:10-12).
O filho do proprietário é Jesus, cuja morte humilhante na cruz foi, também, resultado exclusivo do sacerdotalismo hipócrita, incluindo os fariseus e saduceus (1ª Co 1:18-25). A herança é o reino dos céus, de que os cristãos pretendem ter a posse (At 14:22). Atribuindo-se dos direitos inerentes ao herdeiro, os lavradores maus (os crentes nominais), embora tenham sido chamados das trevas da incredulidade, pela infinita misericórdia de Deus, ainda persistem em viver centrados no egoísmo (Gl 5:17-21).
O Espírito de Deus, diz Gênesis 6:3: "Não agirá para sempre no homem", pois haverá um dia em que sua paciência chegará ao fim e Ele se levantará para julgar terrivelmente o mundo incrédulo. Dentre todas as manifestações de ira, nenhuma pode ser imaginada como tão horrível quanto "a ira do Cordeiro" (Dn 2:34).
Em Cristo,

                Tarcísio Costa de Lima

A parábola da lâmpada debaixo da cama

A finalidade essencial da luz é dissipar as trevas ao redor. Depois de acesa, não se coloca uma luminária debaixo de uma mesa ou bancada. Se fizermos, a luz perderá seu efeito e o seu alcance será muito limitado. É isto que o Senhor Jesus, de maneira figurada, está ensinando sobre a vida do cristão. Ela é uma luz, que não deve ser obscurecida em seus efeitos nem apagada em sua influência.
A lâmpada (candeia) não foi feita para ficar debaixo da cama, devendo ser colocada em lugar alto e amplo para melhor refletir a sua luminosidade. O fato é que talvez nós, nos dias atuais, estejamos precisando realmente aplicar esses ensinos em nossa vida (Fp 2:15).
O cristão não pode ficar acomodado, pois cabe a ele testemunhar de Cristo em sua forma de viver, de tal maneira que o mundo possa ver mudanças no seu comportamento (Hb 12:1). Os servos do Senhor não podem viver como camaleões, esses pequenos lagartos que vemos nas pedras ou árvores nos lugares ermos, que por uma reação defensiva, têm a sua cor moldada pelos ambientes ao redor. Não podemos nos adequar ao gosto e prazer do mundo, somos e devemos ser diferentes (2ª Co 5:17).
Infelizmente, alguns crentes vivem neste mundo presente semelhante ao sal insípido, sem sabor e relevância (Mt 5:14-16). Condicionados por seu ambiente, envolvidos por suas pressões passam a adotar a coloração do que os rodeia, aceitando os seus padrões, convivendo com seus costumes e hábitos (1ª Co 15:33).
A luz é indispensável tanto à vida material como espiritual. Sem ela não há vida; a vida é luz em qualquer esfera, seja física ou psíquica. Apague-se o Sol, fonte das luzes materiais, e o mundo deixará de existir. Esconda-se a luz da salvação sob o manto da hipocrisia ou do mau testemunho, e a humanidade não dará sequer um passo em direção a Deus, debatendo-se em trevas (1ª Ts 5:4-11).
É absurdo acender uma candeia e colocá-la debaixo da cama, como conceber ou receber um novo conhecimento, uma verdade nova e ocultá-la aos nossos semelhantes (Mc 16:15). Vemos que Jesus foi o grande Mestre, pois educava com parábolas, exemplos e com amor. Mas nem todos utilizaram a luz adquirida através dos ensinamentos de Jesus, antes a colocaram debaixo da cama e isso ainda ocorre hoje. A educação conduz o ser à liberdade, é um processo natural. O ser educado permite-se questionar, inclusive as coisas de Deus. Nada é demais para ele, entende qualquer assunto e dessa forma o divulga.
Em Cristo,

                 Tarcísio Costa de Lima

quarta-feira, 16 de junho de 2010

A parábola da figueira estéril

A parábola da figueira estéril se refere primeiramente a Israel. Sua verdade, no entanto, aplica-se a todas as pessoas que professam sua fé em Jesus, mas não abandonam o pecado (Rm 6:12,13). Embora Deus dê a todos ampla oportunidade de se arrependerem, Ele não tolerará para sempre o pecado. Paulo sintetizou isto em Romanos 11:22, onde diz: "Considera, pois, a bondade e a severidade de Deus; para com os que caíram, severidade; mas, para contigo, a benignidade de Deus, se permaneceres na sua benignidade; de outra maneira, também tu serás cortado".
Essa parábola não deve ser confundida com o milagre parabólico da figueira que Jesus amaldiçoou (Mt 21:18-22 ; Mc 11:12-26). A única relação entre as duas é o fato de que não havia figos em ambas as árvores.
Nesta parábola Jesus comenta acerca de um senhor que procurou frutos em uma figueira e não achou. Ele diz que já a três anos que a árvore não frutifica, não obtendo dela o fruto desejado. Daí, o proprietário da vinha decidir: "Corta-a; para que ocupa ela ainda a terra inutilmente?" (Lc 13:7). Mas o vinhateiro disse ao senhor para dar mais um tempo. Oferece-se para investir mais um pouco na árvore, dá mais tempo e cuida mais dela como uma última tentativa para que volte a frutificar. Se ainda assim esta tentativa não obtivesse êxito, então a árvore estaria condenada ao corte (Lc 13:9).
A figueira não era uma planta estranha e proibida, semeada na vinha (Dt 22:9). O certo homem a quem Jesus se referiu, plantou-a em sua vinha, e a figueira poderia ter produzido frutos, atendendo às expectativas do seu proprietário. Ela fôra deliberadamente plantada onde não tinha direito, e crescera onde o terreno era mais favorável, contudo, se revelou estéril. Três anos sem frutos é prova de esterilidade (Lc 13:7). Israel era a vinha divina pela qual Jesus se esforçou durante "três anos" de seu ministério terreno. Cristo procurou, por todos os meios, tornar a nação judáica frutífera (Is 5:1-7), mas o resultado foi a sua total rejeição pela nação que Ele cultivara (Jo 1:11,12).
Um aspecto interessante desta parábola é que o viticultor (Jesus) intercede pela figueira (Israel) pedindo uma nova oportunidade. Ele se propõe a cuidar dela, cavando ao seu redor, adubando-a, esperando que assim ela dê frutos. O adubo refere-se à Palavra de Deus. Figueiras que não ofereçam frutos após todo esse esforço deverão ser cortadas. O machado será posto também à raiz das igrejas infrutíferas. A sentença ainda ecoará: "Podes cortá-la" (Lc 13:9).
Se quisermos ser pessoas frutíferas para Deus, então precisaremos fazer nossas raízes chegarem ao ribeiro de águas: "Ele é como árvore plantada junto a corrente de águas, que, no devido tempo, dá o seu fruto, e cuja folhagem não murcha; e tudo quanto ele faz será bem sucedido" (Sl 1:3). A raiz é atraída pela água, assim como a alma humana é atraída pela presença de Deus. O Senhor intencionalmente nos criou dependentes Dele. E se quisermos ser úteis a Deus, firmemos nossas raízes, busquemos alimento e seremos pessoas frutíferas.
Em Cristo,

                 Tarcísio Costa de Lima  

segunda-feira, 14 de junho de 2010

A parábola da porta estreita

O Senhor Jesus faz uma aplicação de seu ensino ético e ilustra os dois caminhos opostos da peregrinação dessa vida, ao usar as figuras de portas e estradas. A verdade solene que nos é apresentada é a de que há somente dois caminhos para a humanidade escolher: o caminho dos justos ou dos ímpios (Sl 1:1-6). Não há o que discutir, ou estamos "em Cristo" ou "sem Cristo" (2ª Co 5:17).
O objetivo maior do ser humano é conhecer a Cristo e, através Dele, ser cidadão do reino dos céus (Hb 11:14-16). Esse reino não é deste mundo, como disse Jesus, mas se encontra em toda parte, porém os homens não o reconhecem (Jo 1:10-12).
"Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz a perdição, e muitos são os que entram por ela" (Mt 7:13,14). A expressão usada por Jesus para descrever o caminho da renúncia, como sendo a porta estreita e o caminho apertado, é mais um exemplo da felicidade de sua terminologia. A porta extreita transmite a idéia de que só pode passar por ela quem não tiver carregando bagagens volumosas, ou seja, quem obedecer ao requisito básico de renunciar ao mundo, deixando para trás seus apegosà vida passada (Hb 12:1).
Às vezes, trilhar o caminho da renúncia implica em conhecer a dor, o sofrimento e a perseguição por amor a Cristo. No entanto, os sofrimentos e as vicissitudes da vida desempenham papel grandioso na existência do cristão que se propõe a percorrer o "caminho estreito" de Deus. A Bíblia constantemente nos mostra, pela história dos grandes personagens de suas páginas, como Deus emprega a dor, fome, desilusão, injustiça e até mesmo a morte para quebrantar, moer, aprimorar, burilar e santificar os salvos, levando-os a conhecê-lo melhor e se tornarem pessoas mais íntegras, humanas e amorosas. Todos os heróis das Escrituras testificam que Deus prova (e aperfeiçoa) o justo no dia mau. Não apenas Jó, o mais famoso sofredor, como também o ladrão da Cruz, o apóstolo Paulo, o patriarca José, o rei Davi e os demais santos passaram por profundas transformações em suas vidas e se tornaram homens quebrantados - precisamente o tipo de caráter preferido por Deus para operar maravilhas: seja abrindo mares ao meio, ferindo montes e ressuscitando mortos - seja reconciliando irmãos inimigos, regenerando criminosos e alcançando os inalcansáveis (1ª Pe 4:12,13).
Dentre os equívocos do "evangelho da porta larga" estão os cultos-shows para encher o templo, em vez de agradar a Deus. A Ceia, uma atividade central do culto, praticada semanalmente no tempo apostólico (At 20:7), tem sido negligenciada por alguns cristãos que, atolados em pecados inconfessos, deixaram para trás suas congregações (Hb 10:25). Entrar pela porta estreita é se comprometer em participar do corpo e do sangue do Senhor e viver em plena comunhão (1ª Co 11:24-29).
A igreja pode e deve buscar a exelência em tudo o que faz - a consciência da presença divina no meio de um povo santo é o maior motivo para adorar ao Senhor com simplicidade, gratidão e, sobretudo, em Espírito e em verdade (Jo 4: 23,24). Dessa forma, todos ganham - o Senhor é honrado, os cristãos saem do culto renovados e o incrédulo percebe que cristianismo não é entretenimento. Assim o mundo fica mais salgado (Mt 5:13-16).
Em Cristo,

                 Tarcísio Costa de Lima  

sexta-feira, 11 de junho de 2010

A parábola do trigo e do joio

As parábolas que Jesus ensinou junto ao Mar da Galiléia (Mt 13;Lc 8;Mc 4) destinavam-se a definir o reino de Deus. Mas estas histórias e comparações tinham o efeito contrário sobre aqueles cujo coração tinha sido dominado pela religião superficial dos escribas e fariseus. Especialmente na parábola do joio e do trigo, vemos que há certa ausência de ênfase na providência de Deus. Ele é completamente justo, bom e poderoso. Mas, às vezes, ficamos inculcados porque Deus permite que a impiedade campeie pelo mundo.
Se o reino de Deus é de absoluta justiça, como pode existir tanta impiedade entre os homens? Esta questão é, realmente, apenas a extensão de um assunto mais fundamental que tem deixado o homem perplexo durante séculos: como pode haver mal num mundo governado por um bom Deus? Por que Ele simplesmente não elimina os indivíduos de má índole (os joios) e torna tudo maravilhoso?
A história do joio semeado no campo (Mt 13:24-30,36-43) segue imediatamente após a parábola do semeador. Nesta, Jesus já havia sugerido que a justiça (o solo bom) terá de florecer num mundo onde muitos rejeitam o reino de Deus (o solo da beira do caminho) e outros a receberão de modo superficial e infrutífero (solo pedregoso e espinhoso). Na história do joio Jesus parece recomeçar por onde parou na parábola do semeador, para tornar explícito o que antes fôra apenas sugerido.
O reino do céu é destinado a abrir o seu caminho num mundo onde o mal não é somente ativo, mas continuará a sê-lo enquanto o homem habitar este planeta (2ª Tm 3:1-9). Para muitas pessoas, o reino do céu não terá vindo até que toda a impiedade seja destruída (2ª Ts 3:1-3). Contudo, o reino virá pelo paradoxo que o reformador Martinho Lutero chamou de "a mão esquerda" de Deus: dando para ganhar, perdendo para vencer, morrendo para viver (2ª Ts 2:7-13).
Nossa reação imediata à parábola do trigo e do joio poderia ser, "que tipo de lavrador é este, descuidado de manter as ervas fora de seu campo, dormindo quando deveria ter estado alerta?" (Mt 13:25). Mas o lavrador desta parábola não é um homem negligente que não fez nenhum esforço para manter seu campo livre de ervas, passando seus dias dormindo quando deveria ter sido consciencioso (Tg 5:7). Seu trigal é forte. Ele dormiu somente quando os trabalhadores dedicados dormem: de noite. O problema é que o inimigo não pára de semear o mal (Ap 12:12 ; 1ª Pe 5:8,9).
O joio, ao brotar, é muito parecido com o trigo e arrancá-lo antes de estar bem crescido seria inconviniente, por razões óbvias. Na hora da produção dos frutos, em que será feita a distinção entre ambos, já não haverá perigo de equívoco: será ele, então, atado em feixes para ser queimado (Mt 13:29,30). Quando os tempos forem chegados, todos os sistemas religiosos que se hajam revelado intolerantes e opressores, serão reduzidos a nada (At 5:36,37).
O joio sempre será encontrado no meio do trigo. Hipócritas e enganadores se infiltrarão sorrateiramente no meio do povo de Deus. Há uma profunda verdade na declaração de Agostinho: "Os que hoje são joio, amanhã poderam ser trigo". Se Deus transformou em trigo a Manassés, que sacrificou seus próprios filhos aos deuses, consultou feiticeiros e fez pecar o povo de Israel, certamente, poderá transformar outros joios (2º Cr 33:1-13).
Em Cristo,

                Tarcísio Costa de Lima  

quinta-feira, 10 de junho de 2010

A parábola do cisco e da trave

Jesus se serve dos recursos da parábola do cisco e da trave com objetivo ético-comportamental (Lc 6:39-45). De modo simples e direto, Ele ilustra a obrigação de se imitar a misericórdia e a gratuidade do Pai (Lc 6:36), à semelhança do discípulo que há de ser igual ao Mestre (Lc 6:40), e confirma a impossibilidade de julgar e condenar (Lc 6:37), pois tal atitude se assemelharia a do hipócrita que não tira a trave do próprio olho para ver o cisco do olho do irmão (Lc 6:42).
Nas relações dos homens entre si e com Deus, o que conta é a atitude interior (2ª Co 13:5). Esta, todavia, não pode ser percebida sem a corporeidade, ou seja, sem levar em conta a linguagem corporal, especialmente, mediante as palavras: "pois do que há em abundância no coração, disso fala a boca" (Lc 6:45b).
O sentido figurado de coração, na Bíblia, aponta para o interior do homem. Além dos sentimentos (2º Sm 15:13 ; Is 65:14), inclui as recordações, as idéias, os projetos e, sobretudo, as decisões. É o lugar simbólico no qual o homem dialoga consigo mesmo para assumir responsabilidades (Dt 7:17). Por isso, para Jesus, o homem bom do bom tesouro do seu coração tira o que é bom, mas o mau, de seu mau tira o que é mau (Lc 6:45).
Pessoas ardilosas são capazes de usar as palavras para encobrirem seus sentimentos (Pv 26:23-26). Mas, suas verdadeiras intensões serão reveladas por meio dos frutos (Mt 7:16). Jesus disse que, "não se colhem figos de espinheiros, nem dos abrolhos se vindimam uvas" (Lc 6:43,44). Com efeito, por mais que os comportamentos dissimulem as intenções, o tempo se encarregará de demonstrar, pelas ações e suas consequências, a verdadeira intenção das pessoas. Em última análise, porém, cabe ao próprio Deus que não olha a aparência (1º Sm 16:7) perscrutar o coração e sondar os rins (Jr 17:10).
Deus é o único que pode julgar e avaliar as ações dos homens (Hb 4:12,13 ; Dn 2:22). Além disso, seu olhar perscrutador põe-nos de sobreaviso quanto à justiça de nossos julgamentos. Nós, cristãos, não podemos captar integralmente o coração do outro, mesmo quando se exterioriza na aparência de atos bons ou maus. Mas, mesmo que pudéssemos conhecer o interior do próximo, sendo pecadores como somos, qualquer juízo moral sobre a vida alheia nos remeteria às palavras de Jesus: "Por que olhas o cisco no olho de teu irmão, e não percebes a trave que há no teu?" (Lc 6:42).
Os escribas e fariseus eram escrupulosos com cada detalhe dos preceitos - os rituais de limpeza dos utensílios e móveis, o pagamento do dízimo sobre a hortelã e o anis, e ao mesmo tempo, sem nenhum peso na consciência enganavam, odiavam e ofendiam pessoas (Mt 23:1-23). Assim eles chegaram a um engano, a uma ilusão tal que condenaram o Salvador do mundo à morte na cruz e publicamente difamaram a sua ressurreição.
Em Cristo,

               Tarcísio Costa de Lima 

A parábola do vinho novo em odres velhos

          Quando Jesus narrou essa parábola, Ele estava falando que viria um tempo novo e que as tradições judáicas os impediriam de receber o mover de Deus. A velha estrutura dos judeus fazia com que pensassem que somente o que eles faziam era de Deus, não estavam acostumados com pessoas endemoniadas, achavam o cúmulo Jesus curar no sábado, eram legalistas, possuiam uma estrutura religiosa que os impediam de compreender os ensinamentos de Jesus. Seria impossível receberem o novo mover de Deus com aquelas velhas estruturas mentais condicionadas.
          Diante disto, precisamos nos derramar diante de Deus e deixar que Ele limpe a nossa vida, afim de que haja renovação em nossa mente (Rm 12:2). A igreja deve tirar os resquícios do "vinho velho do legalismo" e encher-se com o "vinho novo da graça de Deus". Deve ainda abandonar suas estruturas e formalidades equivocadas e receber a alegria e o milagre de Deus! Odres novos são cristãos abertos ao Seu mover, para que Ele possa encher com vinho novo. No primeiro milagre de Jesus, o vemos transformar água em vinho (Jo 2:1-12). Cristo também quer transformar a vida da igreja, de odres velhos para odres novos (Ez 36:25-27). A estrutura religiosa, muitas vezes, tem impedido as pessoas de beberem do vinho novo (Ez 33:31). Contudo, para recebermos algo novo devemos nos abrir e pedir que Cristo derrame todo o vinho que nos está preparado, sem nos preocuparmos com a forma que isso se dará (Jo 3:8).
          O teólogo Paul Earnhart faz pertinentes afirmações sobre o que significa colocar vinho novo em odres velhos. Diz ele: Jesus não se ajustava aos modos familiares do mundo ao qual veio. Mesmo o mais revolucionário pensamento de seu tempo não poderia contê-lo. Suas palavras e modos eram transcendentemente diferentes, inquietantes, ameaçadores. Não poderia haver uma síntese calada do velho e do novo, somente uma colisão descomprometida que conduziria inevitavelmente a rebelião ou rendição. Alguns viriam a gostar do novo, outros a odiá-lo. Em suas três analogias: Mateus 9:14-17, Marcos 2:18-22 e Lucas 5:33-39, Jesus responde aos seus críticos gentilmente, mas ilustra o inevitável do conflito: como pode pano novo ser usado para remendar roupa velha? Como pode o explosivo vinho novo ser contido em velhos e inflexíveis odres? O provébio de Jesus sobre o remendo novo na roupa velha sai de sua própria vida. Aquele que "não tinha lugar para repousar sua cabeça", certamente conhecia vestes remendadas. E todos sabiam que uma tentativa de remendar uma roupa gasta com pano novo levaria a dois desastres, um estrutural e outro estético. O pano novo encolheria com a primeira lavagem e aplicaria tal tensão sobre o pano velho que faria um rasgo maior do que antes (Mc 2:21); e, por sua própria novidade, o remendo novo faria com que a roupa velha parecesse ainda mais desbotada e velha (Lc 9:36). Às vezes, o velho é irreparável e tem simplesmente que ceder lugar ao novo.
          Os religiosos do tempo de Jesus não estavam prontos para receber o "vinho" que o Senhor lhes oferecia. Seus corações estavam endurecidos pelo orgulho e pelo pecado. A religião era mais importante que as pessoas; o compromisso com as tradições dos homens bastava; seu falso temor a Deus servia apenas para a promoção pessoal dentro da instituição religiosa (Mt 23:23,24).
          Que nesta última hora da igreja, estejamos todos abertos para o mover de Deus. Que tudo que é remendo e que for velho, seja trocado por vestes novas e odres novos. Existem alguns erros que cometemos na vida que parecem ser normais, banais, contudo, o grande líder Moisés não entrou na terra prometida porque, além de ter ferido a rocha que representava Cristo , irritou a Deus querendo ver o Líbano, pois sua alma estava presa lá (Dt 3:25).
          Em Cristo,

                         Tarcísio Costa de Lima 

terça-feira, 8 de junho de 2010

A parábola do amigo importuno

          A parábola do amigo importuno leva-nos a compreender que, aqui mesmo na Terra, se recorrermos a um amigo quando viermos precisar de um favor, haveremos de o conseguir. Pode esse amigo não nos atender imediatamente, de boa vontade, pode até relutar em atender à nossa solicitação, mas, se insistirmos, ainda que seja para ver-se livre de nossa importunação, acabará cedendo. Assim Deus também possui uma integridade que não violará. Jesus deixou claro para seus ouvintes que o Pai celestial não vai deixar de atender a nossa necessidade. São as três ações destacadas neste versículo: pedir, buscar e bater. O amigo importuno foi buscar o pão na casa do vizinho amigo, certamente bateu na porta e encerrou pedindo o que precisava e por fim recebeu. Assim, Jesus demonstrou aos discípulos que poderiam ser amigos de Deus (Jo 15:14,15).
          Deus é ifinitamente mais solicito para com Suas criaturas do que o melhor dos amigos e o mais afeiçoado dos progenitores; assim, pois, qualquer que seja o grau de nossa imperfeição, de nossa indigência moral, se dirigirmos o nosso apelo, em oração sincera, quando necessitamos de Seu auxílio, podemos estar certíssimos de que o socorro da providência não nos faltará (Lc 6:35,36). Não obstante, o Senhor ouvir nossas orações e nos socorrer nos momentos de aflições, não devemos supor, entretanto, que basta pedirmos seja o que for a Deus, para Ele nos conceder prontamente o que pedimos. Não! O Senhor sabe, melhor que nós, aquilo que convém, o que é necessário ao nosso progresso espiritual e, em função desse interesse mais alto é que atende ou deixa de atender as nossas súplicas (Rm 8:26).
          Os três verbos registrados em Lucas 11:9: "pedi", "buscai" e "batei" revelam a necessidade de persistência. As pessoas modernas são fortemente imediatistas e consumistas. Quando essa atitude mundana é incorporada à vida cristã, as pessoas tornam-se exigentes e voltadas apenas para o seu próprio bem-estar material; passam a encostar Deus no "paredão", confrontando-o com suas promessas: O Senhor prometeu, tem que cumprir - dizem elas, desprovidas de temor a Deus.
          Em Lc 11:5, lemos: "Amigo, empresta-me três pães". Isso demonstra simplicidade. Sabe por quê? Porque pedir emprestado, na cultura judáica, era uma atitude de extrema humilhação. Portanto, a parábola nos estimula a pedir com simplicidade. Não podemos, nem devemos pedir com arrogância, mas devemos pedir com humildade de espírito, porque Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes (1ª Pe 5:5).
          Em Cristo,

                           Tarcísio Costa de Lima 

A parábola dos trabalhadores da vinha

          Dentre as diversas parábolas de Jesus, algumas são de fácil compreensão, como a do semeador (Mt 13:1-9) ou a do bom samaritano (Lc 10:25-37), que o próprio Senhor explicou aos discípulos (Mt 13:18-23). Outras, porém, trazem dificuldades interpretativas consideráveis, exigindo cuidadosa análise sobre o conjunto da doutrina cristã para que um sentido razoável seja alcançado.
          A chave para interpretar corretamente a parábola dos trabalhadores da vinha deve ser buscada na passagem com que se encerrou o capítulo anterior. Lá encontramos o ap´stolo Pedro fazendo a nosso Senhor uma pergunta importante: "Nós tudo deixamos e te seguimos: que será, pois, de nós?" (Mt 19:27). Recuperando o questionamento feito por Pedro, Mateus deseja apenas chamar a atenção para as consequências de uma decisão tomada, e não impor condições ao seguimento. A parábola da vinha expressa a generosidade de Deus, que acolhe em seu Reino os trabalhadores que chegam por último no serviço (Mt 20:8-16). É Deus quem paga seus trabalhadores com generisidade e misericórdia, superando a ideologia farisáica, na qual o valor da ação humana precede o dom de Deus (Ef 2:8-13). A parábola mostra que o Reino não é algo que se compra ou que se merece (1ª Tm 1:11-16).
          Comparada aos nossos dias, a parábola dos trabalhadores da vinha bate de frente com a ética do mercado da qual somos vítimas e que rompem com as leis de equidade (1ª Tm 6:1,2). Os desocupados da época podem fazer alusão indireta aos desempregados de nossos dias (Mt 20:3). Caracterizada pela incerteza, pobreza, desnutrição, fome e pelo trabalho pesado, estas pessoas carregam o peso da injustiça social (Am 5:11,12). Por isso, o ponto forte da parábola está no ajuste de contas ao final do dia. Todos são chamados a acolher, construir e habitar no Reino (Ec 9:10 ; At 1:8).
          A imagem da vinha assinala o caráter vocacional da igreja, indicando a comunidade dos seguidores de Jesus comprometida com sua Pessoa, sua causa e a vivência do mandamento do amor (Rm 13:8,11 ; 1ª Co 16:14). A "vinha" também aponta a Igreja, comunidade dos salvos que caminham em comunhão com Jesus, trabalhadores que formam a comunidade de amor, independentemente da hora do chamado e do envio (Mt 20:8-16). Os diferentes grupos de trabalhadores enviados para a vinha indicam o corpo dos servidores da missão evangelizadora. Cada um é chamado a dar a sua contribuição na diversidade e riqueza da Igreja, em comunhão de ministérios e serviços. Todos são chamados e enviados em grupos e nunca isoladamente, evitando assim um comportamento individualista (Lc 9:1,2 ;10:1). Vê-se aí a dimensão comunitária do serviço missionário (Ec 4:9-12).
          Em Cristo,

                           Tarcísio Costa de Lima